Eixo Temático: Modelos Pedagógicos



Documentos relacionados
PVANET: PRINCIPAIS FERRAMENTAS E UTILIZAÇÃO DIDÁTICA

MEDIAÇÃO COM TECNOLÓGIA EM EAD: USO DE VIDEOCONFERENCIA E WEBCONFERENCIA

A INTERATIVIDADE EM AMBIENTES WEB Dando um toque humano a cursos pela Internet. Os avanços tecnológicos de nosso mundo globalizado estão mudando a

Alfabetização Digital

Curso de Especialização em Saúde da Família

NanowareCyber: Nosso negócio é sua formação.

Técnicas, Legislação e Operação de Sistemas de Educação a Distância (EAD) Módulo/Disciplina Tecnologia Educacional em EAD

JOSÉ ERIGLEIDSON DA SILVA Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região

Módulo II - Aula 3 Comunicação

FACULDADE ZACARIAS DE GÓES

Pedagogia. Objetivos deste tema. 3 Sub-temas compõem a aula. Tecnologias da informação e mídias digitais na educação. Prof. Marcos Munhoz da Costa

O MUNDO MUDOU. #fato

CARTILHA DO SISTEMA DE CONFERÊNCIA WEB. Núcleo de Tecnologia da Informação da Comunicação

Universidade Anhanguera Uniderp Centro de Educação a Distância

POLÍTICA DE USO: SERVIÇO DE CONFERÊNCIA WEB

softwares que cumprem a função de mediar o ensino a distância veiculado através da internet ou espaço virtual. PEREIRA (2007)

MANUAL DO ALUNO EM DISCIPLINAS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA TUTORES - PCAT

Guia de Acesso Rápido AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem Aluno

Educação a distância: desafios e descobertas

Carga Horária :144h (07/04 a 05/09/2014) 1. JUSTIFICATIVA: 2. OBJETIVO(S):

Guia Prático. Sistema EAD PRO-CREA

Desenho didático para cursos online

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO PROJETO BÁSICO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM PRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDO NA EAD CURSO PARA DOCENTES DA UFOP

PONTOS CRÍTICOS DA IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO DE E-LEARNING.

a nova forma de fazer web

a) As características sob a forma de Ensino à Distância:

Disseminadores de Educação Fiscal. Regulamento do Curso. Escola de Administração Fazendária ESAF

Sistemas Colaborativos Simulado

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO

DIRETRIZES DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO SISTEMA INTEGRADO DE FORMAÇÃO DA MAGISTRATURA DO TRABALHO - SIFMT

Uma análise sobre a produção de conteúdo e a interatividade na TV digital interativa

Plataforma Interativa de Vídeo

Manual do Aluno. O Moodle é um sistema que gerencia ambientes educacionais de aprendizagem que podem ser denominados como:

PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES EM CURSOS PRESENCIAIS E SEMIPRESENCIAIS Ricardo Carvalho Rodrigues Faculdade Sumaré rieli@rieli.com

Escola de Contas Públicas Tribunal de Contas do Estado de São Paulo

Formação docente em serviço para o ensino presencial e a distância. Estudo de caso da UnisulVirtual

Dicas básicas para disciplinas/atividades na modalidade de educação a distância Mediação Digital Virtual

Portal de conteúdos Linha Direta

Chamada de Participação V Competição de Avaliação - IHC 2012

EDITAL DE SELEÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU Modalidade Online

Estamos muito felizes por compartilhar com você este novo serviço educacional do Centro Universitário de Patos de Minas.

