Página 1 de 9 Acórdãos STA Processo: 0446/14 Data do Acordão: 07-01-2015 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: ARAGÃO SEIA Descritores: Sumário: Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL REVERSÃO INSOLVÊNCIA CULPA ÓNUS DE PROVA I Se a Fazenda Pública não tiver logrado o pagamento dos seus créditos exequendos provenientes de dívidas tributárias pela massa insolvente da sociedade originária devedora, a lei admite a prossecução da execução fiscal em ordem a conseguir esse pagamento pelo património dos responsáveis subsidiários (cf. art. 24.º da LGT), ao abrigo do disposto nos arts. 180.º, n.º 4 e 153.º, n.º 2, do CPPT. II Nesse caso, não faz sentido invocar a restrição do n.º 5 do art. 180.º do CPPT relativamente ao responsável subsidiário (relativamente ao qual inexiste qualquer declaração de insolvência). III Recaindo sobre o responsável subsidiário o ónus da prova de que o não pagamento dos tributos não é imputável à sua actuação, fica a AT desobrigada de demonstrar no despacho de reversão os elementos de facto destinados à prova dessa mesma culpa. Nº Convencional: JSTA000P18427 Nº do Documento: SA2201501070446 Data de Entrada: 11-04-2014 Recorrente: A... Recorrido 1: FAZENDA PÚBLICA Votação: MAIORIA COM 1 VOT VENC Aditamento: Texto Integral Texto Integral: Acordam os juízes da secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: A.., inconformado, recorreu da sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (TAF de Braga) datada de 21 de Janeiro de 2014, que julgou totalmente improcedente a oposição por este deduzida à execução fiscal nº 3590200501009850, contra si revertida e originariamente instaurada contra a sociedade B.. Lda., para cobrança da quantia global de 10.853,04 respeitante a IVA de 2004. Alegou, tendo concluído como se segue: 1. A execução objecto da oposição à execução que
Página 2 de 9 reverteu contra o Recorrente, teve por objecto dívidas de contribuições de IVA de 2004, sendo a primitiva executada a sociedade B.. LDA. 2. A execução objecto da reversão deverá ser julgada extinta. 3. Com efeito, existe uma violação do disposto no Art 180 n s 1 e 5 do CPPT. 4. Pois que, a sociedade devedora - executada foi declarada insolvente por sentença proferida em 7.02.2008 e os processos de execução fiscal contra a mesma sociedade foram apensados ao processo de insolvência. 5. Não poderia ser instaurada a reversão com a insolvência da devedora originária, pois que, como resulta do art. 180 n. 1 do CPPT, os processos de execução fiscal ficam sustados com a falência e estando sustados, não poderia existir qualquer reversão. 6. Nos termos do mesmo art. 180 n. 5 do CPPT, para que houvesse a reversão teria de ficar provado que o responsável subsidiário tinha adquirido bens depois de declarada a falência, o que não aconteceu. 7. Ao surgir a reversão, objecto da presente oposição, existe uma violação dos números 1 e 5 do artigo 180º do CPPT, o que determina a nulidade de toda a sua tramitação que conduz à ilegalidade da reversão efectuada. 8. A reversão não poderia pois prosseguir conforme Acórdão do STA de 31/01/2008. 9. E assim sendo a instância executiva, em relação ao oponente, deveria ser julgada extinta. 10. Na sentença ora em recurso é referida a contradição de disposições legais entre o citado art 180 do CPPT e o artigo 88 do CIRE, nomeadamente o seu n 2. 11. Ora, no caso concreto não se verificou a situação contemplada pelo n 2 do art 88 do CIRE, ou seja, não podia haver emissão de traslado e não avocação do processo fiscal, pois que, não havia ainda qualquer reversão contra o gerente da empresa em causa. 12. Não havia então qualquer outro executado. 13. Na mesma sentença é citada a anotação ao n 6 do art 180 do CPPT, de Jorge Lopes de Sousa. 14. Só que tal n 6 nada tem a ver com a situação em causa pois do que se trata na execução revertida é de créditos anteriores à insolvência. 15. No despacho de reversão não é atribuída CULPA ao revertido pela insuficiência de património da empresa para liquidação dos impostos. 16.Tal constitui requisito essencial tendo em conta o
