Caderno de Direito do Trânsito Dom Alberto / Diogo Durigon. Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010.



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Transcrição:

Página 2 / 33 D962c DURIGON, Diogo Caderno de Direito do Trânsito Dom Alberto / Diogo Durigon. Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010. Inclui bibliografia. 1. Direito Teoria 2. Direito do Trânsito Teoria I. DURIGON, Diogo II. Faculdade Dom Alberto III. Coordenação de Direito IV. Título CDU 340.12(072) Catalogação na publicação: Roberto Carlos Cardoso Bibliotecário CRB10 010/10

Página 3 / 33 APRESENTAÇÃO O Curso de Direito da Faculdade Dom Alberto teve sua semente lançada no ano de 2002. Iniciamos nossa caminhada acadêmica em 2006, após a construção de um projeto sustentado nos valores da qualidade, seriedade e acessibilidade. E são estes valores, que prezam pelo acesso livre a todos os cidadãos, tratam com seriedade todos processos, atividades e ações que envolvem o serviço educacional e viabilizam a qualidade acadêmica e pedagógica que geram efetivo aprendizado que permitem consolidar um projeto de curso de Direito. Cinco anos se passaram e um ciclo se encerra. A fase de crescimento, de amadurecimento e de consolidação alcança seu ápice com a formatura de nossa primeira turma, com a conclusão do primeiro movimento completo do projeto pedagógico. Entendemos ser este o momento de não apenas celebrar, mas de devolver, sob a forma de publicação, o produto do trabalho intelectual, pedagógico e instrutivo desenvolvido por nossos professores durante este período. Este material servirá de guia e de apoio para o estudo atento e sério, para a organização da pesquisa e para o contato inicial de qualidade com as disciplinas que estruturam o curso de Direito. Felicitamos a todos os nossos professores que com competência nos brindam com os Cadernos Dom Alberto, veículo de publicação oficial da produção didático-pedagógica do corpo docente da Faculdade Dom Alberto. Lucas Aurélio Jost Assis Diretor Geral

Página 4 / 33 PREFÁCIO Toda ação humana está condicionada a uma estrutura própria, a uma natureza específica que a descreve, a explica e ao mesmo tempo a constitui. Mais ainda, toda ação humana é aquela praticada por um indivíduo, no limite de sua identidade e, preponderantemente, no exercício de sua consciência. Outra característica da ação humana é sua estrutura formal permanente. Existe um agente titular da ação (aquele que inicia, que executa a ação), um caminho (a ação propriamente dita), um resultado (a finalidade da ação praticada) e um destinatário (aquele que recebe os efeitos da ação praticada). Existem ações humanas que, ao serem executadas, geram um resultado e este resultado é observado exclusivamente na esfera do próprio indivíduo que agiu. Ou seja, nas ações internas, titular e destinatário da ação são a mesma pessoa. O conhecimento, por excelência, é uma ação interna. Como bem descreve Olavo de Carvalho, somente a consciência individual do agente dá testemunho dos atos sem testemunha, e não há ato mais desprovido de testemunha externa que o ato de conhecer. Por outro lado, existem ações humanas que, uma vez executadas, atingem potencialmente a esfera de outrem, isto é, os resultados serão observados em pessoas distintas daquele que agiu. Titular e destinatário da ação são distintos. Qualquer ação, desde o ato de estudar, de conhecer, de sentir medo ou alegria, temor ou abandono, satisfação ou decepção, até os atos de trabalhar, comprar, vender, rezar ou votar são sempre ações humanas e com tal estão sujeitas à estrutura acima identificada. Não é acidental que a linguagem humana, e toda a sua gramática, destinem aos verbos a função de indicar a ação. Sempre que existir uma ação, teremos como identificar seu titular, sua natureza, seus fins e seus destinatários. Consciente disto, o médico e psicólogo Viktor E. Frankl, que no curso de uma carreira brilhante (trocava correspondências com o Dr. Freud desde os seus dezessete anos e deste recebia elogios em diversas publicações) desenvolvia técnicas de compreensão da ação humana e, consequentemente, mecanismos e instrumentos de diagnóstico e cura para os eventuais problemas detectados, destacou-se como um dos principais estudiosos da sanidade humana, do equilíbrio físico-mental e da medicina como ciência do homem em sua dimensão integral, não apenas físico-corporal. Com o advento da Segunda Grande Guerra, Viktor Frankl e toda a sua família foram capturados e aprisionados em campos de concentração do regime nacional-socialista de Hitler. Durante anos sofreu todos os flagelos que eram ininterruptamente aplicados em campos de concentração espalhados por todo território ocupado. Foi neste ambiente, sob estas circunstâncias, em que a vida sente sua fragilidade extrema e enxerga seus limites com uma claridade única,

