Desenvolvimento da cultura do feijoeiro submetida a dois sistemas de manejo de irrigação e de cultivo

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Transcrição:

DOI: 10.4025/ctscigron.v31i3.621 Desenvolvimento d cultur do feijoeiro submetid dois sistems de mnejo de irrigção e de cultivo Luiz Crlos Pvni 1, Adrino d Silv Lopes 2* e Gener Tdeu Pereir 3 1 Deprtmento de Engenhri Rurl, Fculdde de Ciêncis Agráris e Veterináris, Universidde Estdul Pulist Júlio de Mesquit Filho, Jboticbl, São Pulo, Brsil. 2 Universidde Estdul de Mto Grosso do Sul, Rod. Aquidun/CERA, km 12, 79200-000, Aquidun, Mto Grosso do Sul, Brsil. 3 Deprtmento de Ciêncis Exts, Fculdde de Ciêncis Agráris e Veterináris, Universidde Estdul Pulist Júlio de Mesquit Filho, Jboticbl, São Pulo, Brsil. *Autor pr correspondênci. E-mil: lopes@uems.br Introdução RESUMO. A cultur do feijoeiro present elevd importânci no contexto grícol ncionl. Além de ser um cultur que tende às crcterístics d gricultur fmilir, tmbém é cultivd em áres extensivs com lt tecnologi. Pesquiss relcionds o desenvolvimento do feijoeiro frente às vrintes edfoclimátics regionis vêm ssumindo ppel de destque, principlmente por se trtr de um plnt sensível tnto o déficit qunto o excesso hídrico. O objetivo deste trblho foi vlir cultur do feijoeiro de inverno submetid dois métodos de mnejo de irrigção, em pivô centrl, um vi solo por meio de tensiômetros, outro vi clim por meio do tnque Clsse A, em dois sistems de plntio, convencionl e direto, no primeiro no. Form vlidos o índice de áre folir (IAF), mss sec totl (MS) de plnts e vrição do potencil mátrico de águ no solo. Concluiu-se que os mnejos de irrigção e os sistems de plntio não resultrm em diferençs no IAF e nem no cúmulo de mtéri sec totl o longo do ciclo d cultur; o mnejo d irrigção por tensiometri crretou mior vrição no potencil mátrico de águ no solo do que o método vi clim por meio do tnque Clsse A. Plvrs-chve: Phseolus vulgris, potencil mátrico, tnque Clsse A, tensiômetro. ABSTRACT. Growth of dry ben crop submitted to two wter mngement nd tillge systems. The dry ben hs gret importnce to Brzilin griculture. In ddition to being crop tht meets the chrcteristics of fmily griculture, it is lso cultivted in extensive res using high technology. Reserch relted to the behvior nd development of the ben crop in reltion to regionl soil nd climtic vrints hve ssumed prominent role, especilly becuse it is plnt tht is sensitive both to the lck nd excess of wter in the soil. The objective of this reserch ws to compre two methods of mngement of center pivot irrigtion: ) soil sensor (tensiometry) nd b) simplified climtologicl wter blnce Clss A pn; in conventionl nd no-tillge systems of soil cultivte (first yer), on the irrigted dry ben winter crop growing under center pivot in succession to the corn crop in Oxisol soil. The lef re index (IAF), dry mtter plnt production nd vrition of the soil mtrix potentil were evluted. It ws concluded tht both irrigtion mngements nd tillge systems did not result in differences in IAF, nor in dry mtter ccumultion long the crop cycle; the tensiometry method brought on lrger vrition in the soil mtrix potentil thn the Clss A simplified climtologicl method. Key words: Phseolus vulgris, mtrix potentil, Clss A pn, tensiometer. Os spectos relciondos o fornecimento dequdo de águ às