Estudo Comparativo da Tensão Crítica Elástica de Flambagem de Chapas Enrijecidas em Aço Denise Aparecida Barbosa 1, Rodrigo Barreto Caldas 2 1

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Transcrição:

Estudo Comparativo da Tensão Crítica Elástica de Flambagem de Chapas Enrijecidas em Aço Denise Aparecida Barbosa 1, Rodrigo Barreto Caldas 1 Universidade Federal de Minas Gerais / Departamento de Engenharia de Estruturas / denbarbosa@yahoo.com.br Universidade Federal de Minas Gerais / Departamento de Engenharia de Estruturas / caldas@dees.ufmg.br Resumo Este artigo apresenta um estudo comparativo da tensão crítica elástica de flambagem de chapas enrijecidas em aço, submetidas a tensões normais ou de cisalhamento. Para realização deste estudo foram analisados quatro casos de chapas enrijecidas longitudinalmente, utilizando a norma EN 1993-1-5:006, as tabelas e ábacos dos trabalhos dos professores KLÖPPEL e SCHEER (1960), e o programa EBPlate. Os resultados foram comparados entre si mostrando a diferença entre as abordagens. As tabelas dos professores KLÖPPEL e SCHEER (1960) apresentaram valores de tensões normais críticas inferiores aos obtidos com o programa EBPlate, que por sua vez apresentou valores inferiores aos obtidos pela norma EN 1993-1-5:006. Palavras-chave Alma Enrijecida; Flambagem; Vigas Esbeltas. Introdução As estruturas esbeltas nos projetos de engenharia de estruturas de aço têm sido mais utilizadas devido à evolução da tecnologia. Em estruturas de pontes, viadutos e edifícios industriais de aço, as chapas são os elementos básicos, podendo ser bastante esbeltos, e, portanto, a instabilidade das chapas é um dos pontos mais críticos nesses tipos de estrutura. Na prática, a forma de contornar o problema, é através do reforço destas chapas por meio de enrijecedores transversais e/ou longitudinais. Logo, dentre as estruturas esbeltas de aço, destacam-se as formadas pela associação de chapas e enrijecedores, ou seja, por painéis enrijecidos, como o caso de almas esbeltas enrijecidas de vigas de seção I ou caixão. A verificação da instabilidade das vigas esbeltas permite determinar a espessura da alma e o uso ou não de enrijecedores, o que afeta diretamente no peso da estrutura de aço. Conforme SIMÕES (005), a utilização de seções transversais esbeltas constitui uma alternativa competitiva, pois aperfeiçoa o dimensionamento apesar da necessidade de limitar as tensões atuantes. Ainda segundo SIMÕES (005), nas seções esbeltas ocorre a instabilidade local antes de se atingir a resistência ao escoamento do aço, e, portanto torna-se necessário determinar a força ou tensão que leva à flambagem local. A determinação da força ou tensão de flambagem elástica local é complexa e pode ser obtida através de simulações numéricas utilizando-se do Método dos Elementos Finitos. Porém, na prática de projeto de

estruturas este método implica em maior tempo gasto, onerando o projeto. Isto justifica o uso de normas técnicas com simplificações muitas vezes conservadoras. A estrutura típica de um painel enrijecido é composta por chapas, enrijecedores transversais e longitudinais. A alma enrijecida se constitui de um painel global, que por sua vez contém os subpainéis. O denominado painel global é delimitado pelos enrijecedores transversais da alma e pelas mesas da viga. Já os denominados subpainéis ou painéis isolados são delimitados pelos enrijecedores longitudinais e transversais da alma, conforme a Figura 1. Este trabalho tem como objetivo obter a tensão crítica elástica de flambagem de chapas enrijecidas em aço utilizando a norma européia EN 1993-1-5:006, tabelas encontradas na literatura e um programa computacional denominado EBPlate. Para isso, um estudo com quatro casos de diferentes chapas enrijecidas foi realizado e os valores obtidos da norma europeia e das tabelas, com o programa foram comparados. enrijecedores longitudinais mesa superior enrijecedor transversal b enrijecedor transversal mesa inferior a Figura 1 Alma enrijecida de um perfil de seção I ou caixão. Fundamentação Teórica Comportamento elástico à compressão de chapas enrijecidas e não enrijecidas Comportamento de chapas não enrijecidas comprimidas uniaxialmente É citado em SILVA e GERVÁSIO (007), que BRYAN (1981) estudou a flambagem de uma placa retangular, com espessura t, simplesmente apoiada no seu contorno e sujeita a uma tensão normal de compressão longitudinal uniforme, conforme a Figura. Figura Flambagem de placa comprimida axialmente (SILVA e GERVÁSIO, 007).