Introdução a EaD: Um guia de estudos

Tema 3 Ferramentas e Funcionalidades do Moodle

ENSINO DIGITAL E INOVAÇÃO: PANORAMA EAD FURG POSSIBILIDADES E DESAFIOS

Fundação Presidente Antônio Carlos- FUPAC 1

EaD como estratégia de capacitação

SOLUÇÕES INTERATIVAS DE VÍDEO E VIDEOCONFERÊNCIA INTEGRADOS AO MOODLE. Abril 2007

Dinâmica e Regras de Participação

Trilhas de aprendizagem UCSebrae um caminho em construção

Aula 1. Por Um Novo Ensino em Saúde. Profa.Dra. Silvia Helena Cardoso Prof. Dr. Renato M.E. Sabbatini

Utilizando a ferramenta de criação de aulas

SOLUÇÕES EM EDUCAÇÃO 3.0

UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL AMBIENTE VIRTUAL INSTITUCIONAL MOODLE/UFFS

Consultoria para desenvolvimento de estratégias de treinamento on-line

EQUIPE: ANA IZABEL DAYSE FRANÇA JENNIFER MARTINS MARIA VÂNIA RENATA FREIRE SAMARA ARAÚJO

fundamentos teóricos e práticos necessários ao processo de inclusão do aluno com Deficiência Visual.

Manual do. Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment. Manual do

MANUAL DO ALUNO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) I-UMA

Palavras-chave: Fisioterapia; Educação Superior; Tecnologias de Informação e Comunicação; Práticas pedagógicas.

Valmir Heckler, Maria de Fátima Oliveira Saraiva e Kepler de Souza Oliveira Filho. Acadêmico do curso LCN - Mário Sérgio Nunes Bica Bolsista PIBID

GUIA DE SUGESTÕES DE AÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Educação a Distância: a oportunidade vai ao seu encontro

Moodle - Tutorial para Alunos

ESTRATÉGIAS PARA FORTALECER O ENSINO ATIVO NA FACISA COM UMA ABORDAGEM DE METODOLOGIAS ATIVAS E AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

TUTORIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Maria Teresa Marques Amaral. Introdução

Inovação em Gestão e Comunicação as novas ferramentas de gestão e comunicação para um mercado global. Pedro Gusmão Suchodolski CEO

Educação a Distância: Limites e Possibilidades

CURSO DE EXTENSÃO ON-LINE EM. avançado. Edital de seleção

Comportamento Humano: Liderança, Motivação e Gestão do Desempenho

Corporativo. Transformar dados em informações claras e objetivas que. Star Soft.

DISCIPLINAS CURRICULARES (PCN) INFORMÁTICA PRODUÇÃO DE MATERIAL

Curso de planilhas eletrônicas na modalidade EAD: Um relato de experiência

MBA Executivo. Coordenação Acadêmica: Prof. Marcos Avila Apoio em EaD: Prof a. Mônica Ferreira da Silva Coordenação Executiva: Silvia Martins Mendonça

Profissionais de Alta Performance

O que é educação a distância (*)

Sistemas Cooperativos

EXECUTIVE EDUCAÇÃO EXECUTIVA NOSSA ABORDAGEM.

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO INTRODUÇÃO

Curso de atualização Educação Integral e Integrada. Tutorial Moodle. Belo Horizonte, 2013.

MANUAL DO USUÁRIO ITLEARNING V2.0

Projeto Escola com Celular

Profa. Dra. Cleide Jane de Sá Araújo Costa Prof. Dr. Fábio Paraguaçu Duarte da Costa Profa. Dra. Anamelea de Campos Pinto Profa. Ms.

Congresso CONSAD de Gestão Pública

Novas Tecnologias no Ensino de Física: discutindo o processo de elaboração de um blog para divulgação científica

DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS EM GESTÃO NA SAÚDE POR MEIO DA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: EXPERIÊNCIA DA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ

UMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO NA MODALIDADE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL E NO MUNDO, SEUS DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA.

Processos de Desenvolvimento de Software

TUTORIAL DO ALUNO. Olá, bem vindo à plataforma de cursos a distância da Uniapae!!!