Página 5 / 33 que Frankl consegue, ao olhar seu semelhante, identificar aquilo que nos faz diferentes, que nos faz livres. Durante todo o período de confinamento em campos de concentração (inclusive Auschwitz) Frankl observou que os indivíduos confinados respondiam aos castigos, às privações, de forma distinta. Alguns, perante a menor restrição, desmoronavam interiormente, perdiam o controle, sucumbiam frente à dura realidade e não conseguiam suportar a dificuldade da vida. Outros, porém, experimentando a mesma realidade externa dos castigos e das privações, reagiam de forma absolutamente contrária. Mantinham-se íntegros em sua estrutura interna, entregavam-se como que em sacrifício, esperavam e precisavam viver, resistiam e mantinham a vida. Observando isto, Frankl percebe que a diferença entre o primeiro tipo de indivíduo, aquele que não suporta a dureza de seu ambiente, e o segundo tipo, que se mantém interiormente forte, que supera a dureza do ambiente, está no fato de que os primeiros já não têm razão para viver, nada os toca, desistiram. Ou segundos, por sua vez, trazem consigo uma vontade de viver que os mantêm acima do sofrimento, trazem consigo um sentido para sua vida. Ao atribuir um sentido para sua vida, o indivíduo supera-se a si mesmo, transcende sua própria existência, conquista sua autonomia, torna-se livre. Ao sair do campo de concentração, com o fim do regime nacionalsocialista, Frankl, imediatamente e sob a forma de reconstrução narrativa de sua experiência, publica um livreto com o título Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração, descrevendo sua vida e a de seus companheiros, identificando uma constante que permitiu que não apenas ele, mas muitos outros, suportassem o terror dos campos de concentração sem sucumbir ou desistir, todos eles tinham um sentido para a vida. Neste mesmo momento, Frankl apresenta os fundamentos daquilo que viria a se tornar a terceira escola de Viena, a Análise Existencial, a psicologia clínica de maior êxito até hoje aplicada. Nenhum método ou teoria foi capaz de conseguir o número de resultados positivos atingidos pela psicologia de Frankl, pela análise que apresenta ao indivíduo a estrutura própria de sua ação e que consegue com isto explicitar a necessidade constitutiva do sentido (da finalidade) para toda e qualquer ação humana. Sentido de vida é aquilo que somente o indivíduo pode fazer e ninguém mais. Aquilo que se não for feito pelo indivíduo não será feito sob hipótese alguma. Aquilo que somente a consciência de cada indivíduo conhece. Aquilo que a realidade de cada um apresenta e exige uma tomada de decisão.

Página 6 / 33 Não existe nenhuma educação se não for para ensinar a superar-se a si mesmo, a transcender-se, a descobrir o sentido da vida. Tudo o mais é morno, é sem luz, é, literalmente, desumano. Educar é, pois, descobrir o sentido, vivê-lo, aceitá-lo, executá-lo. Educar não é treinar habilidades, não é condicionar comportamentos, não é alcançar técnicas, não é impor uma profissão. Educar é ensinar a viver, a não desistir, a descobrir o sentido e, descobrindo-o, realizá-lo. Numa palavra, educar é ensinar a ser livre. O Direito é um dos caminhos que o ser humano desenvolve para garantir esta liberdade. Que os Cadernos Dom Alberto sejam veículos de expressão desta prática diária do corpo docente, que fazem da vida um exemplo e do exemplo sua maior lição. Felicitações são devidas a Faculdade Dom Alberto, pelo apoio na publicação e pela adoção desta metodologia séria e de qualidade. Cumprimentos festivos aos professores, autores deste belo trabalho. Homenagens aos leitores, estudantes desta arte da Justiça, o Direito.. Luiz Vergilio Dalla-Rosa Coordenador Titular do Curso de Direito

Página 7 / 33 Sumário Apresentação... 3 Prefácio... 4 Plano de Aula... 8 Aula 1 e 2 Direito do Trânsito: Noções Gerais... 12 Aula 3 Normas gerais de circulação e conduta... 22 Aula 4 Direito do Trânsito: Normas complementares... 27

