SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO COM VÍTIMAS MOTOCICLISTAS

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Transcrição:

1008 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO COM VÍTIMAS MOTOCICLISTAS MOBILE SERVICE OF EMERGENCY ATTENDENCE: EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF THE TRAFFIC ACCIDENTS WITH MOTORCYCLISTS Iara Almeida Freitas Enfermeira. Graduada pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais Unileste. iara.enf@hotmail.com Edna Aparecida Nóra Enfermeira. Especialista em Docência do Ensino Superior pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Especialista em Educação Profissional na Área da Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP). edna.nora@hotmail.com RESUMO Uma das frotas que mais se expande no Brasil é a de motocicletas. Proporcionalmente, os acidentes de trânsito envolvendo esta classe de veículos também são crescentes, bem como a morbimortalidade e os custos que tais eventos desencadeiam no Setor Saúde. O estudo teve como objetivo identificar o perfil epidemiológico dos acidentes de trânsito com vítimas motociclistas atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do município de Ipatinga. A amostra foi composta por 529 relatórios de Atendimento Médico do SAMU. Os resultados demonstraram que houve predominância de vítimas do sexo masculino (77,7%), faixa etária entre 21 e 30 anos (47,8%). Avaliação de escala de coma de Glasgow leve (94,5%). As escoriações (64,1%), contusões (13,7%) e ferimentos corto-contusos (10,1%) representaram as principais lesões e os membros superiores e inferiores foram as regiões corporais mais acometidas. A prevalência dos acidentes no período vespertino ocorreu em 33,3% dos pesquisados. No qual 92,8% das ocorrências foram realizadas por unidades de suporte básico e 85% dos motociclistas foram entregues em hospitais da região. Conclui-se que é necessário a criação de estratégias de prevenção de acidentes de trânsito efetivas e contínuas, tanto a nível pré-hospitalar quanto nos demais setores da saúde. PALAVRAS-CHAVE: Acidentes de trânsito. Motocicletas. Primeiros socorros. Enfermagem. ABSTRACT One of the fastest growing fleets in Brazil is the motorcycle. Proportionally, traffic accidents involving this class of vehicles are also increasing, as well as the morbidity and costs that such events TRIGGER in the Health Sector. The study aimed to identify the epidemiological profile of traffic accidents with victims by motorcyclers attended by the Mobile Service of Emergency Attendence in the city of Ipatinga. The sample consisted by 529 reports of Medical Care. The results showed that there was a predominance of male victims (77.7%), age group between 21 and 30 years (47.8%). Glasgow coma scale mild (94.5%). The excoriations (64.1%), bruises (13.7%) and blunt or cutting wounds (10.1%) represented the major injuries and the upper and lower limbs were the most stricken body regions. The prevalence of accidents in the afternoon occurred in 33.3% of respondents. In which 92.8% of occurrences were performed by basic support units and 85% of motorcyclists were taken to local hospital. It was concluded that it is necessary the creation of strategies for traffic accident prevention, continuos and effectives, at both pre-hospital level and in other sectors of health. KEY-WORDS: Accidents. Motorcycles. First aid. Nursing. INTRODUÇÃO Uma grande preocupação no Brasil e no mundo está relacionada a repercussão que as causas externas têm exercido na organização dos sistemas de saúde. Os