Sistema Tutor Inteligente baseado em Agentes. Pedagógicas da Universidade Aberta do Piauí. Prof. Dr. Vinicius Ponte Machado

NEAD NÚCLEO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA MANUAL DO ALUNO

O futuro da educação já começou

FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL

Interatividade aliada a Análise de Negócios

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar

TUTORIAL UNP VIRTUAL

COORDENAÇÃO DE ENSINO A DISTÂNCIA - EaD

PÓS-GRADUAÇÃO NEAD - CESUMAR MANUAL DO ALUNO

Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos

Transcrição:

MODELO DE INTERAÇÃO E COLABORAÇÃO EM ATIVIDADES DE EAD COM USO DE WEBCONFERÊNCIA E VIDEOCONFERÊNCIA Carlos Alberto Dainese- Universidade Federal de Ouro Preto Tânia Rossi Garbin Universidade Federal de Ouro Preto Eixo Temático: Modelos Pedagógicos 1. Introdução A revolução da internet, as mudanças sociais, os avanços tecnológicos, os fatores econômicos e políticos influenciam o setor educacional. A educação à distância (EAD) é o resultado destas mudanças, exigindo prioridades em gestão, adequação do uso da tecnologia e novas visões estratégicas de forma a superar barreiras e apontar novos direcionamentos, pois, segundo Dooley (2002), (a) haverá a necessidade de mais cursos/programas para atender a demanda de estudantes na formação formal e na educação continuada, (b) a possibilidade de continuar servindo pessoas que não podem participar na educação presencial, (c) a possibilidade do incremento de corporações, governantes e outras entidades institucionais em promover treinamento de pessoal, sem necessidade de deslocamentos, (d) a capacidade de integração de expertises entre as diversas populações, (e) a necessidade dos estudantes serem direcionados pelo seu próprio aprendizado, (f) as mudanças nas estratégias educacionais e tecnológicas, (g) instrução globalizada, (h) foco de atenção da teoria para a prática, (i) relação custo-benefício, (j) aprendizado ao longo da vida, (k) interconexão de serviços entre países e centros especializados. A crescente demanda por cursos a distância e a heterogeneidade populacional são componentes que reforçam a necessidade de repensar novas estratégias instrucionais que auxiliem responder algumas questões: quais são as melhores práticas para a educação a distância?, como deve ser o aprendizado, como engajar ativamente os estudantes para o estudo?. Apesar das barreiras que envolvem a metodologia de EAD como distância espacial e temporal que interferem significativamente nos processos de intervenção, interação, colaboração e acompanhamento, estas são amenizadas através dos recursos de comunicação que levam em consideração plataformas de aprendizagem tendo por base a internet, vídeo, webcasts, webconferência, videoconferência, além das tradicionais ferramentas como chat, fórum de discussão e email. Desta forma, as novas estratégias educacionais devem focar maior interatividade entre os usuários através de uma rede de comunicação e colaboração. Este trabalho tem por objetivo apresentar uma metodologia que permite maior interatividade e colaboração entre professores/tutores/alunos para o desenvolvimento 1

das atividades acadêmicas nos cursos do sistema Universidade Aberta do Brasil da Universidade Federal de Ouro Preto. Trata-se de uma hierarquia de ações que envolvem o uso de ferramentas síncronas e assíncronas de comunicação e estratégias que exploram a participação cognitiva e social dos agentes envolvidos nas práticas educativas. 2. O uso de TDIC para interação e colaboração na EAD Em Educação a Distância a barreira espacial-temporal pode ser minimizada com o suporte de ferramentas Tecnológicas Digitais de Informação de Comunicação (TDIC) que facilitam a conversação e envolvam os participantes sem muitos obstáculos. Há diferentes taxonomias que classificam as ferramentas de comunicação interativa e colaborativa, sendo que as de natureza síncrona e assíncrona estão relacionadas com o horário (tempo) e localização (espaço). Nesta abordagem, as tecnologias podem ser: diferente tempo diferente local, mesmo tempo diferente local, diferente tempo mesmo local e mesmo tempo mesmo local [DOOLEY, 2005]. Apesar de enfrentarmos alguns problemas que garantam o acesso aos recursos de computação e comunicação, como a dificuldade de permitir banda larga em todos os lugares do Brasil, as ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona devem ser utilizadas em estratégias de ensino que garantam a interatividade, colaboração e procedimentos participativos para a aprendizagem, potencializados pela internet e suas ferramentas, como a vídeoconferência, os softwares de reunião eletrônica e webconferência. Anderson [ANDERSON, 2004] define interação como eventos recíprocos que requer no mínimo dois objetos e duas ações, e que estes objetos influenciam um ao outro através de atividades funcionais como participação e comunicação. Há várias abordagens sobre o conceito de interação, porém neste trabalho serão tratadas as diferentes possibilidades de relacionamentos a partir da visão de Moore [MOORE, 1989] envolvendo usuários, conteúdos e tecnologia. Estas relações são categorizadas como: interação professor/professor; interação professor/tutor; interação professor/aluno; interação professor/conteúdo; interação professor/tecnologia; interação aluno/aluno; interação aluno/conteúdo; interação aluno/tecnologia; interação tecnologia/tecnologia. Avançando neste modelo, integra-se a comunidade e o relacionamento entre pólos (Figura 1), estabelecendo uma rede de comunicação que amplia as relações e trocas de informações e contribuem para uma coordenação colaborativa de aprendizagem considerando inter-relações entre IFES-IFES, IFES- Pólos, IFES-Comunidade, Pólos-Pólos, Pólos-Comunidade, Comunidade- Comunidade. Passamos da metodologia instrucional para uma relação de 2