A tensão crítica de flambagem elástica pode ser obtida a partir da equação diferencial: 4 t w w = x.. (1) D x com, e, obtém-se, 3 E. t D = 1.(1 ϑ ) () mπx nπy w = amn.sin. sin a b (3) k. π. E t cr = (4) 1.(1 ϑ ) b sendo k o coeficiente de flambagem, dado por, m n. α k = + (5) α m onde α é a razão de aspecto da placa, ou seja, o quociente entre as dimensões da placa retangular α=a/b ; m é o número de semi-ondas na direção da compressão; e n é o número idêntico na direção transversal. O coeficiente k que interessa é o de valor mais baixo, sendo assim n deve ser tomado igual à unidade, o que significa que o modo de flambagem da placa apresenta uma semi-onda sinusoidal na direção transversal. Comportamento de chapas não enrijecidas submetidas à compressão e flexão uniaxiais Conforme apresentado em SILVA e GERVÁSIO (007), uma placa simplesmente apoiada quando é submetida a uma tensão normal de compressão e a uma flexão, desenvolve um diagrama de tensões normais que varia linearmente entre uma tensão máxima de compressão que atua na borda superior 1, e uma tensão mínima de compressão ou máxima de tração que atua na borda inferior, conforme a Figura 3. A tensão longitudinal ( x ) a uma distância y da origem é dada por: ξ = 0 x ( y) 1. 1. y (6) b E a relação entre as tensões normais de compressão e tração, é definida como: 1 ψ = = 1 ξ0 (7)

Figura 3 Distribuição de tensões normais não-uniformes (SILVA e GERVÁSIO, 007). Lembrando que para ξ 0 =, as tensões 1 e têm valores iguais. Para uma placa não enrijecida, simplesmente apoiada nas quatro bordas, o coeficiente de flambagem k pode ser obtido a partir da Equação 5, e é dado como a seguir: 8,4 k = ; 0,0 0 1, 0,1 ξ (8) ξ 0 ou k = 10. ξ0 13,736. ξ0 + 11,37; 0,0 ξ 0, 0 (9) onde, ξ 0 = 0 para compressão pura e ξ 0 = para flexão pura. Comportamento de chapas enrijecidas Conforme SILVA e GERVÁSIO (007), para obter soluções otimizadas para chapas comprimidas muitas vezes é necessário enrijecê-las nas direções longitudinais e transversais. O comportamento das chapas enrijecidas é complexo, pois coexistem múltiplos modos de flambagem. A interação entre dois modos de flambagem com comportamento pós-crítico resulta em comportamentos instáveis. Uma placa enrijecida típica (no caso, uma alma de viga com enrijecedores longitudinais e transversais) pode apresentar os seguintes modos de flambagem: - Flambagem global da alma enrijecida, ou seja, flambagem dos enrijecedores longitudinais, transversais e da placa em um modo combinado. O painel enrijecido pode flambar em direção ao enrijecedor ou à placa; - Flambagem do painel global (entre enrijecedores transversais) da alma enrijecida; - Flambagem dos subpainéis (não-enrijecidos), ou seja, flambagem local da alma entre enrijecedores longitudinais e transversais, antes da flambagem dos enrijecedores; - Flambagem global dos enrijecedores transversais.