Página 8 / 33 Centro de Ensino Superior Dom Alberto Plano de Ensino Identificação Curso: Direito Disciplina: Direito do Trânsito Carga Horária (horas): 30 Créditos: 2 Semestre: 9º Ementa O Sistema Nacional de Trânsito. Estrutura e funções. Direito administrativo no trânsito. Processo administrativo de trânsito. Crimes de trânsito: regras específicas e principais tipos penais. Objetivos Gerais: Proporcionar o estudo acerca da estrutura do sistema nacional de trânsito, regrado pela Lei 9.503/97, bem como habilitar o aluno ao acompanhamento dos processos que tramitam na via administrativa e judicial, para a apuração de infrações de trânsito. Específicos: Identificar a estrutura e composição do sistema nacional de trânsito, bem como a competência dos seus diferentes órgãos. Identificar o trâmite processual administrativo de trânsito, sua propositura, defesas e recursos. Abordar as espécies de crimes de trânsito previstos na Lei 9.503/97 e sua apuração judicial. Inter-relação da Disciplina Horizontal: Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Processual, Direito Penal e Direito Civil. Vertical: Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Processual, Direito Penal e Direito Civil. Competências Gerais - leitura, compreensão e elaboração de textos, atos e documentos jurídicos ou normativos, com a devida utilização das normas técnico-jurídicas; - interpretação e aplicação do Direito; - pesquisa e utilização da legislação, da jurisprudência, da doutrina e de outras fontes do Direito; - adequada atuação técnico-jurídica, em diferentes instâncias, administrativas ou judiciais, com a devida utilização de processos, atos e procedimentos; - correta utilização da terminologia jurídica ou da Ciência do Direito; - utilização de raciocínio jurídico, de argumentação, de persuasão e de reflexão crítica; - julgamento e tomada de decisões; - domínio de tecnologias e métodos para permanente compreensão e aplicação do Direito. Competências Específicas Capacidade de acompanhamento dos processos administrativos de trânsito, a partir da propositura, apresentação de defesas e recursos, bem como das principais demandas judiciais abrangidas pela Lei 9.503/97. Habilidades Gerais - desenvolver a capacidade de leitura, compreensão e elaboração de textos, atos e documentos jurídicos ou normativos, com a devida utilização das normas técnico-jurídicas. - desenvolver a capacidade de interpretação e aplicação do Direito; - incentivar a pesquisa e utilização da legislação, da jurisprudência, da doutrina e de outras fontes do Direito; Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional.

Página 9 / 33 - desenvolver a capacidade de atuação técnico-jurídica adequada, em diferentes instâncias, administrativas ou judiciais, com a devida utilização de processos, atos e procedimentos; - desenvolver a capacidade de raciocínio jurídico, de argumentação, de persuasão e de reflexão crítica; - desenvolver a capacidade de julgamento e tomada de decisões; - dominar tecnologias e métodos para permanente compreensão e aplicação do Direito. Habilidades Específicas Acompanhar os processos de trânsito na via administrativa e judicial, a partir da propositura, apresentação de defesas e recursos, com a devida utilização das normas técnico-jurídicas, bem como das principais demandas judiciais abrangidas pela Lei 9.503/97. Conteúdo Programático Estratégias de Ensino e Aprendizagem (metodologias de sala de aula) Aulas expositivas dialógico-dialéticas. Trabalhos individuais e em grupo e preparação de seminários. Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem A avaliação do processo de ensino e aprendizagem deve ser realizada de forma contínua, cumulativa e sistemática com o objetivo de diagnosticar a situação da aprendizagem de cada aluno, em relação à programação curricular. Funções básicas: informar sobre o domínio da aprendizagem, indicar os efeitos da metodologia utilizada, revelar conseqüências da atuação docente, informar sobre a adequabilidade de currículos e programas, realizar feedback dos objetivos e planejamentos elaborados, etc. Para cada avaliação o professor determinará a(s) formas de avaliação podendo ser de duas formas: 1ª Avaliação trabalho em sala de aula com peso 10,0 (dez); 2ª Avaliação: - Peso 8,0 (oito): Prova; - Peso 2,0 (dois): referente ao Sistema de Provas Eletrônicas SPE (média ponderada das três provas do SPE) Avaliação Somativa A aferição do rendimento escolar de cada disciplina é feita através de notas inteiras de zero a dez, permitindo-se a fração de 5 décimos. O aproveitamento escolar é avaliado pelo acompanhamento contínuo do aluno e dos resultados por ele obtidos nas provas, trabalhos, exercícios escolares e outros, e caso necessário, nas provas substitutivas. Dentre os trabalhos escolares de aplicação, há pelo menos uma avaliação escrita em cada disciplina no bimestre. O professor pode submeter os alunos a diversas formas de avaliações, tais como: projetos, seminários, pesquisas bibliográficas e de campo, relatórios, cujos resultados podem culminar com atribuição de uma nota representativa de cada avaliação bimestral. Em qualquer disciplina, os alunos que obtiverem média semestral de aprovação igual ou superior a sete (7,0) e freqüência igual ou superior a setenta e cinco por cento (75%) são considerados aprovados. Após cada semestre, e nos termos do calendário escolar, o aluno poderá requerer junto à Secretaria-Geral, Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional.