conhecimento centrada em pessoas em que comunidades locais e remotas se interligam com o objetivo de facilitar a aprendizagem a partir de experiências, conflitos, conhecimentos prévios, contextualização e sentimentos. Com isto, incrementa-se a participação ativa, o senso de cognição, de presença física, de participação social, como é o caso das comunidades de práticas e de aprendizagem. As diferentes interações estabelecem funcionalidades como organização de conteúdos, gestão de recursos, reuniões, comunicação síncrona e assíncrona, desenvolvimento e acompanhamento de cursos, de disciplinas, palestras, formação pessoal, atividades voltadas à comunidade, orientações, colaboração, controle de processos e demais atividades que possam ser estabelecidas entre IFES, Pólos e Comunidade. Figura 1. Interações entre IFES, Pólos e Comunidade, a partir do modelo de [MOORE, 1989] No caso da colaboração, esta permite que interação entre pessoas utilizam comunicação verbal, gestos, expressões faciais e movimentos naturais para a manipulação de objetos, construção de conceitos, desenvolvimento de atividades e aprendizagem. O uso técnicas de comunicação multimídia, envolvendo texto, voz, 3

vídeo e animação são usadas para potencializar as características colaborativas [CAMPOS, 2003][ DIMITRACOPOULOU, 2005]. O sucesso da interação e colaboração irá depender do modelo adotado no processo de aprendizagem. Para Masetto, este processo deve estar relacionado com o conceito de desenvolvimento da totalidade do ser humano, isto é, o ato de produzir conhecimento (dar significado as informações); o desenvolvimento de habilidades e competências, dando significado do que fazer e como fazer; o desenvolvimento afetivo-emocional e, por fim, o desenvolvimento de valores e atitudes, isto é, sempre que há uma aprendizagem há uma mudança, afeta o ato pessoal [MASETTO 2003]. Portanto, as tecnologias a serem usadas devem ser variadas e adequadas a esses objetivos a fim de explorar atos cognitivos e sociais. Não podemos ter esperança de que uma ou duas técnicas, repetidas à exaustão, dêem conta de incentivar e encaminhar toda a aprendizagem esperada. Hrastinski [HRASTINSKI, 2007] indica que a natureza da comunicação síncrona e assíncrona leva a um contínum de atividades valoradas entre a participação cognitiva e a participação pessoal (Figura 2), o que interfere nos procedimentos adotados para o desenvolvimento de um curso à distância. Figura 2. Significado do uso de ferramentas síncrona e assíncronas [HRASTINSKI, 2007] Assim, no modelo de interação em EAD deve-se levar em consideração as expectativas de professores, tutores e alunos com relação aos objetivos dos cursos, materiais, ferramentas, objetivos e técnicas instrucionais e de aprendizagem, objetivos de mediação, expectativa dos estudantes, conhecimentos, comunicação interpessoal, avaliação e orientação. 5. Arquitetura para interação entre professore/tutores/alunos/pólos/comunidade Entendendo que o sucesso de um curso a distância está na organização de conteúdos, na gestão de recursos, nas tecnologias inseridas no currículo e, principalmente, nas relações entre professores, tutores, alunos, pólos e comunidade a UFOP está utilizando 4

