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.-, FATMA MUNICIPIO:

Transcrição:

O GT-Reúso priorizou com aprovação da reunião Plenária, a solicitação da Secretaria da Saúde de regulamentar os aspectos ambientais e de saúde pública referentes à práticas de reúso direto não potável de água proveniente de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário para fins urbanos. O GT realizou 12 reuniões (até setembro de 2012) e teve a participação da ARSESP, ASSEMAE, ABIMAQ/SINDESAN, FIESP, SINDCON, ABCON, CETESB, SABESP, SES/CVS, ABES, com apoio da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. A reunião Plenária de 13 de dezembro de 2012 deliberou que a minuta ora apresentada seja encaminhada para apreciação e providências que a Diretoria da CETESB julgar necessárias. (o texto foi submetido à Consulta Pública nos meses de abril e maio de 2013) Proposta de Minuta de Resolução SES/SMA/SERHS sobre a disciplina do reuso direto de água não potável proveniente de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário de sistemas públicos para fins urbanos. Os Secretários de Estado da Saúde, de Meio Ambiente e de Saneamento e Recursos Hídricos, considerando que: A Resolução n o 54 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), de 28 de novembro de 2005, que estabelece diretrizes e critérios gerais para a prática de reuso direto não potável de água e dá outras providências, engloba o reuso urbano e ainda estabelece em seu artigo 3º, Inciso I, as modalidades de reuso direto não potável de água para fins urbanos; A utilização de efluentes tratados provenientes de estações de tratamento de esgoto de sistema público apresenta implicações de ordem sanitária e ambiental; O reuso direto não potável de água configura-se como iniciativa importante para o aprimoramento da gestão dos recursos hídricos, incluindo o estabelecimento de padrões menos exigentes para usos não nobres da água; O reuso direto não potável de água tornou-se prática de racionalização em franca expansão no Estado de São Paulo. Resolvem: Artigo 1 o Disciplinar, por meio desta Resolução Conjunta, o reuso direto de água não potável proveniente de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário (ETE s) de sistemas públicos para fins urbanos. Paragrafo Único. Esta Resolução não contempla outras modalidades de reuso direto não potável, tais como ETE's implantadas por atividades comerciais, atividades industriais, condomínios. CAPÍTULO I DAS DEFINIÇÕES Artigo 2º. Para efeito desta Resolução, água de reuso para fins urbanos é o efluente tratado proveniente de ETE s de sistemas públicos cujos processos de tratamento viabilizem o atendimento aos padrões de qualidade definidos nesta resolução, para aproveitamento em determinadas atividades relacionadas ao meio urbano que não requerem necessariamente o uso de água potável. Cód.: S012V16 03/06/2011 1

