AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DE TRABALHO E SUAS IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA Lindalva de Freitas Silva (Universidade Superior de Línguas e Administração) UNISLA/IPortugal) proflfreitas@yahoo.com.br RESUMO Esse artigo expõe sobre a relação existente entre tecnologias, educação, trabalho, e suas implicações na prática pedagógica. A ressignificância dos valores e dos costumes formulados e desenvolvidos na Educação. O encurtamento das distâncias e a velocidade cada vez maior da ocorrência dos fatos implicam numa maior agilidade na tomada de decisão e na ação das pessoas. O computador é um instrumento novo, recém chegado nas redondezas da educação, e que pode ajudar o ensino a se tornar cada vez mais ensino: fornecer conhecimentos e informações, abrindo os caminhos do raciocínio. Com as Tecnologias da Informação e da Comunicação, consideramos que os professores dispõem de uma inovadora e relevante alternativa de melhoria da educação nesta nossa sociedade do século XXI e um ingrediente indispensável na sua (re) construção. É primordial uma reflexão tendo como eixo norteador o processo ensino aprendizagem passando pelo professor, pela formação do cidadão e pela diversidade do ser humano. PALAVRAS CHAVES: Tecnologia Educacional, Trabalho e Prática Pedagógica. ABSTRACT This article it displays on the existing relation between technologies, education, work, and its implications in practical the pedagogical one. The ressignificância of the values and the customs formulated and developed in the Education. The shortening of the distances and the speed each bigger time of the occurrence of the facts imply in a bigger agility in the taking of decision and the action of the people. The computer is a new instrument, just fond in the roundnesses of the education, and that it can help education if become each time more education: to supply to knowledge and information, opening the ways of the reasoning. With the Technologies of the Information and the Communication, we consider that the professors make use of an innovator and excellent alternative of improvement of the education in this our society of century XXI and an indispensable ingredient in its (reverse speed) construction. A reflection is primordial having as norteador axle the process teach learning passing for the professor, the formation of the citizen and the diversity of the human being. WORD KEY: Educational technology, Pedagogical and Practical Work and.
1. INTRODUÇÃO Hoje o valor principal já não está na combinação da terra, capital e trabalho, mas sim no nível de conhecimento que uma população dispõe e sua capacidade de transmitir e reconstruir conhecimento, o que traduz sua competência no manuseio do instrumental tecnológico moderno.(moraes, 1997) É inegável a influência das tecnologias da informação e da comunicação em nosso dia a dia, na prática profissional em geral e na pratica educacional em particular. A rapidez com que a tecnologia evolui e a complexidade desse avanço é realmente de difícil mensuração, pois ela transforma inteiramente vários processos e causa verdadeira revolução nas relações em nossa sociedade. Partimos do pressuposto de que ao pensarmos em educação, é preciso, primeiramente compreender que ela não se explica por si mesma, mas pelas transformações materiais que ocorrem na sociedade. Nesse sentido, a leitura histórica do processo educacional implica em reconstruir, através de ferramentas conceituais apropriadas, as relações reais que caracterizam como um fenômeno concreto no contexto da sociedade capitalista, considerando a totalidade de relações e de múltiplas determinações. (PAULO NETTO, 1998). Portanto, pensar na realidade atual da educação, implica analisar o contexto das novas configurações sociais e de um novo patamar tecnológico. Para compreendermos essa nova conjuntura, é preciso analisar a relação existente entre trabalho, tecnologia e educação. 2. A TECNOLOGIA E A EDUCAÇÃO A introdução da informática na educação, sob diversos ângulos, é a tecnologia atual que não pode estar ausente da escola. Começa, no Brasil, a haver um investimento significativo em tecnologias de alta velocidade para conectar alunos e professores no ensino presencial e a distância. Desta forma, onde a incentivação das trocas de saberes entre professores e alunos, do diálogo constante onde todos se tornam aprendentes, aproximamo nos do proposto por Paulo Freire em toda a sua obra. Para Freire, falar com os educandos é uma forma despretensiosa mas altamente positiva que tem a professora democrática de dar, em sua escola, sua contribuição para a formação de cidadãos e cidadãs responsáveis e críticos. Algo de que tanto precisamos, indispensável ao desenvolvimento de nossa democracia (FREIRE, 1997, p. 56).
