Módulo 01- Sistema de Justiça Criminal no Brasil Disciplina: Instituições e Integração dos Órgãos encarregados da Segurança Pública no Brasil



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Módulo 01- Sistema de Justiça Criminal no Brasil Disciplina: Instituições e Integração dos Órgãos encarregados da Segurança Pública no Brasil

Módulo 01- Sistema de Justiça Criminal no Brasil Disciplina: Instituições e Integração dos Órgãos encarregados da Segurança Pública no Brasil 1- Órgãos de Segurança A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. 6º - As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

7º - A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades. 8º - Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do 4º do art. 39. Artigo 144 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 2- Conceitos básicos A Defesa Social inclui, entre outras atividades, a prestação de serviços de segurança pública e de defesa civil. A Segurança Pública é uma atividade pertinente aos órgãos estatais e à comunidade como um todo, realizada com o fito de proteger a cidadania, prevenindo e controlando manifestações da criminalidade e da violência, efetivas ou potenciais, garantindo o exercício pleno da cidadania nos limites da lei. A Defesa Civil é um conjunto de medidas que visam prevenir e limitar, em qualquer situação, os riscos e perdas a que estão sujeitos a população, os recursos da nação e os bens materiais de toda espécie, tanto por agressão externa quanto em consequência de calamidades e desastres da natureza. As Polícias Militares são os órgãos do sistema de segurança pública aos quais competem as atividades de polícia ostensiva e preservação da ordem pública. As Polícias Civis são os órgãos do sistema de segurança pública aos quais competem, ressalvada competência específica da União, as atividades de polícia judiciária e de apuração das infrações penais, exceto as de natureza militar. Os Corpos de Bombeiros Militares são os órgãos do sistema de segurança pública aos quais compete a execução das atividades de defesa civil, além de outras atribuições específicas estabelecidas em lei. A Polícia, o Ministério Público e a Autoridade Penitenciária devem agir interativamente em prol da segurança pública. A prestação de serviços públicos de segurança, em sua expressão Polícia Geral, inclui o policiamento ostensivo, a apuração de infrações penais e a guarda e recolhimento de presos.

A premissa maior da atividade de segurança pública é sua perspectiva sistêmica, expressa na interação permanente dos diversos órgãos públicos interessados e entre eles e a sociedade civil organizada. A prestação de serviços públicos de segurança engloba atividades Repressivas e Preventivas, tanto de natureza policial quanto não-policial, a exemplo, no caso do provimento de iluminação pública. Os serviços de segurança pública de natureza policial ou não-policial devem buscar estabelecer, aperfeiçoar e manter, conjunta e permanentemente, um sentimento coletivo de segurança. A Segurança Privada se divide em três grandes áreas: Segurança do Trabalho, Segurança Empresarial (interna das empresas) e Vigilância. Esta se subdivide em vigilância orgânica e vigilância patrimonial, contratada a prestadores de serviço. Existem ainda os serviços de vigilância eletrônica, de transporte de valores, de guarda-costas e de investigação particular. 2.1 À Secretaria Nacional de Segurança Pública compete: I - assessorar o Ministro de Estado na definição, implementação e acompanhamento da Política Nacional de Segurança Pública e dos Programas Federais de Prevenção Social e Controle da Violência e Criminalidade; II - planejar, acompanhar e avaliar a implementação de programas do Governo Federal para a área de segurança pública; III - elaborar propostas de legislação e regulamentação em assuntos de segurança pública, referentes ao setor público e ao setor privado; IV - promover a integração dos órgãos de segurança pública; V - estimular a modernização e o reaparelhamento dos órgãos de segurança pública; VI - promover a interface de ações com organismos governamentais ou não-governamentais, de âmbito nacional e internacional; VII - realizar e fomentar estudos e pesquisas voltados para a redução da criminalidade e da violência; VIII - estimular e propor aos órgãos estaduais e municipais a elaboração de planos e programas integrados de segurança pública, objetivando controlar ações de organizações criminosas ou fatores específicos geradores de criminalidade e violência, bem como estimular ações sociais de prevenção da violência e da criminalidade;

