Palestrante: Caroline Perin Psicóloga CRP-18/01735

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Transcrição:

Palestrante: Caroline Perin Psicóloga CRP-18/01735

Pensada principalmente por Edmund Husserl, Martin Heidegger, Jean Paul- Sartre, Kiekegaard. Busca encontrar sentido da existência humana na sua totalidade Vê o sujeito como ser-no-mundo (Dasein: O ser é um acontecer sein que ocorre no aí da, em três perspectivas: com os outros, com as coisas e consigo mesmo). Sujeito lançado ao mundo que não escolhe, mas obrigado a fazer escolhas dentro das possibilidades e assumindo responsabilidades por elas Autenticidade x Inautenticidade Conceito fundamental: Intencionalidade A consciência é sempre intencional para algo Existencialismo: A existência precede a essência Sartre

Viver é estar lançado

Má-fé Angústia como possibilidade de liberdade/responsabilidade Cada escolha, uma renúncia / Sujeito condenado á liberdade.

Sujeito não é idealizado Relação Empática Redução Fenomenológica: pôr entre parênteses Cliente que define seu projeto Autenticidade como cura Viver é estar aberto aos acontecimentos e escolher como nos sentimos e o que significa para si. Doença como privação das possiblidades existências/das escolhas do modo de ser do existir.

POSSÍVEIS CAUSAS Fatores genéticos Fatores externos (estresse mediante uma situação) Doenças crônicas Gêneros Mais mulheres Abuso de Substâncias

Tensão permanente mesmo sem motivos (Pelo menos seis meses) Dificuldade de concentração e em controlar os sentimentos de preocupação Irritabilidade, Inquietação Distúrbios de sono Tensão muscular (Bruxismo, Dores de cabeça0 Náuseas (doenças somatizadas para o estomago) Pelo menos 3 desses sintomas em adultos e 1 em crianças

Ressignificar sentimentos causadores da ansiedade Aumentar a consciência Trabalhar o enfrentamento da angústia Reconfigurar o vir-a-ser Kierkegaard diz:...só aquele que foi educado na escola da ansiedade isto é -, se defrontou e resolveu experiências anteriores de ansiedade está apto a enfrentar as experiências presentes e futuras de ansiedade, sem ser por elas derrotados.

Depressão é uma síndrome clínica comum de causa multifatorial. Pode ser desencadeada por problemas psicológicos ou emocionais de origem variada, alterações do funcionamento cerebral - ou de algumas partes do cérebro - e, ainda, ser secundária a enfermidades clínicas. Pode apresentar, além de alterações do humor, alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas, sempre causando algum prejuízo ao indivíduo. Humor deprimido na maioria dos dias, quase todos os dias. Acentuada diminuição do prazer ou interesse em todas ou quase todas atividades na maior parte do dia e que antes eram prazerosas Sintomas causam sofrimento e dificuldade de adequação social, emocional, ocupacional.

Alteração de peso Alteração no sono Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias Fadiga Sentimento de culpa excessiva e/ou inadequada Pensamento recorrente de morte (idealização do suicídio) Sintomas causam sofrimento e dificuldade de adequação social, emocional, ocupacional.

Idealização de uma vida perfeita Cobranças sociais/familiares Não conseguir acompanhar o ritmo frenético atual Liberdade de escolha com dificuldades de se responsabilizar Traumas psicológicos Dificuldade de lidar com frustrações/perdas Angústia e vazio existencial Consciência de que é o único responsável por si

Compreender o sujeito na sua singularização. Encontrar a origem do sofrimento, seja escolhas não autêntcas ou liberdade limitada Auxiliar o sujeito a reencontrar suas possibilidades Ser caminho para que o sujeito interprete sua existência e sua relação com o mundo Através da fala o sujeito pode re-visar e re-ver o mundo e sua relação consigo e com o outro Usar a empatia como reflexões ruptoras de sua realidade e prepara melhor o solo para o mergulho real que emerge na relação terapêutica. Terapia (ou terapeuta?) como espelho da existência do sujeito, enquanto apresenta a percepção sobre seu envolvimento com suas novas possibilidades.

Em ambos os casos o terapeuta vem como facilitador do entendimento de que o passado ou fatos passados não mudam, mas podem ser ressignifcados para que não sejam arrastados em forma de sofrimento psíquico, pois dessa forma, acabam restringindo a visão das possibilidades do ser no presente. Quando o sujeito encara suas antigas percepções disposto a reanaliza-las, consegue construir um projeto de vida mais autêntico, (re)construindo novas possibilidades.

DEPRAZ, N. Compreender Husserl. Tradução de Fábio dos SantosPetrópolis, Editora Vozes, 2011 ANGERAMI-CAMON, Augusto (Organizador). São Paulo: Editora Pioneira Thomson Learning, 2002 LIPOVETSKY, Gilles. A Era do Vazio. Lisboa Portugal : Editions Gallimard, 1983. HARTMANN JÚNIOR, José Antônio Spencer. Depressão: Resistência ou Desistência Existencial? Recife, 20016 DSM-V, American Psychiatric Association - Manual de Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais 5ªed. Edit. Artes Médicas