Página 10 / 33 no prazo fixado e a título de recuperação, a realização de uma prova substitutiva, por disciplina, a fim de substituir uma das médias mensais anteriores, ou a que não tenha sido avaliado, e no qual obtiverem como média final de aprovação igual ou superior a cinco (5,0). Sistema de Acompanhamento para a Recuperação da Aprendizagem Serão utilizados como Sistema de Acompanhamento e Nivelamento da turma os Plantões Tira-Dúvidas que são realizados sempre antes de iniciar a disciplina, das 18h00min às 18h50min, na sala de aula. Professor. Laboratórios, visitas técnicas, etc. Recursos Multimídia. Recursos Necessários Humanos Físicos Materiais Bibliografia Básica SANTOS, Altamiro J. Direito Civil do Trânsito. São Paulo: Ltr. NASCIMENTO, Francisco Guimaraes do. Direito de Trânsito. São Paulo: Juarez De Oliveira. SILVA, José Geraldo da. Dos Recursos em matéria de trânsito. São Paulo: Millennium Editora, 2006. SWENSSON, Walter Cruz; SWENSSON NETO, Renato. Manual de procedimentos e prática de trânsito. São Paulo: Juarez Oliveira, 2002. CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: legislação penal especial. Revista e atualizada até a lei n. 11.466/2007. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. Complementar CARRIDE, Norberto De Almeida. Direito de Trânsito e Responsabilidade Civil de A a Z. São Paulo: Juarez de Oliveira. GARCIA, Ismar Estulano. Crimes de Trânsito. Goiânia: AB-Editora, 1997. MARMITT, Arnaldo. Responsabilidade Civil nos acidentes de automóvel. Rio de Janeiro: Aide, 2004. PAGLIUCA, Jose Carlos G.. Direito Penal do Trânsito. São Paulo: Juarez de Oliveira. TOBIAS, Omar Zanette. Petições de Trânsito. São Paulo: SYSLOOK, 2006. Periódicos Jornais: Zero Hora, Folha de São Paulo, Gazeta do Sul, entre outros. Jornais eletrônicos: Clarín (Argentina); El País (Espanha); El País (Uruguai); Le Monde (França); Le Monde Diplomatique (França). Revistas: Revistas: Magister, Revista dos Tribunais, Revista do Conselho Federal de Justiça. Sites para Consulta http://www.antt.gov.br (Agência Nacional de Transportes Terrestres) http://www.denatran.gov.br/ (Denatran Ministério das Cidades) http://www.dnit.gov.br/ (Ministério dos Transportes) http://www.denatran.gov.br/contran.htm (Contran) http://www.detran.rs.gov.br/ http://www.detran.rs.gov.br/cetran/controle/index.htm (Conselho Estadual de Trânsito) http://www.daer.rs.gov.br/site/index.php Outras Informações Endereço eletrônico de acesso à página do PHL para consulta ao acervo da biblioteca: http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?isisscript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional.

Página 11 / 33 Cronograma de Atividades Aula Consolidação Avaliação Conteúdo Procedimentos Recursos 1ª 2ª 3ª 1 4ª 5ª 1 2 3 Legenda Procedimentos Recursos Procedimentos Recursos Procedimentos Recursos Código Descrição Código Descrição Código Descrição AE Aula expositiva AE Aula expositiva AE Aula expositiva TG Trabalho em TG Trabalho em grupo TG Trabalho em grupo grupo TI Trabalho TI Trabalho individual TI Trabalho individual individual SE Seminário SE Seminário SE Seminário Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional.

