RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: CONCEPÇÕES DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB/CAMPUS XII

Documentos relacionados
A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NAS AULAS DE MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS NA VISÃO DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB/CAMPUS XII

A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DO ENSINO SUPERIOR Nilton Cezar Ferreira IFG Campus Goiânia

PROJETO DE EXTENSÃO ALFABETIZAÇÃO EM FOCO NO PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CEAD PLANO DE ENSINO

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: DESAFIOS E POSSSIBILIDADES NO ENSINO DE MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS

Andresa Maria Justulin 1 Lourdes de la Rosa Onuchic 2

Tradicionalmente tornou-se consensual na literatura definir problema como uma situação que envolve o aluno em atividade, mas para a qual não conhece

CAMPO CONCEITUAL ADITIVO NOS ANOS INICIAIS: UMA ABORDAGEM NO CONTEXTO DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática A sala de aula de Matemática e suas vertentes UESC, Ilhéus, Bahia de 03 a 06 de julho de 2019

CONSTRUINDO NOVA METODOLOGIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM- AVALIAÇÃO NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ATRAVÉS DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE GEOMETRIA

CONTRIBUIÇÕES DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NA SUPERAÇÃO DAS DIFICULDADES DOS ALUNOS COM A MATEMÁTICA

CONSTRIBUIÇÕES DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE

Plano de Ensino Docente

DIFICULDADES DOS ALUNOS DO 6º ANO NA RESOLUÇÃO DE QUESTÕES PROBLEMATIZADAS ENVOLVENDO ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO COMO NÚMEROS NATURAIS: COMO PODEMOS INTERVIR?

No entanto, não podemos esquecer que estes são espaços pedagógicos, onde o processo de ensino e aprendizagem é desenvolvido de uma forma mais lúdica,

OS DESAFIOS DA PESQUISA NA FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA OFERECIDO PELA PLATAFORMA FREIRE, NO MUNICÍPIO DE BOM JESUS DA LAPA BA

DESIGNAÇÃO DA ACÇÃO DE FORMAÇÃO A Aprendizagem da Matemática através da Resolução de Problemas Acção 28 / 2009

AUTORES. Julia de Cassia Pereira do Nascimento, UCS, Edda Curi, UCS,

O PAPEL DAS INTERAÇÕES PROFESSOR-ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENSINO DA MATEMÁTICA

DIDÁTICA DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE MATEMÁTICA

Palavras-chave: Educação Matemática. Educação Inclusiva. Formação de professores.

Impacto da formação continuada na atuação dos professores de matemática: um estudo de caso

Influência das atitudes dos professores em relação à matemática

PROJETO PROLICEN: VIVÊNCIAS, OPORTUNIDADE E CONTRIBUIÇÕES A FORMAÇÃO ACADÊMICA.

TÉCNICAS ENSINO UTILIZADAS PARA TRABALHAR COM AS TECNOLOGIAS DIGITAIS MÓVEIS

Universidade dos Açores Campus de angra do Heroísmo Ano Letivo: 2013/2014 Disciplina: Aplicações da Matemática Docente: Ricardo Teixeira 3º Ano de

Resolução de problemas não numéricos

HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NO CURSO DE PEDAGOGIA: FORMAÇÃO INICIAL E INTERVENÇÃO NA ESCOLA BÁSICA

Práticas de leitura e de escrita auxiliando na interpretação e resolução de problemas 1

Diários de Pesquisa Visual - dispositivos para pensar a formação inicial em artes visuais

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia. Disciplina: Conteúdos e Metodologia de Educação Física. Carga Horária Semestral: 40 Semestre do Curso: 7º

Palavras Chave: Geometria Analítica, Ensino Médio, Software Dinâmico

ETNOMATEMÁTICA E LETRAMENTO: UM OLHAR SOBRE O CONHECIMENTO MATEMÁTICO EM UMA FEIRA LIVRE

A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COMO ESTRATÉGIA PARA DESENVOLVER A CRIATIVIDADE, ENVOLVENDO UM PROBLEMA DE CONJUNTOS

Campus de Presidente Prudente PROGRAMA DE ENSINO. Área de Concentração EDUCAÇÃO. Aulas teóricas:08 Aulas práticas: 08

PROGRAMA DE DISCIPLINA

(1)Campus Mata Norte-UPE; (1)Campus Mata Norte-UPE;

PERSPECTIVAS DO PLANEJAMENTO NO ENSINO FUNDAMENTAL PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A FORMAÇÃO INICIAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

ANÁLISE DE ERROS: UMA ABORDAGEM POR MEIO DO JOGO BINGO DAS FUNÇÕES

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia. Disciplina: Metodologia da Pesquisa Aplicada à Educação IV. Carga Horária Semestral: 40 Semestre do Curso: 8º

A FORMAÇÃO CONTINUADA NO CONTEXTO ESCOLAR: O QUE REVELAM OS PROFESSORES?