uma arquitetura de videoconferência e webconferência para promover a interação e colaboração. A arquitetura apresenta os seguintes objetivos: a) distribuição de videoconferência para os pólos, b) gravação e editoração das sessões de videoconferência, c) distribuição do sinal de videoconferência a partir da Web, d) possibilitar interação via chat e email durante a sessão de videoconferência. A solução foi desenvolvida utilizando Flash CS3 e Flax, e é composta de três janelas: a) para streaming de vídeo e áudio (janela vídeo), b) uma janela para troca de mensagens (bate papo) e outro de participantes. Para o uso da ferramenta, é necessário o acesso a partir do site do CEAD-UFOP em www.cead.ufop.br. O sistema interconecta três salas contendo os seguintes recursos: sala de videoconferência, contendo um aparelho de vídeo conferência Polycom VSX 7000s, servidores com Flash Interactive Seerver e Flash Media Encoder, interface de vídeo Pinacle, mesa de som de quatro canais, datashow, 2 caixas de som, projetor multimídia e aparelho de televisão LCD de 37 e uma MCU multiponto que possibilita a conexão com até 18 janelas simultâneas b) sala de edição, contendo uma ilha de edição Duo Core, 2.4 Ghz, 2 MB de memória RAM, rodando os softwares de edição e editoração de vídeo Adobe Premier Pro CS3 e de edição de som Sound Forge 9, e mesa de som de quatro canais, c) sala de distribuição de streaming. Permite-se até 200 usuários simultâneos que podem estar localmente no pólo ou remotamente em qualquer outra região geográfica. O incremento nesta taxa representa dificuldades na transmissão em função da banda local e externa, comprometendo as atividades em função de ruídos causados na transmissão. Figura 3. Arquitetura de videoconferência, streaming webconferência 5

Ao fazer uso da videoconferência na UFOP, a imagem e o áudio do usuário são enviadas para a sala de edição de áudio e vídeo para editoração dos conteúdos e disponibilizar como material pedagógico, ou enviados pela rede a partir de um link dedicado de 10 MB para que os pólos conectados possam interagir nas atividades. Neste caso, a conexão ocorre entre os sistemas de videoconferência no modelo 1 para muitos, isto é, uma única janela fica ativa e os demais recebem os sinal de áudio e vídeo em broadcasting. Com isto, a restrição imposta pela distância geográfica não impede a troca de informações e relacionamentos entre o professor/tutor/aluno/pólo. Figura 4. Uso da arquitetura de videoconferência e streaming em situação de ensino Outra forma de distribuição de conteúdos permitida pela arquitetura é codificação e a distribuição da videoconferência por streaming, definindo um espaço de interação na forma de Webcast em que é possível transmissão de áudio e vídeo a partir do ponto de distribuição e recepção em vários pontos, figura 4, incluindo sessões de chat e email. Este recurso torna-se interessante uma vez que é disponibilizado como ferramenta para as atividades de tutoria, aulas, trabalho em grupos ou individuais. A partir desta dinâmica as videoconferências têm seu acesso pela comunidade, porém o sistema possui a capacidade de restringir alunos matriculados regularmente nos cursos. Outro recurso que está sendo utilizado é o Adobe Connect (Figura 5). É uma ferramenta que complementa a arquitetura de videoconferência e streaming oferecendo um conjunto de recursos para interação e colaboração. O Adobe Connect é um software para webconferência que permite colaboração, transmissão voz e imagem de usuários conectados, interação par-a-par ou em grupo, visualizar recursos em áudio, vídeo, texto, apresentação de conteúdos multimídia presentes no computador ou outro 6

