informa tributário ALTERAÇÕES DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Agosto de 2014 MEDIDA PROVISÓRIA Nº 651 ALTERA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Nesta edição:



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Transcrição:

Agosto de 2014 informa tributário Nesta edição: Alterações da Legislação Tributária e Decisões em Matéria Tributária do mês de julho de 2014 ALTERAÇÕES DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Esta seção divulga as principais alterações na legislação tributária ocorridas no mês MEDIDA PROVISÓRIA Nº 651 ALTERA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Conforme divulgado em nosso Informa Tributário do mês de julho de 2014, foi publicada a Medida Provisória n 651, que promoveu diversas alterações na legislação tributária. Dentre os assuntos tratados na Medida Provisória, destacamos a seguir: i. Responsabilidade tributária na integralização de cotas de fundos ou clubes de investimento por meio da entrega de ativos financeiros De acordo com o artigo 1 da Medida Provisória n 651, fica atribuída ao administrador do fundo a responsabilidade pelo recolhimento do imposto de renda devido sobre o ganho de capital na integralização de cotas de fundos ou clubes de investimento por meio da entrega de ativos financeiros. Entretanto, caberá ao investidor: (i) a responsabilidade pela comprovação do custo de aquisição dos respectivos ativos contribuídos, O Boletim Informa Tributário é uma publicação mensal das principais alterações da legislação tributária e decisões administrativas e judiciais em matéria tributária. Destina-se aos clientes e integrantes do Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados. Este Boletim não tem por objetivo prover aconselhamento legal sobre as matérias aqui tratadas e não deve ser interpretado como tal. Roberto Barrieu + 55 11 3089.6502 roberto.barrieu@scbf.com.br Hugo Barreto Sodré Leal + 55 11 3089.6713 hugo.leal@scbf.com.br Rafael Macedo Malheiro + 55 11 3089.6594 rafael.malheiro@scbf.com.br Ramon Castilho + 55 11 3089.5845 ramon.castilho@scbf.com.br Para outras informações com relação ao escritório, acesse o site www.scbf.com.br. 1

sob pena de ser considerado igual a zero; e (ii) disponibilizar previamente os recursos necessários para pagamento dos tributos devidos na operação. Adicionalmente, destaca-se que a Medida Provisória n 651 vedou a integralização de cotas de fundos ou de clubes de investimento por meio da entrega de ativos financeiros que não estejam custodiados ou escriturados em pessoa jurídica autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários ou pelo Banco Central do Brasil. ii. Tributação das operações de empréstimos de ações A Medida Provisória n 651 apresentou regras específicas acerca da incidência do imposto de renda nas operações de empréstimo de ações. Dentre as alterações, a referida Medida Provisória estabeleceu a incidência do imposto de renda à alíquota de 15% sobre o valor dos juros sobre o capital próprio (JCP) recebido por parte tomadora que seja (i) entidade imune; (ii) fundo ou clube de investimento; e (iii) entidade de previdência complementar, sociedade seguradora e FAPI com relação à aplicação de recursos das provisões, reservas técnicas e fundos. Tal medida visa por fim ao planejamento tributário conhecido como barriga de aluguel, pelo qual os fundos, até então isentos de imposto, alugavam ações antes do pagamento de JCP e, após recebê-los, devolviam as ações para o emprestador com pagamento a este do valor do JCP descontado do imposto de renda. iii. REINTEGRA Foi reinstituído o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (REINTEGRA), o qual garante ao exportador a possibilidade de reconhecimento de créditos, no valor de até 3% sobre suas receitas auferidas com exportações. Os respectivos créditos poderão ser ressarcidos em espécie ou compensados com débitos administrados pela Receita Federal (RFB). Tal regime passa a vigorar em caráter permanente. iv. Alienação de participação societária - PIS e COFINS As receitas decorrentes da alienação de participação societária passam a sujeitar-se à apuração do PIS e da COFINS exclusivamente com base na sistemática cumulativa, independente do regime adotado pelo contribuinte. As receitas relacionadas à venda de participação societária classificadas em conta de investimento permanente continuam sendo excluídas da base de cálculo das contribuições. Entretanto, no caso de alienação de participação societária não registrada como investimento permanente, haverá incidência do PIS à alíquota de 0,65% e da COFINS à alíquota de 4%. v. Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB) A Medida Provisória n 651 tornou definitivo o recolhimento da CPRB, por meio da alteração da Lei nº 12.546/11. Antes dessa mudança, o prazo de vigência da norma que previa a substituição da contribuição previdenciária calculada sobre a folha de salários por aquela calculada sobre a receita bruta era 31.12.2014. De acordo com a Exposição de Motivos da Medida Provisória nº 651, o Poder Executivo decidiu tornar a CPRB definitiva em razão dos resultados positivos atingidos pela desoneração da folha de pagamento, principalmente no que tange ao incentivo às exportações e à geração de empregos nos setores beneficiados. Além disso, a diminuição da carga tributária sobre a folha de pagamentos teria contribuído para o incremento da produção e da competitividade da indústria nacional, impactando positivamente a balança comercial e os índices econômicos. vi. Isenção do imposto de renda sobre o ganho de capital auferido em investimentos em empresas de porte médio Visando incentivar a abertura de capital por empresas de médio porte, foi concedida isenção do imposto de renda devido sobre o ganho de capital auferido, por pessoas físicas, sobre os investimentos realizados em companhias de porte médio que atendam a certas condições, tais como possuir valor de mercado e total de receita bruta inferior a R$ 700 milhões e R$ 500 milhões, respectivamente. A isenção é válida para o ganho de capital auferido pelos investidores até 31.12.2023. Tal benefício foi estendido também sobre o resgate de cotas de fundos de investimento de ações cujo patrimônio seja composto de pelo menos 67% das ações das companhias mencionadas acima. vii. REFIS Conforme já divulgado em nosso Informa Tributário Extra publicado no mês de julho, a Medida Provisória n 651 introduziu alterações quanto ao prazo de adesão, aos valores das antecipações previstos na Lei nº 12.996/14, bem como quanto à possibilidade de utilização do saldo de prejuízo fiscal e base negativa de CSLL para quitação de débitos parcelados. 2

ICMS - PARCELAMENTOS i. RJ - Programa especial de parcelamento Por meio da Resolução Conjunta nº 176/14, foram regulamentados os procedimentos para adesão ao parcelamento instituído pelo Decreto nº 44.780/14, que abrange débitos tributários de ICMS cujos fatos geradores tenham ocorrido até 31.12.2013, constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, que poderão ser quitados à vista ou parcelados, com redução de juros de mora e de multas. Caso o contribuinte realize o pagamento à vista, há redução de 75% das multas punitivas e moratórias e de 60% dos demais acréscimos legais. Porém, em caso de parcelamento (até 120 parcelas), as reduções são de 50% e 40%, respectivamente. A adesão ao programa deverá ser feita até o dia 30.09.2014. ii. DF - Terceira fase do RECUPERA O Distrito Federal iniciou a terceira fase do Programa de Recuperação de Créditos Tributários - RECUPERA, por meio da Lei nº 5.365/14. O programa de parcelamento abrange débitos relativos ao ICMS constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, cujos fatos geradores tenham ocorrido até 31.12.2013. Para os pagamentos à vista, há redução de 99% das multas e dos juros de mora relativos aos débitos de ICMS. Os débitos referentes às obrigações acessórias poderão ser reduzidos em 94%. Para o pagamento parcelado, as reduções sobre as multas e sobre os juros variam de 90% a 50%, exceto nos casos relacionados ao descumprimento de obrigações acessórias, cujas reduções variam de 85% a 45%, de acordo com o número de parcelas escolhido. Os contribuintes devem aderir ao RECUPERA até o dia 22.10.2014. Os contribuintes que possuírem débitos cujos fatos geradores sejam posteriores a 31.12.2013 deverão liquidá-los antes de aderirem ao Programa, sob pena de inscrição do débito em Dívida Ativa e exclusão do parcelamento. Por fim, a Lei também prevê a possibilidade de compensação de débitos de ICMS, ISS, ITBI, ITCMD, IPVA, IPTU e taxas com créditos decorrentes de precatórios