Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Reto

Documentos relacionados
Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Vulva

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Meduloblastoma

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Pulmão

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar CP Operado

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Pâncreas

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar SNC baixo grau

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Pâncreas

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Mama

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar SNC alto grau

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Estômago

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar CP não-operado

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar Colo Uterino

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Meduloblastoma

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico-Hospitalar CP não-operado

X Encontro de Técnicos em Radioterapia. Toxicidade aguda da radioterapia: quais os principais sinais e sintomas Dra.

Efeitos Tardios da Radioterapia

Protocolo de cuidados com a pele. Hospital Moinhos de Vento. Congresso brasileiro de radioterapia

Alerson Molotievschi Residente 2º ano - Radioterapia

Reirradiação após recidiva de tumor em cabeça e pescoço : Indicações e Resultados. Priscila Guimarães Cardoso R3 - Radioterapia

Radiobiologia: O protocolo de dose e a tecnologia. Dra Rosana Andrade Radioterapia Clínicas COI

Indicações e passo-a-passo para realização de SBRT

Quais os reais benefícios de IMRT de Próstata?

Benchmark: IMRT em Câncer de Canal Anal. Dr. Felipe Erlich Serviço de Radioterapia Inca 25/06/2011

RADIOTERAPIA ESTEREOTÁXICA CORPÓREA

Apresentador JOSÉ EDUARDO CHICARELLI MARTIN

Simulação, Planejamento e Tratamento de Câncer de Cabeça e Pescoço

Módulo: Câncer de Colo de Útero

LIGA NORTE-RIOGRANDENSE CONTRA O CÂNCER SERVIÇO DE RADIOTERAPIA DEPARTAMENTO DE ENSINO E PESQUISA

O estado da arte da Radioterapia na abordagem de Tumores de Bexiga. Dr. Baltasar Melo Neto R3 - UNIFESP

Doença Localizada. Radioterapia exclusiva em estádios iniciais: quando indicar? Robson Ferrigno

Braquiterapia ginecológica guiada por imagem (IGBT): estabelecimento de rotina por meio da avaliação da resposta tumoral

CONJUGAÇÃO DO EXAME DE PET/CT COM IMRT NO DELINEAMENTO E PLANEJAMENTO EM TUMORES DE CANAL ANAL. Lílian d Antonino Faroni Rio de Janeiro 2012

Conferencista ALEX SANDRO DA COSTA AGUIAR

SOCIEDADE BRASILEIRA DE RADIOTERAPIA PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA RADIO-ONCOLOGIA

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE PACIENTES PARA REIRRADIAÇÃO DE TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO

Adriana da Silva Santos Dosimetrista

Revisão da Anatomia e definição dos volumes de tratamento: câncer de próstata

Complicações na Doença Inflamatória Intestinal

PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS

Mauricio Zapparoli Departamento de Clínica Médica Hospital de Clínicas Universidade Federal do Paraná. DAPI Diagnóstico Avançado por Imagem

RADIOTERAPIA EM TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO LOCALMENTE AVANÇADOS E IRRESSECÁVEIS (IVB): QUANDO EVITAR TRATAMENTOS RADICAIS?

CUIDADOS COM CATETERES E SONDAS

EDITOR: Ana Forjaz de Lacerda

USO DA ALOE VERA NA PROFILAXIA DAS RADIODERMITES EM PACIENTES PORTADORAS DE CÂNCER DE MAMA SUBMETIDAS À CIRURGIA E TRATADAS COM RADIOTERAPIA ADJUVANTE

Universidade Federal do Ceará Faculdade de Medicina Liga de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Jônatas Catunda de Freitas

15º - AUDHOSP. Radioterapia: técnicas e conceitos. Prof. Dr. Harley Francisco de Oliveira

Prostatic Stromal Neoplasms: Differential Diagnosis of Cystic and Solid Prostatic and Periprostatic Masses

CARCINOMA DUCTAL INVASOR INICIAL DA BIDIMENSIONAL VERSUS TRIDIMENSIONAL NÍVEIS I E II

A imagem não pode ser exibida. Talvez o computador nã

A obstrução colônica aguda é uma condição grave que traz risco de vida, e que requer tratamento cirúrgico imediato.