Artigo 3º. A água de reuso, para efeito desta Resolução, abrange exclusivamente as seguintes modalidades: I. Irrigação paisagística; II. Lavagem de logradouros e outros espaços públicos e privados; III. Construção civil; IV. Desobstrução de galerias de água pluvial e rede de esgotos; V. Lavagem de caminhões de lixo, coleta seletiva, construção civil, trens e aviões; 1º. A irrigação paisagística, para efeito desta Resolução, é a prática de irrigação com água de reuso, de caráter esporádico ou sazonal, de parques, jardins, campos de esporte e de lazer urbanos, ou áreas verdes de qualquer espécie, com os quais o público tenha ou possa vir a ter contato direto; 2º. Não está incluída no parágrafo anterior, a irrigação para usos agrícolas e florestais. 3º. O uso em construção civil considerada nesta resolução refere-se à água de reuso para amassamento em concreto não estrutural, cura de concreto em obras, umectação para compactação em terraplenagens, lamas de perfuração em métodos não destrutivos para escavação de túneis, resfriamento de rolos compressores em pavimentação e controle de poeira em obras e aterros; 4º. A lavagem de veículos citada no inciso V do artigo 3º desta Resolução, quando utilizado para transporte de passageiros, deverá ser realizada somente na parte externa dos mesmos e ser executada de forma automatizada, sem contato com os operadores, devendo ser garantidas as condições de isolamento do interior dos veículos. Artigo 4 o. Considera-se usuário de água de reuso a pessoa jurídica, de direito público ou privado, que utilize água de reuso proveniente das estações de tratamento de esgoto sanitário para os fins previstos nesta resolução. Artigo 5º. Considera-se produtor de água de reuso, a pessoa jurídica, de direito público ou privado, que produz água de reuso. CAPÍTULO II DOS PADRÕES DE QUALIDADE E DO MONITORAMENTO Artigo 6º. Esta Resolução divide as águas de reuso em duas classes. I. Classe A: Águas destinadas a irrigação paisagística; II. Classe B: Águas destinadas a lavagem de logradouros, espaços públicos, construção civil e desobstrução de galerias de água pluvial, rede de esgotos e lavagem de veículos. Artigo 7º. As ETE s produtoras de água de reuso deverão, obrigatoriamente, atender aos padrões de lançamento estabelecidos no artigo 21 da Resolução CONAMA 430, de 13 de maio de 2011 e no artigo 18 do Regulamento da Lei 997, de 31 de março de 1976, aprovado pelo Decreto 8.468, de 08 de setembro de 1976 e suas alterações. Artigo 8º. A água de reuso, além dos padrões especificados no artigo 7 o, observará, também, os seguintes padrões de qualidade: Cód.: S012V16 03/06/2011 2

I - Padrões de qualidade de água para Classe A PADRÕES DE QUALIDADE CLASSE A Parâmetros Valor Máximo Permitido Base técnica para adoção dos valores Coliformes termotolerantes ou E coli 200 NMP (UFC/100 ml) WHO (1989 e 2000) Giardia e Cryptosporidium 0,05 cistos ou oocistos /L WHO (1989 e 2000) Ryu e outros (2007) (estudo de Risco: CETESB/FSP-USP, 2012) Ovos viáveis de Ascaris sp 0,1 ovo viável/l WHO (1989) Turbidez 5 UT US EPA (2004) ANA/FIESP/SINDUSCON (2005) Demanda Bioquímica de Oxigênio US EPA (2004) 30 mg/l (DBO 5,20 ) Sólidos em suspensão totais (SST) 30 mg/l US EPA (2004) Alumínio total 5,00 mg/l Arsênio total Berílio total Boro total 0,5 mg/l CONAMA 396/08 para irrigação, CONAMA 357/05, WHO Cádmio total 0,01 mg/l Chumbo total 0,50 mg/l 106,5 mg/l. Para valores Cloreto total superiores deverá ser CONAMA 357/05 observado o disposto no 3º WHO deste artigo Cobalto total 0,05 mg/l CONAMA 396/08 para irrigação, CONAMA 357/05, WHO Cobre total 0,20 mg/l Cromo total Ferro total 5,00 mg/l Fluoreto total 1,00 mg/l Lítio total 2,50 mg/l Manganês total 0,20 mg/l CONAMA 396/08 para irrigação, CONAMA 357/05, WHO Cód.: S012V16 03/06/2011 3