repositório, inclusive na Web. Portanto, trata-se de uma software utilizado para potencializar a interação entre conteúdos, pessoas, feedback das atividades, e está sendo utilizado para estabelecer engajamento e motivação no aprendizado, pois considera-se que estamos trabalhando no sistema UAB com: (a) alunos que são completamente dependentes dos professores para motivá-los; (b) alunos que são engajados, mas necessitam de auxílio para entendimento do que está sendo solicitado e reforço motivacional do professor, (c) alunos que operam com independência e competências nas atividades e (d) alunos que são totalmente independentes e direcionam seu próprio processo de aprendizagem. Figura 5. Uso do software Connect em situação de ensino 6. Modelo de interação e colaboração para atividades em EAD A partir das considerações de Masetto (Masetto 2003b, p.143) das questões relacionadas ao ato de aprendizagem do aluno, e de Hrastinski [HRASTINSKI, 2007] com relação às características dos recursos síncronos e assíncronos envolvendo cognição e socialização, propomos um modelo hierarquizado de interação e colaboração fazendo uso dos recursos de webconferência, videoconferência e da plataforma Moodle para atividades em EAD. Este modelo é composto de três fases contendo objetivos instrucionais e integrando tecnologia, a saber: Fase 1) Objetivos: Formação de professores e tutores para uso de tecnologias e novas abordagens instrucionais. Nesta etapa são feitas reuniões para estabelecer como deverá ser o procedimento de interação e colaboração a ser adotado, as estratégias, as abordagens metodológicas, os conteúdos, as competências e habilidades necessárias para uso dos recursos tecnológicos digitais de informação e comunicação em uma dada 7

disciplina. Esta etapa é útil para estabelecer a socialização quanto criar uma rede colaborativa de aprendizagem através da interação professor-tutor-conteúdo-tecnlogia e IFES-Pólo. Fase 2 ) Objetivos: Disponibilizar conteúdos através da plataforma Moodle e oferecer os primeiros recursos interativos síncronos e assíncronos como chat, email, fórum, diário e wiki. A finalidade é o aluno ter os primeiros contatos com o material e uso adequado de recursos tecnológicos. Explora-se mais o processo cognitivo do aluno para entendimento e reflexão dos conteúdos. Ocorrem os primeiro contatos sociais a partir do envio de email e postagem de opiniões. É nesta fase que aparecem as diferenças culturais impostas pela aprendizagem face-a-face, o que resulta em diferenças no nível de dependência do aluno ao professor e tutor, o que resulta na busca de estratégias motivadoras e instruções centradas no aluno. Compreendem as interações envolvendo professor-aluno-tutor-tecnlogia-comunidade além daquele entre Pólos-IFES Fase 3) Objetivos: Nesta fase se faz uso dos recursos multimídia, da Web, de softwares, simuladores e do Connect para estimular tanto a fase cognitiva quanto a de socialização. Com o apoio das ferramentas de vídeo e áudio em ambiente desktop quanto de colaboração, a interação pode ser maximizada com o uso de estratégias adequadas para estimular o senso de presença, a motivação, os significados, a reflexão. Algumas técnicas podem ser utilizada como aquelas descritas por Dooley [DOOLEY, 2005]: Técnica Resposta Minuto (The Paper) Pontos Críticos (Muddiest Point) Sentença Síntese (One- Sentence Summary) em Minute Objetivo È uma técnica utilizada para proporcionar retorno sobre pontos abordados. Ela é feita com base em questões curtas e repostas dos alunos no prazo de um minuto. Por exemplo, no final de uma videoconferência, o professor pergunta aos alunos: O que foi mais importante durante a sessão? Que dúvidas permanecem? Os estudantes têm um minuto para escrever suas respostas, as quais são utilizadas pelo professor para rever as informações e adicionar novos conteúdos. Esta técnica tem por objetivo identificar dúvidas antes de apresentar novos conteúdos. O propósito da técnica e avaliar o quão bem os estudantes sintetizam um determinado assunto. O professor seleciona um determinado conceito e pergunta aos estudantes para descrever pontos chaves. 8

