A GOTA D ÁGUA: ENSAIO SOBRE A EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO INTRALOTE NA PLANÍCIE LITORÂNEA DA CIDADE DE MACEIÓ, AL. M. L. L. Lôbo e V. R.

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Transcrição:

A GOTA D ÁGUA: ENSAIO SOBRE A EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO INTRALOTE NA PLANÍCIE LITORÂNEA DA CIDADE DE MACEIÓ, AL. M. L. L. Lôbo e V. R. Cavalcanti RESUMO Os recentes eventos de alagamentos constatados no bairro da Ponta Verde sugerem que a rápida urbanização desta área intensificou a problemática associada à drenagem das águas pluviais. Entende-se pela expressão gota d água o limite para provocar uma reação de repulsa, indignação ou fúria. Neste sentido, o presente ensaio pretende buscar o que seria a gota d água dos recentes e recorrentes alagamentos ocorridos no bairro da Ponta Verde da cidade de Maceió, Alagoas, Brasil. Partiu-se da hipótese que a questão levantada pode ser respondida através da análise da evolução da ocupação dos lotes particulares. Os resultados das análises confirmaram que urbanização ocorrida contribuiu com o aumento dos eventos de alagamentos na área e recomenda-se, portanto, uma revisão dos parâmetros urbanísticos a fim de regulamentar taxas de permeabilidade mais eficientes e de áreas verdes para viabilizar a infiltração das águas pluviais e consequentemente a recarga dos aquíferos subterrâneos. 1 INTRODUÇÃO A planície litorânea do município de Maceió (Alagoas, Nordeste do Brasil) é um sítio com cotas próximas ao nível do mar, possui solo arenoso, extremamente permeável, suscetível a dinâmica marinha e com lençol freático superficial. O bairro da Ponta Verde está inserido nesta planície, ambiente naturalmente concentrador das águas pluviais, é uma área nobre da cidade caracterizada pelo alto valor da terra e sofre com a especulação imobiliária mesmo que aparentemente esteja fisicamente consolidado. A intensificação da ocupação deste bairro começou por volta da década de 80, caracterizou-se pelo aumento da impermeabilização do solo e a consequente redução das áreas de infiltração das águas pluviais. Entende-se pela expressão gota d água o limite para provocar uma reação de repulsa, indignação ou fúria. Neste sentido, o presente ensaio pretende buscar o que seria a gota d água dos recentes e recorrentes alagamentos ocorridos no bairro da Ponta Verde. Partiuse da hipótese que a questão levantada pode ser respondida através da análise da evolução da ocupação dos lotes particulares, visto que os recentes eventos de alagamentos constatados no bairro da Ponta Verde sugerem que a rápida urbanização desta área intensificou a problemática associada à drenagem das águas pluviais.

As enchentes e os picos pluviométricos são fenômenos naturais que ocorrem num ciclo determinado, a problemática em questão se estabelece a partir do momento que o processo de urbanização começa a interferir no ciclo hidrológico provocando significativo aumento do volume de escoamento superficial, redução de tempos de concentração da água (POMPEO, 2000). Sabe-se que o modelo tradicional de drenagem urbana está associado às obras de engenharia, modelo este que consiste em conduzir através das galerias as águas das chuvas captadas até um corpo de água onde estas são despejadas (MASCARÓ e YOSHINAGA, 2005). Trata-se, portanto, de um modelo que já demonstrou sinais de falência, visto que muitas vezes desconsidera as características físico-ambientais do sítio e transfere o problema de um lugar para o outro. Na cidade de Maceió este modelo ainda configura-se como principal ferramenta na drenagem urbana e muito embora haja a recomendação no Plano Diretor do município, que já vigora há 10 anos, da elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana este ainda não foi elaborado. Com o intuito de alcançar o objetivo pretendido com este ensaio partiu-se da construção do referencial teórico e da caracterização física, social e legal da área de estudo, em seguida foram realizadas as análises comparativas dos mapas de ocupação intralote dos anos de 2002 e 2015. Em posse dos dados obtidos foi possível tecer considerações sobre o atual modelo de ocupação do solo e a interferência deste na drenagem urbana, informações que poderão contribuir na elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana e para a atual revisão do Plano Diretor e de seus parâmetros urbanísticos, em discussão. Este trabalho está dividido em 5 partes. A primeira reúne o referencial teórico sob o qual este trabalho fundamenta-se, a segunda concentra a caracterização física e ambiental do objeto de estudo, na terceira expõe-se os procedimentos metodológicos utilizados, na quarta apresenta-se as análises e os resultados alcançados e na última parte tecem-se as considerações finais. 2 BASE TEÓRICA A partir da segunda metade do século XX as cidades brasileiras começaram a apresentar um intenso crescimento. Este fenômeno foi marcado pela rapidez e pela falta de planejamento adequado, fato que contribuiu para o aumento dos assentamentos subnormais (em grotas, fundo de vales e margem dos cursos d água), da impermeabilização do solo e a redução da cobertura vegetal. Sobre este assunto Ferreira et. al. (2013, p. 182) destacam: À medida que o processo de urbanização avança, verifica-se também um considerável recuo da natureza, o que provoca não apenas uma expressiva perda de diversidade biológica, mas também contribui para a degradação do ambiente urbano. Segundo Chirinéa et. al. (2008) as condições naturais de infiltração são alteradas através da impermeabilização do solo e do desmatamento da vegetação provocado pelo desenvolvimento urbano, estes fatores contribuem para a diminuição do atrito da água com o solo fazendo aumentar o escoamento superficial, reduzindo o tempo que a água permanece na bacia e a evapotranspiração. Neste sentido, o conceito de alagamento refere-se aos eventos de acúmulo de água na área urbana, geralmente ocasionados devido a falhas no sistema de drenagem urbana.