1009 impactos da morbimortalidade procedentes por acidentes de trânsito são crescentes e além de acometer a população de um modo geral, também influenciam no alto custo da assistência médica (MELIONE; MELLO-JORGE, 2008). Dentre estas causas, incluem-se as altas incidências por acidentes entre motocicletas, veículo que vem ganhando maior credibilidade em virtude de sua agilidade, baixo custo e manutenção, o que por outro lado provoca grandes impactos sociais, econômicos e pessoais à sua vítima (PEREIRA; LIMA, 2006; SANTOS et al., 2008). Subsidiado pela Portaria GM n. 2.048, pela Política Nacional de Atenção às Urgências, da estratégia de Promoção e Qualidade de Vida e por meio dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência passa a ser mais um dos elementos inseridos ao Sistema Único de Saúde que visam influenciar positivamente nos agravantes índices nacionais, estaduais e municipais (BRASIL, 2006). O atendimento pré-hospitalar compreende todas as ações realizadas antes da chegada da vítima ao ambiente hospitalar. Assim, a assistência se faz qualificada no local do acidente, durante o transporte e na chegada precoce ao hospital terciário, protegendo as lesões já existentes e prevenindo o surgimento de outras causas iatrogênicas de, natureza clínica, psiquiátrica, pediátrica, cirúrgica, traumática, obstétrica e/ou ginecológica (CABRAL; SOUZA, 2008; PEREIRA; LIMA, 2006; VARGAS, 2006). No ano de 2005, de acordo com o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), a mortalidade proporcional no Brasil registrou 36.611 óbitos por acidentes de trânsito, no qual 14.619 aforam na região Sudeste, 3.509 em Minas Gerais e 64 na região metropolitana do Vale do Aço. No decorrer de 2006 os índices aumentaram no país para 37.249 casos, na região Sudeste para 15.289, em Minas Gerais para 3.778 e no Vale do Aço para 63. Na região Sudeste, a Taxa de Mortalidade Específica (TME) por acidentes de transporte no ano de 2005 foi de 18,6 óbitos por 100.000 habitantes; apresentando em 2006 um acréscimo para 19,4 (BRASIL, 2008). As estatísticas de 2008 do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) demonstraram 4.463 motocicletas envolvidas em acidentes de trânsito com vítimas no estado de Minas Gerais (BRASIL, 2010). Em julho de 2009, a cidade de Ipatinga, localizada na região metropolitana do Vale do Aço, possuía 24.049 motos diante da frota de 57.208.454 motocicletas emplacadas em todo estado mineiro (BRASIL, 2010). O aumento do desemprego, principalmente entre os jovens trabalhadores do país, nesta última década, pode ser um dos fatores que justifica a crescente utilização da motocicleta. Os reflexos da estabilização da inflação e a queda do nível de atividade econômica, a crescente informalidade e flexibilidade do mercado trabalhador, procedentes das privatizações, inovações tecnológicas e da abertura comercial contribuíram para o uso da motocicleta nos negócios formais e informais atuais. Os serviços de tele-entrega de mercadorias e documentos e os transportes de passageiros são as principais causas inseridas na crescente taxa das vítimas motociclistas segundo vários autores (SILVA et al., 2008). Os principais fatores desencadeantes de acidentes, segundo a World Health Organization (2004), que estão direta e indiretamente relacionados ao grau de letalidade das vítimas, abrangem a exposição, progressão, gravidade e a falta de atendimento emergencial qualificada. As mudanças do perfil epidemiológico e dos índices de morbimortalidade relacionadas ao aumento dos acidentes de trânsito são fatores de grande magnitude, dependentes dos serviços de atenção pré-hospitalar. Tal atendimento assistencial é essencial e indispensável para manutenção das vítimas, tendo como objetivo principal o de minimizar as complicações e injúrias, evitando assim sequelas e óbitos (CABRAL; SOUZA, 2008; VIEIRA; MUSSI, 2008). O estudo teve como objetivo identificar o perfil

1010 epidemiológico dos acidentes de trânsito com vítimas motociclistas atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do município de Ipatinga. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo, documental, com abordagem e análise quantitativa de dados. O mesmo foi realizado no SAMU do município de Ipatinga. A pesquisa foi autorizada pelo responsável da instituição por meio da assinatura de um Termo de Autorização, possibilitando assim que a coleta de dados fosse executada no período de abril a junho de 2010, duas vezes por semana, com duração de aproximadamente duas horas por dia. A coleta de dados deu-se mediante utilização das fichas de atendimento das ambulâncias de unidade de suporte básico (USB) e avançado (USA). A população desta pesquisa foi composta de todos os relatórios de Atendimento Médico do SAMU no período de julho a dezembro de 2009. Correspondia ao critério de inclusão os relatórios referentes a categoria de acidentes de trânsito por motocicleta. Obteve-se uma população de 5.169 relatórios médicos dos quais 529 foram contemplados como amostra segundo os critérios de inclusão. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste), sob protocolo de n. 32.192.10, contemplando a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta pesquisas com seres humanos (BRASIL, 1996). RESULTADOS E DISCUSSÃO Em relação ao sexo e faixa etária dos motociclistas, sobressaíram-se o sexo masculino (77,7%) e faixa etária entre 21 e 30 anos (47,8%) (TAB. 1). Soares, Scatena e Galvão (2009) observaram que dos 312 motociclistas acidentados avaliados, 68,3% apresentavam faixa etária entre 20 e 39 anos e 79,8% eram do sexo masculino. Anjos et al. (2007) relataram que dentre os 37 motociclistas internados como vítimas de acidente de trânsito, 95,0% eram do sexo masculino, sendo que 43,0% deles tinham entre 29 e 38 anos e 41,0% tinham de 18 a 28 anos. TABELA 1 - Caracterização dos atendimentos quanto ao sexo e faixa etária. SAMU/Ipatinga, MG. 2009. Variáveis N % Sexo Masculino 411 77,7 Feminino 115 21,7 Não Informado 3 0,6 Idade (anos) 10 a 20 92 17,4 21 a 30 253 47,8 31 a 40 97 18,3 41 a 50 45 8,5 51 25 4,7 Não Informado Total 17 529 3,2 100