judiciais, desde que atendidas determinadas condições, como o recolhimento de sinal de 15% do débito tributário em espécie. iii. SP, AC, MT, RJ e SE - Parcelamento de ICMS sobre serviços de publicidade em outdoors O Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) autorizou, por meio do Convênio nº 71/14, que os Estados do Acre, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe reabram o prazo de adesão ao parcelamento de débitos de ICMS relativos aos serviços de veiculação de mensagens de publicidade e propaganda em mídia exterior (outdoors), prestados até 31 de dezembro de 2013. Originalmente, o parcelamento havia sido autorizado pelo Convênio nº 45/14, com prazo de adesão expirado em 30.06.2014. A partir de agora, os interessados poderão aderir ao parcelamento até o dia 30.09.2014, devendo, para tanto, cumprir com todas as condições previstas no Convênio nº 45/14, como a desistência ou renúncia à discussão dos débitos nos âmbitos administrativo e judicial e a vedação à apropriação de quaisquer créditos relativos aos serviços prestados por meio dos outdoors. O débito poderá ser parcelado em até 24 parcelas mensais, com dispensa total das multas e demais acréscimos legais relativos ao não recolhimento do ICMS incidente sobre tais serviços. EXCLUSÃO DO ESTADO DO PIAUÍ DO PROTOCOLO ICMS Nº 21/2011 Por meio do Protocolo ICMS nº 37/14, o Estado do Piauí foi excluído das disposições do Protocolo ICMS nº 21/11, que pretendeu modificar as regras aplicáveis ao pagamento do ICMS devido nas operações interestaduais não presenciais destinadas a não contribuintes do imposto. Portanto, a partir de 01.09.2014, o Protocolo ICMS nº 21/11 não será mais aplicado ao Estado do Piauí. Como os efeitos do Protocolo ICMS nº 21/11 já tinham sido suspensos por força de liminar concedida em ADI pelo Supremo Tribunal Federal, na prática, a exclusão do Piauí não irá afetar as operações destinadas a tal Estado, mas permitirá que o fisco estadual deixe de autuar as empresas remetentes dos produtos destinados a não contribuintes do ICMS quando localizadas em Estados que não aderiram ao citado Protocolo. 3

DECISÕES DO PODER JUDICIÁRIO Esta seção contém decisões relevantes do Poder Judiciário em matéria tributária TRF DA 1ª E DA 3ª REGIÃO DIVERGEM SOBRE INCIDÊNCIA DE IPI NA IMPORTAÇÃO PARA USO PRÓPRIO Os Tribunais Regionais Federais da 1ª e da 3ª Região julgaram a incidência do IPI incidente na importação de veículo para uso próprio de maneira oposta. No caso julgado pelo TRF da 1ª Região, o Desembargador Novély Vilanova (Apelação Cível Nº 0018186-89.2012.4.01.3200/AM) decidiu que se a importação ocorre para uso próprio e não há comercialização do bem introduzido no território brasileiro, o adquirente não está sujeito ao pagamento do IPI sob pena de afronta ao princípio da não-cumulatividade. Justificou sua decisão, de maneira favorável ao contribuinte, com base em julgados do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nos autos do AgRg no RE 255.682 e do REsp 937.629, respectivamente, que têm idêntico fundamento. Já no caso julgado pelo TRF da 3ª Região (Apelação Cível Nº 0000014-29.2013.4.03.6104/SP), o Desembargador Federal Mairan Maia proferiu decisão no sentido que é legítima a incidência do IPI, tendo em vista que os artigos 46 e 51 do CTN preveem, respectivamente, que o fato gerador do IPI será o desembaraço aduaneiro do produto industrializado de procedência estrangeira e que o contribuinte será o importador ou quem a ele se equiparar, sendo irrelevante o fato de o bem ser para uso próprio. Quanto ao princípio da não-cumulatividade, afirmou o relator que este não teria aplicação neste caso, pois o IPI é devido uma única vez. TRF DA 3ª REGIÃO RECONHECE FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO Recentemente, a 5ª Turma do TRF da 3ª Região, em decisão monocrática, ratificou o reconhecimento de formação de grupo econômico, tornando as empresas integrantes responsáveis solidárias pelo débito executado (Agravo de Instrumento nº 0009717-26.4.03.0000). O Relator negou provimento ao Agravo de Instrumento interposto pelas empresas por entender que houve demonstração do intuito de formação de conglomerado, tendo em vista que as referidas empresas possuíam o mesmo objeto social, sedes localizadas no mesmo endereço e identidade de dirigentes. Nesse