Vale destacar que as enchentes e os picos pluviométricos são fenômenos naturais que ocorrem num ciclo determinado, a problemática em questão se estabelece a partir do momento que o processo de urbanização começa a interferir no ciclo hidrológico provocando significativo aumento do volume de escoamento superficial diretamente associado a impermeabilização do solo e redução de tempos de concentração da água (POMPEO, 2000). Segundo Mascaró e Yoshinaha (2005), o modelo tradicional de drenagem urbana está associado às obras de engenharia e consiste em conduzir através das galerias as águas das chuvas captadas até um corpo de água onde estas são despejadas. Empiricamente o modelo tradicional mostrou-se falho visto que muitas vezes desconsidera os condicionantes físicoambientais do sítio e apenas transfere o problema de um lugar para o outro. Portanto começaram a ventilar novas ideias que considerassem as características naturais tais como: soluções que favoreçam a concentração e permanência das águas pluviais no terreno, criação de reservatórios que permitam um maior tempo de despejo dessas águas nas galerias e corpos d água, presença de cobertura vegetal (CARVALHO, 2012). Acrescenta-se aqui o entendimento sobre o manejo das águas pluviais: baseado nos princípios do desenvolvimento sustentável, valoriza a presença da água no meio citadino, procura estabelecer soluções de baixo impacto e respeito ao ciclo hidrológico natural (FERNANDES, 2010). Em relação à gestão do sistema de drenagem urbana do município de Maceió o Plano Diretor estabelece como diretrizes os seguintes aspectos (MACEIÓb., p. 31, 2005): Art. 72. São diretrizes específicas para a gestão do sistema de drenagem urbana: I adequação do sistema de drenagem urbana com a ampliação e recuperação das galerias de águas pluviais existentes; II articulação entre órgãos municipais e entidades comunitárias para implementação de um programa de prevenção à obstrução das galerias de águas pluviais, através da educação ambiental; III ampliação do conhecimento das condições de drenagem com a identificação e mapeamento das principais áreas de recarga de aqüíferos de Maceió. Verifica-se, portanto, a aplicação unicamente do sistema tradicional de drenagem urbana, não há qualquer diretriz que mencione ou incentive o emprego das novas técnicas, o conceito de manejo de águas pluviais não chega a ser citado nesta legislação. Ressalte-se que este conteúdo é conflitante com a ideia posta no Código de Urbanismo e Edificações do Município, que é uma lei derivada do Plano Diretor (MACEIÓ, p.16-17, 2007): Art. 2º. São diretrizes deste Código: V facilitação da drenagem das águas pluviais; VI incentivo ao reaproveitamento da água para recarga de aquíferos; XIII primazia às condições de segurança, salubridade e qualidade ambiental nas obras e edificações.