Molibdênio Níquel total Selênio total Sódio Vanádio total Zinco total PADRÕES DE QUALIDADE CLASSE A Parâmetros Valor Máximo Permitido Base técnica para adoção dos valores 0,01 mg/l 0,20 mg/l 0,02 mg/l 69 mg/l Para valores superiores deverá ser observado o WHO disposto no 3º deste artigo II - Padrões de qualidade de água para Classe B 2,00 mg/l PADRÕES DE QUALIDADE CLASSE B Parâmetros Valor Máximo Permitido Base técnica para adoção dos valores Coliformes termotolerantes ou E col200 NMP (UFC/100 ml) No caso de aplicação de água de reuso para lavagem de veículos utilizados para transporte de passageiros deverá ser observado o disposto no 4º deste artigo. Giardia e Cryptosporidium 0,05 cistos ou oocistos /L WHO (1989 e 2000) WHO (1989 e 2000) Ryu e outros (2007) (estudo de Risco: CETESB/FSP-USP, 2012) Ovos viáveis de áscaris 0,1 ovo viável/l WHO Turbidez 5 UT US EPA (2004) Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5,20 ) 20 mg/l US EPA (2004) Sólido em suspensão total (SST) 30 mg/l US EPA (2004) 1º. Deverão ser observados os seguintes valores de Cloro Residual: Residual de Cloro Classe A Classe B Cloro Residual Total Máximo de 1,0 mg/l em irrigação por aspersão Mínimo 0,5 mg/l, após trinta após trinta minutos de tempo de contato minutos de contato Cloro Residual Livre Máximo de 1,0 mg/l para irrigação por aspersão (ANA/FIESP/SINDUSCON (2005)) Cód.: S012V16 03/06/2011 4

2º. Quando da utilização de métodos de desinfecção que não utilizem compostos a base de cloro, o atendimento ao padrão de qualidade para Cloro Residual Total poderá ser dispensado desde que seja apresentada comprovação de que o método utilizado resulta em eficiência igual ou superior à obtida com desinfecção a base de cloro com tempo de contato de 30 minutos e cloro residual total de 1,0 mg/l. 3º. Nos casos em que a água de reuso apresentar concentrações de Cloretos superiores a 106,5 mg/l ou concentrações de Sódio superiores a 69 mg/l, sua utilização para irrigação paisagística (Classe A) estará condicionada a: I - Concentração de Cloreto limitada a 250 mg/l e de Sódio limitada a 200 mg/l; II - Compromisso de parte do usuário por meio de Termo de Responsabilidade atestando a viabilidade da aplicação da água de reuso na(s) área(s) pretendida(s), assinado por profissional devidamente habilitado junto ao CREA que deverá recolher a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). 4º. No caso de aplicação de água de reuso para lavagem de veículos (Classe B) utilizados para transporte de passageiros, as variáveis Coliformes termotolerantes ou E. coli deverão apresentar o valor Não detectável. Artigo 9º. As ETE s produtoras de água de reuso deverão estar providas de sistema de tratamento que garanta a qualidade do produto, no padrão estabelecido nesta Resolução, devendo para isto contar, no mínimo, com processo de tratamento secundário, seguido de filtração e desinfecção. Artigo 10. Para garantia do padrão de qualidade, a água de reuso deverá ser monitorada por meio de análises laboratoriais que empreguem métodos de análises especificados em Normas Técnicas de Instituições Nacionais e Internacionais reconhecidas, na frequência abaixo estabelecida: Frequência Parâmetro Diária Semanal Trimestral Semestral Anual Cor, Turbidez, CRT DBO 5,20, Coliformes Termotolerantes ou E coli, SST Protozoários, Ascaris, Sódio e Cloreto Metais Os parâmetros constantes no Artigo 21 da Resolução CONAMA 430/2011 e no artigo 18 do Regulamento da Lei 997/1976, aprovado pelo Decreto 8.468/76, que não foram relacionados anteriormente neste artigo. 1º. O monitoramento da água de reuso para os parâmetros de frequência anual poderá ser substituído por resultados do automonitoramento da ETE exigido pela CETESB. 2º. O produtor de água de reuso poderá solicitar às autoridades sanitárias e ambientais a alteração na frequência mínima de amostragem de determinados parâmetros estabelecidos nesta resolução, apresentando justificativas embasadas no histórico de qualidade da água de reuso e nas características da bacia de drenagem da ETE. CAPÍTULO III DAS ATRIBUIÇÕES Cód.: S012V16 03/06/2011 5