Página 3 de 9 disposto no art 268, n 3 da Constituição da República Portuguesa e nos art s 23, n 4 e 77 da LGT. 17. Não basta salientar - se no despacho de reversão a ausência de bens e exercício do cargo de administrador no período. 18. Tem que ser, como estabelece o citado art 23, n 4 da LGT declaração fundamentada dos seus pressupostos e extensão, a incluir na citação. 19. Assim, não existe fundamentação no despacho de reversão. Termos em que deve a sentença proferida deve ser revogada com as legais consequências. ASSIM SERÁ FEITA JUSTIÇA Não foram produzidas contra-alegações. O Ministério Público, notificado pronunciou-se pela improcedência do recurso e manutenção da sentença recorrida. Resumidamente o Ministério Público entendeu que no caso dos autos a responsabilidade subsidiária do recorrente assenta numa presunção de culpa nos termos do artº 24º nº 1 al. b) da LGT, e assim sendo não tinha de constar do despacho de reversão as razões que levaram o OEF a formular um juízo de culpa sobre o recorrente, conclui portanto que o despacho de reversão não sofre de vicio formal por falta ou insuficiência de fundamentação, como pretende o recorrente. Colhidos os vistos legais, cumpre decidir. Na sentença recorrida deu-se como assente a seguinte factualidade concreta: 1) No processo de execução fiscal nº 3590200501009850, em que é executada originária a sociedade B... Lda. foi efectuada reversão contra o oponente, para cobrança da quantia global de 10.853,04, respeitante a IVA do período de 2004 12T, cujo prazo de cobrança terminou em 2005.02.15 - fls 2 do Pef apenso; 2) Por sentença proferida em 07/02/2008 no Proc. 426/08. ITJVNF do 2 Juízo Cível de Vila Nova de Famalicão a executada originária foi declarada insolvente, tendo sido encerrada por insuficiência da massa insolvente em 17-06- 2010 - fls 22/24 dos autos; 3) Findo o processo de insolvência, das pesquisas efectuadas, resultou não serem conhecidos bens penhoráveis à executada originária fls 4 e 5 do apenso; 4) Da consulta da certidão permanente empresa on-line
Página 4 de 9 relativamente à matrícula, inscrições, respectivos averbamentos constam os seguintes factos; - A executada originária constitui-se a 2/2/1994, com o capital social de 5.000.000$00, dividido por duas quotas de 2.500.000$00, cabendo uma ao ora oponente e outra a C.., mulher do oponente; - A gerência ficou a cargo de ambos os sócios (marido e mulher), sendo que para obrigar a sociedade bastava a assinatura de qualquer um dos gerentes; - No dia 31/12/2006, a sócia C. renunciou à gerência, ficando esta a cargo único e exclusivo do oponente; - fls 22/24 do apenso; 5) O aqui oponente foi notificado do projecto do despacho de reversão e para exercer o direito de audição prévia em 19-11-2012 -fls 39 do apenso; 6) Foi proferido despacho de reversão que se dá por integralmente reproduzido para todos os efeitos legais - fls 31 e 34 do apenso; 7) O ora oponente foi citado na qualidade de responsável subsidiário em 14-03-2013 fls 42 do Pef apenso; 8) A presente Oposição foi apresentada no Serviço de Finanças em 26-03-2013 - fls 6 dos autos. Nada mais se deu como provado. Há agora que apreciar o recurso que nos vem dirigido. Nas suas alegações de recurso o recorrente suscita duas questões que entende terem sido incorretamente julgadas na sentença recorrida: 1- a da violação do disposto no artigo 180º, n.ºs. 1 e 5 do CPPT; e 2- a falta de indicação no despacho de reversão dos elementos de facto respeitantes à culpa do gerente. Quanto à primeira questão: No essencial, para sustentar o seu recurso, o recorrente alega: -não poderia ser instaurada a reversão com a insolvência da devedora originária, pois que, como resulta do art. 180 n. 1 do CPPT, os processos de execução fiscal ficam sustados com a falência e estando sustados, não poderia existir qualquer reversão; -nos termos do mesmo art. 180 n. 5 do CPPT, para que houvesse a reversão teria de ficar provado que o responsável subsidiário tinha adquirido bens depois de declarada a falência, o que não aconteceu; -ao surgir a reversão, objecto da presente oposição, existe uma violação dos números 1 e 5 do artigo 180º do CPPT,