IX - exercer, por seu titular, as funções de Ouvidor-Geral das Polícias Federais; X - implementar, manter e modernizar o Sistema Nacional de Informações de Justiça e Segurança Pública - INFOSEG; XI - promover e coordenar as reuniões do Conselho Nacional de Segurança Pública; XII - incentivar e acompanhar a atuação dos Conselhos Regionais de Segurança Pública; e XIII - coordenar as atividades da Força Nacional de Segurança Pública. Texto dado pelo Decreto nº 6.061, de 15 de março de 2007, Anexo I 2.2 Gabinete de Gestão Integrada - GGI O Gabinete de Gestão Integrada (GGI) é um fórum deliberativo e executivo que opera por consenso, sem hierarquia e respeitando a autonomia das instituições que o compõem. Visa coordenar o Sistema Único de Segurança Pública nos Estados, conforme termo de convênio celebrado entre a União, por intermédio do Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, e os Estados Federados, por intermédio de suas Secretarias Estaduais de Segurança Pública e Defesa Social. A operacionalização do Sistema Único de Segurança Pública, como desdobramento do Plano Nacional de Segurança Pública, integra de maneira prática os órgãos pertinentes ao campo da justiça criminal. Deve-se salientar, no entanto, que a integração não implica unificação desses órgãos, o SUSP foi concebido com o objetivo de integrar as ações das polícias nas três esferas do Poder Executivo. O GGI agirá segundo três linhas mestras de ação: O incremento da integração entre os órgãos do sistema de justiça criminal; A implantação do planejamento estratégico como ferramenta gerencial das ações empreendidas pelo sistema de justiça criminal; e A constituição da informação como principal ferramenta de ação policial. O Sistema Único de Segurança Pública (Susp) foi concebido com o objetivo de integrar as ações das polícias nas três esferas do Poder Executivo. Em todos os Estados que aderirem ao programa serão criados Gabinetes de Gestão Integrada, do qual fazem parte o Secretário Estadual de Segurança Pública, como coordenador, e mais representantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Guardas Municipais. A intenção é contar também com a cooperação ativa do Ministério Público e do Poder Judiciário. Caberá a esse Gabinete definir ações de forma consensual, principalmente no combate ao crime organizado (tráfico de drogas e de armas, contrabando, lavagem de dinheiro, pirataria, roubo a banco e carro forte, roubo de carga, etc). Todas as decisões do comitê estadual serão repassadas ao Conselho Nacional de Segurança Pública.

Com isso, experiências bem sucedidas de uma localidade poderão ser implementadas e implantadas em outra. O comitê também definirá as prioridades para investimentos federais na área de segurança pública 3- PRONASCI No ano de 2007, foi criado o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), a partir da perspectiva de que segurança pública se faz com cidadania. De 2007 para cá, o PRONASCI investiu R$ 3.791,91 bilhões, representando um acréscimo de aproximadamente 9,5 vezes do valor investido no ano 2000. O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI) é um marco no enfrentamento à criminalidade no país. Propõe um novo pacto federativo em torno da questão da segurança pública, atuando com Estados, mas também reconhecendo a importância do município como parceiro fundamental na prevenção da criminalidade local. O PRONASCI articula políticas de segurança com ações sociais; prioriza a prevenção e busca atingir as causas que levam à violência, sem abrir mão das estratégias de ordenamento social. Age em áreas de maiores índices de violência, e tem, como foco principal, a proteção ao jovem, de modo a impedir seu ingresso no mundo do crime, propiciando lhe sua formação na cultura de paz, e sua preparação para uma nova inserção na sociedade. Em sua instalação plena, o PRONASCI chega à vida da comunidade com oterritório de Paz. As ações são executadas simultaneamente num determinado território e mudam, aos poucos, a ambiência local, com a chegada de um policiamento de proximidade, monitoramento dos espaços mais perigosos por câmeras de vídeo, além de projetos que trazem acesso à justiça, à educação, ao lazer e à infraestrutura. É o momento em que todos os entes federados trabalham juntos para prevenir a violência e reduzir a criminalidade. Desde que começaram a chegar às comunidades, em dezembro de 2008, já são 26 Territórios de Paz em 11 Estados e no Distrito Federal. Os territórios foram implementados em 19 municípios, abrangendo regiões em total descoesão social. Ainda existem 48 municípios em 13 estados que estão em fase de implementação dos Territórios. A instalação do PRONASCI é processual e de longo curso. O envolvimento da sociedade civil no PRONASCI desdobra-se também com a participação ativa da comunidade na implantação de políticas públicas, como exemplo, nos projetos Mulheres da Paz e Projeto.