Portanto, em termos normativos é comum impor requisitos geométricos mínimos para evitar que alguns modos de flambagem possam ser críticos. Em termos práticos, a flambagem de uma placa enrijecida é controlada pela flambagem global, acompanhada ou não de flambagem local da placa entre enrijecedores longitudinais. Para placa enrijecida com um único enrijecedor longitudinal central (Figura 4) ou com dois espaçados igualmente (Figura 5), estabelece-se uma equação de equilíbrio do modo de flambagem. Esta equação leva em conta a continuidade e a interação entre o enrijecedor e os painéis adjacentes, e resolve-se o problema de forma direta. As soluções desta equação são normalmente apresentadas através de gráficos que ilustram o coeficiente de flambagem em função das dimensões da placa e das propriedades do enrijecedor. Mas, se a mesma placa for enrijecida com três ou mais enrijecedores longitudinais, considera-se uma contribuição uniforme dos enrijecedores em toda a placa, ou seja, considera-se que esta placa tem um comportamento ortotrópico fictício equivalente. Figura 4 Modos de flambagem para placa com um único enrijecedor longitudinal central (SILVA e GERVÁSIO, 007). Figura 5: Modos de flambagem para placa com dois enrijecedores longitudinais (SILVA e GERVÁSIO, 007).

Comportamento elástico ao esforço cortante de almas enrijecidas e não enrijecidas Conforme LEBET e HIRT (013), a capacidade resistente ao cisalhamento de uma viga em perfil I é primeiramente fornecida pela alma. No caso de pontes e viadutos de aço a alma normalmente é esbelta, sendo, portanto suscetível à flambagem local, devido ao efeito do cisalhamento. No comportamento elástico antes da flambagem local, o estado plano de tensões de uma placa quadrada ao cisalhamento é uma combinação das tensões principais 1 e de igual intensidade e opostas (há diagonais em tração e compressão à 45º relativos às bordas para um painel quadrado, ou seja, em relação à direção do enrijecedor transversal), com um modo de flambagem com a forma de meia onda na direção de tração e de pelo menos uma onda na direção de compressão, conforme ilustra a Figura 6. Figura 6: Flambagem por esforço cortante em painel de alma (SILVA e GERVÁSIO, 007). O valor crítico para cisalhamento (V cr ) é determinado usando a teoria elástica linear (comportamento pré-flambagem). Como citado em SILVA e GERVÁSIO (007), ALLEN e BULSON (1980) usando a teoria linear elástica de flambagem calcularam a contribuição elástica, que é a máxima força cortante que a alma pode resistir antes de flambar, que é dada por: sendo, τ cr : tensão crítica elástica de flambagem ao cisalhamento; h f : altura medida entre as espessuras médias das mesas; t w : espessura da alma; D: rigidez da placa. V = τ. h. t (10) cr cr f w com, τ cr π. E t w t w.. τ = 0,9. k. E. τ = 1.(1 υ ) h f h f kτ. π. D = k (11) t.( ) w h f Como mencionado em SILVA e GERVÁSIO (007), CRATE e LO (1948) determinaram o coeficiente de flambagem (k τ ) para o caso de chapas com enrijecedores longitudinais, e