Como eu faço. Aspectos práticos da braquiterapia de próstata com baixa taxa de dose. HSL - Jun/98 a Março/ casos. Paula P. Rodrigues Ferreira

Rodrigo de Morais Hanriot Radioterapeuta Sênior Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Braquiterapia Ginecológica

Módulo: Câncer de Próstata Localizado Alto Risco

ANEXO I TABELA DE AVALIAÇÃO DE SINTOMAS DE BOYARSKY MODIFICADA

O estado da arte da radioterapia em pacientes idosas com tumores de mama iniciais

MARCO AURELIO VAMONDES KULCSAR CHEFE DE CLINICA ICESP

Tumores Germinativos do SNC na

Radioterapia de SNC no Câncer de Pulmão: Update Robson Ferrigno

Enfª Élida Pereira Cabral.

Alterações no Trato Urinário

Radioterapia para câncer de testículo (seminoma) Quando indicar? ANDREIA CARVALHO R3 Radioterapia Hospital do Servidor Público Estadual São Paulo

03/05/2012. Abdome Agudo. Abdome Agudo obstrutivo. Dor de início súbito (de horas até 7 dias), não traumática.

Educação Paciente e Família: Qual a melhor abordagem?

Papel da Radioterapia nos Gliomas de Baixo Grau. Hospital Erasto Gaertner Serviço de Radioterapia Paulo Marcelo Rodrigues

Apresentação: Marcel Fang

RADIOTERAPIA ADAPTATIVA

Podemos considerar RT hipofracionada da mama para todas as pacientes como padrão? SIM. Erlon Gil 21/06/13

Estamos Tratando Adequadamente as Urgências em Radioterapia?

Qual o real benefício da radioterapia com intensidade modulada de feixe (IMRT) para o tratamento dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço?

número 25- julho/2016 RELATÓRIO PARA A SOCIEDADE informações sobre recomendações de incorporação de medicamentos e outras tecnologias no SUS

Legenda do Anexo de Solicitação Radioterapia

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Departamento de Cirurgia Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço

Cintilografia Óssea com 99mTc-MDP na suspeição do câncer de próstata.

Teleterapia Indicações e Resultados na Doença Localizada. Câncer de Próstata. XIII Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia Rio de Janeiro

O que é e para que serve a Próstata

Os tumores neuroendócrinos retais expressam marcadores como cromogranina e sinaptofisina, embora nem sempre sejam positivo.

CIRURGIAS DO TRATO URINÁRIO

SUMÁRIO SOBRE A FEBRASGO 4 O QUE É 5 SINTOMAS 6 DIAGNÓSTICO 7 TRATAMENTO 8 ENTENDA A ENDOMETRIOSE 9 ENDOMETRIOSE E INFERTILIDADE

Luciano Moreira MR3 Radioterapia Liga Norte Riograndense Contra o Cancer, Natal-RN

Posicionamento, Imobilização e. Técnica de Tratamento nos Tumores. do Pulmão

Explorando o escalonamento de dose em radioterapia

Imagem da Semana: Ressonância nuclear magnética

TROCA DE INFORMAÇÕES DE SAÚDE SUPLEMENTAR

Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em seguida, assine no espaço reservado para isso.

22 - Como se diagnostica um câncer? nódulos Nódulos: Endoscopia digestiva alta e colonoscopia

Seminário Grandes Síndromes

Protocolo de Preservação de Orgão em Câncer de Cabeça e Pescoço

Imagem da Semana: Ultrassonografia e Tomografia Computadorizada (TC)

Urgência e emergência na atenção primária. Enfª Karin Bienemann

GAMEDII HISTÓRIA EQUIPE GAMEDII AGRADECIMENTOS:

Braquiterapia Guiada por Imagem: Ponto de vista do radioterapeuta

Incontinência urinária Resumo de diretriz NHG M46 (setembro 2006)

TABELA DE PROCEDIMENTOS SUS

Transcrição:

Diretrizes Assistenciais Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Reto Versão eletrônica atualizada em Novembro 2008