3.1 Um novo instrumento na Ressocialização de Jovens e adultos Tendo em vista que os maiores índices de criminalidade estão entre os jovens de 18 a 24 anos, o Ministério da Justiça lançou, como meta do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), a geração de vagas com a Construção de Penitenciárias Masculinas para Jovens Adultos. O jovem adulto necessita de um estabelecimento penal onde seja instituído processo educativo e laborativo, como instrumento de ressocialização de uma política penitenciária voltada à inclusão social, evitando que ele seja contaminado pela realidade carcerária atual. Esse processo de modificação contribui também para a formação de um senso crítico, melhorando seu comportamento na vida carcerária. A partir dessas informações, o Departamento Penitenciário Nacional desenvolveu um projeto arquitetônico que pode garantir a oportunidade de transformação não só na vida desses jovens, como também no conjunto da sociedade.

3.2 Construção de Penitenciarias Masculinas para Jovens Adultos O Projeto de estabelecimento penal para jovens adultos possui aproximadamente 13.000 m², distribuídos da seguinte forma: Bloco de Administração; Bloco de Alojamento de Agentes e da Guarda; Bloco de saúde, tendo consultórios para psicólogo, assistente social, médico, dentista, enfermeira e quatro celas de observação com solário; Bloco de inclusão, onde o apenado é cadastrado, contendo guarda de pertences e barbearia; Bloco de Vivência Individual, contendo celas individuais para cumprimento de pena, triagem, isolamento, e salas de atividades múltiplas, pátio de sol e celas para encontros íntimos; Bloco de visitas independente contendo celas de visitas íntimas e pátio de sol, onde as visitas não terão acesso à área de carceragem; Bloco de serviços, contendo Lavanderia e Cozinha; Dois Blocos de Vivência Coletiva, contendo parlatórios, celas coletivas para seis apenados, com bancada de estudos e banheiro, cela para PNE (Portador de Necessidades Especiais), pátio de sol, pátio coberto, seis Salas de Atividades, que poderão ser utilizadas como salas de aula, atividades múltiplas, cultos e aulas de informática; Bloco de Apoio às Visitas, contendo bancos e sanitário para atendimento aos familiares quando da espera para ingressar no estabelecimento penal, e Bloco de Recepção e Revista, onde as visitas farão o registro, a identificação e a revista. 4- COMBATE AO CRIME ORGANIZADO ESTRATÉGIA E INTELIGÊNCIA A partir de 2003, o combate ao crime organizado assumiu um novo patamar, incorporando aos investimentos estratégias que buscam levar as organizações criminosas ao fim. Diversas ações foram desenvolvidas, das quais cabe destaque: 4.1 Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro Trata-se de laboratório-modelo de análise tecnológica de grandes volumes de informação, visando à obtenção de conhecimento dessa massa de dados e, com isso, subsidiar a elaboração de provas de alto valor agregado aos processos conduzidos por órgãos de investigação criminal. Experiência pioneira no Brasil e no mundo, a atividade de um LAB-LD é realizada por meio de um conjunto de equipamentos e programas de última geração de informática operados por profissionais altamente capacitados.