estudaram um painel de alma simplesmente apoiado nas bordas e com um único enrijecedor longitudinal centrado. O coeficiente de flambagem em função do parâmetro de rigidez (γ s ) é dado por: k = 5,34 1,36. 3 γ s (1) τ + Para um painel de alma não-enrijecido, que é considerado como uma placa simplesmente apoiada ao longo das quatro bordas, este coeficiente independente do modo de flambagem, sendo igual a: 5,34 k τ = 4 + ; α 1 α (13) 4 k τ = 5,34 + ; α > 1 α (14) O coeficiente de flambagem k τ é uma função da esbeltez α = a/h f, onde a é a distância entre os enrijecedores transversais. Tabelas de KLÖPPEL e SCHEER (1960) Em 1960, os professores alemães Kurt Klöppel e Joachim Scheer empregaram a teoria da matriz, para a preparação da programação da teoria de flambagem, de chapas retangulares enrijecidas. Foi usada a solução de Navier para chapas retangulares simplesmente apoiadas, que é uma solução analítica (equação diferencial parcial de 4ª ordem) pelo método da energia por séries duplas trigonométricas. A placa quando submetida à ação de uma carga distribuída, p(x 1,x ), pode ser representada através de séries trigonométricas duplas de Fourier do seguinte modo: mπx1 nπx p( x1, x) = pmn. sen. sen (15) m= 1 n= 1 a b onde, p mn são constantes e, m e n são números inteiros. Uma solução possível para a equação de Lagrange é a chamada solução de Navier para a qual se considera ω(x 1,x ) uma função do tipo série dupla de senos que verifica simultaneamente a equação de Lagrange e as condições de contorno. Logo, obtém-se a equação da deformada com a seguinte forma: 1 pmn mπx1 nπx ω( x1, x). sen. sen 4 = (16) π. D m n a b m= 1 n = 1 a + b Com a ajuda do computador IBM 704 doado para Darmstadt TH pela IBM Deutschland, em 1958, Kurt Klöppel e Joachim Scheer calcularam os coeficientes de flambagem para casos padronizados a partir da matriz de flambagem. Os autores publicaram gráficos de curvas, utilizados na prática diária da engenharia de estrutura de aço para determinar os coeficientes de flambagem e, portanto analisar as tensões de placa.

Em 1968, um segundo volume foi publicado por Kurt Klöppel e Karl Heinrich Möller. A última revisão ocorreu em 001. Portanto estes gráficos possibilitam obter as tensões críticas elásticas para casos práticos comuns. Com os ábacos e tabelas de Klöppel-Scheer e Klöppel-Möller determina-se a tensão de flambagem de placa vk para os casos de solicitações simples ou combinadas, através da seguinte fórmula, que é semelhante à x(cr) = k. e : com, = k k. k. k. (17) vki 1. 3 4 e π. E t e = (18) 1.(1 ϑ ) b O coeficiente k é dado por um produto de fatores k = k 1.k.k 3.k 4, que representam o estado de carregamento e a influência dos enrijecedores e das dimensões da placa, sendo: - Coeficiente k 1 : Para atuação isolada de tensões longitudinais 1, ou seja, τ = 0: O coeficiente k 1 = k, a tensão crítica de flambagem de placa vki = k.s*.z 1. e, e o coeficiente de segurança ν B = vki / 1.Z 1 ; Para a atuação isolada de tensões cisalhantes τ, ou seja, 1 = 0: O coeficiente k 1 = k τ, a tensão crítica de flambagem de placa vki = k τ.s*.z. e, e o coeficiente de segurança ν B = vki /τ.z ; - Coeficiente k : k = s* ( 1) é um coeficiente de redução no caso de efeito conjunto de tensões longitudinais e cisalhantes (s* = 1, para τ = 0 ou = 0); - Coeficiente k 3 : k 3 = Z 1 (Z 1 = 1 para τ = 0), ou k 3 = Z (Z = 1,73 para = 0); - Coeficiente k 4 : k 4 = 1, τ/ 1 ou 1 /τ. Modelo analítico da norma EN 1993-1-5:006 As verificações de flambagem de placa envolvem tensões críticas elásticas. De acordo com o item 4.5. da norma EN 1993-1-5:006, na verificação de uma placa com enrijecedores longitudinais, para os efeitos de flambagem devido às "tensões diretas no estado limite último", deve-se determinar o valor da tensão crítica de flambagem elástica ( cr,p ) da placa enrijecida, para um comportamento "tipo placa". Conforme o Anexo A da EN 1993-1-5:006, as placas com pelo menos três enrijecedores longitudinais podem ser consideradas como placas ortotrópicas equivalentes, sendo a tensão crítica elástica de flambagem de uma placa ortotrópica equivalente dada por: com, cr k., p =, p E (19)