plnts vêm ssumindo grnde prte ds preocupções dos gricultores irrigntes. O mnejo dequdo d irrigção tem su importânci relciond os custos de energi elétric, bem como à conservção do solo e d águ. Dinte disso, plicção de águ, n quntidde requerid pels culturs e no momento proprido, torn-se de fundmentl importânci dentro do contexto desses recursos nturis. Existe um consenso de que o estresse hídrico n plnt pode cusr dnos econômicos severos o gricultor e, mesmo em condições de irrigção, plicção d águ no momento certo e n quntidde proprid tem sido ftor de estudos pelos pesquisdores, porém ind pouco utilizdo pelos gricultores irrigntes; ou sej, mesmo dispondo de modernos equipmentos de irrigção, flt de critérios pr su utilizção vem constituindo-se como principl ftor limitnte pr o pleno sucesso d gricultur irrigd. Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 31, n. 3, p. 453-459, 2009

454 Pvni et l. A deficiênci hídric tu n miori dos processos fisiológicos e morfológicos ds plnts, e seus dnos econômicos resultntes dependem d durção, intensidde, frequênci e époc em que ocorrem (GUIMARÃES et l., 1996). O feijoeiro de inverno é um cultur de grnde importânci socioeconômic, principlmente no Estdo de São Pulo, com produtividde correspondente o dobro ds sfrs ds águs e d sec (RAPASSI et l., 2003). Em solos de cerrdo, Teixeir et l. (2008) tmbém concluírm que, comprtivmente às sfrs ds águs e d sec, de inverno destcou-se como mis produtiv. N miori ds regiões produtors, o problem d bix produtividde tem s sus cuss, entre outros ftores, n tecnologi rudimentr utilizd e ns vrições climátics, principlmente deficiênci hídric (PESSOA et l., 1996), qundo ocorre n fse vegettiv (STONE; MOREIRA, 2001), em função d redução d áre ssimiltóri que tingirá fse de enchimento de grãos (GUIMARÃES et l., 1996). Prticulrmente em regiões em que durnte um prte do no s condições de tempertur e de rdição solr são suficientes pr produção de culturs grícols, ms existe um déficit hídrico importnte, como ns regiões Norte, Nordeste e Noroeste do Estdo de São Pulo, doção de técnics conjugds de plntio direto e de irrigção tem-se mostrdo promissor, sob o ponto de vist de melhor explorr terr e os insumos e tmbém sob o specto conservcionist. N região Centrl do Brsil, semedur diret do feijoeiro irrigdo por spersão, n restev d cultur nterior, vem tendo ceitção cd vez mior por ser um lterntiv de mnejo correto e sustentável de sistems grícols intensivos (STONE; SILVEIRA, 1999). Pel utilizção do sistem plntio direto com sucessão de culturs em áres que erm trdicionlmente cultivds no sistem convencionl, esper-se que ocorrm, o longo do tempo, mudnçs no microclim do sistem solo-plnt, principlmente pel mnutenção, por um período mior, d cobertur vegetl mort d cultur remnescente sobre o solo. Isso reflete em mudnçs fisiológics e morfológics ns culturs e fvorece conservção qulittiv e quntittiv d cmd superficil do solo e do rmzenmento de águ n zon rdiculr ds culturs, mntendo, por mis tempo, condições de conforto hídrico e térmico fvoráveis o desenvolvimento e crescimento ds plnts. Com bse no exposto, o objetivo deste trblho foi vlir o desenvolvimento d cultur do feijoeiro, qundo cultivd em sistems de plntio direto e convencionl e submetid dois métodos de mnejo d irrigção (tensiometri e tnque Clsse A ). Mteril e métodos Locl, clim e solo