INCLUSÃO DIGITAL UM DESAFIO PARA O BRASIL



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Transcrição:

INCLUSÃO DIGITAL UM DESAFIO PARA O BRASIL Luciano Galdino de Melo Rezende Rua A20 N.215 Ap401 T-2 Condomínio Park dos Alpes - CEP 74313-210 Goiânia GO - Brasil lugaldino@gmail.com Resumo. A democratização do acesso às tecnologias da Informação é uma forma de permitir a inserção de todos na sociedade da informação, essa é uma definição dada ao termo Inclusão Digital, porem a realidade é que efetivamente pouco é feito para que se atinja o seu principal publico que são as pessoas de baixa renda ou que mais necessitam, e que estão a margem da tecnologias que existem atualmente. Para isso as instituições públicas e privadas têm que contribuir efetivamente na inclusão digital por meios de ações sociais que objetivem integrar a tecnologia com a comunidade por meio de recursos já existentes. É necessário reavaliar as ações adotadas, e suas contribuições para uma democratização necessária e urgente no que se refere à inclusão digital. Summary. The democratization of access to information technologies is a way to allow the inclusion of all in the information society, this is a definition given to the term Digital Inclusion, however the reality is that, actually little has done to achieve its main audience that are people with low income or who need it most, and that are in the margin of the technologies that currently exist. For this, public and private institutions have to contribute effectively in the digital inclusion by means of social actions that aim to integrate technology with the community through already existing resources. It is necessary to reevaluate the actions taken, and its contributions to a needed and urgent democratization in relation to digital inclusion

1. Introdução A inclusão digital não se resume à disponibilizar computadores paras pessoas, mas capacitá-las para utilização eficaz dos recursos tecnológicos possíveis. Para que exista uma inclusão digital não basta ter acesso a computadores conectados à internet. É extremamente necessário que estar preparados para utilização das maquinas, não somente em informática, mas com uma preparação que proporcione a utilização plena de seus recursos. O acesso às tecnologias da informação e da comunicação, que também são chamados de inclusão digital, está inteiramente relacionado, no mundo atual, aos direitos fundamentais à informação e à liberdade de opinião e expressão. A exclusão digital é também considerada uma das muitas formas de manifestação da exclusão social. Não é um acontecimento isolado ou que possa ser compreendido separadamente, pois se trata de mais um resultado das diferenças já existentes na distribuição de poder e de renda. Num momento em que empresas e governos migram informações e serviços para os meios eletrônicos, o excluído digital passa a ter dificuldade de conhecer e de exercer seus direitos de cidadão. È comum ver empresas e o governo falando em democratização do acesso e inclusão digital, porem não existe critérios e nem sempre a atenção necessária para que se tenha os efeitos desejados. E necessário colocar em pratica aquilo que esta na moda falar inclusão digital, pois falar é fácil, o que realmente deve e pode ser feito é que essa chamada inclusão digital ou social chegue efetivamente a quem precisa, pois não podemos nos prender a conceitos pré existentes como: o Brasil é um pais com desigualdade social sim, essa desigualdade existe, porem isso não nos condena a uma eterna divisão entre aqueles que tem acesso, e os que não tem. As empresas tem um papel extraordinário na modernização das tecnologias da informação e da comunicação em ferramenta de inclusão social. Elas podem contribuir para o desenvolvimento de ações complementares à política pública, auxiliando as comunidades a se desenvolverem, a gerarem renda e a ganharem autonomia. Vivemos em um País onde os principais bancos brasileiros têm sistema de automatização de ponta há mais de 20 anos. Hoje em dia quase todos sabem usar um caixa eletrônico e são brasileiras as maiores experiências do mundo em eleição eletrônica e em declaração do imposto de renda via Internet. Quanto mais o governo adota os meios eletrônicos para se comunicar com os cidadãos e proporcionar seus serviços, mais se justificam as políticas de inclusão digital. 2. Inclusão Digital no Brasil