1011 Segundo Santos et al. (2008), nesta faixa etária há imaturidade, sentimento de onipotência, tendência de superestimar suas capacidades, pouca experiência e habilidade para dirigir, e comportamentos de risco. Tais autores destacam que o baixo uso de motocicletas por mulheres explicaria os moderados números de acidentes de moto com vítimas femininas. Ainda assim, acredita-se que o percentual de vítimas do sexo feminino contemplado pela amostra (21,7%) encontra-se alto. Observou-se a predominância de escoriações, contusões e ferimentos cortocontusos (TAB. 2). TABELA 2 - Tipo de lesão e região corpórea afetada das vítimas. SAMU/Ipatinga, MG. 2009. Tipo de lesão Local Total Cabeça Tórax Abdome Dorso MMSS MMII Outros N % Escoriações 34 31 36 35 379 322 24 861 64,1 Ferimento corto-contuso 42 4 2 1 37 49 1 136 10,1 Ferimento perfurante 1 - - - 1 5-7 0,5 Contusão 14 25 3 21 42 76 3 184 13,7 Fratura aberta 8 1 - - 11 21 2 43 3,2 Fratura fechada 5 8-1 34 35-83 6,2 Queimadura - - - - 3 3-6 0,4 Outros 8 4 3 4 3 2-24 1,8 Total 112 73 44 62 510 513 30 1344 100 Observa-se predominância no acometimento dos membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII) das vítimas, fator este diretamente relacionado à exposição corporal a qual o veículo as predispõem. Quanto as fraturas, há a superioridade de fraturas fechadas comparadas às abertas, com exceção dos MMSS e MMII, cabeça e tórax foram as outras regiões corpóreas mais acometidas, com escoriações e contusões concomitantemente. Soares, Scatena e Galvão (2009) evidenciaram a presença de corte/perfuração/laceração (24,4%), fraturas (20,5%) e contusões (10,3%) como manifestações mais comuns a esta população, sendo os MMSS e MMII as partes mais afetadas, visto serem as regiões mais desprotegidas. Batista et al. (2006) identificaram os membros inferiores como a região mais lesionada, seguidos de cabeça, pescoço, membros superiores e a cintura escapular. Os traumatismos cranianos, vertebromedular, torácico, abdominal, pélvico e de extremidades, bem como as lesões maxilo-faciais e geniturinários são os agravos mais frequentes que acometem o politraumatizado, onde 25,0% dos óbitos por acidentes de trânsito são decorrentes dos traumatismos crânio-encefálicos, que além de ser comumente encontrado nos casos graves é também responsável por muitas incapacidades, deficiências e sequelas (CALIL et al., 2008; NAEMT, 2007). Quanto ao capacete, equipamento de proteção individual obrigatório, sua presença no momento da primeira abordagem da equipe foi registrada em apenas 16,6% das fichas, no qual 9,8% das vítimas já o haviam retirado antes da chegada do SAMU (GRAF. 1).