Plano de Ensino Docente

APLICAÇÃO DA METOLOGIA LÚDICA COMO FACILITADORA NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE NÚMEROS INTEIROS NO ÂMBITO DA ESCOLA MUNICIPAL JOAQUIM CALADO

FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICAS:

A LEITURA E A ESCRITA NO PROCESSO DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NAS AULAS DE MATEMÁTICA

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO

Potencialidades de atividades baseadas em Categorias do Cotidiano em uma sala de aula da Educação Básica

PLANO DE ENSINO. Disciplina: Fundamentos e Metodologia na Educação de Jovens e Adultos II

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS, HABILIDADES E A MATEMÁTICA ESCOLAR: DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia. Disciplina: Teoria e Planejamento Curricular I. Carga Horária Semestral: 40 horas Semestre do Curso: 5º

A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E SUAS DIVERSAS ABORDAGENS EM LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA DO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

O ACESSO E PERMANÊNCIA DE JOVENS DE ORIGEM POPULAR NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DA BAHIA RESUMO

Zaqueu Vieira Oliveira Sala 128 do bloco A

Palavras-chave: Formação de professores; Educação de jovens e adultos; Políticas públicas.

Faculdade de Ciências Sociais Departamento de Ciências da Educação PROGRAMA. Unidade Curricular: Seminário de Reflexão sobre a Prática Pedagógica II

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DE INTEGRAÇÃO DOCENTE: PERSPECTIVAS CONCEITUAIS INOVADORAS RESUMO

ALGUMAS METODOLOGIAS DE ENSINO UTILIZADAS PELOS PROFESSORES QUE LECIONAM MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS: ALGUMAS IMPLICAÇÕES A PRÁTICA DOCENTE

Zaqueu Vieira Oliveira Sala 128 do bloco A

Resolução de problemas como metodologia de ensino e sua abordagem nos livros didáticos 1

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso 2503L - Licenciatura em Artes Visuais. Ênfase. Disciplina A - Didática

GEOMETRIA NA SALA DE AULA: CONSTRUÇÃO DE POLIEDROS UTILIZANDO MATERIAL CONCRETO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA GERAL

O USO DO LIVRO DIDÁTICO NAS AULAS DE QUÍMICA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS. Apresentação: Pôster

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: AMBIENTES E PRÁTICAS MOTIVADORAS NO ENSINO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Apresentação: Pôster

HISTÓRIA DA MATEMÁTICA: UMA INVESTIGAÇÃO NAS ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO NA CIDADE DE AREIA - PARAÍBA

DESVENDANDO O INTERESSANTE MUDO DA LÓGICA RESUMO

APLICAÇÃO DA DIDÁTICA MATEMÁTICA EM SALA DE AULA

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia. Disciplina: Metodologia da Pesquisa Aplicada a Educação II. Carga Horária Semestral: 40 horas Semestre do Curso: 5º

2016 Curso: Disciplina: Conteúdos e Metodologia do Ensino de Matemática Carga Horária Semestral: Semestre do Curso: 1 - Ementa (sumário, resumo)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE MATEMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PLANO DE ENSINO

ANÁLISE QUALITATIVA: CONCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE PEDAGOGIA, EDUCAÇÃO E DOCÊNCIA

FORMAÇÃO CONTINUADA E PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL II DE TANGARÁ DA SERRA, MT

Palavras-chave: Laboratório do Ensino de Matemática, Ludicidade, Aprendizagem.