Protocolo de Conduta da Assistência Médico-Hospitalar Objetivos: - manuseio das doenças de forma rápida e efetiva - diminuição da morbidade e mortalidade dos pacientes - melhora da qualidade de vida e a diminuição dos custos A intenção deste protocolo é de encorajar a uniformização de alguns serviços de saúde prestados. Embora pretenda melhorar a eficácia e a qualidade dos serviços não é uma garantia absoluta sobre os resultados. O protocolo constitui apenas um guia de condutas, cabendo ao médico responsável as decisões finais sobre o manuseio de seus pacientes. Deve conter os requisitos mínimos aceitos para o manejo dos pacientes. I. Este protocolo envolve: radioterapia no tratamento do câncer de reto (CID C20). II. Tempo de Tratamento hospitalar previsto: 06 semanas. III. Introdução Estima-se 40340 casos novos de câncer de reto nos EUA em 2005. O prognóstico, de acordo com estatísticas norte-americanas é de 89,9% de sobrevida em 5 anos para doença localizada, 67,3% para doença locoregional e 9,6% para doença à distância. IV. Critérios de inclusão: Será considerado elegível o paciente que apresentar TODOS os seguintes critérios de inclusão: - ser portador de neoplasia maligna primária de reto com confirmação histológica; - estádio clínico II a III (AJCC). V. Critérios de exclusão: (contra-indicações absolutas) Será considerado inelegível o paciente que apresentar UM OU MAIS dos seguintes critérios de exclusão: - senilidade e/ou falta de compreensão dos procedimentos; - impossibilidade de adesão ao tratamento; - recusa ao tratamento; - radioterapia pélvica prévia - colagenose em atividade. VI. Confirmação do diagnóstico clínico: - história clínica; - exame físico: (geral e dirigido)

- exames complementares: *Colonoscopia; *TC de tórax, abdômen e pelve; *CEA; *Exames desejáveis: USG transretal, RNM pélvica. VII. Plano Terapêutico: VII. A. Tratamento adjuvante curativo com quimioterapia concomitante - Quimioterapia: Condutas referentes à administração dos quimioterápicos encontram-se especificadas em separado. - Radioterapia externa: (1ª fase) CTV: = leito tumoral + drenagem linfonodal (2ª fase) GTV: = leito tumoral CTV: = GTV + margem Dose-dia: 180cGy Dose total: (1ª fase): 4500cGy (2ª fase): 540cGy VII. B. Tratamento neaoadjuvante curativo com quimioterapia concomitante - Quimioterapia: Condutas referentes à administração dos quimioterápicos encontram-se especificadas em separado. - Radioterapia externa: (1ª fase) CTV: = leito tumoral + drenagem linfonodal (2ª fase) GTV: = leito tumoral CTV: = GTV + margem Dose-dia: 180cGy

Dose total: (1ª fase): 4500cGy (2ª fase): 900cGy Doses máximas em órgãos de risco: Bexiga: 55%: 47Gy 30%: 70Gy Dmáx: 82Gy Cabeça femoral: Dmáx: 50Gy Posicionamento e imobilização: - decúbito dorsal; - utilização de imobilizador individual. Técnica de irradiação: - Radioterapia Conformada Tri-dimensional ou Radioterapia de Feixe de Intensidade Modulada (IMRT). VIII. Critérios de suspensão temporária do tratamento: - qualquer toxicidade grau III ou superior (RTOG). IX. Critérios de interrupção do tratamento: - progressão de doença; - toxicidade grau 4 (RTOG) persistente, sem recuperação com suspensão temporária do tratamento e/ou terapêutica habitual; - perda de peso maior que 20% do peso habitual. X. Instruções especificas por ocasião da alta: Tipo Dieta Atividade Física Curativos/Incisões Medicamentos Exames controle Materiais especiais Educação (sinais, sintomas, equipamentos, etc.) Instruções De acordo com protocolo específico da nutrição. Normal, dentro de sua capacidade. Cuidados com cicatriz cirúrgica. Medicações conforme clinicamente indicado. Colonoscopia a cada 3-6 meses; TC de tórax, abdômen e pelve a cada 3-6 meses. Dosagem de CEA a cada reavaliação Nenhum. Observar sintomas urinários e intestinais em geral.