sentido, entendeu que a existência de diversas empresas consistiria em mera subdivisão formal para persecução de uma mesma atividade para obtenção de lucros. TRF DA 3ª REGIÃO VEDA USO DE DADOS BANCÁRIOS OBTIDOS SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL Em recente decisão publicada, o TRF da 3ª Região determinou que a autoridade fiscal se abstivesse de utilizar informações extraídas de extratos bancários obtidos sem a devida autorização judicial (Apelação nº 0000640-94.2008.4.03.6113/SP). Em sede de Apelação, o contribuinte alegou que a utilização, em processo administrativo fiscal, de informações constantes em extratos bancários, obtidos sem autorização judicial, viola os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Com base no posicionamento do STF e de reiterada jurisprudência da 3ª Turma do TRF da 3ª Região, o desembargador relator entendeu pela inconstitucionalidade do acesso direto do Fisco às informações sobre movimentação bancária, sem prévia autorização judicial, para fins de apuração fiscal, afastando também a aplicação da Lei Complementar nº 105/2001 e da Lei nº 10.174/2001. 4

DECISÕES DOS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS Esta seção contém decisões relevantes dos Tribunais Administrativos em matéria tributária CSRF CONFIRMA POSSIBILIDADE DE ESCOLHA DO MÉTODO DE CÁLCULO DE PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA A Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) analisou a possibilidade de a pessoa jurídica optar por um dos métodos de preço de transferência praticados em operações entre empresas vinculadas (Acórdão 9101-01.212). No caso, a recorrida foi autuada para cobrança de IRPJ em razão de suposta desobediência às regras de preços de transferência, notadamente quanto à adoção do método de Preço de Revenda menos Lucro (PRL) para a importação de mercadorias. Em julgamento de Recurso Voluntário da contribuinte, os conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) decidiram em seu favor, afirmando que não há vedação legal à utilização do método PRL na apuração de eventuais ajustes de preço, bem como que o artigo 4º da Instrução Normativa nº 38/97, vigente à época, ultrapassava os limites legais de competência dos atos normativos infralegais, já que introduzia regra não prevista na Lei nº 9.430/96. A Fazenda, em seu recurso, argumentou ser correta a aplicação do método de Preços Independentes Comparados (PIC) e não o do PRL, pois a empresa não realizava atividade de revenda, mas apenas importação de produtos para produção de medicamentos. No entanto, ao analisar o caso, a CSRF manteve o entendimento do acórdão recorrido, permitindo a escolha do contribuinte quanto ao método de preço de transferência e afirmando que a Instrução Normativa nº 38/97 criou limitação não prevista em lei. Confirmou-se, portanto, o entendimento no sentido de que o contribuinte possui a faculdade de escolher um dos três métodos de apuração, desde que o valor não exceda ao preço determinado por cada método. CARF - LUCROS NO EXTERIOR E ACORDOS PARA EVITAR A DUPLA TRIBUTAÇÃO A 1ª Seção do CARF considerou possível a tributação de lucros auferidos por controlada no exterior nos termos do artigo 74 da Medida Provisória nº 2.158-35/01, a despeito da existência de acordo para evitar a dupla tributação (Acórdão nº 1201-001.024). A empresa autuada alegou, em seu recurso voluntário, que não ofereceu à tributação do IRPJ e da CSLL os valores auferidos por sua controlada no Chile porque o Brasil firmou um acordo com aquele país que prevê: (i) que os lucros de uma empresa chilena só podem ser tributados no Chile, salvo se a empresa exercer sua atividade no Brasil por meio de um estabelecimento permanente, o que não ocorria no caso concreto; e (ii) que os lucros disponibilizados a controladoras somente podem ser tributados quando do seu efetivo recebimento, o que jamais ocorreu. O CARF, todavia, ao julgar o recurso, entendeu no sentido de que o acordo impede apenas a tributação do lucro auferido pela controlada no exterior, o que é algo diverso de lucro disponibilizado à controladora brasileira, este sim objeto de tributação na forma prescrita pelo artigo 74 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001. Por outro lado, afastou a regra do tratado relativa ao momento da tributação - recebimento - sob a alegação de que se a tributação dos dividendos no Brasil dependesse da vontade dos contribuintes, o fisco restaria prejudicado. É importante ressaltar que essa decisão é contrária ao posicionamento adotado pelo STJ em caso análogo, no qual se afastou a aplicação do artigo 74 da referida Medida Provisória justamente por existir acordo para evitar a dupla tributação (REsp nº 1.325.709). 5