O ENSINO DE SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NAS ESCOLSA ESTADUAIS DE DOURADOS/MS RESUMO INTRODUÇÃO

Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal Catarinense - Campus Sombrio

A BRINQUEDOTECA: O OLHAR DO DOCENTE E A RELEVÂNCIA DO BRINCAR NA APRENDIZAGEM

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NOS ENCONTROS FORMATIVOS DA ACIEPE E NAS AULAS DE MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS: CONSTRUINDO AS POSSIBILIDADES

ANÁLISE DAS INTERPRETAÇÕES E ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PELOS ESTUDANTES AO RESOLVEREM PROBLEMAS MATEMÁTICOS, RELACIONANDO COM SEU COTIDIANO.

EXPLORANDO A GEOMETRIA: A MAQUETE ESPACIAL DA BANDEIRA NACIONAL

Tomara que eu tivesse os mesmo problemas que o senhor!

Uma Investigação a Disciplina Informática (ou correlatas) em Educação Matemática nos Cursos de Licenciatura.

ENSINO-APRENDIZAGEM-AVALIAÇÃO DE ANÁLISE COMBINATÓRIA ATRAVÉS DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

PLANO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Estágio I - Introdução

JOGOS UTILIZADOS COMO FORMA LÚDICA PARA APRENDER HISTÓRIA NO ENSINO MÉDIO

Esforço produtivo: Uma nova forma de ensinar resolução de problemas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTAT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PLANO DE ENSINO

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia. Disciplina: Conteúdos e Metodologia de Língua Portuguesa. Carga Horária Semestral: 80 Semestre do Curso: 6º

Campo Multiplicativo: o processo de aprendizagem por alunos do 5º ano do Ensino Fundamental via resolução, exploração e proposição de problemas

X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador BA, 7 a 9 de Julho de 2010

CURSO DE VERÃO. PROPOSTA: Com a intenção de atender aos diferentes atores interessados na temática da disciplina,

O ensino e a aprendizagem de expressões algébricas por meio de. resolução de problemas

P L A N O D E E N S I N O. DEPARTAMENTO: Matemática PROFESSOR: Valdir Damázio Júnior DISCIPLINA:Didática da Matemática SIGLA: ODIM0001 TURMA:

A Prática Profissional terá carga horária mínima de 400 horas distribuídas como informado

Campus de Presidente Prudente PROGRAMA DE ENSINO. Área de Concentração EDUCAÇÃO. Aulas teóricas:08 Aulas práticas: 08

O CURSO DE PEDAGOGIA COMO LÓCUS DA FORMAÇÃO MUSICAL INICIAL DE PROFESSORES Alexandra Silva dos Santos Furquim UFSM Cláudia Ribeiro Bellochio UFSM

Transcrição:

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: CONCEPÇÕES DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB/CAMPUS XII Autoras: Francielle Batista Vieira Fogaça; Leomarta Pereira Alves; Luciana Mônica Bastos da Silva Santos. Coautora: profa. Ms. Sandra Alves de Oliveira. Universidade Do Estado Da Bahia Departamento De Educação - CAMPUS XII GUANAMBI BA francegbi11@hotmail.com RESUMO Esse trabalho trata-se de uma pesquisa de campo desenvolvida na zona urbana da cidade de Guanambi, no qual buscou se analisar a concepção de graduandos do 7º semestre do curso de Pedagogia do DEDC XII sobre a resolução de problemas matemáticos. Tem como objetivos mostrar a importância da resolução de problemas para o ensino da matemática, identificar e analisar, por meio de questionários e grupo focal, as concepções reveladas por estudantes do curso de Pedagogia da UNEB - Campus XII acerca da resolução de problemas nos anos iniciais do ensino fundamental, verificar nas falas dos estudantes do curso de Pedagogia, se a formação matemática e o estágio supervisionado contribuíram para o desenvolvimento da resolução de problemas nos anos iniciais, e investigar a contribuição para o processo ensino-aprendizagem da matemática. Assim, muito se discute sobre a necessidade de melhorar o ensino de Matemática nas escolas públicas. Para que isso ocorra é fundamental que mude a maneira como é apresentada aos alunos e com isso será possível mudar a mentalidade que se têm a respeito dessa ciência, pois até hoje é vista por muitos alunos como uma matéria difícil, impossível de ser aprendida, mas tudo isso é em consequência da forma pela qual é apresentada. Em se tratando da resolução de problemas, percebe-se que uma das formas de tornar o ensino mais atraente e efetivo é através de renovações de métodos utilizados, levando o aluno a pensar matematicamente de forma criativa, fazendoo formular seus próprios conceitos. Palavras chave: Matemática, resolução de problemas, estratégias.