1012 GRÁFICO 1 - Relação do número de vítimas motociclistas encontradas com ou sem capacete. SAMU/Ipatinga, MG. 2009. Segundo Ledesma e Peltzer (2008), não há evidências empíricas que indiquem que o uso do capacete reduza eficazmente todas as lesões relacionadas a motocicleta e sua vítima. Entretanto, é notório que seu uso promove a redução de lesões graves, das taxas de mortalidade e da necessidade dos recursos hospitalares terciários. A ascendência dos acidentes e suas lesões podem ser fundamentadas nas variáveis que os circundam como a energia cinética do choque; troca de energia entre o meio e os tecidos do indivíduo; local do impacto; uso de capacete; constância de imprudências no trânsito; maior exposição corpórea; difícil visualização da moto por outros veículos automotores; engenharia de tráfego inadequada, suporte assistencial demorado e ineficiente (ABRAMET, 2008; ANDRADE; MELLO JORGE, 2001; ANJOS et al., 2007; BATISTA et al., 2006; SANTOS et al., 2008). A variação do impacto por motocicletas pode ser frontal, angular ou com ejeção. Independente do mecanismo, sua estabilização e transporte demarcam os princípios do cuidado pré-hospitalar, fazendo-se necessária uma avaliação rápida e minuciosa da vítima (NAEMT, 2007). Ao se analisar o tipo de ambulância mais acionada para socorrer as vítimas e a classificação das mesmas quanto a Escala de Coma de Glasgow (ECGl), notou-se que 92,8% das ocorrências foram prestadas via USB e, após avaliação da equipe do SAMU/Ipatinga, 94,5% dos indivíduos apresentavam ECGl leve, precedidos de 3,0% moderado e 2,5% grave. Assim, a alta incidência de atendimentos via USB aliada à ECGl leve demonstra que o estado de gravidade dos motociclistas, em sua quase totalidade, era baixo. Quanto a ECGl, Koizumi e Araújo (2005) destacam que ela é muito utilizada para guiar as intervenções clínicas a serem desenvolvidas durante a assistência, pois além de prática e rápida aplicação, serve como método de avaliação neurológica do indivíduo, principalmente nos casos graves de traumatismos crânio-encefálicos. É obtida pelo somatório de pontos resultantes da avaliação de resposta do indivíduo a três estímulos: abertura ocular, melhor resposta verbal e melhor resposta motora. Pontuações entre 13 a 15 são consideradas leves, 9 a 12 moderadas e 3 a 8 graves, portanto quanto maior o score da escala, menor o percentual de mortalidade.

1013 Dentre os procedimentos efetuados durante a assistência, observou-se que 16,9% da amostra não foi informada, por falta de descrição da equipe ou ausência de procedimentos realizados. Entretanto, o uso do colar cervical e da prancha longa, a realização de medicação, aferição de sinais vitais e de curativos somaram, respectivamente, 19,2%, 15,9%, 15,0% e 7,9% dos registros de ações procedidas. Os itens menos citados são atribuídos à utilização de cânula orofaríngea, prancha curta e tração de MMII, como evidencia a TAB. 3. TABELA 3 - Distribuição dos procedimentos efetuados quanto ao número de acidentes. SAMU/Ipatinga, MG. 2009. Procedimento N % Colar cervical 212 19,2 Não informado 187 16,9 Prancha longa 176 15,9 Medicação / Sinais vitais 166 15,0 Curativos 87 7,9 Imobilização de MMII 45 4,1 Imobilização de MMSS 44 4,0 Maca tipo sked 37 3,3 Punção venosa periférica 30 2,7 Maca tipo evac-u-split 22 2,0 Maca tipo colher 17 1,5 Desobstrução de vias aéreas 16 1,4 Oxigênio 16 1,4 Oximetria de pulso 13 1,2 Ventilação mecânica por reanimador manual autoinflável 11 1,0 Monitorização cardíaca 9 0,8 Intubação endotraqueal 8 0,7 Massagem cardíaca externa 5 0,5 Cânula orofaríngea 2 0,2 Prancha curta 2 0,2 Tração de MMII 1 0,1 Para Malvestio e Sousa (2008), os principais procedimentos de suporte básico realizados foram as imobilizações e a colocação de colar cervical associada ao uso da prancha longa. Porá toda a estrutura do SAMU do Brasil, as estruturas de apoio oferecidas aos pacientes com risco de morte são diferenciadas em dois suportes. No suporte avançado há desempenho de ações invasivas e não-invasivas devido a presença dos profissionais médico e enfermeiro, ao passo que no básico as medidas são conservadoras nãoinvasivas e são realizadas por técnicos de enfermagem (BRASIL, 2001; MALVESTIO; SOUSA, 2002; RAMOS; SANNA, 2005). Malvestio e Souza (2008) e Koizumi (1985) relatam que o serviço de atenção préhospitalar não desempenha toda a assistência da qual o acidentado precisa, uma vez que ele participa como elemento complementar da sistematização do suporte à vida, onde objetiva-se manter a homeostase até a intercessão do componente terciário. Do trajeto