CARF - INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS SOBRE PLANO DE STOCK OPTIONS Foram publicadas três decisões proferidas pelas 3ª e 4ª Câmaras do CARF em que se decidiu pela incidência das contribuições previdenciárias sobre planos de opções de compra de ações - stock options - oferecidos por empresas brasileiras a seus funcionários (Acórdãos nº 2301-003.597, 2401-003.044 e 2401-003.045). Em linhas gerais, por meio da concessão de planos de opção de compra de ações a companhia confere aos seus administradores e/ou empregados o direito de subscrever ou adquirir ações de sua emissão, em determinado período, por um preço determinado ou determinável, conforme condições estabelecidas em plano aprovado pela assembleia geral, sendo seu principal objetivo reter e incentivar a produtividade dos beneficiários. A doutrina e a jurisprudência majoritária na esfera trabalhista costumam defender que o fator determinante para que os planos de stock options não se confundam com remuneração é sua caracterização como uma transação de natureza mercantil, que depende da existência de riscos ao beneficiário. Nos casos julgados pelo CARF desfavoravelmente ao contribuinte entendeu-se pela ausência de risco nos planos ofertados. Desse modo, os valores correspondentes ao ganho auferido no exercício das opções de compra das ações ou na venda das ações foram tratados como remuneração, sujeita à incidência das contribuições previdenciárias. No caso julgado pela 3ª Câmara (Acórdão nº 2301-003.597), o voto vencedor firmou o entendimento de que ficou evidenciada a intenção de afastar (ou minimizar) o risco atribuído ao negócio, pois: (i) as opções de compra não foram adquiridas pelos funcionários, mas sim, outorgadas pela empresa; (ii) o valor de exercício não poderia ser inferior ao valor das ações na data da concessão; e (iii) a necessidade de o beneficiário manter-se vinculado à empresa e prestando serviços por período determinado, sob pena de perder o direito de exercer a opção. Já nos casos julgados pela 4ª Câmara (Acórdãos nº 2401-003.044 e 2401-003.045), também restou desvirtuada a natureza mercantil, pois: (i) houve a concessão de empréstimos pela companhia para a aquisição de ações pelos participantes; (ii) havia possibilidade de venda antecipada das ações; (iii) havia correlação da oferta com o desempenho dos beneficiários para manutenção dos funcionários na companhia; e (iv) os programas de 2007 e 2008 foram cancelados e substituídos por planos mais vantajosos, em um período em que as ações estavam desvalorizadas em decorrência da crise econômica mundial. CARF AFASTA INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS SOBRE PLR O CARF proferiu nova decisão acerca da incidência das contribuições previdenciárias sobre valores pagos a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) (Acórdão 2302-003.040). O contribuinte foi autuado sob a alegação de que a PLR atribuída aos segurados empregados ocupantes de cargos de gerente e de coordenador foi apurada de forma diferenciada dos empregados ocupantes das demais funções. Enquanto a PLR atribuída àqueles foram creditadas anualmente, com cálculo diferenciado conforme a categoria, as participações atribuídas a estes foram pagas semestralmente. Em sua defesa, o contribuinte alegou que a Lei n 10.101/00, ao definir os critérios para a concessão de PLR aos trabalhadores, em nenhum momento proíbe a criação de diferentes formas de apuração atribuíveis aos empregados da mesma empresa de acordo com o cargo exercido. Nesse sentido, defendeu que não há como aplicar as mesmas regras dos trabalhadores em geral aos gestores, uma vez que os critérios de avaliação seriam diferentes. Na decisão, o CARF reconheceu que a lei não faz qualquer exigência quanto ao mesmo percentual de lucro para todos os empregados e colaboradores da empresa, sendo possível traçar planos e metas diferenciadas para cada tipo de empregado, considerando a função exercida por cada um. 6