INTRODUÇÃO Ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Professores como educadores matemáticos, devem procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, a concentração, estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas. A resolução de problemas, raciocínio e comunicação matemática tem sido apontada como forma de desenvolver nos alunos a capacidade de pensar matematicamente. Um ensino da matemática, que dê ênfase a estes aspectos, requer que os professores adotem uma perspectiva dinâmica para a sua prática letiva, ajudando os seus alunos a construir um conhecimento matemático através de uma integração ativa de ideias e experiências. Ao querermos que o aluno comece a pensar matematicamente pretende-se que haja uma aprendizagem dos conceitos matemáticos através da resolução de problemas, deixando de preocupar-se tanto com os resultados e mais com os processos. A Matemática é, sobretudo, saber fazer: é uma ciência na qual o método predomina sobre o conteúdo. O desenvolvimento deste trabalho tem como objetivos mostrar a importância da resolução de problemas para o ensino da matemática, identificar e analisar, por meio de questionários e entrevista semiestruturada, as concepções reveladas por estudantes do curso de Pedagogia da UNEB - Campus XII acerca da resolução de problemas nos anos iniciais do ensino fundamental, verificar nas falas dos estudantes do curso de Pedagogia, se a formação matemática e o estágio supervisionado contribuíram para o desenvolvimento da resolução de problemas nos anos iniciais, e investigar a contribuição para o processo ensino-aprendizagem da matemática. Durante o estágio percebemos que os professores que ensinam matemática tem algumas dificuldades para trabalhar os conteúdos e que a matemática ainda é utilizada de maneira tradicional, não levando o aluno a desempenhar suas atividades de forma prazerosa, pois não são usados recursos que dêem ao aluno a possibilidade de gostar da disciplina, causando a dificuldade para compreensão e o baixo rendimento.

O interesse pela temática da pesquisa surgiu a partir das vivências com a matemática na nossa trajetória acadêmica e no estágio supervisionado em turmas da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental, tendo como base as concepções de alunos que atuam ou não como professores e a contribuição desse ensino para a formação desses educandos acerca da resolução de problemas. Com esse trabalho temos o interesse em analisar as concepções de estudantes do curso de pedagogia do 7º semestre matutino e noturno sobre a resolução de problemas de matemática e suas inquietações acerca do ensino/aprendizagem. Neste sentido, para SILVA apud Onuchic (1999), nem sempre os professores estão aptos para operacionalizar tais recomendações e isso pode ocorrer quando eles conservam crenças sobre a matemática e sobre seu ensino e aprendizagem, que mostram uma prática docente orientada por um caráter elitista pela formalização precoce dos conceitos e pela excessiva mecanização dos procedimentos. De acordo com Vila e Callejo (2006, p.18), propõe-se o abandono da prática tradicional de resumir os resultados matemáticos desejados em forma de habilidades, conceitos e aplicações, pedindo que esses façam parte de propósitos gerais da resolução de problemas e da comunicação. Muito se discute sobre a necessidade de melhorar o ensino de Matemática nas escolas públicas. Para que isso ocorra é fundamental que mude a maneira como é apresentada aos alunos e com isso será possível mudar a mentalidade que se têm a respeito dessa ciência, pois até hoje é vista por muitos alunos como uma matéria difícil, impossível de ser aprendida, mas tudo isso é em conseqüência da forma pela qual é apresentada. Em se tratando da resolução de problemas, percebe-se que uma das formas de tornar o ensino mais atraente e efetivo é através de renovações de métodos utilizados, levando o aluno a pensar matematicamente de forma criativa, fazendo-o formular seus próprios conceitos. Entre as mudanças faz-se necessário que o ensino deva ser mais voltado para a realidade dos alunos, ser menos teórico e mais prático.