Página 5 de 9 o que determina a nulidade de toda a sua tramitação que conduz à ilegalidade da reversão efectuada. Já na sentença recorrida se esgrimiram diversos argumentos contrários à tese defendida pelo recorrente, razão pela qual nos vem dirigido este recurso. Com interesse para a decisão desta questão, levou-se ao probatório a seguinte factualidade concreta: -findo o processo de insolvência, das pesquisas efectuadas, resultou não serem conhecidos bens penhoráveis à executada originária; -o aqui oponente foi notificado do projecto do despacho de reversão e para exercer o direito de audição prévia em 19-11-2012; -foi proferido despacho de reversão que se dá por integralmente reproduzido para todos os efeitos legais. Dispõe o artigo 180º do CPPT, sob a epígrafe Efeito do processo de recuperação da empresa e de falência na execução fiscal : 1 - Proferido o despacho judicial de prosseguimento da acção de recuperação da empresa ou declarada falência, serão sustados os processos de execução fiscal que se encontrem pendentes e todos os que de novo vierem a ser instaurados contra a mesma empresa, logo após a sua instauração. 2 - O tribunal judicial competente avocará os processos de execução fiscal pendentes, os quais serão apensados ao processo de recuperação ou ao processo de falência, onde o Ministério Público reclamará o pagamento dos respectivos créditos pelos meios aí previstos, se não estiver constituído mandatário especial. 3 - Os processos de execução fiscal, antes de remetidos ao tribunal judicial, serão contados, fazendo-se neles o cálculo dos juros de mora devidos. 4 - Os processos de execução fiscal avocados serão devolvidos no prazo de 8 dias, quando cesse o processo de recuperação ou logo que finde o de falência. 5 - Se a empresa, o falido ou os responsáveis subsidiários vierem a adquirir bens em qualquer altura, o processo de execução fiscal prossegue para cobrança do que se mostre em dívida à Fazenda Pública, sem prejuízo das obrigações contraídas por esta no âmbito do processo de recuperação, bem como sem prejuízo da prescrição. 6 - O disposto neste artigo não se aplica aos créditos vencidos após a declaração de falência ou despacho de prosseguimento da acção de recuperação da empresa,
Página 6 de 9 que seguirão os termos normais até à extinção da execução. Conforme se pode surpreender da análise conjugada da matéria de facto disponível levada ao probatório com o teor deste preceito legal, a situação concreta dos autos não se enquadra no disposto no n.º 1 uma vez que se deu como provado que o processo de insolvência já findou, ou seja, antes estamos perante a situação concreta prevista no n.º 4 do mesmo preceito legal. Portanto, toda a argumentação esgrimida pelo recorrente no tocante à imposição legal de sustação do processo de execução prevista naquele n.º 1 não é aplicável à concreta situação dos autos, uma vez que, nos termos do n.º 4, findo que seja o processo de insolvência, os processos de execução são devolvidos ao tribunal competente, neste caso à repartição de finanças competente, e aí prosseguirão a sua tramitação normal, caso a mesma seja possível. Ou seja, no momento em que é ordenada a reversão contra o ora recorrente já não se colocava a questão da sustação dos processos de execução fiscal, uma vez que o processo de insolvência já se encontrava findo e aqueles processos executivos já se encontravam novamente em poder da entidade exequente. Argumenta também o recorrente que, nos termos do mesmo art. 180 n. 5 do CPPT, para que houvesse a reversão teria que ficar provado que o responsável subsidiário tinha adquirido bens depois de declarada a falência, o que não aconteceu. Com interesse dispõe o artigo 23º da LGT, sob a epígrafe Responsabilidade tributária subsidiária : 1 - A responsabilidade subsidiária efectiva-se por reversão do processo de execução fiscal. 2 - A reversão contra o responsável subsidiário depende da fundada insuficiência dos bens penhoráveis do devedor principal e dos responsáveis solidários, sem prejuízo do benefício da excussão. 3 - Caso, no momento da reversão, não seja possível determinar a suficiência dos bens penhorados por não estar definido com precisão o montante a pagar pelo responsável subsidiário, o processo de execução fiscal fica suspenso desde o termo do prazo de oposição até à completa excussão do património do executado, sem prejuízo da possibilidade de adopção das medidas cautelares adequadas nos termos da lei.