Artigo 11. O produtor de água de reuso deverá: I. Proceder às análises laboratoriais definidas nesta Resolução e gerar os respectivos laudos analíticos de acordo com a Resolução SMA nº 90/2012 ou a normas que venham a substituí-la, que dispõem sobre os requisitos dos laudos analíticos submetidos à apreciação dos órgãos integrantes do Sistema Estadual de Administração da Qualidade Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento dos Recursos Naturais (SEAQUA); II. Elaborar um relatório anual consolidado, referente ao período de janeiro a dezembro, com o seguinte conteúdo mínimo: a) Volume mensal e anual produzido e transportado, destinos do produto, procedimentos adotados para garantia de qualidade laboratorial e medidas de proteção da saúde dos funcionários envolvidos na produção, transporte e utilização; b) Avaliação da qualidade da água de reuso produzida, com base no monitoramento especificado nesta resolução, descrição de eventuais não conformidades ocorridas em relação aos limites estabelecidos e das respectivas ações corretivas adotadas; III. Disponibilizar os registros operacionais em meio eletrônico, sempre que solicitado pelos órgãos e autoridades competentes; Artigo 12. As tubulações, reservatórios, veículos, bombas, medidores de vazão, sensores e demais equipamentos envolvidos na produção, transporte e utilização da água de reuso deverão ser estanques, devidamente identificados e projetados de forma a evitar contaminação e exclusivos para esta atividade, não podendo ser transferidos para instalações de água potável. 1º. As redes internas de água de reuso deverão ser completamente segregadas, não devendo haver possibilidade de mistura na tubulação com água potável por meio de válvulas ou desvios. 2º. Nos veículos e tanques deverão figurar, de forma visível, em destaque os dizeres abaixo: Laterais dos caminhões e tanques/contêineres: ÁGUA DE REÚSO Artigo 13. Os trabalhadores envolvidos na produção, transporte e utilização de água de reuso deverão estar devidamente protegidos, para que não se exponham, por contato direto ou indireto, a qualquer risco de contaminação, bem como devidamente orientados e capacitados para o uso correto do produto, nos termos das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego. Artigo 14. O produtor deverá informar e orientar o transportador e o usuário de água de reuso quanto aos cuidados, restrições e riscos envolvidos na sua utilização, assim como adotar medidas para evitar procedimentos inadequados que impliquem riscos à saúde. Artigo 15. O usuário de água de reuso deverá adotar procedimentos diferenciados para evitar contaminação de alimentos e água potável que porventura estejam expostos próximos aos locais de aplicação do produto. Cód.: S012V16 03/06/2011 6

Artigo 16. A unidade produtora de água de reuso deverá ser: I - Avaliada pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) quanto aos impactos na disponibilidade dos recursos hídricos; II - Licenciada pela CETESB. Parágrafo único. A produção, transporte e utilização de água de reuso, devem ser cadastrados no Sistema Estadual de Vigilância Sanitária, sem prejuízo das demais normas legais vigentes. CAPÍTULO IV DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Artigo 17. As ETE s que possuírem licença ambiental expedida para produção de água de reuso terão cento e oitenta dias para atender às disposições desta Resolução. Artigo 18. Os critérios técnicos adotados nesta Resolução poderão ser reformulados e complementados considerando o desenvolvimento científico e tecnológico, os dados gerados nas operações dos sistemas e a necessidade de preservação ambiental, saúde pública e manejo sustentável da água, a partir de três anos de publicação desta Resolução. Artigo 19. A cor padrão e as inscrições para identificação de tubulações serão regulamentadas pelos órgãos competentes em até três meses, contados da data de publicação desta Resolução. Artigo 20. O descumprimento ao disposto nesta Resolução ou a adoção de qualquer procedimento envolvendo a produção, transporte e utilização de água de reuso que resultem em riscos à saúde ou ao meio ambiente sujeitarão os responsáveis às penalidades previstas nas legislações sanitária e ambiental. Artigo 21. Esta Resolução entrará em vigor em 90 (noventa) dias de sua publicação. Cód.: S012V16 03/06/2011 7