METODOLOGIA A partir das nossas reflexões, inquietações e interesses para desenvolver esta pesquisa, conforme apresentados na introdução desse trabalho, definimos como questão norteadora da pesquisa: Quais as concepções reveladas por estudantes do curso de Pedagogia da UNEB - Campus XII acerca da resolução de problemas nos anos iniciais do ensino fundamental? Os objetivos delimitados para este estudo são: Identificar e analisar, por meio de questionários e entrevista semiestruturada, as concepções reveladas por estudantes do curso de Pedagogia da UNEB - Campus XII acerca da resolução de problemas nos anos iniciais do ensino fundamental Verificar, nas falas dos estudantes do curso de Pedagogia, se a formação matemática e o estágio supervisionado contribuíram para o desenvolvimento da resolução de problemas nos anos iniciais. Investigar se a resolução de problemas nos anos iniciais contribuem para o processo ensinoaprendizagem da matemática. Abordagem metodológica da pesquisa Esta pesquisa foi desenvolvida na zona urbana da cidade de Guanambi-Ba, e pretende abarcar um estudo com abordagem qualitativa. Como informa Teixeira (2002, p. 137) na pesquisa qualitativa o pesquisador procura reduzir a distância entre a teoria e os dados, entre o contexto e a ação [...], no qual possibilitará um estudo mais aprofundado sobre a resolução de problemas, na concepção de estudantes do curso de Pedagogia do DEDC XII. Tipo de abordagem Trata-se de uma pesquisa com método de procedimento voltado para uma investigação de campo, segundo Ruiz: A pesquisa de campo consiste na observação dos fatos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente relevantes para ulteriores analises. Esta espécie de pesquisa não permite o isolamento e o controle das variáveis supostamente relevantes, mas permite o estabelecimento de relações constantes entre determinadas condições (2002, p.50).

Sujeitos pesquisados Para compor a amostra da pesquisa, foram selecionadas duas turmas de Pedagogia que estavam cursando o 7º semestre do referido curso. Logo após, aplicamos o questionário referente às concepções desses graduandos sobre a resolução de problemas matemáticos. Em seguida selecionamos 12 graduandos para participar do grupo focal, tendo em vista o diálogo sobre a resolução de problemas. Critérios para escolha dos sujeitos pesquisados O critério para escolha dos sujeitos não se deu ao acaso, mas foram selecionados como amostra aquelas pessoas que vivenciaram a resolução de problemas em sua trajetória de vida, a fim de entender as suas concepções acerca dessa temática. Instrumentos de coleta de dados Como instrumento de coleta de dados foram utilizados questionários, com perguntas semiestruturadas, além de grupo focal para esclarecer como é trabalhada a resolução de problemas, na concepção de graduandos do 7º semestre de Pedagogia. CONCLUSÃO Diante das dificuldades que a educação tem enfrentado, a construção de um conhecimento dinâmico e motivador tornam-se um desafio cada vez maior. É preciso encontrar novos caminhos na tentativa de elaborar propostas que articulem questões atuais ao conteúdo tradicional como, por exemplo, a produção em sala de aula interagindo com a sociedade, onde os alunos passam a discutir e não simplesmente reproduzir conteúdos. Para que isso ocorra no cotidiano da sala de aula, faz-se necessário, incorporarem-se os contextos do dia a dia, as experiências da criança no desenvolvimento das noções matemáticas, sem, no entanto esquecer que a escola pode possibilitar que o aluno além do que parece saber, tentando entender como ele pensa, que conhecimento ele traz de sua experiência cotidiana e fazer as interferências necessárias para levar o aluno a ampliar suas noções matemáticas, assim facilitando na resolução de problemas matemáticos.