Página 7 de 9 4-5 - 6-7 - O dever de reversão previsto no n.º 3 deste artigo é extensível às situações em que seja solicitada a avocação de processos referida no n.º 2 do artigo 181.º do CPPT, só se procedendo ao envio dos mesmos a tribunal após despacho do órgão da execução fiscal, sem prejuízo da adopção das medidas cautelares aplicáveis. Estabelece este preceito legal o modo de se efectivar a responsabilidade tributária subsidiária, consagrando-se o benefício da excussão prévia do património do devedor originário. Ou seja, o responsável subsidiário só será chamado ao pagamento da dívida do devedor originário, após terem sido penhorados e vendidos todos os bens deste responsável principal, e não tendo sido os mesmos suficientes para o pagamento total da dívida exequenda. Resulta da matéria de facto levada ao probatório que, findo o processo de insolvência da devedora originária e principal, após a apreensão e venda de todo o seu património, continuaram a subsistir dívidas geradas em momento anterior à data da falência e respeitantes a um período em que o ora recorrente era o seu gerente. Portanto, nos termos do disposto neste artigo 23º, conjugado com o artigo 24º, n.º 1, corpo, do mesmo diploma legal, o recorrente era o responsável subsidiário pelo remanescente das dívidas da sociedade por si gerida, cfr. artigo 153º, n.º 2 do CPPT. E foi na decorrência desta responsabilidade que a execução fiscal foi contra si revertida, não se opondo à mesma o disposto no referido artigo 180º, n.º 5 do CPPT. Na verdade, a propósito deste preceito legal, já se pronunciou este Supremo Tribunal em sentido contrário ao propugnado pelo recorrente, no recurso n.º 01020/12, datado de 19/12/2012, nos seguintes termos: Assim, se a Fazenda Pública não tiver logrado o pagamento dos seus créditos exequendos provenientes de dívidas tributárias pela massa insolvente da sociedade originária devedora, a lei (porque tais dívidas não se extinguiram) admite a prossecução da execução fiscal em ordem a conseguir esse pagamento pelo património dos responsáveis subsidiários (cf. art. 24.º da LGT), ao abrigo do disposto nos arts. 180.º, n.º 4 e 153.º, n.º 2, do CPPT. Na verdade, demonstrada que seja a insusceptibilidade de os créditos serem pagos pela massa insolvente pode
Página 8 de 9 considerar-se verificada a condição prevista pela alínea a) do n.º 2 do art. 153.º do CPPT para o chamamento à execução fiscal dos responsáveis subsidiários. Ora, no caso de ser chamado à execução fiscal um responsável subsidiário, não faz sentido invocar a restrição do n.º 5 do art. 180.º do CPPT nas situações, como a ora sob apreciação, em que, relativamente a ele, inexiste qualquer declaração de insolvência aquela restrição só tem razão de ser se a empresa, o falido ou responsável subsidiário mencionados na norma legal (n.º 5 do art. 180.º do CPPT) forem o executado ao tempo e em relação ao qual a declaração de insolvência determina a sustação da execução e remessa ao tribunal judicial competente para apensação ao processo de recuperação ou de falência, nos termos do art. 180.º, n.