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MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL ENQ 2018.1 Gabarito Questão 01 [ 1,25 ::: (a)=0,50; (b)=0,75 ] Isótopos radioativos de um elemento químico estão sujeitos a um processo de decaimento radioativo. Com o passar do tempo, uma amostra de tais isótopos vai se desintegrando, isto é, emitindo radiação e se transformando em uma amostra de átomos mais estáveis. Sabe-se que este decaimento é de tipo exponencial, isto é, denotando por m(t) a massa de um determinado isótopo radioativo no instante t, tem-se m(t) = m 0 b t, para algum 0 < b < 1, sendo m 0 > 0 a massa inicial. A meia vida deste isótopo, denotada T, é o tempo necessário para que a massa m se reduza à metade de seu valor inicial. (a) Determine b em função de T. (b) Determine, em função de T, o tempo necessário para que m se reduza a um terço de seu valor inicial. (a) Considere t 0 o tempo inicial, isto é, m(t 0) = m 0. Segue que m 0 b t 0 = m 0, logo t 0 = 0. Se T é o tempo necessário para que caia à metade a massa m de uma amostra de isótopos radioativos, a partir do instante t 0 = 0, temos logo, com isso, m(t ) = m0 2, m 0 b T = m0 2 ; b T = 1 2. Assim, b = ( ) 1 1 T. 2 Uma outra forma de escrever a última relação acima é b = 2 1 T. (b) Seja t o tempo necessário para que a massa de uma amostra decaia a um terço. Temos que logo, portanto, m(t) = m0 3, m 0 b t = m0 3 ; b t = 1 3 e, com isso, Assim, ou, ainda, Finalmente, ( ) 2 T 1 t 1 = 3. 2 t T = 3 1 2 t T = 3. t T = log 2 3,

de sorte que t = T log 2 3. Assim, o tempo necessário para que a massa de uma amostra decaia a um terço é T log 2 3. (a) Escrever a equação m(t ) = m 0 2. [0,25] Obter b = ( 1 2 ) 1 T ou b = 2 1 T. [0,25] (b) Escrever a equação m(t) = m 0 3. [0,25] ( ) t Obter 2 T t 1 T 1 = 3 ou = 2 3. [0,25] Obter t = T log 2 3, ou algum valor equivalente. [0,25] Questão 02 [ 1,25 ::: (a)=0,25; (b)=0,75; (c)=0,25 ] O objetivo deste problema é encontrar o número natural x, menor do que 1700 e que deixe restos 2, 2, 1 e 0 quando dividido por 5, 6, 7 e 11, respectivamente. Para tanto, faça os itens a seguir: (a) Escreva um sistema de congruências que tenha x como uma solução. (b) Determine a solução geral do sistema do item (a). (c) A partir da solução geral do sistema, calcule o valor de x. (a) Temos que 0 < x < 1700 é uma solução do seguinte sistema de congruências: X 2 (mod 5) X 2 (mod 6) X 1 (mod 7) X 0 (mod 11) (b) Como 5, 6, 7, 11 são coprimos dois a dois, usaremos o Teorema Chinês dos Restos para determinar a solução geral do sistema. Tomamos M = 5 6 7 11 = 2310, M 1 = 6 7 11 = 462, M 2 = 5 7 11 = 385, M 3 = 5 6 11 = 330 e M 4 = 5 6 7 = 210. Continuando, pondo m 1 = 5, m 2 = 6, m 3 = 7, m 4 = 11, c 1 = 2, c 2 = 2, c 3 = 1 e c 4 = 0, temos que a solução geral do sistema é dada por X M 1y 1c 1 + M 2y 2c 2 + M 3y 3c 3 + M 4y 4c 4 (mod M), onde cada y i é solução de M i y 1 (mod m i), i = 1, 2, 3, 4. Como c 4 = 0 precisaremos determinar apenas y 1, y 2 e y 3 onde Portanto, y 1 = 3, y 2 = y 3 = 1 e, assim, 6 7 11y 1 1 (mod 5) 5 7 11y 2 1 (mod 6) 5 6 11y 3 1 (mod 7) 2y 1 1 (mod 5) y 2 1 (mod 6) y 3 1 (mod 7) X 462 3 2 + 385 1 2 + 330 1 1 3872 (mod 2310). (c) Temos que X= 3872 +2310 t, com t Z. Como 0 < x < 1700, obtemos x = 3872 2310 = 1562 como única solução. (a) Escrever o sistema. [0,25] (b) Determinar a solução geral. [0,75] (c) A partir da solução geral, obter o valor de x. [0,25]