( ν ). π. E. t t E = = 190000. em (MPa) (0) 1.1 b b A tensão crítica cr,p deve ser calculada na extremidade do painel onde ocorre a máxima tensão de compressão. O Anexo A fornece valores aproximados para o coeficiente de flambagem k,p (flambagem global do painel enrijecedo) para placa com pelo menos três enrijecedores igualmente espaçados, sendo: com, ( 1+ α ) + γ 1). k, p = se α 4 γ (1) α., p ( ψ + 1 )(. 1+ δ ) ( + γ ) 4.1 k = se α > 4 γ () ( ψ + 1 )(. 1+ δ ) ψ = 0,5 (3) 1 I I sl γ = (4) p A A sl δ = (5) p a α = 0,5 (6) b I sl : momento de inércia da placa enrijecida; I p : momento de inércia para momento fletor da placa; A sl : é a soma das áreas brutas dos enrijecedores longitudinais individuais; A p : é a área bruta da placa. Segundo o Anexo A, no caso de placas com vários enrijecedores longitudinais, a flambagem local nos subpainéis (entre os enrijecedores longitudinais) pode ser ignorada. O valor cr,p é definido como a primeira tensão crítica que fornece a flambagem dos enrijecedores longitudinais no sistema contínuo elástico da placa, sem ocorrer qualquer instabilidade local dos subpainéis. Portanto, o Anexo A da norma EN 1993-1-5:006 dá algumas fórmulas para casos específicos (placa com um ou dois enrijecedores na zona de compressão, e demais enrijecedores na zona de tração), mas não propõe um método geral, ou seja, para qualquer que seja o número e a localização dos enrijecedores. Os enrijecedores na zona de tração são ignorados: Os seus efeitos vantajosos não são, portanto, levados em conta (rigidez à flexão e efeito de segunda ordem da tensão).

No caso de uma placa enrijecida com um enrijecedor logitudinal posicionado na região de compressão, a tensão crítica elástica de flambagem é obtida através de um modelo simplificado usando uma coluna contida pela placa: com, cr, sl I. t. b 3 1,05. E sl,1 cr, sl =. se ac Asl,1 b1. b sl,1 ( ν ). A. b. b sl,1 1 a (7) 3 π. E. Isl,1 E. t. b. a = + se a < a c (8) A. a 4. π.1 a I 4 sl,1. b1. b c = 4,33. (9) 3 t. b A sl,1 : área bruta da coluna; I sl,1 : é o momento de inércia da seção transversal bruta da coluna; b 1, b : são as distâncias das bordas longitudinais da alma até o enrijecedor (b 1 + b = b). No caso de uma placa enrijecida com dois enrijecedores longitudinais posicionados na região de compressão, a tensão crítica elástica de flambagem deve ser considerada como a menor obtida através da Equação 7 e Equação 8, considerando os valores b 1 =b 1 *; b =b * e b=b*. Modelo analítico do programa EBPlate O programa EBPlate (Elastic Buckling of Plates) foi escrito em linguagem Visual Basic (VB) para o sistema Windows. Foi desenvolvido pelo Centre Technique Industriel de la Construction Métallique (CTICM) no projeto de investigação europeu RFS-CR-03018 (003 a 006) parte do projeto Competitive Steel and Composite Bridges by Innovative Steel Plated Structures (COMBRI). E foi financiado parcialmente pelo European Research Fund for Coal and Steel (RFCS). O EBPlate calcula as tensões críticas de flambagem elástica de chapas retangulares, com espessura uniforme, carregadas no seu plano e com comportamento isotrópico ou ortotrópico. Também permite chapas com enrijecedores longitudinais e/ou transversais, ou chapas não enrijecidas. As tensões "analíticas" são interpoladas linearmente, a partir dos valores fornecidos para as bordas da placa. O cisalhamento "analítico" é suposto como constante ao longo de toda a placa. O processo de cálculo é dividido em três etapas: a preparação das matrizes, a resolução do problema de autovalores e autovetores, e o cálculo das linhas de contorno que definem os modos de flambagem. O programa EBPlate calcula o fator crítico (φ cr ) por meio de uma solução aproximada pelo método de energia semi-analítico de Rayleigh-Ritz. Este fator é tal que ao ser aplicado às tensões de referência ( x, y, τ) definidas pelo usuário e que atuam no interior da placa, atinja a flambagem elástica da placa. Logo, as tensões críticas são dadas por: x,cr = φ cr x; y,cr = φ cr y; τ cr = φ cr τ (30)