Reavaliação/Emergência Reavaliações no 1o mês após o tratamento; a cada 3 meses no primeiro ano; a cada 4 meses no segundo ano; a cada 6 meses nos anos subseqüentes. XI. Abreviaturas explicativas usadas: GTV: gross tumor volume; CTV: clinical target volume; PTV: planning target volume; RTOG: Radiation Therapy Oncology Group; AJCC: American Joint Commitee on Cancer; RM: ressonância nuclear magnética; TC: tomografia computadorizada; USG: ultrassonografia. XII. Tabelas e anexos: MORBIDADE AGUDA - RTOG* Órgão - tecido Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Pele Eritema folicular fraco ou apagado, epilação, descamação seca, diminuição se sudorese. Eritema brando ou claro, descamação úmida em placas, edema moderado. Descamação úmida confluente, além das dobras da pele ou edema em casca de Ulceração, hemorragia ou necrose. Gastrointestin al Inferior Aumento da freqüência ou modificação do hábito intestinal não de medicação. Sem desconforto retal. Genitourinário urinária ou nictúria duas de drogas parassimpatol íticas. Descamação de mucosa ou dor retal e abdominal. urinária ou nictúria laranja suporte parenteral. Mucosite grave ou de fraudas. urinária ou nictúria a Obstrução aguda ou sub-aguda, fístula ou perfuração. Sangramento transfusão. Dor abdominal ou tenesmos de sonda nasogástrica. Hematúria transfusão.

vezes maior que o habitual. Urgência miccional não de medicação. Hematológico 11 > Hb > 9,5 4000 > Gb > 3000 1900 > fagócitos > 1500 100.000>plaq uetas>75.000 menos freqüente do que a cada hora. Disúria ou espasmo de bexiga de analgésico tópico (p ex. Pyridium). 9,5 > Hb > 7,5 3000 > Gb > 2000 1500 > fagócitos > 1000 75.000 > plaquetas > 50.000 cada hora ou mais freqüente. Disúria, dor pélvica ou espasmo de bexiga o uso de narcóticos regularmente. Hematúria macroscópica, com ou sem coágulos. 7,5 > Hb > 5 2000 > Gb > 1000 1000 > fagócitos > 500 50.000 > plaquetas > 25.000 Obstrução aguda de bexiga. Ulceração ou necrose. Hb < 5 Gb < 1000 fagócitos < 500 plaquetas < 25.000 *Grau 0: Sem mudança / ausência de toxicidade. MORBIDADE TARDIA / SEQÜELAS - RTOG / EORT* Órgão/tecido Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Pele Leve atrofia, mudança de pigmentação ou alguma perda de cabelo. Atrofia, a moderada ou perda total de cabelo. Atrofia e a acentuadas. Ulceração. Tecido Subcutâneo Intestinal Leve fibrose e perda de gordura subcutânea. branda ou Fibrose acentuada mas assintomática. Leve contratura no campo com diminuição linear menos de 10%. moderada e Fibrose intensa e perda de tecido subcutâneo. Contratura no campo igual ou superior a 10%. Obstrução e Necrose. Necrose, perfuração ou

Bexiga cólicas leves. Até 5 evacuações ao dia. Descarga retal ou leves. Atrofia epitelial leve, a branda ou hematúria microscópica leve e rara. cólicas. Evacuações mais de 5 vezes ao dia. Excessivo muco retal ou intermitente. urinária moderada, a generalizada ou hematúria microscópica intermitente. cirurgia. urinária elevada ou disúria. Teleangectasi a generalizada. Hematúria freqüente ou redução da capacidade vesical (< 150 cc) fístula. Necrose ou bexiga contraída secundária (< 100 cc). Cistite hemorrágica severa) *Grau 0: Sem mudança ou ausência de toxicidade; Grau 5: Óbito diretamente relacionado ao efeito tardio da radiação. XIII. Data da realização do protocolo: 01/2007 Data da próxima revisão: XIV. Equipe responsável pela elaboração Nomes Michael Jenwei Chen Profissão / Especialidade Médico / Radioterapia