Questão 03 [ 1,25 ] Dadas duas retas reversas r e s no espaço, definimos o ângulo entre r e s como o sendo o menor ângulo entre r e s, onde s é qualquer reta paralela a s e concorrente com r. Pode-se provar que este ângulo não depende da reta s escolhida. Na figura abaixo, as retas reversas r e s são suporte, respectivamente, de uma diagonal do cubo e de uma diagonal de uma de suas faces. Calcule, de acordo com a definição acima, o cosseno do ângulo entre r e s. De acordo com a definição relembrada no enunciado, precisamos determinar o ângulo entre r e s, com s paralela a s e concorrente com r. Ainda de acordo com o enunciado, pode-se escolher qualquer reta s com tais propriedades. Vamos, então, tomar s como sendo a paralela a s que concorre com r em um dos vértices do cubo, que chamaremos de A, conforme a figura abaixo. Note que s é perpendicular a AP, pois está contida no plano da face da base do cubo, que é perpendicular à aresta vertical AP. Além disso, como s é paralela à diagonal BD da face ABCD do cubo, s também é paralela a BD; por fim, como BD é perpendicular a AC, s é também perpendicular a AC. Assim, como s é perpendicular a (ACP ), que é o mesmo plano (ACR), que por sua vez contém r. Logo, s é perpendicular a r e, com isso, o cosseno do ângulo do ângulo entre as retas é 0. Considerar a reta s, ou alguma outra paralela a s concorrente com r, ou ainda alguma reta paralela a r e concorrente com s. [0,25] Concluir corretamente que s é perpendicular a AC. [0,25] Concluir corretamente que s é perpendicular ao plano (ACR). [0,25] Concluir que s é perpendicular a r. [0,25] Calcular o cosseno. [0,25]

Alternativa Temos que s é perpendicular a P R, pois as diagonais de uma face do cubo são perpendiculares. Além disso, s está contida no plano da face P QRS e AP é perpendicular a esta face, logo s é perpendicular a AP. Com isso, s é perpendicular ao plano que contém o quadrilátero ACRP. Então, s é ortogonal a toda reta em ACRP, logo, ortogonal a r. Assim, sendo E o ponto em que s intersecta ACRP e r a paralela a r passando por E, temos que s e r formam um ângulo de 90 uma com a outra. Pauta de Correção da Alternativa: Mostrou que s é ortogonal é AP. [0,25] Mostrou que s é ortogonal é ACRP. [0,25] Mostrou que s é ortogonal a r. [0,25] Considerou a reta r e mostrou que o ângulo entre s e r é de 90. [0,25] Calcular o cosseno. [0,25] Alternativa (por Lei dos Cossenos) Denotamos por a a aresta do cubo. Prolongando a aresta CB do cubo, obtemos o ponto E na interseção deste prolongamento com s. Vamos calcular cos θ, onde θ é a medida do ângulo RÂE. Pelo caso LLL, os triângulos SP Q e DAB da figura abaixo são congruentes. Além disso, como s é paralela a BD, e AD é paralelo