São itens de hardware e software aliados a uma metodologia especialmente desenvolvida por técnicos do MJ que, a partir de informações obtidas por investigações e documentos fornecidos por fontes parceiras (polícias, instituições financeiras e os próprios ministérios públicos), possibilitam o cruzamento de dados em tempo recorde para a constatação de ilícitos e a identificação de operações típicas de organizações criminosas. Diante do sucesso e dos resultados obtidos pelo Laboratório, o MJ replicou a experiência em órgãos estaduais de persecução criminal, celebrando parcerias com 16 órgãos em 11 estados da federação para a instalação de LAB-LD s de alcance regional. Merece destaque o LAB do Ministério Público da Bahia, que se tornará um centro regional de excelência no nordeste brasileiro, atendendo também a seus pares nos estados de Alagoas, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte. O potencial da replicação pode ser medido pelas 25 novas solicitações de convênio atualmente em análise no MJ, abrangendo 16 Unidades da Federação. Considerado uma iniciativa madura, pretende-se ampliar seu escopo de atuação para abranger a investigação dos crimes antecedentes à lavagem de dinheiro, contribuindo para sua elucidação de forma mais célere, efetiva e econômica, e, quando em potência máxima, servirá de modelo mundial de Tecnologia aplicada no combate à Criminalidade. 4.2 Cortando o Fluxo Financeiro de Organizações Criminosas Desde 2003, o MJ tem cortado o fluxo financeiro das organizações criminosas, com vistas, sobretudo, à prevenção da continuidade de práticas delituosas. Assim, uma das principais metas do governo brasileiro no combate ao crime organizado nos últimos anos tem sido tornar o Estado mais eficiente na recuperação de ativos de origem ilícita. Para tal mister, foi criado, em 2004, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). Como resultado, já foram recuperados, entre 2007 e 2009, US$ 2,6 milhões como repatriação de recursos desviados para os Estados Unidos como parte do esquema conhecido como BANESTADO.

Ainda, já foi definida a repatriação de mais US$ 30 milhões, de recursos desviados para a Suíça. O Brasil já atingiu a marca de US$ 3 bilhões bloqueados no exterior, graças ao fortalecimento dos acordos de cooperação internacional e de sua operacionalização pela Secretaria Nacional de Justiça. O trabalho desenvolvido pelo Brasil adquiriu reconhecimento internacional. O país passou a compor o Comitê Dirigente do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), que, até então, era integrado por apenas quatro países: Japão, Estados Unidos, Canadá e Inglaterra. A conquista desse espaço decorre, em parte, do exame e da tramitação de aproximadamente 1.000 casos anuais de cooperação jurídica em matéria penal. 5- Força Nacional de Segurança Pública Ação Integrada de forma Estratégica Criada em 2004, trata-se de um programa de cooperação federativa, com a participação de todas as polícias estaduais, com atuação episódica e planejada. A Força Nacional atua em suplementação às forças estaduais no gerenciamento de crises na segurança pública, somente mediante pedido direto do Governador do Estado e subordinando-se diretamente ao comando da unidade federada. Excepcionalmente a Força também faz operações de apoio à Polícia Federal. O efetivo da Força é composto por policiais cedidos temporariamente pelos Estados, que são treinados pelo MJ. Apenas em 2009, foram treinados 2.545 profissionais de segurança pública entre policiais militares, bombeiros e policiais civis. Para atender situações que demandam mobilização imediata, a Força conta com o Batalhão Escola de Pronto-Emprego (BEPE), que tem um efetivo de 540 profissionais sediados em Luziânia- GO, capacitados a agir imediatamente em casos de desastres, ações emergenciais de polícia ostensiva e ações de preservação do meio ambiente. Quando retornam a seus Estados, os policiais que estiveram no BEPE, além de sua capacitação, levam todos os equipamentos que utilizaram durante sua estada na Força. Isso possibilita aos Estados disporem, a custo zero, de uma tropa treinada e bem equipada ao cabo de um ano. Além do BEPE, a Força Nacional de Segurança conta com 7082 policiais capacitados, que continuam desempenhando suas funções em seu Estado, e estão aptos a ser mobilizados para as atividades desenvolvidas pela Força Nacional.