É necessária uma ação conjunta no sentido de viabilizar esta e outras metodologias em sala de aula. Os professores precisam refletir acerca de seu papel, mantendo-se sempre atualizados, buscando novas alternativas de ensino, para que possam garantir ao aluno uma aprendizagem significativa. Trabalhar diferentes métodos de ensino em sala de aula leva a criança a procurar descobrir a importância de seus múltiplos usos, ao mesmo tempo, que as ideias matemáticas são aprendidas. É possível observar que, professores de matemática reflexivos tornam a atividade prática compreensiva, enxergando possibilidades e limitações dos conteúdos explorados em sala de aula, ressaltando a importância do aluno, além de compreender a matemática por meio do seu próprio raciocínio através da resolução de problemas. De acordo com Serrazina (2005, p. 307) é fundamental discutir que conhecimento matemático os professores precisam ter para ensinar nos primeiros anos de escolaridade [...], não esquecendo que estes professores são professores generalistas que ensinam todas as disciplinas. Participar de uma formação consistente possibilita apropriar dos conhecimentos teóricos e práticos no processo ensino e aprendizagem da matemática. Nessa perspectiva, percebemos que esses conhecimentos contribuíram na prática da metodologia da resolução de problemas no estágio supervisionado realizado pelos estudantes do 7º semestre do curso de Pedagogia do Campus XII da UNEB. Portanto, o processo da formação foi importante porque valorizou os saberes e aprendizagens dos estudantes/futuros professores e outros foram construídos e reconstruídos nas atividades realizadas nos encontros formativos. O grupo de estudantes participantes da pesquisa considera a resolução de problemas como uma metodologia de ensino-aprendizagem da matemática visto que, proporciona aos alunos elaborar estratégias de resolução de problemas, buscar novas fórmulas, caminhos ou meios que o leve a aprendizagem. Também ressaltam que essa metodologia torna as aulas de matemática mais desafiadoras e significativas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática apontam a resolução de problemas como ponto de partida das atividades matemáticas e do processo ensinoaprendizagem desse componente curricular. Desse modo, conceitos, ideias e métodos matemáticos devem ser abordados mediante a exploração de problemas, ou seja, de situações em que os alunos precisem desenvolver algum tipo de estratégia para resolvê-las. (BRASIL, 1997,

p. 32). Dentre os caminhos para se fazer matemática destacamos a metodologia da resolução de problemas. Os estudantes do 7º semestre do curso de Pedagogia do Campus XII da UNEB, participantes desta pesquisa, enfatizaram nas suas colocações no grupo focal e nas respostas apresentadas no questionário, as contribuições da metodologia da resolução de problemas no processo de ensino-aprendizagem da matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. Para implantação de novas propostas metodológicas é necessário que o estudante/futuro professor vivencie teoricamente e na prática o que sugere cada proposta matemática. Desse modo, os cursos de formação devem possibilitar aos professores e estudantes/futuros professores a vivência de novas propostas metodológicas no percurso dos encontros formativos. REFERÊNCIAS BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Tradução de Maria João Alvarez, Sara Bahia dos Santos e Telmo Mourinho Baptista. Portugal: Porto, 1994. BORRALHO, A. Resolução de problemas: uma perspectiva para abordar o ensino/aprendizagem da Matemática. Em, A. Borralho e M. Borrões (Eds.), Ensino/Aprendizagem de Matemática: Algumas perspectivas metodológicas. Évora: Universidade de Évora, 1995. p. 9-65.. BORRALHO, A. O Ensino da resolução de problemas de Matemática por parte de futuros professores: relações com a sua formação inicial. Em, D. Fernandes, F. Lester, A. Borralho & I. Vale (Eds.), Resolução de problemas na formação inicial de professores de Matemática Múltiplos conceitos e perspectivas (pp. 129-157). Aveiro: GIRP, 1997. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: matemática. Brasília, D. F : MEC/SEF, 1998. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: matemática 1º e 2º ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1997. CAVALCANTI, C. T. Diferentes formas de resolver problemas. In: SMOLE, K. C. S.; DINIZ, M. I. S. V. (Orgs.). Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001, p.121-149. CARVALHO, M. Problemas? Mas que problemas?!: estratégias de resolução de problemas matemáticos em sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995. DINIZ, M. I. Resolução de problemas e comunicação. In: SMOLE, K. C. S.; DINIZ, M. I. S. V. (Orgs.). Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001, p. 87-97. FIORENTINI, D.; LORENZATO, S. Investigação em educação matemática. Campinas, SP: Autores Associados, 2006. GATTI, B. A. Grupo focal na pesquisa em ciências sociais e humanas. Brasília: Líber Livro Editora, 2012. GRANDO, R. C. O jogo e a matemática no contexto da sala de aula. São Paulo: Paulus, 2004. NATIONAL COUNCIL OF TEACHERS OF MATHEMATICS - NCTM. An Agenda for Action. Reston, VA, 1980.. Principles and standard for school mathematics. Reston, VA, 2000. NACARATO, A. M.; MENGALI, B. L. da S.; PASSOS, C. L. B. A matemática nos anos iniciais do ensino fundamental: tecendo fios do ensinar e do aprender. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. OLIVEIRA, S. A. de. Resolução de problemas em aulas de matemática nos anos iniciais: desafios, dilemas, saberes e aprendizagens da prática docente. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal de São Carlos, PPGE/ UFSCar, 2012. 185f. OLIVEIRA, S. A. de. et al. Resolução de problemas no ensino e aprendizagem da matemática nas séries iniciais do ensino fundamental. In: 62ª Reunião Anual da SBPC, 25 a 30 de julho de 2010, Universidade Federal do Rio Grande do Norte Natal-RN. Anais/Resumos da 62ª Reunião Anual da SBPC - ISSN 2176-1221. Natal: UFRN, 2010. Disponível em: <http://www.sbpcnet.org.br/livro/62ra/resumos/resumos/2230.htm>. Acesso em: 08 abr. 2014. OLIVEIRA, S. A. de; PASSOS, C. L. B.; ROMANATO, M. C. Resolução de problemas em aulas de Matemática nos anos iniciais: compartilhando experiências da formação continuada e da prática docente. Educação Matemática em Revista (EMR), n. 32, março de 2011, ISSN 1517-3941. OLIVEIRA, S. A. de; PASSOS, C. L. B. Resolução de problemas na formação continuada e em aulas de matemática nos anos iniciais: saberes e aprendizagens docentes. Educação Matemática Pesquisa, v. 15, número especial, p. 873-893, 2013.