O modo de flambagem da placa é descrito utilizando séries de Fourier: w( x, y) m n = max max m= 1 n= 1 a mn m. π. x n. π. y.sin.sin a b (31) com, m max : número máximo de meia ondas consideradas na direção x; n max : número máximo de meia ondas consideradas na direção y; a mn : parâmetros de deslocamento ou graus de liberdade do sistema (componentes do autovetor). As tensões críticas, obtidas através dos coeficientes de flambagem, são dadas por: x,cr = k x e; y,cr = k y e; τ cr = k τ e (3) sendo, e a tensão de referência, que é a tensão de Euler com a rigidez à flexão substituída pela rigidez da placa. Portanto, no final do processo, o programa fornece como resultados os valores do fator crítico φ cr, as tensões críticas ij.cr e os coeficientes de flambagem k ij. Estudos de Casos de Chapas Enrijecidas Quatro diferentes casos de chapas enrijecidas longitudinalmente foram estudados, conforme mostra a Figura 7: Caso 1 Caso (N/mm²) 1=00 (N/mm²) 1=00 000 1500 3000 3000 1000 3000 =ψ.1= 100 ψ= 0,5 3000 =ψ.1= 100 ψ= 0,5 Caso 3 Caso 4 (N/mm²) 1=00 (N/mm²) 1=00 3000 3000 3000 =ψ.1= 100 ψ= 0,5 3000 Figura 7: Casos estudados. =ψ.1=100 ψ=0,5

sendo, Caso 1: Placa enrijecida com 1 enrijecedor na zona comprimida; Caso : Placa enrijecida com dois enrijecedores na zona comprimida; Caso 3: Placa enrijecida com três enrijecedores espaçados igualmente, sendo dois enrijecedores posicionados na zona comprimida e 1 enrijecedor posicionado na zona tracionada; Caso 4: Placa enrijecida com três enrijecedores espaçados igualmente, e em compressão. Para os casos estudados foram feitas as seguintes considerações: - Placa retangular com espessura uniforme de 9,5mm; - Enrijecedor longitudinal em seção retangular sólida com dimensões 130mm x 9,5mm; - Condições de contorno: Placa simplesmente apoiada; - Tensões normais longitudinais extremas ( x ), com distribuição linear na altura do painel, conforme a Figura 7; - Tensão de cisalhamento constante na altura do painel: τ = 90 N/mm ; - Módulo de elasticidade longitudinal do aço: E = 00000 N/mm ; - Relação de lados do painel global: α = 3000 mm / 3000 mm = 1,0; - Relação entre as tensões extremas: ψ = - 0,5 para os casos 1, e 3; e ψ = 0,5 para o caso 4, conforme a Figura 7; - Relação tensão de escoamento do aço: f y = 345 MPa. Resultados A Tabela 1 apresenta os valores das tensões normais críticas elásticas de flambagem de placa e a Figura 8 mostra os modos de flambagem, para os quatro casos estudados, conforme a norma EN 1993-1-5:006, as Tabelas do Klöppel e o programa EBPlate. As figuras apresentam o modo de flambagem com menor tensão crítica, ou seja, o primeiro modo de flambagem.

