ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS
Água A água é o componente que está presente em maior proporção no organismo animal, se constituindo num alimento extremamente importante para a produtividade e saúde. A água deve estar presente em quantidade e qualidade satisfatórias.
Funções da Água -ajuste da temperatura corporal - manter a homeostase mineral - excretar os produtos da digestão - excretar substâncias anti-nutricionais ingeridas com as dietas - eliminar drogas e seus resíduos - satisfazer a saciedade e a necessidade de ingestão.
Procedimentos recomendados para um bom fornecimento de água aos suínos: 1. Fazer um controle a cada 6 meses da qualidade microbiológica da água e, se necessário, instalar um sistema de desinfecção; 2. Lavar e desinfectar com hipoclorito de sódio todos os reservatórios de água da granja, uma vez a cada 6 meses; 3. Usar bebedouros específicos para cada fase da criação e dimensionar corretamente a canalização em função do tamanho do rebanho;
4. Bebedouros do tipo chupeta devem ter sistema de regulagem de altura, pois os mesmos devem ser posicionados sempre 5 cm acima da altura do dorso dos suínos; Tipo Chupeta: Tipo concha: - Em situações livres de estresse, a ingestão diária corresponde a 5 ou 6% do peso corporal, ou seja, 2 a 5 kg de água por kg de matéria seca ingerida. - Animais mais jovens possuem uma maior necessidade quando comparada aos adultos
5. Somente adquirir bebedouros de fabricantes com recomendações técnicas de uso dos seus equipamentos e segui-las na hora da instalação; 6. Respeitar uma relação de suínos/bebedouros nas fases de creche, crescimento e terminação e o tamanho do lote;
Valores recomendados para suínos: Creche Crescimento e terminação Chupeta Concha Chupeta Concha Vazão l/min 1,0 1,5 1,5 3,0 Altura em rel. ao piso (cm) Num. máx suínos/bebedouro 30 12 50 20 10 18 10 18
Água necessária para a produção de suínos, em função do estado fisiológico, nas diferentes fases produtivas (litros/dia): Categoria de suíno Aporte médio de água (L/d) Leitões (15 kg) 1,5 2 Suíno (50 kg) 5 8 Suíno (90 kg) 6 9 Suíno (150 kg) 7 10 Porca em gestação 15 20 Porca em lactação 30 40
Vazão mínima recomendada nos bebedouros em função da fase produtiva dos suínos: Categoria de suíno Vazão de água (L/min) Leitões maternidade 0,25 0,40 Suíno (até 30 kg) 0,50 0,60 Suíno (30-50 kg) 0,60 0,75 Suíno (50-150 kg) 0,75 1,00 Porca em Lactação 1,50 2,00 Porca em Gestação 1,00 1,50 Cachaço 1,50 2,00
Carboidratos É a principal fonte energética em dietas para suínos. A energia presente nos alimentos vem, principalmente, do amido. Lipídeos São gorduras e compostos associados, insolúveis em água e solúveis em compostos orgânicos. Os lipídeos têm importantes funções no organismo animal, sendo uma das principais a reserva energética
Proteínas As proteínas se encontram em todas as células vivas, representando a maior fração da matéria seca das células animais onde realizam diversas funções. São formadas por cadeias básicas os aminoácidos. Existe grande variação qualitativa entre proteínas de origem animal e vegetal.
ADITIVOS ALIMENTARES: não são vitais para o organismo mas beneficiam a nutrição 1. Antibióticos Seu uso está associado a um efeito benéfico sobre o ganho de peso nos animais em crescimento, o que é demonstrado por diversos estudos. Os antibióticos parecem agir sobre a população microbiana do trato digestivo, diminuindo os resíduos tóxicos do seu metabolismo, os quais necessitam muita energia para sua neutralização Esta energia seria, então, mais eficientemente utilizada para promover síntese nutricional
2. Probióticos São microorganismos vivos que normalmente estão presentes no microbismo do trato intestinal. São selecionados e multiplicados em laboratório e administrados na dieta. No caso da população (principalmente E. coli ) ser substituída por alguma bactéria benéfica, o animal seria mais saudável e ocorreria melhor digestão dos alimentos. Atualmente o mercado oferece probióticos com características biológicas satisfatórias. É um campo que tende a crescer na nutrição de suínos.