CARF JULGA POSSIBILIDADE DE RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO CONTINUAR A DISCUTIR O DÉBITO SE A EMPRESA DEVEDORA FOR EXCLUÍDA DE PARCELAMENTO A 1ª Seção de Julgamento do CARF decidiu que não é possível a apreciação de recurso interposto por devedor solidário quando o devedor principal optou pelo parcelamento do débito tributário (Acórdão 1102-001.044). O contribuinte foi autuado pela ausência de recolhimento de IRPJ e CSLL do ano calendário de 2007. O sócio administrador da empresa (contribuinte) foi considerado responsável solidário pelo débito. Ambas as partes apresentaram impugnação ao lançamento, as quais foram julgadas improcedentes em primeira instância. Em seguida, a empresa optou pelo pagamento de parte do débito por meio de parcelamento, mas o sócio responsável interpôs recurso voluntário para discutir sua suposta responsabilidade, bem como o mérito da cobrança. No julgamento pelo CARF restou decidido que, enquanto o débito estiver sendo pago parceladamente por um dos devedores, não poderá ser apreciado o recurso no que se referir ao débito parcelado, tendo em vista a suspensão da exigibilidade nos termos do artigo 151, IV, do CTN. Conforme ementado no acórdão, [...] para aquele que parcelou e, portanto, confessou a dívida, a rescisão do parcelamento não permitirá o prosseguimento do recurso. Para o sujeito passivo solidário que não parcelou a dívida, a quitação definitiva do parcelamento lhe aproveitará. Contudo, caso ocorra a rescisão do benefício fiscal, será possível a retomada do curso do julgamento com relação à parte parcelada. Por fim, cumpre ressaltar que no julgamento foi apreciado o recurso no que se referia à questão da responsabilidade solidária e à parte não parcelada do débito, uma vez que não havia suspensão de exigibilidade pelo parcelamento quanto a estes pontos. TIT DECIDE QUE O FISCO DEVE COMPROVAR FRAUDE EM AUTUAÇÃO O Tribunal de Impostos e Taxas de São Paulo (TIT) decidiu, em sede de recurso especial, que a fraude em operação societária praticada com o suposto intuito de dissimular a obrigação tributária deve ser comprovada pelas autoridades fiscais, quando do procedimento de fiscalização (Processo DRT 5 609971/2009). O caso analisado tratava de hipótese de cisão parcial de empresa, com posterior incorporação da parcela cindida por outra empresa do mesmo grupo. Na cisão, foram vertidos saldos credores do ICMS, que seriam então aproveitados pela empresa incorporadora. Alegando que a operação de cisão seguida de incorporação teria sido realizada com o fim exclusivo de transferir saldo credor do ICMS, o fisco paulista autuou a empresa incorporadora alegando ter recebido saldo credor do imposto em hipótese não prevista pela legislação. Entendendo que as autoridades fiscais não demonstraram a ocorrência de fraude à lei nem o caráter ilícito dos atos societários praticados, tampouco que os efeitos da operação societária questionada seriam limitados à transferência de créditos de ICMS, o TIT reconheceu a inexistência de ilicitude e a regular transferência de todo um fundo de comércio, o que resultou no cancelamento integral da autuação. 7

NOTÍCIAS Esta seção divulga outras notícias em matéria tributária que são de interesse dos contribuintes RFB ESCLARECE TRIBUTAÇÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIOS A RFB esclareceu, por meio da Solução de Consulta nº 181, que os fundos de investimento imobiliário (FII), que invistam em outros fundos imobiliários, devem pagar imposto de renda à alíquota de 20% sobre os ganhos de capital e rendimentos obtidos na venda de cotas dessas carteiras imobiliárias. O contribuinte indagou a RFB se a isenção de que trata o artigo 16-A da Lei nº 8.668/1995 se aplicaria tanto aos rendimentos, quanto aos ganhos líquidos, decorrentes de investimentos em cotas de FII auferidas por FII. Ao analisar o caso, a RFB entendeu que a isenção prevista para os investimentos efetuados por FII em cotas de FII admitidas à negociação exclusiva em bolsas de valores ou no mercado de balcão organizado afasta apenas a incidência na fonte e, portanto, afasta apenas a incidência do imposto sobre os rendimentos auferidos. Concluiu-se, portanto, que os ganhos líquidos auferidos pelos FII decorrentes da alienação das cotas de FII se