Tabela 1 Resultados para tensão normal crítica elástica de flambagem de placa. Caso Norma EN 1993-1-5 (N/mm ) Trabalhos de Klöppel/Scheer (N/mm ) Programa EBPlate (N/mm ) 1 3 4 Razão EN 1993-1-5/ EBPlate (%) Razão EN 1993-1-5/ Klöppel (%) Razão EBPlate/ Klöppel (%) 161,1 85,1 100,5 60,3 89,3 18,1 308,9 141,0 161,6 191, 19,1 14,6 308,9 46,7 83,0 9, 5, 14,7 1, 158, 186,9 13,5 34,1 18,1 Caso 1 Caso Caso 3 Caso4 Figura 8: Modos de flambagem da placa para os casos estudados.

A Tabela apresenta os valores das tensões cisalhantes críticas elásticas de flambagem de placa e a Figura 9 mostra os modos de flambagem, para os quatro casos estudados, conforme a norma EN 1993-1-5:006, as Tabelas do Klöppel e o programa EBPlate. Caso 1 3 4 Tabela Resultados para tensão cisalhante crítica elástica de flambagem de placa. Norma Trabalhos de Programa EN 1993-1-5 Klöppel/Scheer EBPlate (N/mm ) (N/mm ) (N/mm ) Razão EN 1993-1-5/ EBPlate (%) Razão EN 1993-1-5/ Klöppel (%) Razão EBPlate/ Klöppel (%) 30,6 9,0 3,6 6,5 5,5 1,4 48,6 47,1 47,8 1,7 3, 1,5 48,6 175,6 04 419,8 361,3 16, 17,4 175,6 04 18,3 1,9 16, Caso 1 Caso Caso 3 Caso4 Figura 9: Modos de flambagem dos casos estudados.

Conclusões Este trabalho tem como objetivo obter a tensão crítica elástica de flambagem de chapas enrijecidas em aço utilizando a norma EN 1993-1-5:006, as Tabelas do Klöppel e o programa EBPlate. Para isso, um estudo com quatro casos de diferentes chapas enrijecidas foi realizado e os valores obtidos da norma e das tabelas foram comparados com os valores do programa, além disso, os valores obtidos das tabelas e do programa foram comparados entre si. Para os Casos 1 e, foi feita a consideração de enrijecedores discretos para a obtenção das tensões críticas de flambagem. Já para os Casos 3 e 4, a existência de enrijecedores idênticos espaçados igualmente, ou seja, espalhados, possibilitou a consideração de placa ortotrópica para a obtenção das tensões críticas de flambagem. Essas considerações foram feitas tanto ao utilizar a Norma EN 1993-1-5:006, quanto ao utilizar as Tabelas do Klöppel ou o programa EBPlate; exceto para o Caso 3, em que a consideração de placa ortotrópica é feita ao utilizar as Tabelas do Klöppel e o programa EBPlate, mas não ao utilizar a Norma EN 1993-1-5:006, já que esta desconsidera o enrijecedor na zona tracionada. Observam-se que para as tensões normais críticas de flambagem, os resultados obtidos com as Tabelas do Klöppel foram inferiores aos obtidos com o programa EBPlate, que por sua vez foram inferiores aos obtidos com a Norma EN 1993-1-5:006. A maior diferença entre as Tabelas do Klöppel e o programa EBPlate chegou a 18,1% para a tensão normal crítica elástica de flambagem de placa do Caso 1 (placa enrijecida com um enrijecedor na zona comprimida) e do Caso 4 (Placa enrijecida com três enrijecedores espaçados igualmente, e em compressão). Essas diferenças entre os resultados devem estar associadas aos diferentes modelos utilizados pelo programa EBPlate e na obtenção das Tabelas do Klöppel. Acredita-se que os resultados do programa EBPlate possam representar melhor os valores de tensão crítica uma vez que tem desenvolvimento mais recente do que as Tabelas do Klöppel. Por outro lado, as diferenças entre a Norma EN 1993-1-5:006 e o programa EBPlate ou as Tabelas do Klöppel foram exorbitantes para a tensão normal crítica elástica de flambagem de placa do Caso 1 (Placa enrijecida com 1 enrijecedor na zona comprimida) e Caso (Placa enrijecida com dois enrijecedores na zona comprimida), ambos com a consideração de enrijecedores discretos. Essas diferenças ocorrem devido ao fato de que os valores obtidos da norma correspondem ao modo global de flambagem, enquanto que os valores obtidos do EBPlate, no caso o primeiro modo de flambagem, correspondem ao modo local. Para as tensões cisalhantes críticas de flambagem, observam-se que os resultados obtidos com as Tabelas do Klöppel foram inferiores aos obtidos com o programa EBPlate. A maior diferença entre as Tabelas do Klöppel e o programa EBPlate chegou a 16,% para a tensão cisalhante crítica elástica de flambagem de placa do Caso 3 (Placa enrijecida com três enrijecedores espaçados igualmente, sendo dois enrijecedores posicionados na zona comprimida e 1 enrijecedor posicionado na zona tracionada) e do Caso 4 (Placa enrijecida com três enrijecedores espaçados igualmente, e em compressão).