ONUCHIC, L. R. Uma aula visando o ensino-aprendizagem de matemática através da resolução de problemas, 1f., 1998. Notas de aula. Mimeografado. ONUCHIC, L. R. Uma história da resolução de problemas no Brasil e no mundo. In: SEMINÁRIO EM RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS - SRP, 1., out./2008, UNESP-Rio Claro, SP. Anais, p. 1-15. ONUCHIC, L. R.; ALLEVATO, N. S. G. Novas Reflexões sobre o ensino aprendizagem de matemática através da resolução de problemas. In: BICUDO, M. A. V.; BORBA, M. de C. (Org.). Educação Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2005. p. 213-231. PASSOS, C. L. B. et al. O estágio supervisionado na licenciatura em matemática da UFSCar: quem ensina e quem aprende nesse contexto? Perspectivas da Educação Matemática, Campo Grande, v. 4, n. Temático, p. 51-68, 2012. PEREIRA, M. O ensino-aprendizagem de matemática através da resolução de problemas no 3º ciclo do ensino fundamental. 2004. 262f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho, UNESP, Rio Claro (SP), 2004. PINTO, J. A. P. Resolução de problemas: conceptualização, concepções, práticas e avaliação. Porto, 13 de outubro de 2003. Disponível em: <http://www.unibarretos.edu.br/v3/faculdade/imagens/nucleo-apoiodocente/resolucao%20de%20problemas.pdf>. Acesso em: 08 abr. 2014. POLYA, G. A arte de resolver problemas: um novo aspecto do método matemático. Tradução e adaptação de Heitor Lisboa de Araújo. Rio de Janeiro: Interciência, 1994.. A arte de resolver problemas. Rio de Janeiro: Interciência, 1978.. Cómo plantear y resolver problemas. Trillas. México, 1965. (Versão em inglês de 1945). RUIZ, J. Á. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 5. ed. São Paulo, Atlas, 2002. PONTE, J. P. Professores de Matemática: das concepções aos saberes profissionais (conferência plenária). In Actas do IV Seminário de Investigação em Educação Matemática, Ponta Delgada, Açores, p. 59-80. Lisboa: APM, 1993 SCHROEDER, T. L.; LESTER Jr., F. K. Developing understanding in Mathematics via problem solving. In: TRAFTON, P. R.; SHULTE, A. P. (Ed.). New Directions for Elementary School Mathematics. Reston: NCTM, 1989.

SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I. (Org.). Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001, p. 104. TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes,2002, 2010. TEIXEIRA, E. As três metodologias: academia, da ciência e da pesquisa. Petrópolis: Vozes, 2002. VAN DE WALLE, J. A. Elementary and middle school Mathematics. New York: Longman, 2001.. Matemática no ensino fundamental: formação de professores e aplicação em sala de aula. Tradução de Paulo Henrique Colonese. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. VILA, A.; CALLEJO, M. L. Matemática para aprender a pensar: o papel das crenças na resolução de problemas. Porto Alegre: Artmed, 2006.