sujeitariam à incidência do imposto de renda à alíquota de 20%, segundo as mesmas normas aplicáveis aos ganhos auferidos em operações de renda variável. RFB ANALISA TRIBUTAÇÃO INCIDENTE SOBRE SERVIÇOS DE DATA CENTER PAGOS AO EXTERIOR Foi publicada a Solução de Divergência nº 6, por meio da qual a RFB esclareceu que as atividades de data center configuram efetiva prestação de serviços e não mera locação de bens móveis (servidores), e, portanto, o pagamento correspondente sujeita-se à incidência do IRRF, PIS-Importação, COFINS-Importação e CIDE. Ficou estabelecido que: (i) não há que se falar em mera locação, pois não há efetiva entrega do bem (servidores), fato essencial para configuração de aluguel de bem móvel; (ii) a contratação de data center envolve a prestação de serviços de apoio inerentes a tal contratação e na ausência de segregação entre os valores pagos a título de uso dos servidores e pela prestação dos serviços, os tributos devem incidir sobre a totalidade dos valores pagos; (iii) o processamento de dados, que está entre os serviços prestados por data center, está no rol de serviços listados na Lei Complementar nº 116/03, que instituiu o ISS. RFB ESCLARECE A IMPOSSIBILIDADE DE LANÇAMENTO ACUMULADO DE DEPRECIAÇÃO DE ATIVO IMOBILIZADO Foi publicada a Solução de Consulta nº 176, por meio da qual a RFB se posicionou sobre a depreciação de bens do ativo imobilizado de forma extemporânea. A empresa Consulente afirmou que, desde a sua constituição, não havia efetuado a depreciação dos bens de seu ativo imobilizado, razão pela qual formulou seu questionamento quanto à possibilidade de aproveitar extemporaneamente os créditos de depreciação de maneira acumulada. Sobre a questão, a RFB firmou entendimento no sentido de que o contribuinte que não efetuar depreciação de um bem do ativo imobilizado em determinado exercício, não poderá fazê-lo de forma acumulada em momento diverso ao que ocorreu a utilização desse bem, nem tampouco apropriar posteriormente os valores não apropriados no exercício por meio de utilização de taxas superiores às máximas permitidas. 8

RFB EMITE SOLUÇÃO DE CONSULTA ACERCA DA MÉDIA PONDERADA NO MÉTODO PRL DE PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA A Solução de Consulta nº 196 esclareceu o entendimento da RFB acerca da forma de cálculo da média ponderada para fins de aplicação do Método do Preço de Revenda Menos Lucro (PRL) para proceder aos ajustes relativos aos preços de transferência. O questionamento feito pelo contribuinte objetivou esclarecer se a média ponderada deveria ser calculada para o conjunto de bens importados (máquinas e implementos agrícolas) ou se deveria ser calculada individualmente em relação a cada bem, de acordo com a sua classificação e especificidade. Ao analisar o caso, a RFB concluiu que a média de preços de venda deve ser calculada individualmente em relação a cada tipo de produto vendido, uma vez que o cálculo da média por cesta de produtos vendidos está em desacordo com o objetivo da legislação de preços de transferência, muito embora, matematicamente, seja possível o cálculo dessa forma. RFB ANALISA A INCIDÊNCIA DE IRPJ E CSLL SOBRE OS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA DOS DEPÓSITOS JUDICIAIS E ADMINISTRATIVOS A RFB, por meio da Solução de Consulta COSIT nº 157, manifestou-se acerca da incidência de IRPJ e CSLL, em relação aos juros e às atualizações monetárias dos depósitos judiciais ou administrativos referentes aos tributos e contribuições administrados pela RFB, com amparo na Lei nº 9.703/98. Sobre a questão, a RFB entendeu que embora os depósitos regrados pela Lei nº 9.703/98 - efetuados após 1º.12.1998 - permaneçam na esfera patrimonial do contribuinte, não há que se falar em variação monetária ativa tributável até que ocorra a solução da lide. Diante disso, a atualização monetária dos depósitos só se sujeita ao IRPJ e à CSLL no momento em que for prolatada decisão definitiva e favorável ao contribuinte. Ademais, a RFB esclareceu que em situações excepcionais, isto é, quando o levantamento do depósito com acréscimos for autorizado pela autoridade administrativa ou judicial antes da solução da lide, também restará caracterizada a ocorrência do fato gerador do IRPJ e da CSLL. SÃO PAULO RIO DE JANEIRO BELO HORIZONTE BRASÍLIA SALVADOR www.scbf.com.br 9