a EB, o quadrilátero AEBD será um paralelogramo. Com isso, BE = AD = a e AE = BD = a 2. Temos ainda, pelo Teorema de Pitágoras, que logo RE = a 5. RE 2 = RC 2 + CE 2 = a 2 + (2a) 2, O triângulo RAE tem, então, lados de medidas AR = a 3, AE = a 2 e RE = a 5. Pela Lei dos Cossenos, logo e, então RE 2 = AE 2 + AR 2 2 AE AR cos θ, 5a 2 = 2a 2 + 3a 2 2 a 2 a 3 cos θ, 0 = 2 a 2 a 3 cos θ. Com isso, cos θ = 0 (e, portanto, o ângulo entre r e s mede 90 ). Pauta de Correção da Alternativa (Lei dos Cossenos): Considerar a reta s. [0,25] Obter o ponto E, interseção de s com o prolongamento de BC. [0,25] Obter RE = a 5. [0,25] Aplicar corretamente a Lei dos Cossenos. [0,25] Calcular o cosseno. [0,25]

Alternativa (pelo Teorema das Três Perpendiculares) Na figura que aparece na solução anterior, considerando α o plano que contém a face ABCD, temos RC α. Temos BD s, e s s, logo BD s. Por fim, como AC BD (pois ambos os segmentos são diagonais da face quadrada ABCD), temos então AC s. Como RC α, AC α, s α e AC s, pelo Teorema das Três Perpendiculares, temos AR s, logo r s. Com isso, o ângulo entre r e s é reto e, portanto, o cosseno do ângulo entre r e r é 0. Pauta de Correção da Alternativa (Teorema das Três Perpendiculares): Considerar a reta s, ou alguma outra paralela a s concorrente com r, ou ainda alguma reta paralela a r e concorrente com s. [0, 25] Concluir corretamente que s é perpendicular a AC. [0, 25] Concluir corretamente que RC é perpendicular ao plano α, da face ABCD. [0, 25] Utilizar o Teorema das Três Perpendiculares e concluir que s é perpendicular a r. [0, 25] Calcular o cosseno. [0, 25] Questão 04 [ 1,25 ] Sejam (a n ) uma progressão aritmética e (b n ) a sequência definida por b n = a 2 n+1 a 2 n, para todo n 1. Mostre que (b n ) é uma progressão aritmética e calcule o primeiro termo e a razão de (b n ) em função do primeiro termo e da razão de (a n ). Sejam a o primeiro termo e r a razão da progressão aritmética (a n). Então a k = a + (k 1)r, para todo k 1. Além disso, para n 1, temos que b n = a 2 n+1 a 2 n = [a + nr] 2 [a + (n 1)r] 2 = a 2 + 2anr + (nr) 2 [ a 2 + 2a(n 1)r + (n 1) 2 r 2] = a 2 + 2anr + n 2 r 2 a 2 2anr + 2ar n 2 r 2 + 2nr 2 r 2 = 2ar + 2nr 2 r 2 = 2ar + r 2 + (n 1)(2r 2 ). Logo (b n) é uma progressão aritmética com primeiro termo 2ar + r 2 e razão 2r 2. De fato, b 1 = 2ar + r 2 + (1 1)(2r 2 ) = 2ar + r 2 e, para k 1, temos que b k+1 b k = 2ar + r 2 + (k + 1 1)(2r 2 ) [ 2ar + r 2 + (k 1)(2r 2 ) ] = 2r 2 e assim está provado o resultado. Determinar a expressão de (b n). [0,25] Verificar que (b n) é uma progressão aritmética. [0,5] Determinar o primeiro termo de (b n). [0,25] Determinar a razão da progressão aritmética (b n). [0,25]