Portanto, a solução mais adequada para as diretrizes em destaque seria relacionada ao manejo das águas pluviais. Ressalte-se ainda que os alagamentos são eventos que atentam à salubridade e a segurança ambiental, já que provoca dificuldade na mobilidade e é potencialmente um veículo transmissor de doenças. Neste contexto vale destacar como forma de controlar os picos de cheia provocados pelas chuvas intensas as legislações urbanísticas que deveriam adotar instrumentos que exijam maior permeabilidade e retenção das águas nos lotes e pontos estratégicos do sistema de drenagem (TUCCI, 2008). Destaca-se na legislação atual do município a previsão da taxa de permeabilidade, entendida como a relação entre áreas descobertas e permeáveis do terreno e a sua área total. Este parâmetro urbanístico está associado à dimensão do terreno, é obrigatório para lotes a partir de 1.200m² de área e pode chegar ao valor de 15% (exigência para terrenos maiores de 2.400m²). Contudo há a possibilidade de isenção, conforme estabelece a mesma legislação (MACEIÓ, p.66, 2007): Art 282. Se a construtora apresentar projeto técnico que garanta a permeabilidade do terreno, elimina-se a exigência de área de reserva. Observa-se ainda que a exigência da taxa de permeabilidade não é garantia de que esta se configure como área verde, posto que existem outras soluções (pavimento drenante, galeria de retenção das águas pluviais, entre outros) que garantem a permeabilidade, muito embora estas soluções não produzam o mesmo efeito obtido com a presença da cobertura vegetal no ambiente em outros aspectos (LOBO, 2014). Os parâmetros urbanísticos são de fundamental importância na construção das cidades idealizadas no Plano Diretor, são eles que influenciam fortemente no ambiente físico visto que quantificam o espaço (SOUZA, 2004). Muito embora haja a recomendação no Plano Diretor do município, que já vigora há 10 anos, da elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana este ainda não foi elaborado. Este ensaio poderá contribuir com informações para a elaboração deste documento. 3 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E AMBIENTAL DO OBJETO DE ESTUDO A planície litorânea, objeto de apreciação deste ensaio, é naturalmente um ambiente físico concentrador das águas pluviais, possui solo arenoso (extremamente permeável), suscetível a dinâmica marinha, cotas próximas ao nível do oceano (0 a 6 metros) e lençol freático superficial. Devido aos condicionantes ambientais a temática da drenagem urbana se torna mais sensível nesta área. Conforme ilustrado na figura 1, o recorte selecionado para este ensaio está situado no bairro da Ponta Verde, na cidade de Maceió (Alagoas, Nordeste do Brasil). De clima quente e tropical caracterizado pela variação média anual de temperatura de 19ºC a 31ºC, com 1700 mm de pluviosidade média anual (os meses de abril a julho são os detentores dos maiores índices pluviométricos), sendo predominantes os ventos sudeste e nordeste. O bairro de Ponta Verde está situado na planície litorânea do município e possui 24.402 habitantes distribuídos nos 1,37 km² de extensão territorial (IBGE, 2010). Segundo o documento de informações básicas do Município de Maceió (DIB), o bairro é caracterizado

pelo elevado custo da terra e é ocupado pelas classes de média e alta renda (MACEIÓa., 2005). A urbanização do bairro é um fenômeno recente, iniciou-se por volta da década de 60 com o loteamento de sítios, a intensificação deste processo ocorre apenas nos anos 1980. Recentemente assistimos ao fenômeno de valorização desta paisagem peculiar, que é considerada a mais nobre e apreciada área do município, um sinônimo de status. Fig. 1 Localização do Estado de Alagoas no Brasil (à esquerda) e localização do bairro de Ponta Verde no Município de Maceió (à direita). O bairro caracteriza-se pela coexistência de vários usos distintos (residenciais, comerciais e serviços), possui morfologia consolidada em relação ao traçado do macro parcelamento urbano e apresenta cobertura próxima de 100% em relação às infraestruturas urbanas tais como abastecimento de água e esgoto sanitário (MACEIÓa., 2005). Recentemente episódios de alagamentos em épocas de chuvas intensas na cidade são constantemente registrados. Conforme mostra a figura 2 este evento acontece até mesmo no entorno de praças que possuem grande quantidade de áreas permeáveis, como é o caso da Praça do Skate. Sobre o fato ocorrido em agosto de 2013 (figura 2), Dantas (2013) afirma que toda a região da Praça do Skate está alagada. Os veículos estacionados no local estão com água até a altura da roda. No ano de 2015, durante o mesmo período (agosto) contatou-se através de um relato com comerciante local que houve uma situação onde foi preciso acionar o guincho pois o motorista tentou passar com um carro pela via alagada e o veículo não suportou. O mesmo comerciante afirma que "Toda vez que chove muito, alaga aqui. É complicado porque os carros insistem em passar aqui e a água acaba entrando [no estabelecimento]. Isso causa muitos problemas" (RODRIGUES e SANCHES, 2015). Trata-se, portanto, de uma problemática que está associada ao comprometimento da mobilidade, da segurança, da qualidade da água e da saúde, visto que a água é um potencial agente transmissor de doenças.