A áre experimentl onde o experimento foi conduzido situ-se no município de Jboticbl, Estdo de São Pulo, em locl com s seguintes coordends geográfics proximds: 21 o 14 de Ltitude Sul, 48 o 17 de Longitude Oeste e ltitude médi de 615 m. As normis climtológics do município, como vlores médios nuis do período de 1971 2000, são: 1.424,6 mm de chuv, 94 hp de pressão tmosféric, 28,9; 16,8 e 22,2 o C de temperturs máxims, mínim e médi do r, respectivmente, 70,8% de umidde reltiv do r, insolção totl de 2.585,8h e um totl de 117,5 dis com chuv 1. O solo d áre foi clssificdo como Ltossolo Roxo eutroférrico típico, correspondendo o Ltossolo Vermelho eutroférrico, conforme clssificção d Embrp (1999). Instlção e condução d cultur Utilizou-se o feijoeiro comum (Phseolus vulgris L.), cultivr IAC-Crioc, que foi semedo n áre sob pivô centrl, onde ocorreu o prepro do solo n áre sob plntio convencionl e plicção de herbicid glyphoste (6,0 L h -1 do p.c.) no plntio direto, sendo relizd semedur em 8/6/2002. A dubção de semedur consistiu de 214 kg h -1 d formulção 10-20-20, bsed n nálise químic do solo, e dubção de cobertur foi relizd os 15 dis pós emergênci (), plicndo-se 70 kg h -1 de nitrogênio n form de nitrto de mônio. Form plicdos inseticids pr o controle preventivo d mosc-brnc (Bemisi tbci), pr o controle d mosc-mindor (Liriomyz sp.), lgrt-elsmo (Elsmoplpus lignosellus) e vquinh (Dibrotic specios). Tmbém foi plicdo, os 25, herbicid seletivo pr cultur do feijoeiro, à bse de fomesfen. O espçmento utilizdo foi de 0,45 m entre linhs, sendo semeds 18 sementes por metro. Sistem de irrigção, delinemento experimentl e trtmentos empregdos O experimento foi conduzido em sistem de irrigção por spersão do tipo pivô centrl, cujo equipmento brnge um áre proximd de 3,3 h; 1 Fonte: <www.fcv.unesp.br/deprtmentos/ciencisexts/crct/estco/estno rml.htm>. Acesso em: 10 fev. 2005. Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 31, n. 3, p. 453-459, 2009

Desenvolvimento d cultur do feijoeiro 455 vzão do sistem, uniformidde de plicção e de distribuição de águ e lâmin médi plicd form vlidos ntes d instlção ds prcels experimentis ns velociddes de rotção de 20, 50 e 100%. O delinemento experimentl utilizdo foi semelhnte o de blocos csulizdos, em esquem ftoril 2 x 2, composto por três blocos, com três replicções dentro de cd trtmento em cd bloco, e os resultdos form nlisdos pel comprção ds médis por meio do teste de Tukey, 5% de probbilidde, bem como em nálises de regressão. A áre circulr brngid pelo pivô foi dividid em oito prtes, e cd octnte correspondeu um sistem de plntio, direto (PD) ou convencionl (PC), juntmente com um método de mnejo d irrigção, tensiometri (Tens) ou tnque Clsse A (TCA), conforme o esquem d Figur 1. de irrigr, enqunto o de 0,30 m o de controle d profundidde d lâmin plicd. Ns prcels de TCA, tmbém form instldos tensiômetros às mesms profundiddes pr compnhmento dos potenciis mátricos no solo em função desse mnejo. O momento de se proceder à irrigção foi definido qundo o tensiômetro de decisão cusou vlores de tensão d águ no solo iguis ou miores que 40 kp (SILVEIRA; STONE, 2001). A lâmin líquid, ou Águ Fcilmente disponível (AFD), de referênci pr os dois sistems de mnejo de irrigção foi clculd em função d relção entre tensão d águ no solo e umidde volumétric médi n cmd de 0 0,40 m (profundidde