Farmacoterapia da Obstipação João Rocha Farmacoterapia do Tracto Gastro-Intestinal PÓS-GRADUAÇÃO EM CUIDADOS FARMACÊUTICOS Obstipação Problema: Hipocondria utilização não-racional do medicamento 1
Obstipação CRITÉRIOS PARA CONSIDERAR OBSTIPAÇÃO CRÓNICA 2 ou mais das seguintes queixas presentes pelo menos durante 12 meses sem administração de laxantes: Dificuldade na defecação em pelo menos ¼ das vezes Fezes duras em pelo menos ¼ das vezes Sensação de evacuação incompleta em pelo menos ¼ das vezes 2 ou menos movimentos intestinais numa semana Obstipação 2
Obstipação - Etiologia Obstipação - Etiologia 3
Obstipação- Tratamento Obstipação- Tratamento 4
Obstipação Tratamento nãofarmacológico ALTERAÇÃO DA DIETA E ESTILO DE VIDA - LAXANTES EXPANSORES DO VOLUME FECAL - EMOLIENTES - LAXANTES OSMÓTICOS - LAXANTES DE CONTACTO 5
- LAXANTES EXPANSORES DO VOLUME FECAL - LAXANTES EXPANSORES DO VOLUME FECAL colóides hidrofílicos não-digeríveis absorvem água formam um gel volumoso que distende o cólon e promove o peristaltismo há risco de oclusão intestinal em doentes com doença inflamatória ou neoplásica digestiva Metilcelulose Carboximetilcelulose Preparados do psílio Gomas Farelo Bassorina 6
- EMOLIENTES amolecem as fezes permitem a penetração de água e lípidos via de administração oral ou rectal Docusato (oral ou enema) Supositórios de glicerina Parafina líquida - LAXANTES OSMÓTICOS 7
- LAXANTES OSMÓTICOS são solúveis mas não sofrem absorção aumentam a fluidez das fezes, por aumento do fluido fecal Leite de magnésia (óxido de magnésio) Sorbitol Lactulose Citrato de magnésio Fosfato de sódio PEG (polietilenoglicol) com sulfato de sódio, cloreto de sódio, bicarbonato de sódio e cloreto de potássio - LAXANTES DE CONTACTO 8
- LAXANTES DE CONTACTO mecanismos pouco conhecidos estimulação directa do SN entérico e da secreção de fluidos e electrólitos para o cólon Utilização por longos períodos pode geral dependência e destruição do plexo mioentérico atonia do cólon e distensão Aloe Sene Cáscara sagrada Óleo de ricíno Fracamente absorvidos e produzem peristaltismo 6 a 12 horas após administração oral ou 2 horas após administração rectal Utilização prolongada causa pigmentação castanha característica no cólon (megacólon tóxico) - LAXANTES DE CONTACTO 9
RAZÕES PARA HABITUAÇÃO AOS LAXANTES Farmacoterapia da Diarreia João Rocha Farmacoterapia do Tracto Gastro-Intestinal PÓS-GRADUAÇÃO EM CUIDADOS FARMACÊUTICOS 10
Diarreia Aumento de frequência e diminuição da consistência das fezes comparativamente ao estado normal do indivíduo Diarreia Alteração da absorção de electrólitos e água Aumento do conteúdo aquoso nas fezes 11
Diarreia - Causas Alteração no transporte iónico Alteração da motilidade intestinal Aumento da osmolaridade intestinal Aumento da pressão hidrostática tecidular Diarreia - Classificação Diarreia secretória - Substância estimula secreção ou pouca reabsorção de electrólitos e água - VIP, lípidos, laxantes, toxinas, sais biliares - Volume elevado de fezes (>1L/dia) - Jejum não atenua condição Diarreia osmótica - Substâncias osmóticas não absorvidas - Síndromas de mal-absorção - Intolerância à lactose - Iões divalentes (ex: Mg 2+ ) - Jejum atenua condição Diarreia exudativa - Doenças inflamatórias do intestino - Passagem de muco, proteínas e sangue para TGI - Afecta processos de absorção, secreção e mobilidade Diarreia peristáltica - Redução do contacto com o int. delgado - Esvaziamento prematuro do cólon - Crescimento bacteriano - Resseção intestinal ou bypass gástrico - Metoclopramida - Volume pequeno, rápido e em vagas 12
Diarreia Iatrogénica Diarreia- Tratamento OBJECTIVOS DA TERAPÊUTICA Gerir dieta Prevenir alterações electrolíticas Alívio sintomático Tratamento das causas Gerir problemas secundários 13
Diarreia- Tratamento não farmacológico DIETA Prioridade no tratamento da diarreia Descontinuar comida sólida é apenas válido para diarreia osmótica Doentes com náuseas/vómitos devem fazer dieta facilmente digerível nas primeiras 24h Se doente continua com vómitos refractários à terapêutica deve cessar alimentação oral Crianças devem ser alimentadas na diarreia bacteriana Diarreia- Tratamento não farmacológico REHIDRATAÇÃO ORAL - Hidratação do doente é essencial - Pode ser feita por via entérica ou parentérica - Na ausência de contraindicações a via entérica é preferível - Presença de glucose permite o co-transporte de sódio e água - Soluções de rehidratação oral salvam milhões de crianças nos países em desenvolvimento 14
Diarreia- Tratamento não farmacológico REHIDRATAÇÃO ORAL Diarreia- Tratamento Farmacológico OPIÓIDES Loperamida Difenoxilato (s/ AIM) ADSORVENTES Caolino, pectina Carvão activado Atapulgite ANTI-SECRETÓRIOS Octreótido Racecadotril (tiorfano) ANTICOLINÉRGICOS PROBIÓTICOS E ENZIMÁTICOS 15
Diarreia- Tratamento Farmacológico LOPERAMIDA - Agonista opióide, provoca diminuição do trânsito intra-luminal - Aumenta capacidade de absorção, prolongando tempo de contacto - Ao contrário de outros agonistas opióides, actua apenas na periferia - Pode ser utilizado na diarreia do viajante Posologia 4 mg 2 mg Após cada dejecção líquida Continuação de diarreia após 48h referenciar para consulta média RISCO DE CÓLON MEGATÓXICO Diarreia Algoritmo terapêutico 16
Diarreia Algoritmo terapêutico FIM 17