1014 feito desde o local do acidente até o hospital, cabe a equipe de urgência a instituição de manobras para controle hemodinâmico e manutenção da vida, possibilitando à vítima a chance do benefício ao tratamento. De acordo com os dados da TAB. 4, o período vespertino de 12 as 18 horas foi o mais frequente dentre todos os meses analisados, com 33,3% dos casos de acidentes, todavia notou-se uma igualdade de 25,9% nos turnos matutinos e diurnos, assim como o observado por Anjos et al. (2007). Pereira e Lima (2006) registraram maior periodicidade dos eventos no turno da tarde, precedidos de noite, manhã e madrugada, entretanto Santos et al. (2008) registraram mais ocorrências no período noturno quando comparado ao diurno. A predominância de acidentes no período vespertino pode estar relacionada a alguns fatores como o horário de saída do trabalho, período de busca dos filhos em escolas, deslocamento para aulas noturnas em faculdades e cursos na região, aumento dos serviços de tele-entrega e transporte de passageiros e até mesmo a ida ou retorno de atividades recreativas. TABELA 4 - Relação do número de acidentes quanto ao período de ocorrência. SAMU Ipatinga, MG. 2009. Meses Horário Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total % 6 a 12 h 17 7 14 32 24 43 137 25,9 12 a 18 h 27 11 15 34 37 52 176 33,3 18 a 24 h 21 11 10 30 31 34 137 25,9 24 a 6 h 6 7 5 10 12 15 55 10,4 Não informados 11 9 4 0 0 0 24 4,5 Total 82 45 48 106 104 144 529 100 No GRAF. 2 pode ser observado que 57,8% dos motociclistas foram transportados para o Hospital Municipal de Ipatinga (HMI) e 25,7% para o Hospital Márcio Cunha (HMC). Devido a rotina da não avaliação do índice de mortalidade dos motociclistas a nível intra-hospitalar, 1,5% da amostra referem-se aos óbitos que ocorreram apenas no local da ocorrência. GRÁFICO 2 Destino das vítimas. SAMU/Ipatinga, MG. 2009.

1015 O alto percentual de itens não informados (12,8%) é perceptível e nos alerta para a necessidade de melhoria da qualidade de informações, quanto ao registro dos atendimentos realizados. Cabral e Souza (2008) alertam que há limitação da equipe quanto ao detalhamento dos dados, ressaltando ainda que uma fração de dados ignorados é esperada, pois trata-se de um pequeno espaço de tempo onde a prioridade no atendimento é o paciente. Entretanto, aconselha-se que as equipes sejam orientadas quanto à importância dos elementos para o monitoramento do perfil dos atendimentos do serviço. CONCLUSÃO O estudo do perfil epidemiológico dos acidentes de trânsito com vítimas motociclistas atendido pelo SAMU do município de Ipatinga foi caracterizado em sua maioria por vítimas do sexo masculino, faixa etária entre 21 e 30 anos, com ECGl leve e ferimentos do tipo escoriação, contusão e corto-contuso. Os resultados demonstraram que o período vespertino apresentou maior prevalência de acidentes e que, quase em totalidade, as ocorrências foram realizadas por USB. Perante esse estudo, evidenciou-se a necessidade da criação de estratégias de prevenção de acidentes de trânsito efetivas e contínuas, pois se trata da forma mais eficaz de se reduzir seus índices de morbimortalidade. Sob esse aspecto, as ações devem se concentrar não somente no nível da atenção primária, mas também na educação continuada do pré e intra-hospitalar, promovendo a formação, estruturação e qualificação das equipes de enfermagem no que tange a intersetorialidade. Isso posto, a atuação do enfermeiro da urgência e emergência não deve se restringir à assistência. Os acidentes de trânsito são causadores de lesões, seqüelas e/ou óbitos. São eventos não intencionais, mas acima de tudo evitáveis. REFERÊNCIAS ABRAMET. Associação Brasileira de Medicina de Tráfego. Acidentes de trânsito no Brasil: a situação nas capitais. São Paulo: Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, 2008. Disponível em: <http://www.abramet.org.br/site/pagina.aspx?id=399&menuid=73&lang=pt_br>. Acesso em: 15 out. 2010. ANDRADE, S. M.; MELLO JORGE, M. H. P. Acidentes de transporte terrestre em município da Região Sul do Brasil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 318-320, jun. 2001. ANJOS, K. C.; EVANGELISTA, M. R. B.; SILVA, J. S.; ZUMIOTTI, A. V. Paciente vítima de violência no trânsito: análise do perfil socioeconômico, características do acidente e intervenção do Serviço Social na emergência. Acta ortop. bras., São Paulo, v. 15, n. 5, p. 262-266, jul. 2007. BATISTA, S. E. A.; BACCANI, J. G.; SILVA, R. A. P.; GUALDA, K. P. F.; VIANA JR, R. J. A.; TCBC-SP. Análise comparativa entre os mecanismos de trauma, as lesões e o perfil de gravidade das vítimas, em Catanduva - SP. Rev. Col. Bras. Cir., São Paulo, v. 33, n. 1, p. 6-10, jan. 2006.

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