Cartão Aplicações (Application Cards) Analogias Aproximadas (Approximate Analogies) de Relatórios Semanais Matrix de Características (Defining Features Matrix) A técnica pode ser utilizada para avaliar o conhecimento dos alunos sobre uma aplicação prática de um determinado tópico. O professor especifica um determinado assunto e requisita aos alunos a escrita de uma aplicação do mundo real na parte inferior da carta. As cartas são embaralhadas e passadas à classe para discussão. Isto pode ser utilizado para o compartilhamento de idéias. Utilizada para permitir ao professor determinar se os estudantes entenderam as relações entre idéias e conceitos. Relatórios semanais fornecem feedback rápido sobre o que os alunos estão aprendendo e suas dificuldades conceituais. Esta técnica é utilizada para definir conceitos próximos ou similares. È empregada para: Identificar dois conceitos que tenham diversas similaridades; Listar características importantes entre dois conceitos; Gerar uma matrix de conceitos. Estas estratégias podem ser adotadas pelo professor/tutor envolvendo tanto os alunos como a comunidade, como a família, amigos e pessoas experientes. A presença da comunidade pode influenciar no aprendizado em função da socialização para o desenvolvimento de tarefas, como novas formas de aprendizado, idéias, conceitos e soluções que possam ajudar os alunos em seu processo de aquisição de conhecimento. Compreendem as interações envolvendo professor-aluno-tutortecnlogia-comunidade além daquelas entre Pólo-IFES-Comunidade. Fase 4) Objetivo: Uso de videoconferência e webconferência para discussões mais elaboradas após o envolvimento interativo da fase 2. Percebe-se que a videoconferência representa um momento de socialização entre professores, alunos, tutores e o pólo. Contudo, as restrições impostas pelo tempo e pela quantidade de usuários conectados a partir dos vários pontos de recepção pode tornar a estratégia um estímulo para atividades passivas, não permitindo um aprimoramento de atividades que envolvam a cognição dos alunos. Portanto, julgamos interessante o uso de videoconferência para situações em que previamente seja maximizado o entendimento dos conteúdos a serem tratados, possibilitando melhor aproveitamento do tempo para questões mais elaboradas, discussões, apresentações como elemento complementar e de valor ao que está sendo estudado, quanto incrementar o nível de socialização. Neste caso, as interações envolvem professor-aluno-tutor-tecnlogia-comunidade além daquele entre Pólo-IFES, Pólo-Pólo. Fase 5) Objetivos: Nesta etapa, professores, alunos e tutores avaliam as abordagens e 9

metodologias utilizadas. O resultado serve para realimentar o processo, corrigir possíveis desvios e propor novos métodos. 6. Considerações O uso adequado das ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona associado às estratégias de ensino-aprendizagem pode engajar os alunos da modalidade a distância para atividades interativas e colaborativas, estimulando a prática da cognição, reflexão, discussão, atenção, percepção, participação e socialização. Para isto, é necessário que professores e tutores estejam aptos não só fazer uso de tecnologias, mas integrá-las em métodos que representem efetiva atividade de formação. 7. Referências CAMPOS, F.C. A et all. Cooperação e aprendizagem on-line. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. DIMITRACOPOULOU, A. Designing Collaborative Learning Systems: Current Trends & Future Research Agenda. In Proceedings of th 2005 conference on Computer support for collaborative learning: learning 2005: the next 10 years! ACM Communication, 2005. DOOLEY, K. et all. Advanced Methods in Distance Education: Applications and Practice for Educators, Administrators and Learners. England - INFOSCI, 2002. HRASTINSKI, S. The potential of synchronous communication to enhance participation in online discussions. In Proceedings of the 28 th international conference on information system. Montreal, 2007. MASETTO, M.T.; BEHRENS, M.A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 7.ed, Campinas: Papirus, 2003, p.133-173. MOORE, M. & KEARSLEY, G. Educação a Distância Uma Visão Integrada. In: Edição Especial ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância). São Paulo : Thonson Learning, 2007. 10