Atualmente 676 policiais estão mobilizados e distribuídos em 15 missões em 10 estados da federação; desse total de efetivo mobilizado, 150 permanecem em capacitação no BEPE em escala rotativa, de forma que, ao final de um ano, todos os efetivos passam por capacitação e mesmo preparo técnico. A Força Nacional já atuou em 14 Unidades Federadas (AL, MA, PR, MT, MS, PA, RO, BA, RJ, RR, GO, DF e SC), empregando mais de 2.500 profissionais. Hoje a Força está em seis Estados, atuando em operações apoiando o Departamento da Polícia Federal e ao IBAMA em questões ambientais nos Estados: Pará, Rondônia, Mato Grosso e Maranhão, além de operações do combate ao crime de fronteira, nos Estados do Amazonas, do Paraná e de Mato Grosso do Sul. Desde sua criação, deflagraram cerca de 48 operações. Em 2010, estão em andamento 10 operações, com destaque para a Arco de Fogo, apoiando a Polícia Federal no combate a crimes ambientais na Amazônia. 6- UM NOVO OLHAR SOBRE A QUESTÃO PENAL O SPF iniciou suas atividades em 2006, com o objetivo de custodiar presos de alta periculosidade, visando a desarticular o crime organizado e coibir as rebeliões nos estabelecimentos prisionais estaduais. No que se refere à construção de presídios federais, a primeira fase previa a construção de cinco, cada uma com 208 vagas em celas individuais, ao custo total de 130 milhões. Já estão em operação quatro unidades (Catanduvas/PR, Campo Grande/MS, Porto Velho/RO e Mossoró/RN). A quinta penitenciária será construída em Brasília-DF. As penitenciárias possuem equipamentos de segurança de alta tecnologia, radiocomunicação digital, equipamentos eletrônicos de varredura, sistema de gerenciamento de banco de dados, soluções em inteligência artificial e de controle de comunicações. O sistema permite monitoramento a distância, com câmeras que transmitem, em tempo real, as imagens de todos os ambientes das penitenciárias à unidade de monitoramento centralizada em Brasília. Por meio de concurso público, hoje os quadros do Sistema Penitenciário Federal contam com cerca de 1000 agentes penitenciários, 12 técnicos e 32 especialistas. Dessa forma, a criação do SPF culminou com a redução de 66,99% em rebeliões e motins, nos estados que enviaram presos aos estabelecimentos federais.

7- Retração do Crescimento da População Carcerária O crescimento médio da população carcerária brasileira nos últimos quatro anos foi de aproximadamente 7% a.a. De 1995 a 2005, a população carcerária do Brasil saltou de 148 mil para pouco mais de 361 mil presos, o que representa um aumento de 143,91% em 10 anos. Entre 2005 e 2009, a população aumentou de 361.402 (dez/2005) para 473.626 (dez/2009), o que representa um aumento de 31,05% em quatro anos. Dessa forma, observa-se que esse crescimento sofreu uma retração nos últimos anos. Mesmo assim, o déficit atual de vagas no Brasil é de cerca de 180 mil. 8- InfoPen Retrato da População Carcerária O Sistema Nacional de Informação Penitenciária - InfoPen foi o primeiro sistema de informações penitenciárias em âmbito nacional, desenvolvido totalmente pelo do Departamento Penitenciário Nacional -DEPEN. Possibilita diagnóstico detalhado da população prisional no Brasil, de forma a suprir agentes políticos e públicos de subsídios para a construção de políticas penitenciárias integradas à dinâmica do crescimento da população prisional. Nesse ínterim, foi criado em 2005 o InfoPen Estatístico, com o intuito de dar celeridade, confiabilidade e padronização ao repasse de informações das Unidades Federativas à União por intermédio da informatização. Tal sistema evoluiu para o InfoPen Gestão, no intuito de informatizar os estados que não possuíam sistemas, unificar as bases de dados existentes e diminuir as inconsistências de dados. Permite a extração de dados qualitativos e quantitativos dos presos de forma mais rápida e eficiente, haja vista estar o todo tempo on-line. O InfoPen Gestão já se encontra implantado em 17 Estados, sendo investidos R$ 16.210.675,00. Para tanto, 2.610 computadores foram doados pelo MJ aos estados. Há previsão de aquisição de mais 1.078 computadores para o ano de 2010. Além dos computadores, foram disponibilizados, de forma gratuita aos estados, softwares, suporte técnico e de banco de dados centralizado.