Enquanto que as diferenças entre a Norma EN 1993-1-5:006 e o programa EBPlate ou as Tabelas do Klöppel chegam a 18,3% para a tensão cisalhante crítica elástica de flambagem de placa do Caso 4 (Placa enrijecida com três enrijecedores espaçados igualmente, e em compressão). Porém, há uma diferença exorbitante entre os valores obtidos pela Norma EN 1993-1-5:006 e o programa EBPlate ou as Tabelas do Klöppel do Caso 3 (Placa enrijecida com três enrijecedores espaçados igualmente, sendo dois enrijecedores posicionados na zona comprimida e 1 enrijecedor posicionado na zona tracionada). Esta diferença deve-se à simplificação da norma em desconsiderar o enrijecedor tracionado e, portanto, não fazer a consideração de placa ortotrópica. Acredita-se que os resultados do programa EBPlate possam representar melhor os valores de tensão crítica. O estudo apresentado é parte importante de um trabalho em desenvolvimento no Departamento de Engenharia de Estruturas da Universidade Federal de Minas Gerais DEES-UFMG que tem como objetivo compreender o comportamento de chapas enrijecidas longitudinalmente. Referências ALLEN H.G.; BULSON P.S. Background to Buckling. Maidenhead, Berkshire, England: McGraw- Hill, 1980. BRYAN, G.H. On the Stability of a Plane Plate under Thrusts in Its Own Plane, with Applications to the "Buckling" of the Sides of a Ship, Proc. Lond. Math. Soc., 1981. Vol.. CEN. Eurocode 3: Design of steel structures - Part 1-5: Plated structural elements. EN 1993-1-5, Brussels, European Committee for Standardisation. 006. COMBRI. Competitive steel and composite bridges by innovative steel plated structures. European Research Fund for Coal and Steel. Contract no. RFS-CR-03018. Final Report. 006. European Commission. CRATE, H.; LO, H. NACA Technical Note 1589. 1948 CTICM; RFS; COMBRI. EBPlate: Elastic Buckling of Plates, Software Developed by CTICM in the Frame of the ComBri Project, RFCS Contract n RFS-CR-03018, 006. Disponível em: www.cticm.com. LEBET, J. P.; HIRT, M. A. Steel Bridges: Conceptual and Structural Design of Steel and Steel - Concrete Composite Bridges. 1ª Edição Switzerland: EPFL Press, 013. SILVA L. S., GERVÁSIO H., Manual de dimensionamento de Estruturas Metálicas: métodos avançados. Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Coimbra, 007. SIMÕES, R. A. D., Manual de Dimensionamento de Estruturas Metálicas. Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Coimbra, 005. KLÖPPEL, K.; SCHEER, J. Beulwerte ausgesteifter Rechteckplatten: Kurventaffeln zum direkten Nachweis der Beulsicherheit für verschiedene Steifenanordnungen und Belastungen. Berlin: Verlag Ernst & Sohn, 1960. KLÖPPEL, K.; MÖLLER, K. H.: Beulwerte ausgesteifter Rechteckplatten, II. Berlin: Band. Verlag Ernst & Sohn, 1968.