A questão da educação com qualidade, a construção do conhecimento na sociedade da informação, a inclusão, a diversidade humana e social, tão enfática em nosso imenso país, as novas concepções do processo de aprendizagem colaborativa, revisão e a atualização do papel e das funções do professor, a formação permanente deste, a compreensão e a utilização das novas tecnologias, visando à aprendizagem dos nossos alunos e não apenas servindo para transmitir informações. Porém fazendo o uso da informática no e para o ensino, para a educação e para a inclusão. Nesse contexto, desenvolver a construção da inteligência coletiva, resgatando os diversos tipos de saberes, proporcionará uma nova forma de ensinar, fomentando um aprendizado dinamizador que transforma paradigmas, dando liberdade para descobrir e criar, contribuindo assim, para a formação de cidadãos críticos e conscientes de seu papel na sociedade, (re) construindo uma nova prática pedagógica na educação e (re) organizando o processo ensino/aprendizagem, a fim de se formar uma sociedade que ponha em prática seus pensamentos, idéias e sonhos. E a sociedade passa assim, aos poucos, a se conhecer a si mesma. Renuncia à velha postura de objeto e vai assumindo a de sujeito. (FREIRE, 1980, p.52). 3. A TECNOLOGIA E A POSTURA DO PROFESSOR O papel do professor é, segundo BELLONI (1999), o de: (...) orientar os alunos nos estudos da disciplina pela qual é responsável, esclarecendo dúvidas e explicando questões relativas aos conteúdos, mas não somente isso. Ele deve fazer com que os alunos busquem e que não esperem uma resposta já decifrada, pois é precisamente esta situação que eles vão encontrar na vida e no trabalho. Há que se buscar, portanto, novas atitudes e posturas e, tanto professores quanto alunos, devem se adaptar às exigências de um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia. O cenário atual requer a superação do método da transmissão de conhecimentos do professor para o aluno, além da ruptura da segmentação e do fracionamento para a busca de um ensino mais contextualizado e, por conseguinte, mais adequado às exigências do mundo do trabalho. MORAM (1998) considera que o ensino com as novas mídias deveria questionar as relações convencionais entre professores e alunos. Para tanto, define o perfil desse novo professor ser aberto, humano, valorizar a busca, o estímulo, o apoio e ser capaz de estabelecer formas democráticas de pesquisa e comunicação.
4. PRÁTICA PEDAGÓGICA E TECNOLOGIA As mudanças que vêm ocorrendo no contexto escolar tem despertado cada vez mais o interesse e necessidade de buscar recursos transformadores para metodologias do trabalho pedagógico, tornando se este movimento um desafio. Essas mudanças vêm gerando novas reflexões e atitudes na estrutura pedagógica, fazendo se necessário a interação e apropriação das pessoas envolvidas neste processo, apresentando um novo modo de aprender, um novo processo de construção do conhecimento onde a dinâmica e suas implicações envolvam a inter relação e a articulação entre pedagogos e tecnologia. Segundo PRADO, 2005: embora a tecnologia seja um elemento da cultura bastante expressivo, ela precisa ser devidamente compreendida em termos das implicações do seu uso no processo de ensino e aprendizagem. Essa compreensão é que permite ao professor integrá la à prática pedagógica. Entretanto, cabe lembrar que este processo de construção não acontece simplesmente disponibilizando o acesso ao aluno do vídeo, do computador e da internet, mas existem vários elementos inter relacionados que apontam a própria mediação pedagógica. Desta forma, esse trabalho inovador no ambiente pedagógico precisa ser construído com a participação coletiva dos sujeitos envolvidos no processo de trabalho pedagógico onde a pedagogia e a tecnologia articulem se fluentemente no processo de informações e comunicações. 5. TECNOLOGIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO Tecnologia e Trabalho representam atividades autônomas e interdependentes, fundamentais para a compreensão e construção do processo de produção e organização da sociedade. Trabalhar, criar e aprender fazem parte das várias dimensões da vida social. Trabalho e educação, em sua permanente dialética, são fontes de produção, acumulação e transformação do conhecimento teórico prático, necessárias ao indivíduo no seu relacionamento com o ambiente natural e social, indispensáveis à conquista de uma cidadania plena. Viver efetivamente é viver com informação adequada. A comunicação e o controle, portanto, são integrantes da essência da vida interior do homem, na mesma medida em que fazem parte de sua vida em sociedade (Wiener 1968:19).