Fig. 2 Alagamento na Praça do Skate ocorrido em agosto de 2013 devido às fortes chuvas. Fonte: Portal Alagoas 24 horas. Inaugurada no ano de 1988 pelo prefeito Djalma Falcão, a Praça Governador Sebastião Muniz Falcão ficou conhecida popularmente como Praça do Skate, visto que nela foi construída a primeira pista de skate da cidade de Maceió. Situa-se no quarteirão formado pelas ruas Valdo Omena, Dr. Antônio Cansanção, Dr. Pompeu Sarmento e Durval Guimarães. A praça possui uma área de 9398,28m², onde cerca de 4488,59m² correspondem às áreas permeáveis - areia, grama, solo desnudo (CAVALCANTE, 2007). Para este ensaio foi selecionado como objeto de estudo (ver figura 4) o entorno imediato da Praça do Skate, uma área de aproximadamente 0,115km², que representa cerca de 8,4% da área total do bairro da Ponta Verde. O recorte em análise está classificado na atual legislação como Zona Residencial 4 (ZR-4) que é entendida como uma área na cidade destinada à ocupação predominante do uso residencial com verticalização restrita ao Cone do Farol da Marinha e com possibilidade de implantação de atividades comerciais, de serviços e industriais. As características do bairro da Ponta Verde enquadra-se no que Flávio Vilaça (2001) descreve, na obra Espaço Intra-Urbano no Brasil, segundo o qual os movimentos dentro da cidade são fortemente influenciados pela localização da classe dominante. Elas agem como um imã no território citadino, visto que elas têm força para concentrar uma diversidade de serviços e comércios que minimizam a necessidade de deslocamento por parte de quem têm capital. O ensaio em tela volta-se para esta área de estudo dado a relevância econômica e estruturadora do bairro para a cidade de Maceió. Isto posto, segue-se para a exposição dos procedimentos metodológicos a fim de identificar a gota d água em relação à drenagem urbana no entorno imediato da Praça do Skate.

4 METODOLOGIA Com o intuito de atingir o objetivo foi realizada uma análise comparativa da ocupação dos lotes privados do entorno imediato da Praça do Skate entre o ano de 2002 e o ano de 2015. A ferramenta utilizada para a visualização da ocupação intralote no período em estudo foram as imagens de satélite obtidas através do software Google Earth. A partir dessas imagens foi possível atualizar as informações contidas no mapa base do município e confeccionar os mapas para a análise pretendida neste trabalho. Os mapas foram confeccionados por meio dos softwares AutoCAD 2015 e Corel Draw X7. Este processo foi representado graficamente na figura 3 para melhor compreensão. Fig. 3 Processo metodológico para a confecção dos mapas. Em posse dos mapas foi possível calcular para cada ano de análise: a área edificada, as áreas livres e as áreas verdes de cada um dos 100 lotes e, posteriormente de cada quadra. As áreas calculadas referem-se exclusivamente ao espaço intralote e, portanto, não foram computadas as áreas livres públicas como a praça, as calçadas e as ruas. Os resultados quantitativos serão apresentados, em sua maioria, na forma de porcentagem para maior legibilidade. Conceitualmente área verde está associada à presença de cobertura vegetal no espaço público urbano, a legislação municipal de Maceió considera a inserção desta como parte de um loteamento ou terreno incorporado ao patrimônio municipal (MACEIÓ,2007), desconsiderando, portanto a presença desta área no espaço intralote. Neste trabalho será considerado o entendimento de área verde ou área vegetada como um espaço de propriedade pública ou privada que possui considerável quantidade de elemento vegetal, é permeável, sem edificação subterrânea e destina-se a exercer funções estéticas, ecológicas ou de lazer. Em relação ao conceito de espaço livre este é definido por Magnoli (2006) da seguinte forma (MAGNOLI, 2006, p.5):