efetiv do sistem rdiculr, segundo Wutke et l. (2000), pr tensão de 40 kp (AFD = 18,6 mm)). A lâmin de irrigção, ou águ disponível, consumid té o di d irrigção (ADCi (Tens) ), em mm, foi clculd conforme Expressão 1. ADCi Tens ( ) ( θcc θi) 1000 Z = (1) em que: θcc umidde do solo n cpcidde de cmpo (m 3 m -3 ) correspondente à tensão de 10 kp; θi umidde tul do solo no momento d irrigção (m 3 m -3 ); Z profundidde efetiv do sistem rdiculr d cultur. A plicção do mnejo pelo tnque Clsse A considerou o blnço em 24h entre evpotrnspirção d cultur (ETc), segundo Allen et l. (1998), e chuv totl coletd em um pluviômetro tipo Ville de Pris. Assim, o cálculo d lâmin líquid rel ou ADCi (TCA) foi obtido de cordo com Expressão 2. Figur 1. Esquem gerl d áre experimentl, em que cd bloco encontr-se n áre entre s cots (m) ds curvs de nível (sem escl). N áre de PC, form relizds dus grdgens com grde rdor e um com grde niveldor pr o destorromento e incorporção de herbicid préplntio (triflurlin); n áre de PD, foi plicdo herbicid dessecnte ntes d semedur. Cd prcel experimentl constou de cinco linhs por 5 m de comprimento, resultndo em um áre de 2,25 m 2. Ns prcels em que o mnejo d irrigção foi efetudo com tensiômetros, foi colocdo, n prte centrl de cd um dels, um conjunto com dois tensiômetros, um instldo 0,15 m e outro 0,30 m de profundidde (SILVEIRA; STONE, 2001). O tensiômetro de 0,15 m foi o de decisão do momento ADCi ( TCA ) ( ETc P ) (2) Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 31, n. 3, p. 453-459, 2009 = tj ti em que: ADCi (TCA) AFD (18,6 mm); (tj-ti) durção do intervlo, em dis, entre dus irrigções. A ETc (mm di -1 ) foi estimd de cordo com metodologi presentd em Doorenbos e Pruitt (1976), pel Expressão 3. ETc = ECA Kp Kc (3) em que: ECA evporção medid no tnque Clsse A (mm di -1 );

456 Pvni et l. Kp o coeficiente de tnque (dimensionl) e Kc o coeficiente de cultur simplificdo (dimensionl) estimdo dirimente pr cultur do feijoeiro (ALLEN et l., 1998). Os vlores de Kc corresponderm 0,4; 1,15 e 0,35, pr s fses de desenvolvimento inicil (Kc i ), florção e enchimento de vgens (Kc m ) e mturção (Kc f ), respectivmente. Durnte fse inicil, o Kc foi sendo incrementdo té tingir o vlor de 1,15, os 40 ; pr isso, obteve-se diferenç entre o Kc m e o Kc i, e o resultdo foi dividido pelo número de dis, cujo vlor foi sendo diciondo o vlor do di nterior. O mesmo procedimento foi utilizdo pr o Kc f, dos 69 os 98, sendo, entretnto, o resultdo d diferenç entre Kc m e Kc f dividido pelo número de dis e subtrído do vlor do di nterior. Form vlidos os seguintes prâmetros: índice de áre folir (IAF), mss sec totl de plnt e vrição do potencil mátrico do solo. O IAF foi vlido semnlmente em cd prcel, prtir dos 20 té 89, relizndo-se dus mostrgens por prcel, de form não-destrutiv, com o prelho LAI-2000 d Li-Cor (LI-COR, 1992). Form relizds 36 estimtivs de IAF por trtmento (em cd mostrgem). A mss sec totl de plnts foi vlid semnlmente (dos 27 os 90 ). Form relizds mostrgens de plnts no di posterior o d estimtiv do IAF, e consistirm n retird de três plnts por prcel, sendo 27 plnts por trtmento, totlizndo 108 plnts por mostrgem semnl, que erm condicionds em scos de ppel e levds pr secgem em estuf com circulção de r, proximdmente, 70 o C por, no mínimo, 24h. Em seguid, form pesds em blnç com resolução de 1 g. A vrição do