Podemos considerar a inclusão Digital como uma democratização das tecnologias, ou seja, que realmente chegue a todas as pessoas, não somente às pessoas com poder aquisitivo. Pode se dizer que incluir uma pessoa digitalmente não é apenas introduzir o conhecimento em informática, mas sim fazer com que esse conhecimento seja de certa forma útil para melhorar de alguma forma a sua vida, não somente profissional. Conforme reportagem publicada no Jornal Grande Bahia entre 156 países, o Brasil ocupa a 72ª posição no Índice Integrado de Telefonia, Internet e Celular (Itic) de Inclusão Digital. Pela primeira vez, o indicador mostra que 51,25% da população brasileira têm acesso ao computador, à internet, ao celular e ao telefone fixo, segundo cálculos da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Fundação Telefônica/Vivo, com base em dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Gallup. De acordo com a pesquisa, a média mundial de acesso à conectividade é 49,1%. O país com maior indicador é a Suécia (95,8%), seguido pela Islândia e Cingapura, empatadas com 95,5%. Nas últimas colocações da lista, estão a Etiópia (8,25%), República Centro-Africana (5,5%) e Burundi (5,75%), todos no Continente Africano. Vendo a estatística por outro lado, praticamente metade da população ainda está excluída do uso de algum tipo de tecnologia da informação. Para Rodrigo Baggio, presidente do Centro de Democratização da Informática (CDI), uma ONG que se dedica a projetos de inclusão digital, o índice brasileiro é o resultado de ações simultâneas, mas que pouco se relacionam com as políticas governamentais. Primeiro está a atuação de ONGs, que criaram a demanda por inclusão. Depois vem o mercado, com a diminuição do preço dos computadores e facilidades de financiamento. E, por fim, as lan houses, que tiveram, e ainda têm, um papel importante na disseminação de tecnologia para determinada parte da população, diz. No Brasil, 70% da população das classes D e E acessa a internet em lan houses. As classes D e E, ou seja, famílias que têm uma renda mensal de até 1.200 reais correspondem a 63 milhões de pessoas atualmente no Brasil, conforme o IBGE. As iniciativas do governo ainda precisam gerar mais impacto. A maioria das ações está focada em comprar computador e conectar a internet, completa. Os especialistas alertam que o país deve prestar atenção aos celulares. Eles são um dos principais responsáveis pelo índice de inclusão digital no Brasil passar da metade. Se forem deixados de lado, a porcentagem brasileira cai de 51% para 39%. O principal motivo da exclusão é a falta de interesse (33%) e o segundo é a incapacidade de usar a internet (31%), ambos decorrentes dos problemas educacionais vigentes. Um dos indicadores do desenvolvimento da rede mundial em cada país é o número de hosts, computadores que hospedam conteúdo de Internet. De acordo com dados da empresa Network Wizards, o Brasil ocupava o 4.º lugar, em 2011, entre os países com o maior número de hosts.

Evolução da posição do numero de Hosts do Brasil em relação ao mundo Fonte: Network Wizards 3. Principais desafios. A constante revolução tecnológica vem despertando a necessidade de melhorar a qualidade de vida da sociedade seja no aspecto pessoa, social e profissional. Com isso torna se indispensável adotar metodologias de aprendizagem para que a sociedade que vive a margem dessa tecnologia consiga usufruir dos seus benefícios de maneira adequada. Na era da modernização tecnológica, torna-se necessário à obrigação de ampliar a todos o devido conhecimento. A sociedade precisa ter acesso aos recursos disponíveis, e a inclusão digital torna isso possível. Para que a inclusão digital possa acontecer inicialmente é necessário um computador, e um acesso a rede, sendo que é imprescindível saber o que fazer com as ferramentas disponíveis, em todos os itens é fundamental a participação do governo e das empresas para contribuir para que realmente exista a inclusão. Dentre os muitos entraves à inclusão digital no Brasil, alguns dizem respeito a problemas mais fundamentais que levam a outras formas de exclusão social, como a má distribuição de renda e a baixa taxa de escolaridade. O acesso à Internet, um dos prérequisitos para a inclusão digital, depende da disponibilidade de computadores e de telefonia. Nos dois casos, um dos principais desafios está no preço.

Além do acesso físico à infra-estrutura, necessitam ser vencidas as barreiras da informação. O incluído digital precisa estar capacitado para usar a tecnologia e ter um grau de educação, no sentido amplo, que permita aplicá-la de forma efetiva. A UIT é a Agência do Sistema das Nações Unidas dedicada a temas relacionados às Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), tem ainda por objetivo Conectar o Mundo por meio da mobilização de recursos humanos, técnicos e financeiros necessários ao alcance das metas de conectividade estabelecidas no marco da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação (CMSI) e das Iniciativas Regionais. Desta forma, a UIT está comprometida em apoiar o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em 2015 e fomentar a redução da brecha digital em todo mundo. Nos últimos anos, a UIT esteve envolvida em importantes projetos e ações de apoio à integração das comunidades indígenas, de crianças e jovens brasileiros na Sociedade da Informação e projetos de cooperação com o Brasil no marco do Ministério das Comunicações e da Anatel, sempre com vistas ao desenvolvimento das telecomunicações no Brasil. ONU BRASIL (2012) 4. Contribuição das empresas As empresas têm um papel importante na modificação das tecnologias da informação e da comunicação em ferramenta de inclusão social. Elas podem contribuir para o desenvolvimento de ações complementares à política pública, auxiliando as comunidades a se desenvolverem, a gerarem renda e a ganharem autonomia. Varias são as formas que as empresas podem cooperar, entre elas estão: a doação de computadores, o estímulo ao voluntariado corporativo, o patrocínio de incremento de tecnologias de inclusão digital, a promoção da capacitação tecnológica de professores de escolas públicas, o financiamento de computadores e acesso à Internet em escolas públicas e o apoio a centros comunitários e a escolas de informática, que podem ser instaladas tanto na própria empresa quanto nas comunidades onde estão sediadas. 4.1. Doações de máquinas e equipamentos Normalmente a duração do ciclo de substituição varia, podem ser dois ou três anos, às vezes mais, mas, quando as empresas trocam seu parque de computadores, surge uma boa oportunidade de auxiliar na inclusão digital. As companhias podem liderar ou participar de campanhas de doação de micros e outros equipamentos para escolas ou centros comunitários de informática. Além disso, podem incentivar seus funcionários a também fazer parte dessas campanhas.