O desenvolvimento tecnológico reorganizou as relações de trabalho, exigindo uma preparação específica para uso e inserção em sistemas de informação. Desta maneira, o próprio mercado exclui aqueles que não estão familiarizados e preparados no manejo das novas ferramentas tecnológicas. Além disso, as freqüentes e contínuas mudanças nas estruturas das empresas e na própria metodologia de trabalho exige dos trabalhadores a possibilidade de aprendizagem, re aprendizagem e adaptação (NETO, 2006). Assim, o computador pode representar um instrumento auxiliar do trabalho do professor que, sem dúvida, pode contribuir para repensar os problemas educacionais do Brasil, desenvolver a competência dos professores e de seus alunos, e até mesmo, pode vir a se tornar uma modesta, porém eficaz, contribuição para a melhoria da nossa educação escolar. Como afirma LIBÂNEO (1986, P.25): Pois é o professor, embora não seja o único, o principal direcionador do processo de ensino, não na perspectiva da escola tradicional que centraliza tudo na sua figura, mas na compreensão de que ele dispõe dos conhecimentos sistematizados e pode, dessa maneira, contribuir para que o aluno domine os conteúdos indispensáveis à conquista de sua cidadania. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A relação educação e tecnologia não se resumem ao simples ensino do manejamento de artefatos tecnológicos avançados, mas que a escola manifestará sua função de problematizar, mediar e incentivar a busca pelo conhecimento, de maneira que o estudante possa adquirir as habilidades específicas, mas com a necessária compreensão de como aplicar este conhecimento adquirido na construção de sua realidade social. Assim como a dimensão educação trabalho, há de perceber que o desenvolvimento tecnológico serve como matriz para o surgimento de novas atribuições, de novas relações entre os saberes e a provoca a exigência de perspectivas que facilitem a adequação da sociedade aos novos paradigmas. Cremos que a escola, professor e aluno, devem estar cientes da importância de integrar suas buscas de conhecimentos à uma nova aplicação dos avanços das tecnologias de informação e comunicação no processo do ensino e da aprendizagem, na perspectiva de gerar a formação de pessoas capazes de conviver com as mudanças do meio e de se integrarem ao mercado de trabalho.
7. REFERÊNCIAS BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. Campinas: Autores Associados, 1999. FREIRE P, Educação como prática da liberdade. 10. Ed. Paz e Terra, Rio de Janeiro: 1980. FREIRE P, Política e Educação: ensaios. São Paulo; Editora Cortês. (1997) MORAES, M. C. O paradigma educacional emergente. Campinas: Papirus, 1997 MORAN, José Manoel. Leituras dos Meios de Comunicação. São Paulo: Pancast, 1998. NETO, Ivan Rocha. Tecnologia, Educação e Trabalho. In: Revista Tecnologia e Sociedade. Curitiba. Nº. 2, 1º semestre de 2006 PRADO, Guilherme V. T.; SOLIGO, Rosaura. Porque escrever é fazer história, Campinas, São Paulo: GRAF. FE, 2005. PRETTO, Nelson Luca. Uma Escola com/sem futuro: educação multimídia. Campinas, SP: Papirus,1996. WIENER. Norbert (1968) In. Krishan Kumar (org.). Da sociedade pós industrial á pós moderna: novas teorias sobre o mundo contemporâneo. Rio de Janeiro