potencil mátrico do solo té profundidde Z, em cd condição, foi vlid por meio dos tensiômetros instldos n cmd de 0-0,40 m. Resultdos e discussão O desenvolvimento do IAF dos 20 os 89 dis pós emergênci ds plântuls (), pr cd trtmento, pode ser observdo nos gráficos d Figur 2. Houve bom juste entre e IAF (Tbel 1), cujos vlores de R se proximm d unidde. Pode-se observr que os miores vlores de IAF vrirm entre e 4,4 e ocorrerm entre 66 e 69 (período de enchimento de grãos); os trtmentos TCA presentrm esses índices em torno de dois dis ntes de Tens. Verific-se que não houve diferenç de IAF, em cd mostrgem, entre mnejo de irrigção (Figur 3) nem entre sistems de plntio (Figur 4). Tmbém não houve interção significtiv entre sistem de plntio e mnejo de irrigção. A áre folir d cultur é, em gerl, excelente indicdor d cpcidde fotossintétic d plnt, e su determinção é importnte pr os estudos de nutrição, competição e relções solo-águ-plnt (BENINCASA et l., 1976). Segundo Fncelli (1991) citdo por Vieir Júnior et l. (1998), um redução do índice de áre folir útil diminui áre fotossinteticmente tiv, com consequente redução n produção de fotossimildos. Índice de Áre áre Folir folir (m² 2 m -2 - ) ²) PC - Tens Índice de áre Áre folir Folir (m² 2 m -2 - ²) ) PD - Tens Índice de áre Áre folir Folir (m² 2 m - -2 ²) ) PC - TCA Índice de Áre áre folir Folir (m² 2 m -2 - ²) ) PD - TCA Figur 2. Índice de áre folir (m 2 m -2 ), entre 20 e 89, pr os trtmentos plntio convencionl e tensiometri (PC Tens), plntio direto e tensiometri (PD Tens), plntio convencionl e tnque Clsse A (PC TCA) e plntio direto e tnque Clsse A (PD TCA). Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 31, n. 3, p. 453-459, 2009

Desenvolvimento d cultur do feijoeiro 457 Tbel 1. Equção de juste do índice de áre folir (IAF) em função de dis pós emergênci (), coeficiente de juste (R 2 ), IAF máximo e époc de ocorrênci () do IAF máximo. IAF Époc Trtmentos Equção: IAF = ƒ () R 2 máximo () PC-Tens IAF=-00082 3 +11628 2-0,439303 +5,881940 0,96 68 PC-TCA IAF=-00059 3 +07300 2-0,190810 +2,123891 0,96 4,4 66 PD-Tens IAF=-00079 3 +11146 2-0,412874 +5,774452 0,97 4,4 69 PD-TCA IAF=-00045 3 +05814 2-0,172005 +2,445963 0,98 67 Neste trblho, verific-se que os mnejos de irrigção plicdos e os sistems de cultivo no primeiro no não fetrm cpcidde fotossintétic do feijoeiro (Figurs 3 e 4). Já Urchei et l. (2000) concluírm que o plntio direto umentou significtivmente o índice de áre folir n cultur do feijoeiro. Pr Oliveir e Silv (1990), o IAF do feijoeiro irrigdo chegou 3,73 m 2 m -2, vlor intermediário os vlores encontrdos neste trblho. Considerndo que existe correlção significtiv positiv entre cúmulo de mss sec n prte ére e n plnt tod com produção de grãos (URCHEI et l., 2000; SORATTO et l., 2006), menor mss de plnt pode produzir menor quntidde de fotossimildos, o que se pode trduzir em menor número de vgens produtivs por plnt, menor número de grãos por vgem, menor mss de grãos e, consequentemente, em menor produtividde (ARF et l., 2004; SORATTO et l., 2006), demonstrndo que plnts mis robusts, com mis rmificções e que produzem mior número de estruturs reprodutivs, crretm miores produtividdes de grãos. Índice de áre folir (m 2 m -2 ) PD PC 20 26 33 40 47 54 61 68 75 82 89 Figur 3. Índice de áre folir (IAF), entre 20 e 89, pr os trtmentos PC e PD. Letrs