9- Sistema de Penas e Medidas Alternativas Replicado em outros Países Penas e medidas alternativas são o melhor caminho para evitar a formação de criminosos graves, além de impedir a progressão no mundo do crime. Dessa forma, o governo do Presidente Lula consolidou o modelo brasileiro de penas e medidas alternativas à prisão, reconhecido pela Organização das Nações Unidas como uma das melhores estratégias e práticas para redução da superpopulação carcerária do mundo, investindo cerca de R$ 18.305.918,92 Provocou-se uma discussão mais ampla sobre a excessiva aplicação da pena restritiva de liberdade como uma resposta para a criminalidade, cujas soluções estão muito além da vinculação direta entre crime e prisão. A punição alternativa ao encarceramento permite a responsabilização do infrator e sua reinserção social com mais eficácia, resultando na amplitude do rol de crimes que podem ser apenados com esses substitutivos. 10- Ações na área de Reintegração Social de Presos, Internados e Egressos do Sistema Penitenciário. As ações de reintegração social podem ser definidas como um conjunto de intervenções técnicas, políticas e gerenciais levadas a efeito durante e após o cumprimento de penas ou medidas de segurança, no intuito de criar interfaces de aproximação entre Estado, Comunidade e as Pessoas Beneficiárias, como forma de lhes ampliar a resiliência e reduzir a vulnerabilidade frente ao sistema penal. Os projetos na área de Reintegração Social do Departamento Penitenciário Nacional DEPEN/MJ estão posicionados entre alguns eixos básicos: *1º - Formação Educacional e Profissional dos Apenados, Internados e Egressos do Sistema Penitenciário Nacional: diz respeito ao processo pelo qual se procura associar a elevação da escolaridade e a educação profissional, com o acesso ao trabalho e à geração de renda, de maneira a preparar o beneficiário para ingresso no mundo do trabalho após o cumprimento da pena privativa de liberdade, ressaltando também a capacitação das mulheres em privação de liberdade. *2º - Assistência ao Preso, ao Internado, ao Egresso e a seus Dependentes: faz referência a um movimento de promoção dos direitos dos apenados, internados, egressos, dependentes e familiares, criando condições para que possam exercer sua autonomia. Esse processo deve ser mediado pela inclusão dos beneficiários na agenda das políticas públicas de governo e pelo apoio a ações de instituições públicas e privadas, de caráter permanente, que tenham como objetivo prestar atendimento aos beneficiários com assistência material, jurídica, educacional, social, religiosa e à saúde, em interface com os demais órgãos federais.

