Folha de Londrina (PR) Geral Vacina contra HPV chega a Curitiba Curitiba- Um importante avanço da ciência já está disponível em laboratórios de Curitiba. Trata-se de uma vacina contra o HPV (Human Papilomavirus) -vírus que, em seus tipos mais frequentes (16 e 18), é responsável por 70% dos casos de câncer de colo do útero. No Brasil, esse é o segundo tipo de câncer de maior incidência entre as mulheres. As primeiras doses da vacina chegaram, ontem, ao Laboratório Frischmann Aisengart/DASA, em Curitiba. Ela é fabricada nos Estados Unidos, pelo Laboratório Merck Sharp Dohme, onde leva o nome comercial de Gardasil. Sua distribuição, no Brasil, foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no ano passado. O infectologista do Frischmann Aisengart/DASA, Nelson Szpeiter, explicou que a vacina é quadrivalente, pois além das cepas oncogênicas 16 e 18 do HPV, cria anticorpos contra os tipos 6 e 11, causadores dos condilomas ou verrugas genitais. Estudos nos Estados Unidos comprovaram 100% de eficiência na imunização contra o câncer e de 99% contra as verrugas. A vacina pode prevenir, ainda, as lesões précancerosas com 95% de eficiência. A imunização é recomendada para a faixa etária dos 9 aos 26 anos. Segundo Szpeiter, os estudos limitaram essa idade, considerando que é um período em que as mulheres têm vida sexual mais ativa. Outro fator determinante para a restrição é que nas mulheres já infectadas pelo HPV, a vacina não teria o efeito desejado. A comunidade científica estima que entre 70% e 80% das mulheres adultas já tiveram HPV mas, cerca da metade elimina o vírus espontaneamente. Cerca de 10% permanecem com o vírus que podem evoluir para lesões cancerosas. ''Quando as mulheres se infectam não quer dizer que vão produzir câncer. São os exames de citologia e Papanicolau que irão identificar se há lesões'', complementou. Cada dose da vacina pode variar de R$ 470,00 a R$ 500,00, sendo necessárias três aplicações. O HPV é transmitido, na maioria dos casos, nas relações sexuais. Andréa Lombardo Equipe da Folha
Folha de Londrina (PR) Cidades SEU DIREITO COSMÉTICOS Que cuidados devem ser tomados na compra de cosméticos? O consumidor deve sempre ler cuidadosamente a embalagem do produto que pretende adquirir, certificando-se de que esta contém as informações básicas como número de lote, data de fabricação, validade, identificação completa do fabricante, composição, modo de usar e forma de armazenamento. Alguns produtos, além das informações do rótulo, trazem folheto explicativo. Esses folhetos contêm informações sobre uso, componentes, contra-indicações e precauções que devem ser adotadas. É importante que o consumidor leia com atenção este material antes de utilizar o produto, evitando o uso indevido e maiores danos. No caso de cosméticos importados, tanto o folheto quanto a rotulagem deverão estar em língua portuguesa, sendo que a responsabilidade pelo produto é do importador. Não compre cosméticos em feiras ou camelôs. Produtos adquiridos desta forma podem apresentar problemas como condições inadequadas de armazenagem (que podem comprometer a qualidade do produto), ausência de garantia e de nota fiscal (esta última imprescindível no caso de reclamações posteriores) e inexistência de registro junto ao Ministério da Saúde (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), observando que, atualmente, algumas categorias de cosméticos estão dispensadas de tal procedimento. Nas compras domiciliares (efetuadas por reembolso postal, catálogo ou telemarketing), o consumidor poderá pedir o cancelamento das mesmas no prazo máximo de sete dias a contar do recebimento da mercadoria ou assinatura do contrato, com a devolução dos valores pagos corrigidos monetariamente, conforme disposto no Código de Defesa do Consumidor. No entanto, é indispensável que tal devolução seja registrada por meio de carta protocolada junto à empresa em questão. Fundação Procon de SP