Todo espaço não ocupado por um volume edificado (espaçosolo, espaço-água, espaço-luz ao redor das edificações a que as pessoas têm acesso). Neste trabalho a análise irá focar no espaço livre de propriedade privada (intralote) que não é ocupado por volume edificado e que podem ou não ser permeável ou até mesmo possuir elemento vegetal. Já o entendimento de área edificada refere-se a área da projeção horizontal da edificação. 5 ANÁLISES E RESULTADOS Serão apresentadas nesta sessão as análises comparativas da ocupação intralote entre os anos 2002 e o ano de 2015, bem como os resultados obtidos destas análises. Para facilitar a compreensão quando da exposição das análises e dos resultados, as quadras foram denominadas esquematicamente, conforme apresenta a figura 4. Fig. 4 Mapa com a denominação esquemática das quadras para a facilitação da exposição das análises e resultados e as curvas de nível do relevo (metro em metro). Fonte: Base cartográfica do município de Maceió, Google Earth, adaptado pelas autoras. Para melhor compreensão esta sessão foi dividida em duas partes. Na primeira expõem-se as análises e os resultados relativos ao ano de 2002, na segunda as análises e os resultados de 2015. As considerações relativas à comparação entre os dois períodos analisados serão expostas na segunda parte. 5.1 A ocupação intralote no entorno da Praça do Skate em 2002 O recorte em análise possui 75757,12m² de área intralote total, correspondente ao somatório das áreas privativas. Observa-se a predominância do uso residencial, dos 100 lotes que

compõe este recorte 60 abrigam edificações horizontais (UR-1), 37 abrigam as edificações verticais (UR-5) e 3 estão vazios. Conforme representado graficamente na figura 5, neste período a área em estudo possuía 43,17% de área edificada e 56,83% de área livre, sendo 12,25% desta área livre composta por área verde. O somatório das áreas verdes intralotes corresponde a 9281,96m². Observa-se que as quadras A e B detêm maiores quantidades de áreas verdes do recorte em análise, somadas estas correspondem a 64,58% do total. Em relação as quadras com as menores quantidades de área verde têm-se a quadra F que não possui nenhuma área verde e a quadra C que corresponde apenas a 0,40%. Neste período ainda vigoram as legislações instituídas no ano de 1985 relativas ao uso e a ocupação do solo. O recorte estudado apresenta densidade construtiva consolidada, isto é, há apenas 3 (três) lotes desocupados. Neste aspecto, um olhar desatento poderia precocemente afirmar que esta consolidação representa a saturação da área em relação à capacidade de construção. No entanto, veremos a seguir que esta lógica não é tão verdadeira quanto parece. Fig. 5 Mapa da ocupação intralote no entorno da Praça do Skate em 2002. Fonte: Base cartográfica do município de Maceió, Google Earth, adaptado pelas autoras. 5.1 A ocupação intralote no entorno da Praça do Skate em 2015 Passados 13 anos, o recorte em análise sofreu uma grande mudança em relação à configuração intralote. Conforme representado graficamente na figura 6, 48,35% da área em estudo corresponde a área edificada e 51,65% de área livre, sendo 2,29% desta área livre composta por área verde. Infere-se, portanto, que houve um aumento de 5,18% da área edificada e uma diminuição de 9,96% das áreas verdes comparando-se com o cenário de 2002.

