ACORN- REDECOM 2013 Proposta para um indicador de letramento digital: resultados da formulação metodológica Fernanda Ribeiro Rosa Cidade do México, 18 de maio de 2013 1
ObjeKvos Letramiento Letrismo Literacia Digital Digital literacy Apresentar as etapas iniciais de criação de um Índice de Letramento Digital, que visa contribuir para deslocar o debate hoje pautado no acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), lançando luz sobre o nível de habilidades e competências em TICs da sociedade brasileira 2
A escolha de um conceito de inclusão digital Acesso Inclusão Digital AlfabeFzação digital Fonte: Elaboração própria Argumentos de MORI, 2011. Apropriação das tecnologias Compreensão dos significados dos meios técnicos e digitais Reinvenção de seus usos Ir além do uso como consumidores 3
Condições e pressupostos " Assim, o Índice de Letramento Digital deve enfocar o uso social que se faz das habilidades no universo digital. " O novo indicador não deve focar em destreza ou domínio de ferramentas, assim como o Inaf também não mede o quanto se sabe de gramáfca ou de equações. " Trata- se, antes de tudo, de idenkficar como o indivíduo se ukliza destas ferramentas digitais para inserir- se numa sociedade cada vez mais letrada e informacional e para se desenvolver em seu cofdiano como profissional, pai/mãe de família, estudante, etc. " Logo, a proposta deveria se pautar em termos de problema- solução, levando em conta situações da vida real: Com que nível de habilidade um indivíduo ukliza os meios digitais para resolver problemas que lhe são colocados no dia- a- dia. 4
Pesquisa de dados secundários " Realizamos pesquisa bibliográfica, em bases de dados online, em busca de trabalhos já realizados sobre o tema no Brasil e em outros países " Fontes uflizadas: banco de teses de universidades (USP, Unicamp, etc), Google acadêmico, Jstor (Journal Storage), Portal de Periódicos da CAPES, Scielo. Universidades Universidade de Brasília Universidade Estadual de Campinas Universidade Federal da Bahia Universidade de São Paulo Escola de Londres de Economia e Ciência PolíFca (LSE) Universidade da Cidade de Londres Universidade Aberta de Israel Universidade Internacional da Florida Universidade de Northwestern Universidade de Princeton Universidade de Washington Universidade de Glasgow, na Escócia Universidade de Zurique, na Suécia Outras insftuições Associação Americana de Bibliotecas CGI.br Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos ITU Ministério da Ciência e Tecnologia Ministério das Comunicações OCDE ONU UNCTAD UNESCO World Economic Forum 5
Pesquisa de dados primários " 7 entrevistas em profundidade, balanceando duas variáveis importantes: " Campo: atores que atuam com Inclusão digital e com Educação " Setor: público, iniciafva privada e terceiro setor " Os entrevistados foram: " Alexandre Barbosa (CETIC.br/CGI.br); " Tríade Beatriz Tibiriçá, Thiago Esperandio e Wilken Sanches (ColeFvo Digital); " CrisFna Mori (Secretaria de Inclusão Digital / Ministério das Comunicações); " Marcel Leonardi (Google); " Marcia Padilha (InsFtuto para o Desenvolvimento e Inovação Educacional); " Rafael Parente (Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro); " Vera Masagão (Ação EducaFva). 6
Conceito de Letramento Digital proposto Condição que permite ao sujeito usufruir das tecnologias de informação e de comunicação para atender às necessidades do seu entorno social e se desenvolver autonomamente na sociedade da informação. A sua operacionalização se dá por meio da conjunção de duas dimensões complementares de habilidades funcionais que um indivíduo deve possuir: habilidades técnico- operacionais em TIC e habilidades informacionais em TIC. 7
Habilidades técnico- operacionais em TIC " Os conhecimentos necessários para manuseio das tecnologias de informação e comunicação e de suas ferramentas para lograr alguma ação em ambiente digital. Habilidades informacionais em TIC " Implica ter a capacidade de manusear e integrar informações de diferentes níveis e formatos no ambiente digital para que se transformem em informações úteis para responder a finalidades intencionais do indivíduo, além da capacidade de avaliar informações e situações a que está submefdo no uso das TICs e de compreender padrões de funcionamento que o permitam se desenvolver autonomamente neste ambiente. 8
Referências de indicadores no campo das TICs Inexistência de indicadores de mensuração de habilidades e competências dos indivíduos no universo das TICs, mas houve boas referências. ITU, UNCTAD ITU World Economic Forum OCDE DOI - 2005 TIC - IDI TIC - IPB NRI - 2012 PISA DOI - 2009 Inspira a construção de pilares Avança na direção esperada de problem solving 9