iguis sobre s brrs verticis indicm diferençs não-significtivs, n mesm époc, pelo teste de Tukey (p > 5). C.V. = 23,1%. Com relção à mss sec d plnt (Figur 5), verific-se que, prtir dos 76, os vlores permnecerm com pouc lterção, tingindo os máximos entre 76 e 90, correspondendo 24,15; 26,98; 25,97 e 27,61 g pl -1, pr PD-Tens, PD- TCA, PC-Tens e PC-TCA, respectivmente. Urchei et l. (2000), nlisndo o crescimento de dus cultivres de feijoeiro, concluírm, porém, que o sistem de plntio direto umentou produção totl de mtéri sec, qundo comprdo o sistem de plntio convencionl. Índice de re olir (m 2 m -2 ) Tens TCA 20 26 33 40 47 54 61 68 75 82 89 Figur 4. Índice de áre folir (IAF), entre 20 e 89, pr os trtmentos Tens e TCA. Letrs iguis sobre s brrs verticis indicm diferençs não-significtivs, n mesm époc, pelo teste de Tukey (p < 5). C.V. = 23,1%. Mss sec sotl d prte ére (g) 3 2 2 1 1 PC-Tens MS = 0,6181e 453 ; r 2 = 0,9573 PC-TCA MS = 0,6597e 461 ; r 2 = 0,9641 PD-TensMS = 0,7822e 422 ; r 2 = 0,9483 PD-TCA MS = 0,6635e 446 ; r 2 = 0,9354 20 30 40 50 60 70 80 90 Figur 5. Mss sec totl (grms plnt -1 ), entre os 27 e 90, pr todos os trtmentos. PC plntio convencionl; PD plntio direto; Tens tensiometri; TCA tnque Clsse A Como resultdo do mnejo de irrigção TCA, o solo foi mntido com vlores médios de potenciis mátricos mis elevdos e próximos o limite superior (cpcidde de cmpo) do que o Tens, n miori dos períodos nlisdos (Figur 6). Em termos médios (Tbel 2), os trtmentos TCA (PC e PD) produzirm vlores de potenciis mátricos miores do que os Tens (PC e PD), os quis, conjugdos com os vlores correspondentemente miores de umidde do solo obtidos ns respectivs curvs de retenção, produzirm miores vrições n quntidde de águ disponível. Procedendo-se à nálise dos vlores dos desviospdrão do potencil mátrico, ind n Tbel 2, verificse que médi dos desvios (pr o perfil do solo de 0-0,3 m), o longo do ciclo d cultur, foi sempre mior nos trtmentos Tens do que nos TCA. Isto evidenci miores mplitudes de vrição dos potenciis mátricos do solo no mnejo pelo Tens. Infere-se dess nálise que s plnts de feijoeiro que se desenvolverm com o mnejo de irrigção pelo Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 31, n. 3, p. 453-459, 2009

458 Pvni et l. TCA estiverm sujeits um mior conforto hídrico do que s plnts submetids o mnejo pelo Tens. Tbel 2. Vlores médios de potencil mátrico (Ψm, kp), o longo do ciclo d cultur (pr o perfil de solo de 0 0,3 m), com o respectivo desvio-pdrão, pr todos os trtmentos. PC-Tens PD-Tens PC-TCA PD-TCA Ψm -28,3-32,2-18,2-14,7 Desvio-pdrão 10,1 11,8 7,5 4,1 Potencil Mátrico (kp) - -1-1 -2-2 -3-3 -4-4 -5-5 -6-6 -7 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 Dis pós emergênci Ir.Tens. PD Ir.Tens. PC Ir.TCA Chuv Tens. PD15 Tens. PC15 TCA PD15 TCA PC15 Figur 6. Vrição do potencil mtricil de águ no solo, 0,15 m de profundidde e precipitção (irrigção e chuv) recebid pel cultur. Ir. irrigção; Tens. tensiometri; TCA tnque Clsse A ; PD plntio direto; PC plntio convencionl; 15 profundidde de 0,15 m. No entnto, o mior conforto hídrico no solo não se trduziu em mior desenvolvimento d áre folir nem em mior produção de mtéri sec; evidenci-se que, em função ds condições climátics médis ocorrids durnte o ciclo d cultur (tempertur, umidde reltiv, rdição solr e vento), foi possível às plnts d vriedde