Devido os remebramentos de alguns lotes neste período contabilizam-se neste cenário 94 lotes: 44 abrigam edificações horizontais (UR-1), 48 abrigam edificações verticais (UR-5), 1 abriga uma edificação comercial e 1 está vazio. Sendo assim, houve um aumento de 21% da tipologia de uso vertical (UR-5) comparando-se com o ano de 2002. Os remembramentos ocorridos e o aumento da tipologia de uso UR-5 contribuem para descartar a hipótese de saturação construtiva da área e aponta para um assustador aumento da demanda pelos serviços de infraestrutura urbana básicas. Fig. 6 Mapa da ocupação intralote no entorno da Praça do Skate em 2015. Fonte: Base cartográfica do município de Maceió, Google Earth, adaptado pelas autoras. Neste cenário a quadra A sofreu uma redução drástica nas áreas verdes, ressalta-se que no ano de 2002 era uma das quadras que mais possuía área verde do recorte em análise. Vale destacar que trata-se de um período de análise onde as atuais legislações municipais já vigoram há 8 anos, havendo a obrigatoriedade da taxa de permeabilidade no lote. É importante observar em relação à taxa de permeabilidade que o Código de Urbanismo e Edificações estabelece a isenção para lotes menores de 1.200m², constatou-se que 87,23% dos lotes neste período se enquadram nesta característica. Demonstrando-se com isto a ineficiência deste parâmetro urbanístico no sentido de atingir as diretrizes instituídas na mesma legislação posta. 5 CONCLUSÃO Pode-se observar com o presente ensaio que o atual padrão de ocupação intralote do recorte estudado é caracterizado pela predominância do uso residencial e que num curto período de tempo houve uma considerável substituição de residências unifamiliares (UR-1) por residenciais multifamiliares (UR-5). Trata-se de uma tipologia de uso (UR-5) que está associada a presença do pavimento enterrado ou semienterrado (subsolo) e,

consequentemente, maior ou até completa (em terrenos menores que 1.200m²) impermeabilidade do solo. Os resultados das análises confirmaram que a recente ocupação do entorno imediato da praça do Skate contribui para o agravamento dos eventos de alagamento que estão acontecendo nos últimos anos, visto que houve um aumento da área edificada e uma drástica redução das áreas verdes. Observa-se que apesar da praça possuir 48% da sua área total permeável a demanda em épocas de chuvas intensas não é suprida e, portanto causam alagamentos. Muito embora haja no recorte selecionado edificações construídas após a atual legislação que orienta o uso e ocupação do solo, há sinais claros de que a ocupação bem como as soluções de drenagens individuais e coletivas (modelo tradicional) não estão cumprindo adequadamente seu papel. De fato verifica-se que ocorre uma transferência de responsabilidade permitida legalmente, visto que as águas pluviais, que antes eram retidas no próprio lote, podem ser direcionadas em sua maioria (entre 85% - nos lotes maiores que 2.400m² - a 100% - nos lotes menores que 1.200m²) para o espaço público. Recomenda-se, portanto, uma revisão dos parâmetros urbanísticos a fim de regulamentar taxas de permeabilidade mais eficientes e de áreas verdes para viabilizar a infiltração das águas pluviais e consequentemente a redução do escoamento superficial. 6 REFERÊNCIAS CARVALHO, L. M. de. (2012) Processo de urbanização em área de bacia endorreica: caracterização dos padrões de ocupação dos espaços construídos e dos espaços livres de construção em Maceió-AL. Dissertação de mestrado em dinâmicas do espaço habitado (DEHA), Maceió, Alagoas, 2012. CAVALCANTE, M. R. C. (2007) Avaliação da qualidade térmica de praças em Maceió Alagoas: Três estudos de caso. Dissertação de mestrado em dinâmicas do espaço habitado (DEHA), Maceió, Alagoas, 2007. CHIRINÉA, M. L. B., DEL BOSCO, L. M., FAGGION, F. H. M., FERNANDES, M. e KOBAYASHI, F. Y. (2008) Drenagem Urbana Sustentável. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária, PHD-2537 Água em ambientes urbanos. Disponível em < www.pha.poli.usp.br/learq.aspx?id_arq=3040> DANTAS, A. (2013) Chuvas provocam alagamentos na área nobre de Maceió; periferia também sofre. Matéria jornalística do dia 18/07/2013 disponível em < http://www.alagoas24horas.com.br/482985/chuvas-provocam-alagamentos-na-area-nobrede-maceio-periferia-tambem-sofre/> FERNANDES, N. B. (2010) Planejamento territorial e as águas urbanas em Maceió: O Plano Diretor e a Bacia Hidrográfica Urbana do Riacho do Salgadinho. Dissertação de mestrado em dinâmicas do espaço habitado (DEHA), Maceió, Alagoas, 2010. FERREIRA, D., OLIVEIRA, I. J. de. e STREGLIO, C. (2013) O processo de expansão urbana e seus reflexos na redução da cobertura vegetal no município de Goiânia-GO.

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