4.2. Realização de treinamentos e apoio a comunidade A empresa que conta com colaboradores incluídos consegue se compartilhar com a equipe de forma mais eficiente e mais barata e pode tirar maior proveito de seus investimentos em tecnologia. E estas vantagens também se refletem na competitividade e na eficiência do próprio País. São vários os benefícios para as empresas que investem em inclusão digital interna, como melhores resultados na gestão da informação, qualificação da mão-de-obra, um acesso mais eficiente da informação pelos funcionários, elevação da qualidade do capital humano e social. Além de oferecer acesso e treinamento aos seus funcionários, as empresas também podem apoiar a inclusão digital de uma comunidade. Ações deste tipo auxiliam o desenvolvimento comunitário, aprimoram o capital social e humano, fortalecem a marca da empresa, impulsionam a diversidade, instigam o voluntariado corporativo, auxiliam a reter talentos e fortalecem os funcionários para encarar desafios, aumentando sua auto-estima. 4.3. Voluntariado A empresa pode envolver os funcionários num programa de voluntariado, para o ensino de informática ou a manutenção dos computadores. O programa de voluntariado pode ajudar a aproximar colaboradores de diferentes áreas dentro da companhia, além de estreitar os vínculos entre empresa e comunidade 5. Exemplos que deram certo 5.1. Projeto garagem digital Em parceria com as Associações, uma empresa no ramo de informática desenvolveu o Programa de inclusão digital Garagem Digital, que contribui para a formação de jovens de classes sociais menos privilegiadas, oferecendo recursos que os ajudam na integração social e no mercado de trabalho. A Empresa atua neste projeto somente como um patrocinador, vários de seus funcionários atuam como mentores e orientadores. O projeto proporciona uma visão mais ampla para os jovens que estão sendo privilegiados com a ação, com isso começam a ter uma perspectiva maior para o mercado de trabalho. 5.2. Criação de Telecentros Uma prefeitura no País criou Telecentros que são espaços públicos de acesso à Internet, que oferecem cursos e permitem também o uso livre dos computadores. Cada unidade possui de 10 a 20 micros. A primeira foi aberta em junho de 2008, num prédio abandonado. Desde agosto de 2008, todos os telecentros usam software livre, como o

sistema operacional GNU/Linux, o pacote de aplicativos Open Office, o browser Galeon e o software de ilustrações Gpaint. Tal atividade proporciona em locais onde antes o acesso a internet e o conhecimento em informática no geral eram uma realidade para poucos, pontos gratuitos para utilização dos equipamentos. 5.3. Incentivos a inclusão Digital O Prêmio ARede de Inclusão Digital, promovido pela revista ARede, por meio da Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Bit Social, tem por objetivo reconhecer e divulgar os melhores projetos que envolvam as tecnologias de informação e comunicação (TICs) para a inclusão social (internet, rádio, vídeo e meios multimídia). O prêmio pretende contemplar, anualmente, os melhores trabalhos desenvolvidos no Brasil, por iniciativa de empresas, diretamente ou por meio de fundações e institutos por elas mantidos; por organizações da sociedade civil, e pelo setor público (nos âmbitos federal, estadual e municipal). 6. Conclusão Podemos concluir que a inclusão digital não é apenas o acesso às tecnologias e a sua utilização. Ela esta inteiramente ligada à motivação e à capacidade para a utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) de forma crítica e empreendedora, superar os desafios, que incluem barreiras tais como má distribuição de renda, baixa taxa de escolaridade e limitação do próprio conhecimento. São necessárias estratégias inclusivas e ações que facilitam o acesso de pessoas de baixa renda às Tecnologias da Informação e Comunicação. A inclusão digital volta-se também para o desenvolvimento de tecnologias que aumentem a acessibilidade para usuários com deficiência. Alguns dos exemplos aqui mostrados provam que é possível cada um exercer sua função como cidadão, e que o governo tem sim o dever de atuar nessa mudança, porem a área privada pode e tem condições de fazer a sua parte com excelência. E é justamente ai que entra o papel da inclusão digital como indutor a inclusão social. Chico Science já dizia que os computadores fazem arte. Os especialistas acrescentam: também fazem cidadania.

7. Referências ARTIGO, Responsabilidade social com a visão da Inclusão Digital. 2009 ONU BRASIL. Disponível em: <http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/uit/> Acesso em: 02 ago. 2012 ARTIGO, Mapa da Inclusão Digital, FGV 2012 Jornal Grande Bahia Fonte: Redação do Jornal Grande Bahia <http://www.jornalgrandebahia.com.br/2012/08/inclusao-digital-avanca-no-brasilmesmo-sem-politicas-publicas-eficientes.html> Acesso em 08 ago.2012 O que as empresas podem fazer pela Inclusão Digital, Instituto ETHOS. 2004