Alternativa Sejam a o primeiro termo e r a razão da progressão aritmética (a n). Calculando a diferença de dois termos consecutivos da sequência (b n) temos b n+1 b n = a 2 n+2 a 2 n+1 (a 2 n+1 a 2 n), onde a n+2 = a n+1 + r e a n+1 = a n + r. Logo, b n+1 b n = (a n+1 + r) 2 a 2 n+1 [(a n + r) 2 a 2 n] Fazendo as simplificações, obtemos b n+1 b n = 2a n+1r 2a nr = 2r(a n+1 a n) = 2r 2. Portanto, (b n) é uma progressão aritmética de razão 2r 2. Temos que b 1 = a 2 2 a 2 1 = (a 1 + r) 2 a 2 1 = 2a 1r + r 2 = 2ar + r 2. Portanto, o primeiro termo de (b n) é igual a 2ar + r 2. Pauta de Correção da Alternativa: Considerar a diferença b n+1 b n. [0,25] Verificar que (b n) é uma progressão aritmética. [0,5] Determinar o primeiro termo de (b n). [0,25] Determinar a razão de (b n). [0,25] Questão 05 [ 1,25 ::: (a)=0,50; (b)=0,75 ] (a) Qual a probabilidade de duas pessoas escolhidas ao acaso terem nascido no mesmo dia da semana? (b) Em um grupo de r pessoas (2 r 7), qual a probabilidade de haver pelo menos duas delas que tenham nascido no mesmo dia da semana? Observação: Suponha que a probabilidade de uma pessoa nascer em determinado dia da semana seja igual a 1/7. (a) Escolhidas duas pessoas, o número de pares possíveis dos dias da semana é igual 7 7 = 49. O número de casos favoráveis, são os pares em que os dias de nascimento da semana são os mesmos, ou seja, igual a 7. Logo a probabilidade pedida é igual a 7 49 = 1 7. alternativa I O número de pares possíveis em que duas pessoas nasceram em dias distintos da semana é igual a 7 6 = 42. Temos então que a probabilidade pedida é p = 1 42 49 = 1 7. alternativa II Escolhida uma pessoa, a probabilidade da outra ter nascido no mesmo dia da semana da primeira é p = 1 7. (b) O número de casos possíveis para r pessoas é igual a 7 r. O número de casos em que nenhuma das r pessoas nasceu no mesmo dia da semana, isto é, o número de casos desfavoráveis, é igual a 7 6 [7 (r 1)]. Logo a probabilidade pedida é p = 1 7 6 (7 (r 1)) 7 r.

(a) Determinar o cardinal do Espaço Amostral. [0,25] Determinar a probabilidade. [0,25] (b) Determinar o cardinal do Espaço Amostral. [0,25] Determinar a probabilidade. [0,5] Questão 06 [ 1,25 ] Para cada n 0 inteiro considere o número C(n) obtido pela concatenação das potências de 2, com expoentes de 0 até n, conforme exemplificado na tabela abaixo: n 0 1 2 3 4 5 C(n) 1 12 124 1248 124816 12481632 Mostre, por indução, que C(n) é divisível por 2 n para todo n 0. Observemos primeiramente que C(1) = 12 = 10 + 2, C(2) = 124 = 12 10 + 4, C(3) = 1248 = 124 10 + 8, C(4) = 124816 = 1248 10 2 + 16, C(5) = 124816 10 2 + 32, C(6) = 12481632 10 2 + 64, C(7) = 1248163264 10 3 + 128,.... De um modo geral, C(n + 1) = C(n) 10 s + 2 n+1, onde s 1 é o número de algarismos da expansão decimal de 2 n+1. Agora, por indução sobre n, para n = 0 temos que 2 0 C(0). Suponha que 2 n divide C(n), para um certo n 0. Temos que C(n + 1) = C(n) 10 s + 2 n+1, onde s 1. Como 2 n divide C(n) e 2 divide 10 s, concluimos que 2 n+1 divide C(n) 10 s, logo 2 n+1 divide C(n + 1). Portanto, C(n) é divisível por 2 n para todo n 0. Verificar que C(n) é divisível por 2 n para n = 0. [0,25] Escrever C(n + 1) = C(n) 10 s + 2 n+1. [0,25] Concluir que 2 n+1 divide C(n) 10 s. [0,5] Concluir a prova. [0,25] Questão 07 [ 1,25 ] Seja ABC um triângulo. Se P é o pé da bissetriz interna relativa ao lado BC, prove o Teorema da Bissetriz Interna, isto é, que BP P C = BA AC.