cultivd de feijoeiro tolerr s miores vrições de umidde e de potencil mátrico no solo, n zon rdiculr, promovids pelo mnejo com tensiômetros. Além disso, segundo Reichrdt e Timm (2004), quntidde de águ bsorvid do solo pels plnts não é somente função do seu potencil, ms, tmbém, d hbilidde ds rízes em bsorver águ do solo com que estão em contto, bem como ds proprieddes do solo no fornecimento e n trnsmissão dess águ às rízes, em um proporção que stisfç às exigêncis d trnspirção. Em virtude de deficiênci hídric, o feijoeiro present limitções no seu desenvolvimento (GOMES et l., 2000), fto que não conteceu em nenhum dos trtmentos empregdos. A importânci d bo disponibilidde hídric no solo pr o mior cúmulo de nutrientes n plnt foi evidencid por Pozzebon et l. (1996; 1997), pr N, P e K n prte ére, e por Pesso et l. (1996) e Silveir e Moreir (1990), pr doses de P em função de diferentes lâmins de irrigção. O efeito ds condições mbientis, notdmente s climtológics, n tolerânci mostrd pelo feijoeiro 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Chuv ou Irrigção (mm) nos trtmentos Tens, foi incorpordo os cálculos ds irrigções pelo método do TCA, um vez que este consider ETc que, estimd pelo método do tnque Clsse A, é presentd como um função d evpotrnspirção de referênci (ETo) e do coeficiente de tnque (Kp), os quis incorporm os efeitos do blnço de energi, do déficit de pressão de vpor, do vento, d umidde reltiv e d dvecção horizontl de clor (DOORENBOS; KASSAM, 1979; ALLEN et l., 1998). Tomndo como referencil o potencil mtricil de 40 kp no tensiômetro controle (0,15 m de profundidde) e profundidde efetiv de 0,30 m pr s condições edfoclimátics que prevlecerm durnte o ciclo d cultur, isso indic que o controle d irrigção mnteve, em médi, durnte mior prte do tempo, s condições hídrics preconizds pr o feijoeiro nos boletins d FAO (DOORENBOS; KASSAM, 1979; ALLEN et l., 1998). Conclusão No primeiro no de implntção do sistem plntio direto, em comprção com o sistem convencionl de cultivo do solo e de mnejo de irrigção, s principis conclusões form: - os sistems de cultivo do solo, plntio direto e convencionl e os sistems de mnejo de irrigção, tensiometri e tnque Clsse A não produzirm diferençs no índice de áre folir e n mss sec ds plnts d cultur do feijoeiro; - plicção do mnejo de irrigção por tensiometri resultou em mior vrição do potencil mátrico no solo, o longo do ciclo d cultur, do que no mnejo pelo tnque Clsse A. Referêncis ALLEN, R. G.; PEREIRA, L. S.; RAES, D.; SMITH, M. ETc single crop coefficient (Kc). In: ALLEN, R. G.; PEREIRA, L. S.; RAES, D.; SMITH, M. (Ed.). Crop evpotrnspirtion: guidelines for computing crop wter requirements. Rom: FAO, 1998. p. 103-134. (Irrigtion nd dringe, 56). ARF, O.; RODRIGUES, R. A. F.; SÁ, M. E.; BUZETTI, S.; NASCIMENTO, V. Mnejo do solo, águ e nitrogênio no cultivo de feijão. Pesquis Agropecuári Brsileir, v. 39, n. 2, p. 131-138, 2004. BENINCASA, M. M. P.; BENINCASA, M.; LATANZE, R. J.; JUNQUETTI, M. T. G. Método não-destrutivo pr estimtiv d áre folir de Phseolus vulgris L. (feijoeiro). Científic, v. 4, n. 1, p. 43-48, 1976. DOORENBOS, J.; KASSAM, A. H. Yield response to wter. Rom: FAO, 1979. (Irrigtion nd dringe, 33). Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 31, n. 3, p. 453-459, 2009

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