Por detrás de um indicador, uma matriz Fontes: Entrevistas com especialistas; Matriz de habilidades digitais para estudantes (SIMCE TIC 2011); Matriz de habilidades digitais para professores (SIMCE TIC 2011); Matrizes de habilidades digitais para professores (UNESCO, 2011); Material referência de alfabefsmo funcional do Inaf; Relatório PISA 2009; TIC Domicílios 2010; TIC Crianças 2010; Matriz de letramento digital dos pesquisadores DIAS e NOVAIS (2009); Modelo composto de Letramento Digital proposto por ESHET- ALKALAI (2008); 10
Constructo Dimensões Pilares Habilidades técnico- operacionais Reconhecimento Uso Letramento digital Foto- visual Reprodução Habilidades informacionais Ramificação Informação Interação social 11
Matriz: Dimensão Técnico- Operacional em TIC Pilares I ) Reconhecimento: abarca o reconhecimento de hardware, de interfaces gráficas on- line e off- line e de processos de funcionamento do computador; Reconhece o tempo operacional do computador 12
Matriz: Dimensão Técnico- Operacional em TIC Pilares II) Uso: capacidade de uflizar as funcionalidades disponibilizadas por programas e aplicafvos selecionados. Sabe fazer uma busca (abrir um buscador, digitar a palavra, abrir links,etc) 13
Matriz: Dimensão Informacional em TIC Pilares I) Foto- visual: ler intuifvamente e livremente interfaces gráficas e compreender instruções e mensagens representadas visualmente; Lida com informações mulfmodais Compreende intuifvamente interfaces gráficas 14
Matriz: Dimensão Informacional em TIC Pilares II) Reprodução: criar um trabalho de interpretação significafvo, autênfco e criafvo, integrando peças de informação independentes e já existentes com originalidade; Produz conteúdo autoral a parfr de diversas fontes Produz novos conteúdos a parfr de informações audio- visuais 15
Matriz: Dimensão Informacional em TIC Pilares III) Ramificação: navegar no moderno ambiente de hipertexto da era digital e construir conhecimento a parfr de uma larga quanfdade de informações independentes acessadas de uma maneira não linear e desordenada; Lida de maneira dinâmica com partes de informação acessadas de forma independente, não organizada, e não linear 16
Matriz: Dimensão Informacional em TIC Pilares IV) Informação: avaliar informação de maneira efefva, idenfficando erros, informações irrelevantes, e de maneira crífca, atestando a qualidade da informação; Forma uma opinião a parfr de diferentes fontes Consegue apreender informações objefvas e subjefvas presentes na internet, e reconhecer a fidedignidade das mesmas 17
Matriz: Dimensão Informacional em TIC Pilares V) Interação social: interagir com outras pessoas e lidar com situações em ambiente virtual; analisar e saber reconhecer as consequências que o uso da tecnologia pode ter em sua vida pessoal e na de outras pessoas, fazendo escolhas neste universo em função das consequências éfcas de tais aftudes; Entende as regras de privacidade presentes na rede e sabe fazer uso das mesmas Fazer escolhas do Fpo de informação comunicada/ publicada de acordo com o(s) seu(s) interlocutor(es) 18
ProblemaKzações necessárias " Esta pesquisa definiu as habilidades que correspondem a cada dimensão exposta, compreendendo esta como uma etapa inicial para eskmular o debate sobre o tema, que deve ser amplamente discufdo. " Sabemos que definir as habilidades que os cidadãos precisam ter é sempre um assunto complexo. O espaço de desenvolvimento das TICs compreende diversos atores, e entre eles, as empresas do setor tecnológico têm papel muito relevante nesse processo. " Como nos aponta Buzato, as tecnologias não são instrumentos neutros, assim, não podemos ter uma noção ingênua [...] que ignora o fato de que todas as tecnologias reificam visões de mundo e significados existentes nos contextos em que são criadas (Buzato, 2007, p. 40). " EnfaFzamos, assim, o desafio e a importância de não desconsiderar a influência dos diferentes atores, interesses e senkdos de uso no processo de definição das habilidades e competências no universo das TICs, que aqui inicia seus primeiros passos e precisará ser discufda e repensada neste momento e também de tempos em tempos. 19
Em síntese o índice se projeta para focar nas habilidades e competências dos sujeitos medir a apropriação das tecnologias e o desenvolvimento dos indivíduos a parkr do contato com as TIC diversificar o enfoque das políkcas públicas de inclusão digital servir como nova ferramenta de diagnóskco e avaliação O conteúdo está aberto à discussão! Próximo passo: construir o instrumento, definir amostra e metodologia e ir a campo. 20
Obrigada! Fernanda Rosa feferosa@gmail.com 21