TP043 Microeconomia 01/12/2009 AULA 24 Bibliografia: PINDYCK capítulo 18 Externalidades e Bens Públicos.



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Transcrição:

TP043 Microeconomia 01/12/2009 AULA 24 Bibliografia: PINDYCK capítulo 18 Externalidades e Bens Públicos. EXTERNALIDADE: São é conseqüência de algo que um agente realiza e afeta outro. Pode ser positiva ou negativa. Positiva Ações de uma parte beneficiam a outra. Proprietário pinta a casa e arruma o jardim. A vizinhança fica mais bonita. Negativa Ações de uma parte impõem custos à outra. Usina de aço despeja efluentes em um rio do qual pescadores retiram o sustento. Externalidades negativas e ineficiência: O custo marginal externo (CMgE) é o custo imposto aos pescadores que trabalham no rio, para cada nível de produção de aço, no caso de uma empresa que despeja efluentes em um rio. O custo marginal social (CMgS) é igual ao CMg (custo da produção) mais o CMgE. Caso existam externalidades negativas, o custo marginal social (CMgS) é maior que o custo marginal, como no gráfico abaixo: Logo, a empresa não baseia a produção no custo marginal social, pois normalmente esse custo não é imposto à ela. Assim, o custo social é a área amarela mostrada no gráfico acima. 1

Externalidades positivas e ineficiência: Externalidades positivas podem resultar em níveis insuficientes de produção. Um proprietário de um imóvel interessado apenas no próprio bem-estar investe q1 em reparos. Ocorre que os reparos beneficiam a vizinhança, com o aumento do valor dos imóveis na região. O nível eficiente de reparos q* é, entretanto maior do que os indivíduos desejam realizar. Na presença de externalidades positivas (os benefícios da reforma para os vizinhos), o benefício marginal social BMgS é maior do que o benefício marginal D. Custo marginal é constante pois o preço dos serviços é constante. FORMAS DE CORRIGIR FALHAS DE MERCADO: Como se corrige externalidade? Caso a tecnologia de todas as empresas for fixa, a externalidade pode ser reduzida somente por meio de incentivos para se produzir menos, como taxas, por exemplo. Uma vez que a empresa produz menos, polui menos. Ocorre, entretanto que alguns fabricantes conseguem instalar depuradores em suas chaminés, eliminando ou reduzindo a poluição. No gráfico abaixo, o custo marginal social da poluição é ascendente pois o custo marginal é maior com o nível de poluição. Pequena poluição causa pequeno prejuízo. Grande poluição, o pequeno incremento causa prejuízo maior. CMgR é o custo marginal da redução da poluição. Quando a poluição é elevada, o custo de despoluir uma unidade de poluição é baixa. Quando a poluição é pequena, o custo de retirar a poluição do ambiente é mais elevada por unidade de poluição. No gráfico abaixo, se nenhum empenho for realizado para reduzir as emissões de gases, o nível de poluição que maximiza os lucros da empresa é 26, onde o custo marginal 2

da redução é zero. O nível eficiente é $3, onde o custo marginal social das emissões é igual ao nível dos custos marginais do custo de redução. Suponha: 1) Mercado competitivo 2) Decisões de produção e emissão independentes 3) Escolha do nível de produção que maximiza lucros No gráfico abaixo temos o caso de imposição de uma taxa para unidade de poluição. A empresa paga uma taxa por cada unidade que vai poluir. Até 12, vale a pena pagar a taxa. Após esse valor, vale a pena comprar filtros para despoluir. 3

PADRÕES DE EMISSÕES VERSUS TAXAS: Imagine CMgR1 e CMgR2 como sendo o custo marginal para reduzir a poluição de uma empresa e de outra que atuam com tecnologias diferentes. Se a ordem for de um padrão de emissão, uma empresa terá o custo mais elevado do que a outra. Entretanto se for uma taxa, uma empresa reduziria para 6 e outra para 8. No exemplo abaixo tem-se que um padrão de emissões é mais adequado. Isso ocorre quando existe incerteza a respeito do formato das curvas. Os padrões são preferíveis quando a curva de CMgS é muito inclinada e a curva de CMgR é pouco inclinada. 4

PERMISSÕES TRANSFERÍVEIS PARA EMISSÕES: Vimos o que é preferível se taxa ou padrões. Ocorre que se não soubermos os custos e os benefícios, e se os custos se alteram é muito difícil ter um resultado eficiente. Outro mecanismo é o mecanismo de permissões transferíveis para emissões. Estipula-se um nível de emissões e diante deste nível, são distribuídas entre as empresas as licenças para poluir. Estas licenças podem ser comercializadas de modo que empresas que poluem mais podem comprar licenças das empresas que poluem menos. Na figura abaixo, temos que uma empresa pagaria até 3,75 pela licença, enquanto que a outra venderia por mais do que 2,50. Desta forma estabelece-se o padrão de emissões, e o mercado trata de alocar as licenças de forma eficiente. Reciclagem O custo de jogar algo no lixo é bastante pequeno (Cmg) e aproximadamente constante. É simplesmente só jogar o lixo. Já o custo social de armazenar o lixo é alto. Em Curitiba são inúmeros os apelos dos moradores da Cachimba para que o aterro saia de lá, por exemplo. No gráfico abaixo temos o CMgS (Custo Marginal Social) de se armazenar o lixo. Ele se eleva bastante com o aumento da quantidade (a primeira lata de lixo no quintal incomoda bem menos do que a vigésima). A medida que a quantidade de lixo aumenta, o custo marginal privado aumenta, mas o custo marginal social aumenta mais. Isso ocorre que a medida que o lixo aumenta, os prejuízos do acúmulo do lixo se tornam maiores. 5

Neste caso, taxas e quotas de lixo são complicadas de serem impostas. Uma solução que vem sendo implantada é o depósito reembolsável. No momento do bem (uma lata de cerveja, por exemplo) o comprador paga um pouco a mais. Quando vai jogar o vasilhame no lixo, vai até o local de descarte e recebe esse dinheiro novamente. No gráfico abaixo temos o efeito desta política no mercado de vasilhames de vidro, por exemplo. Sv oferta de vidros novos Sr oferta de vidros reciclados. Aumentando-se o custo de jogar fora o vidro por meio dos depósitos reembolsáveis, existe uma maior oferta de vidros recicláveis. Isso desloca a curva de oferta total, S, aumentando a quantidade de vidros usados no mercado. 6

BENS PÚBLICOS: São bens: - não exclusivos (todos podem usar) Emissora TV. - não disputáveis (não rival) Farol ou ponte vazia. É importante perceber que nem todos os bens produzidos pelo governo são bens públicos. Alguns desses bens são disputáveis ou exclusivos, como por exemplo a educação. Abaixo temos que a demanda total (D) pelos bens públicos é a soma das demandas individuais de todos os consumidores (D1+D2). O equilíbrio é dado onde a demanda cruza o custo marginal. Exemplo em sala: O problema dos caronas nos bens públicos. Empresa exterminadora de pernilongos. 7