Diário da Manhã (GO) Cidades Fechado site que vende cura da aids Página na internet que oferecia remédios milagrosos é retirada da rede. Frasco de R$ 150 contém líquido que "elimina" qualquer câncer Juliana Luiza Da editoria de Cidades A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou na sexta-feira, 2, retirada de uma página da internet com propaganda irregular de remédios, mas ontem ela ainda estava na rede. O site oferece produtos "milagrosos", que combateriam doenças ainda incuráveis como câncer e aids. Qualquer frasco de 1 litro pode ser adquirido ao valor de R$ 150 após depósito em conta-corrente do responsável pela empresa. A página inicial do portal da Remédio Natural da Amazônia, fabricante dos medicamentos, de Manaus (AM), traz informações vagas sobre o Vírolom, suposto medicamento usado para combater o vírus HIV. Mas o leque de ofertas é amplo: há Inflamatozam, Asmatozam, Reumatozam, Rínzam e o Câncerom, cujo nome sugere o combate ao câncer, embora não haja nenhuma informação quanto à indicação. Apenas a promessa "cura definitiva" aparece ao lado do valor e quantidade do produto. Conforme o fabricante, a empresa é reconhecida pelos órgãos federais competentes, mas a Anvisa afirma que nenhum dos medicamentos tem registro expedido. Todos seriam produzidos com ervas medicinais sob a responsabilidade de João de Paula Neto, "alquimista e homeopata". Entretanto, não consta no site da Associação Médica Homeopática Brasileira o cadastro dele como especialista credenciado. De acordo com a gerente de Monitoramento e Fiscalização de Propaganda da Anvisa, Maria José Delgado Fagundes, a Remédio Natural da Amazônia tinha o CNPJ ativo desde 1985 e estava registrada em nome de João de Paula. Até hoje a agência não conseguiu entrar em contato com ele. Os telefones informados na rede (um fixo e outro celular) não atendem e até o fechamento desta edição ninguém retornou os recados deixados na caixa postal pelo DM. Crime - Maria José ficou surpresa com a informação de que a página continuava no ar e declarou que mandaria retirá-la novamente ainda ontem. "Pelo jeito ela foi recolocada num ponto diferente", justificou. Antes, o site estava hospedado em um provedor, que, juntamente com a empresa amazonense, poderá ser penalizado. "A fabricação e o comércio de medicamentos sem registro são crimes hediondos e a empresa infratora fica sujeita a multas que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão." Apesar de a Anvisa ainda não ter feito fiscalização in loco, o órgão autuou o fabricante e abriu contra ele um processo administrativo. Segundo Maria José, o retorno do site entrará como agravante e a agência vai trabalhar para a retirada do produto no mercado. "Não sabemos qual é a procedência dos medicamentos, quais os efeitos os consumidores poderão ter a médio ou longo prazo", explica. A produção de remédios envolve várias fases e todas precisam ser regulamentadas, pois até um acondicionamento inadequado ou exposição excessiva ao sol pode estragá-los.
Em notícia publicada pela Anvisa em 27 de janeiro, o gerente-geral de Inspeção e Controle de Insumos, Medicamentos e Produtos do órgão, Roberto Barbirato, acentua que hoje não existe legislação para venda de medicamentos pela internet. Por isso, a agência parte dos princípios da Lei 5.991/73, que regulamenta o estabelecimento farmacêutico. Segundo o gerente, a principal dificuldade é impedir a venda realizada por provedores com sede em outros países. Ressalta ainda que o comércio de medicamentos controlados tem agravantes. "Dependendo da situação, a venda pode ser enquadrada no Código Penal, como tráfico de entorpecentes", conclui o gerente. Perigos - Diretora da Organização Não-Governamental (ONG) goianiense Grupo pela Vidda - que presta assistência a portadores de HIV -, Rosilda Martins Marinho afirma que é difícil a divulgação desses remédios chegar a pessoas carentes porque a maioria não tem acesso à internet. Ela diz que sempre orienta as pessoas quando a perguntam sobre fórmulas ditas curativas. "Esse é um problema seriíssimo, já que uma pessoa menos instruída pode abandonar o tratamento convencional e pagar com a própria vida", alerta. "Nem alguns chás devem ser tomados sem o consentimento médico", acrescenta. O presidente da Associação Médica Homeopática Brasileira, Mário Antônio Cabral Ribeiro, esclarece que medicamentos homeopáticos (preparados a partir de substâncias extraídas da natureza, provenientes dos reinos mineral, vegetal ou animal, jamais são indicados especificamente para determinadas doenças. "Apesar de fazermos o diagnóstico clínico, a escolha do remédio é personalizada, o que não se pode obter com a venda pela internet", diz. Fique atento Antes de comprar um medicamento pela rede mundial de computadores, observe sempre: # Número de registro do produto # Informações básicas quanto à indicação e contra-indicação, assim como a composição # Se o site oferece produtos "milagrosos", que prometem a cura de doenças sem que haja comprovação científica, desconfie. Fonte: Maria José Delgado Fagundes - gerente de Monitoramento e Fiscalização de Propaganda da Anvisa