Trace, pelo ponto B, a paralela à reta AP e marque seu ponto de interseção B com a reta AC. Como AP é paralela à reta B B e AP é bissetriz do BAC obtemos ABB = BAP e BB A = P AC; como BAP = P AC, segue que BB A = ABB. Portanto, o triângulo B AB é isósceles de base B B, e assim AB = AB. Aplicando o teorema de Tales às paralelas AP e B B obtemos BP P C = AB AC = AB AC Traçar a paralela a AP e mostrar a igualdade BB A = ABB. [0,5] Concluir que AB = AB. [0,25] Aplicar o teorema de Tales. [0,25] Concluir o resultado. [0,25] Questão 08 [ 1,25 ::: (a)=0,25; (b)=0,50; (c)=0,50 ] (a) Escreva cos(3x) em termos de cos(x). (b) Mostre que, se um número racional irredutível r (r e s inteiros não nulos primos entre si) é raiz de um polinômio s P (X) = a n X n + a n 1 X n 1 + + a 1 X + a 0 de coeficientes inteiros, então s divide a n e r divide a 0. (c) Use os itens acima para mostrar que cos (20 ) é um número irracional. (a) cos(3x) = cos(2x + x) = cos(2x) cos x sen(2x) senx = (cos 2 x sen 2 x) cos x 2 senx cos x senx = cos 3 x sen 2 x cos x 2 sen 2 x cos x = cos 3 x 3 sen 2 x cos x = cos 3 x 3 (1 cos 2 x) cos x = 4 cos 3 x 3 cos x. (b) Suponha r e s como no enunciado, tais que r s é uma raiz racional irredutível do polinômio P (x) = anxn + a n 1x n 1 + + a 1x + a 0, isto é, ( r ) ( r ) n ( r ) n 1 ( r ) 2 ( r ) P = a n + an 1 + + a2 + a1 + a 0 = 0 s s s s s

Multiplicando a igualdade por s n, temos que a nr n + a n 1r n 1 s + + a 2r 2 s n 2 + a 1rs n 1 + a 0s n = 0, e a nr n = (a n 1r n 1 + + a 2r 2 s n 3 + a 1rs n 2 + a 0s n 1 )s a 0s n = (a nr n 1 + a n 1r n 2 s + + a 2rs n 2 + a 1s n 1 )r. Segue que s a nr n e r a 0s n e, como, (r, s) = 1 concluímos que s a n e r a 0. (c) Note que 60 o = 3 20 o. Por um lado, cos 60 o = 1/2; por outro, o item (a) fornece cos 60 o = 4 cos 3 20 o 3 cos 20 o. Portanto, podemos afirmar que cos 20 o satisfaz à equação 4x 3 3x 1 2 = 0, e então que é raiz do polinômio com coeficientes inteiros P (x) = 8x 3 6x 1. Pelo item (b), as (possíveis) raízes racionais de P devem pertencer ao conjunto {±1, ± 1 2, ± 1 4, ± 1 8 }. imagens de cada um desses números, temos Calculando as x 1-1 1/2-1/2 1/4-1/4 1/8-1/8 P (x) 1-3 -3 1-19/8 3/8-111/64-17/64 Portanto, cos 20 o não pode ser um número racional. (a) Escrever cos(3x) em função de cos x. [0,25] (b) Concluir que s a nr n e r a 0s n. [0,25] Usar o fato (r, s) = 1 e concluir que s a n e r a 0. [0,25] (c) Usar o item (a) para obter cos 20 como raiz da polinômio P (x) = 8x 3 6x 1. [0,25] Usar o item (b) para concluir que cos 20 é um número irracional. [0,25]