Enzimas Seu uso vem se intensificando no sentido de alcançar uma maior eficiência de utilização do alimento. AÇÃO: a) Na remoção de fatores antinutricionais; b) Aumentando a digestibilidade de nutrientes existentes, inclusive do amido, e c) Aumentando a concentração enzimática no organismo animal. Para exercer seu efeito benéfico, as enzimas devem ser estáveis aos processos de manufatura do alimento, ao baixo ph e as enzimas proteolíticas do trato gastrintestinal.
EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS: Cada categoria animal tem exigências específicasque levam em conta o ganho de peso esperado, potencial genético e fase de criação, entre outros. A literatura oferece diferentes tabelas de requerimentos. Deve-se ter cuidado na definição dos requerimentos principalmente na fase de crescimento e terminação onde os potenciais genéticos disponíveis no mercado só respondem com níveis de aminoácidos acima dos normalmente prescritos.
Exigências nutricionais de suínos de 5 a 100 kg de peso vivo/ 1000 kcal ED da ração: Fase Pré-inicial Inicial Cresc. Terminaç Peso vivo (kg) 5 a 15 15 a 30 30 a 60 60 a 100 Proteína 6,00 5,17 4,55 3,97 Energia 3,5 3,4 3,3 3,3
Para determinar o nível de alimentação, ad libitum ou restrito, é necessário: - Definir os objetivos criatórios: nível de crescimento, qualidade de carcaça, etc. - Conhecer o potencial de crescimento e deposição muscular. 1. Alimentação à Vontade (ad libtum) Com bom material genético, boas condições ambientais e alimento que permita um ótimo índice de crescimento, a alimentação a vontade, não tem efeitos deletérios sobre a conversão alimentar até 80 kg de peso vivo. A partir deste peso esse manejo alimentar deteriora a qualidade de carcaça, principalmente em machos castrados; as fêmeas não têm esse problemas.
2. Alimentação restrita Se justifica nas categorias que têm propensão à deposição de gordura, tais como macho castrado e animais no final da terminação. Consequências: - A taxa de crescimento diminuído; - A conversão melhora (desde que a restrição não seja superior a 20% do consumo voluntário); - A percentagem de músculo aumenta e o depósito de gordura diminui.
Na prática, para adoção de um manejo alimentar deve-se observar: Nas fêmeas a restrição energética de 10% na alimentação à vontade permite melhoras importantes na qualidade da carcaça sem afetar a conversão. Em machos castrados a percentagem de músculo pode aumentar com restrição de até 20%. Nesse caso haverá efeitos negativos no ganho de peso. Em animais com grande desenvolvimento muscular e crescimento rápido, a alimentação à vontade desde a fase inicial determina performances médias de conversão e carcaça.
APRESENTAÇÃO DO ALIMENTO : Farelada ou peletizada Ração Farelada: Ração peletizada: FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO: Seca ou Úmida No contexto geral, a alimentação úmida permite melhores resultados comparada à ração seca. Essa melhora é mais definida no sistema ad libitum que restrita.
Número de rações Cinco (mínimo) Treze (máximo) 1 Pré máter (10 dias desmama 1 ) 1 Inicial (10-65 dias) 2 Pré-inicial I (desmama 1-32 dias) 3 Pré-inicial II (33 46 dias) 4 Inicial I (47-56 dias) 2 Crescimento (66 110 dias) 5 Inicial II (57-70 dias) 6 Recria I (71-85 dias) 7 Recria II (86-100 dias) 3 Abate (111 dias abate 2 ) 8 Terminação (101-125 dias) 9 Abate (125 dias abate) 4 Gestação 10 Gestação (cobertura ao parto) 11 Lactação (Parto à cobertura)
Medidas inportantes para melhorar a conversão alimentar: Controle dos problemas sanitários melhoramento genético dos suínos redução do desperdício da ração ração melhor balanceada manejo na alimentação manejo nas instalações e ambiente não castração dos machos destinados ao abate uso de promotores de crescimento
Redução nos custos da ração: Culturas e cereais com produçào na entressafra de soja e milho. Ex.: aveia, cevada, centeio, triticale, caldo de cana Resíduos de subprodutos agroindustriais: farelos (algodão, trigo, arroz, etc.), subprodutos de abatedouro, soro de leite etc. culturas e cereais alternativos: mandioca, sorgo, milheto, frutas (caju e coco), etc.