A fiscalidade do turismo e da restauração Carlos Lobo

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Transcrição:

A fiscalidade do turismo e da restauração Carlos Lobo 1 de março de 2016

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Canal HORECA Empresas Empregos Vol. negócios VAB Portugal 2013 EU 2012 Valor % do total da economia de mercado não financeira 82.211 7,5% 8,2% 265.694 7,9% 7,8% 8424,6 M 2,7% 1,9% 3.110,2 M 4,1% 3,5% Fonte: ESHTE, A Produtividade das Empresas no Canal HORECA em Portugal, 2015 Page 7

300,0 290,0 280,0 270,0 260,0 250,0 2011 2012 2013 2014 45 000 000 40 000 000 35 000 000 30 000 000 25 000 000 20 000 000 15 000 000 10 000 000 Alojamento Restaurantes Catering Bebidas Fonte: INE 5 000 000 0 2009 2010 2011 2012 2013 Page 8

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2015 IRC 9% 9% 12,5% IRC 13% 13% 20% 10% 10% 10% 10% IRC 33,3% IRC 27,5% IRC 6% 23% 21% IRC 10% 10% 25% Legenda: IRC Page 10

Realidade Comparada 20% 18% 16% 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% IVA na Hotelaria 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Aumento da taxa de IVA na Hotelaria e na Restauração Redução da taxa de IVA na Hotelaria e Restauração Aumento da taxa de IVA na Restauração 30% Portugal Espanha França Itália Irlanda Croácia IVA na Restauração Aumento da taxa de IVA na Hotelaria e Restauração 25% 20% 15% 10% Aumento da taxa de IVA na Hotelaria e Restauração após redução em 2013 significativa. 5% 0% 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Portugal Espanha França Itália Irlanda Croácia Sem efetivas alterações Page 11

Realidade Comparada Portugal está classificado em 129º lugar no que refere ao impacto da legislação Fiscal no Turismo. Segurança Em matéria de impacto da legislação no investimento directo estrangeiro, Portugal está colocado na 79ª posição. Sustentabilidade Ambiental Competitividade de Preços na Indústira O decréscimo verificado no impacto de legislação e directivas políticas no sector do turismo colocou este índice em 49º lugar. Recursos Humanos e Naturais Infraestrutura Recursos Culturais Em matéria de facilidade de contratação de mão-de-obra qualificada, Portugal encontra-se em 3º lugar do ranking internacional. Travel and Tourism Competitiveness Report, 2015 Page 12

Realidade comparada Vantagens competitivas Clima, história e cultura Hospitalidade e afabilidade dos residentes Segurança e localização do país Qualidade dos serviços prestados Praias com características únicas Um património cultural e museológico notório Page 13

Agenda Breves referências aos setores do turismo e da restauração Enquadramento do IVA no setor do turismo e da restauração Realidade comparada As novidades introduzidas pelo OE 2016 Questões finais Page 14

As novidades introduzidas pelo OE 2016 Em sede de IVA e de IEC s Prevê-se que a aplicação da taxa reduzida (atualmente, 6% no Continente, 5% na Madeira e 4% nos Açores) relativamente a cereais e preparados à base de cereais, fique limitada ao pão e produtos similares, tal como definidos em legislação específica, nomeadamente na Portaria n.º 52/2015, de 26 de fevereiro. Page 15

As novidades introduzidas pelo OE 2016 Em sede de IVA e de IEC s Adicionalmente, prevê-se que fiquem sujeitos à taxa reduzida: Os sumos de algas, as bebidas de aveia, arroz e amêndoa sem teor alcoólico; Algas vivam, frescas ou secas; Plantas vivas de espécies florestais, frutíferas e algas, enquanto utilizadas no âmbito das atividades de produção agrícola; Prestações de serviços normalmente utilizados no âmbito das atividades de produção agrícola e aquícola. Page 16

As novidades introduzidas pelo OE 2016 Em sede de IVA e de IEC s Por sua vez e conforme vinha sendo anunciado, passam a estar sujeitas à taxa intermédia (atualmente, 13% no Continente, 12% na Madeira e 9% nos Açores): As prestações de serviços de alimentação e bebidas, com exclusão das bebidas alcoólicas, refrigerantes, sumos, néctares e águas gaseificadas ou adicionadas de gás carbónico ou outras substâncias As refeições prontas a consumir, nos regimes de pronto a comer e levar ou com entrega ao domicílio (a partir de 1 de julho de 2016) Page 17

As novidades introduzidas pelo OE 2016 Em sede de IVA e de IEC s No tocante aos impostos especiais de consumo prevê-se, a título geral, a redução de 25 para 10 do montante de imposto liquidado abaixo do qual não há lugar a cobrança do imposto. Por sua vez, é de novo introduzido um agravamento generalizado, de cerca de 3%, das taxas de impostos aplicáveis à cerveja, produtos intermédios e bebidas espirituosas (IABA). Page 18

IABA 250 200 150 100 50 Na última década, é possível observar um fenómeno diluído e quase constante de diminuição generalizada de receita. 0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Evolução de tendência da arrecadação de IABA em milhões de Euros: 2003 2014 180.000,00 19,00 160.000,00 140.000,00 18,50 O agravamento ainda maior da carga fiscal do IABA, resultante da POE 16, poderá conduzir a uma maior profusão de fenómenos de contrabando e contrafação. 120.000,00 100.000,00 80.000,00 60.000,00 40.000,00 20.000,00 0,00 2010 2011 2012 2013 18,00 17,50 17,00 16,50 Total de álcool apreendido em litros e valor do IEC Euros (11 a 13 grau plato/4,8% álcool/hectolitro): 2010 2013 Page 19

Agenda Breves referências aos setores do turismo e da restauração Enquadramento do IVA no setor do turismo e da restauração Realidade comparada As novidades introduzidas pelo OE 2016 Questões finais Page 20

Questões finais Como se explica esta diferenciação de taxas entre as bebidas e as comidas? Quais as implicações práticas desta diferenciação? Como se articulam as diferentes alterações? O que irá mudar nos setores do turismo e da restauração com o OE 16? Page 21

Obrigado Page 22

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