Aspectos preliminares Página 12 / 33

Página 13 / 33 Conjunto de normas que visa disciplinar as relações jurídicas a nível administrativo, civil e penal no âmbito do trânsito nacional Lei 9503 Código Trânsito Brasileiro Resoluções CONTRAN Legislação estadual e municipal

Página 14 / 33 Regência do código art. 1º -vias terrestres Responsabilidade objetiva por danos causados ao cidadão: art. 1º, 3º Conceito de vias terrestres e abrangência: art. 2º + art. 7º-A Aplicação á qualquer veículo (de propulsão humana ou não), à proprietários, condutores e pedestres Preservação da vida, saúde e meio ambiente.

Página 15 / 33 O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades. art. 5º

Página 16 / 33 São objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito: art. 6º CTB -estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu cumprimento; -fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de critérios técnicos, financeiros e administrativos para a execução das atividades de trânsito; -estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de informações entre os seus diversos órgãos e entidades, a fim de facilitar o processo decisório e a integração do Sistema.

Página 17 / 33 I -o Conselho Nacional de Trânsito -CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo; II -os Conselhos Estaduais de Trânsito -CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal -CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores; III -os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; IV -os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; V - a Polícia Rodoviária Federal; VI -as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI.

Página 18 / 33 Organização nos estados e municípios órgãos e subscrições -Art. 8º Coordenação do SNT Ministério das Cidades -Art. 9º Órgão ao qual está atrelado o CONTRAN Órgãos executivos máximos: DENATRAN, DETRAN, Deptos. Munic. Trânsito Convênios e integração art. 25

Página 19 / 33 Composição art. 10 Competência art. 12 Câmara temáticas: estudo, pesquisa, normatização art. 13

Competência art. 19 Presidente indicação executivo federal Página 20 / 33

Página 21 / 33 CETRAN e CONTRADIFE Competência art. 14 Nomeação art. 15 JARI Juntas Administrativas de Recursos de Infrações art. 16 Competência art. 17 Polícia Rodoviária Federal art. 20 Polícias militares estaduais art. 23 Depto. Munic. Trans. art. 24 DETRAN art. 22

Normas gerais Página 22 / 33

Página 23 / 33 O CTB tem por objetivo primordial a segurança nas vias de trânsito, buscando, a partir desse princípio, harmonia entre os condutores, preservação da vida de condutores e pedestres, bem como a organização do trânsito. A partir disso, o legislador trouxe normas gerais de conduta, bem como regras específicas, e, por fim, tipificando crimes quanto a condutas inadequadas e extremas de motoristas.

Página 24 / 33 Manutenção da segurança, através da abstenção de práticas que possam obstruir, tornar perigoso o trânsito, bem como possam causar prejuízos ao patrimônio art. 26 Cuidados com veículo art. 27 Cuidados com a pista art. 28 Regras de circulação art. 29 Ultrapassagens art. 30 a 33 Realização de manobras art. 34 ao 39

Página 25 / 33 Uso de luzes e buzinas art.40 e 41 Velocidades e paradas art. 42 ao 49 Limites de velocidades: art. 61 Velocidade mínima: art. 62 Espécies de vias art. 60 Sinalização responsabilidade órgão gerenciador da rodovia ou via de trânsito Ver competência/circunscrição Federal, estadual, municipal. Trânsito interno art. 51 Circulação de animais art. 52 e 53 Circulação de motocicletas e bicicletas art. 54 ao 59

Transporte crianças art. 64 Ver resolução 277 do CONTRAN Eventos esportivos em vias públicas art. 67 Página 26 / 33

Normas gerais Página 27 / 33

Página 28 / 33 O pedestre no trânsito art. 68 Equiparação - 1º fila - Passagem 69 70

Novas regras de publicidade art. 77-A e ss. Limitação art. 83 Página 29 / 33

Página 30 / 33 Uso de sinalização art. 80 86 Tipos de sinalização 87 Obrigatoriedade 88 Prevalência em caso de concomitância art. 89 Ver anexo à lei sinalização

Competência Verificação de impacto de obra 93 Interrupção da via 95 Página 31 / 33

Página 32 / 33 Classificação dos veículos art. 96 Obrigatoriedade de manutenção de características ou autorização art. 97,98,99 Equipamentos obrigatórios de segurança art. 105 Veículos artesanais art. 106 Autorização especial de tráfego 110 Identificação dos veículos 114-115 Veículos estrangeiros - 118

Página 33 / 33 Registro de veículos 120 Emissão novo documento -123 Requisitos 124 + 128 Baixa 126 Licenciamento anual 131 133 porte do licenciamento Comunicação de venda 134 Veículo transporte escolar 136 Condutor- 138 Moto transporte 139-A