ºs 1 e 2, do CPPT. Só em relação a esses se compreende que a cobrança coerciva do que ainda se mostre em dívida à Fazenda Pública fique restrita a bens ulteriormente por eles adquiridos, em respeito à intangibilidade do acervo de bens e de direitos da massa falida/insolvente e ao princípio da universalidade da instância falimentar. É que só então, porque tais bens não podiam ter integrado a massa insolvente, a execução fiscal poderá prosseguir em relação ao insolvente sobre bens não apreendidos no processo de insolvência, não saindo prejudicada a aludida finalidade universal do processo em relação ao insolvente nem a intangibilidade do acervo de bens e de direitos da massa insolvente.. Também aqui no nosso caso não temos notícia de que o ora Recorrente tenha sido declarado insolvente, pelo que, não faz sentido convocar, relativamente a ele, o disposto no n.º 5 do art. 180.º do CPPT. Improcede, assim, esta primeira questão. Quanto à segunda questão: Alega o recorrente que o órgão de execução fiscal não procedeu à indicação, no despacho de reversão, dos elementos de facto respeitantes à sua culpa. A respeito desta questão, escreveu-se na sentença recorrida: Ora, nos presentes autos, foi determinada a reversão contra o oponente, nos termos do disposto no artigo 24.º, n.º 1, alínea b), da LGT, que se refere às situações em que é imputável a falta de pagamento da dívida ao gerente de facto, quando o prazo legal de pagamento/entrega da mesma terminou no período de exercício do cargo. Estas situações comportam aquelas em que no período do
Página 9 de 9 exercício do cargo de gerência concorrem o facto constitutivo e a cobrança. Nos termos do disposto na alínea b), do art. 24.º, da LGT, a prova de que não houve culpa na falta de pagamento das dívidas fiscais, recai sobre os gerentes, ónus, esse, decorrente da necessidade de realizar a prova de que a falta de pagamento lhes não é imputável (art. 350.º, n.º 2 do Código Civil). Assim não é à Administração Tributária que incumbe demonstrar a culpa mas sim ao oponente. Em jeito de conclusão, dir-se-á que o oponente não demonstrou ou provou, conforme, se lhe impunha, de que não teve culpa na omissão do pagamento devido. Na verdade, apenas, enuncia de forma conclusiva a falta de culpa, sem apresentar quaisquer factos demonstrativos da sua alegada ausência e, nessa sequência, apresentando prova adequada, confirmativa do alegado.. Como se encontra provado, a dívida em execução é enquadrável naquela alínea b) do n.º 1 do artigo 24º da LGT, uma vez que diz respeito a uma dívida cujo prazo de pagamento terminou em 15/02/2005, durante o período durante o qual o recorrente era gerente. Portanto, a argumentação expendida na sentença recorrida, que aqui se reitera, é manifestamente suficiente para dar a conhecer ao recorrente a falta de razão que assiste à sua posição, uma vez que não era ao órgão de execução fiscal que incumbia invocar os factos indiciadores da sua culpa no despacho em que determinou a reversão, pelo contrário, no caso concreto era ao recorrente que incumbia a prova de que não lhe era imputável a si o não pagamento do imposto em falta. Pelo exposto, também improcede nesta parte o recurso que nos vinha dirigido. Nestes termos, e pelo exposto, nega-se provimento ao recurso, confirmando-se a decisão recorrida. Custas pelo recorrente. D.N. Lisboa, 7 de Janeiro de 2015. Aragão Seia (relator) Francisco Rothes Casimiro Gonçalves (vencido, nos termos da fundamentação do acórdão de 15.2.2012, no recurso nº 877/11, que subscrevi e que, aliás é referenciada no presente acórdão).