No ano de 2009, as ações do DEPEN/MJ destinadas à Reintegração Social do Preso, Internado e Egresso atingiram entre beneficiários diretos e indiretos aproximadamente 95 mil pessoas, por intermédio da celebração de convênios com Estados Federados e entidades privadas sem fins lucrativos, além de repasses destinados ao incentivo financeiro previsto no Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário, totalizando um investimento de pouco mais de R$ 5,5 milhões. 11- AÇÕES DE CAPACITAÇÃO EM SERVIÇOS PENAIS O Departamento Penitenciário Nacional tem trabalhado, junto às Unidades da Federação, no fomento à implantação e implementação das Escolas de Gestão Penitenciária. Essa iniciativa visa à estruturação de espaços de formação, qualificação, e aperfeiçoamento dos profissionais do sistema penitenciário, agregada à valorização da categoria de servidores e perspectivas de atividades de pesquisa e produção de conhecimento acerca da realidade e da dinâmica prisionais. Todo esse processo teve início no ano de 2005, e já contabiliza um investimento na ordem de R4 3,4 milhões. No cenário atual temos: Escolas implantadas com recursos do próprio estado e que foram utilizadas como referência: cinco (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul); Escolas implantadas com recursos e assessoria do DEPEN: 11 (Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe); Escolas em fase de implantação, financiadas e apoiadas pelo DEPEN: nove (Acre, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco, Roraima, Santa Catarina e Tocantins) Para além da institucionalização das Escolas, o DEPEN tem financiado cursos de formação e capacitação profissional do pessoal penitenciário junto às Escolas já em funcionamento. Os cursos são balizados e orientados pelos eixos norteadores da Matriz Curricular Nacional para a Educação em Serviços Penitenciários: administração penitenciária, saúde e qualidade de vida, segurança e disciplina e relações humanas e reinserção social. No ano de 2009, os investimentos nas ações de capacitação em serviços penais somaram cerca de R$ 640 mil. 12- Plano Estadual de Segurança Pública O Plano Estadual de Segurança Pública tem seis linhas de ações: repressão qualificada; prevenção social do crime e da violência; informação e gestão do conhecimento; formação e capacitação; aperfeiçoamento institucional; e participação e controle social. Essas linhas estruturadas estão em sintonia tanto com os valores gerais do Programa de Governo da Frente Popular de Pernambuco, quanto com as orientações mais modernas das Políticas de Segurança Pública em escala nacional e internacional.

A versão final do Plano foi aprovada na Plenária do Fórum Estadual de Segurança Pública, ocorrida no dia 21 de abril de 2007, presidida pelo Governador Eduardo Campos e composta por 13 Secretários de Estado e 15 representantes da sociedade civil organizada, que foram indicados através de Fóruns e Redes de alta representantes da social em Pernambuco. Segundo o coordenador executivo do Fórum Estadual de Segurança Pública, José Luiz Ratton, o monitoramento do Plano de Segurança será realizado por uma instância cujo formato será definido pelo Governador. Sua atualização ocorrerá na I Conferência Estadual de Segurança Pública, que acontecerá em 2008 e deverá ser precedida pelas Conferências Municipais e Regionais em todo o Estado. Neste momento será possível o aprofundamento da integração entre Estado e Municípios, a incorporação das respostas específicas e regionalizadas à diversidade de contextos locais de produção da violência dentro do território pernambucano, alem do detalhamento da especificação e do aperfeiçoamento das ações e dos projetos estabelecidos inicialmente explica Ratton. O Plano Estadual de Segurança Pública é a primeira atividade estratégica do Pacto pela Vida. Foi elaborado no Fórum Estadual de Segurança Pública tendo como referência uma concepção de segurança pública baseada na articulação entre a segurança pública e os direitos humanos; na qualificação da dimensão repressiva e coercitiva baseada na incorporação da inteligência, informação, tecnologia e gestão com forte ênfase sobre os aspectos de prevenção social; na integração das ações de segurança pública e na participação e controle social desde a formulação até a execução das ações de segurança pública. O Fórum constitui-se em dois momentos: as Câmaras Técnicas e a Plenária. As reuniões das Câmaras Técnicas, oficinas temáticas realizadas nos dias 24 e 25 de março de 2007, promoveram um debate articulado entre especialistas, acadêmicos, militares de organizações da sociedade civil com atuação em setores específicos da área de segurança pública e gestores públicos dos níveis federal, estadual e municipal. A partir de tais debates, mais de uma centena de projetos foi produzida, contemplando, para cada projeto e através de procedimento padronizado, o estabelecimento de objetivos, metas, ações, gestores, responsáveis pela execução e prazos para inicio da implementação e vigência das ações.