CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. PARECER COREN-SP 012/2012 CT PRCI n /2012

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1 PARECER COREN-SP 012/2012 CT PRCI n /2012 Assunto: Responsabilidade do profissional de Enfermagem da ambulância e da unidade hospitalar na retirada/saída do paciente de alta de uma instituição hospitalar. 1. Do fato Solicitado parecer por Técnico de Enfermagem, que atua no setor de ambulância da Prefeitura de Pirassununga há 28 anos, em 30 de maio p.p., sobre sua responsabilidade em buscar o paciente de alta na clínica em que ele está internado, dentro do hospital, questionando se a enfermagem dessa unidade de internação é que deveria entregar o paciente na ambulância. Ressalta que o transporte de alta, neste caso, possui caráter social. 2. Da fundamentação e análise Os profissionais de enfermagem possuem uma legislação própria que determina as categorias da profissão, bem como suas competências legais: a Lei n 7.498/86 e seu Decreto regulamentador de n /87. O governo por meio do Ministério da Saúde editou em 05 de novembro de 2002 o Regulamento normativo sobre o funcionamento do sistema de urgência e emergência. Nele há previsão de atendimento inter ou pré-hospitalar móvel incluindo profissionais oriundos da área de saúde (item 1, Capítulo IV). Suas competências e atribuições são tratadas no texto da Portaria GM n 2.048/

2 Esta mesma norma define os tipos de ambulância e sua finalidades: CAPÍTULO IV ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL [...] 2 - DEFINIÇÃO DOS VEÍCULOS DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL AMBULÂNCIAS Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se destine exclusivamente ao transporte de enfermos. As dimensões e outras especificações do veículo terrestre deverão obedecer às normas da ABNT NBR 14561/2000, de julho de As Ambulâncias são classificadas em: TIPO A Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte em decúbito horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para remoções simples e de caráter eletivo. TIPO B Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte interhospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento préhospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço de destino. TIPO C - Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências préhospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em alturas). TIPO D Ambulância de Suporte Avançado: veículo destinado ao atendimento e transporte de pacientes de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos médicos necessários para esta função. TIPO E Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de resgate, dotada de equipamentos médicos homologados pelo Departamento de Aviação Civil - DAC. TIPO F Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos médicos necessários ao atendimento de pacientes conforme sua gravidade VEÍCULOS DE INTERVENÇÃO RÁPIDA Estes veículos, também chamados de veículos leves, veículos rápidos ou veículos de ligação médica são utilizados para transporte de médicos com equipamentos que possibilitam oferecer suporte avançado de vida nas ambulâncias do Tipo A, B, C e F OUTROS VEÍCULOS: Veículos habituais adaptados para transporte de pacientes de baixo risco, sentados (ex. pacientes crônicos) que não se caracterizem como veículos tipo lotação (ônibus, peruas, etc.). Este transporte só pode ser realizado com anuência médica (BRASIL, 2002). 2

3 O Parecer COREN-SP GAB nº 048/2011, sobre a obrigatoriedade da presença do Enfermeiro no atendimento pré-hospitalar, se baseia na Resolução COFEN nº 375/2011 que determina a obrigatoriedade deste profissional nas viaturas que realizam transporte pré ou inter-hospitalar de pacientes, seja aéreo, terrestre ou marítimo, concluindo que o Técnico/Auxiliar de Enfermagem, escalado para desenvolver atividades de enfermagem em qualquer unidade móvel destinada ao atendimento pré-hospitalar e inter-hospitalar, somente poderá executá-la [...] se houver um Enfermeiro junto a ele. O Enfermeiro da unidade móvel, responsável pela assistência de enfermagem destinada ao paciente em todo trajeto, tem sua responsabilidade findada quando a equipe do serviço receptor acolher o paciente (CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO, 2011), sendo o Enfermeiro da unidade hospitalar corresponsável pelo transporte até a chegada do cliente à unidade de saúde de destino. Ressalta-se, que o tipo de transporte, bem como se há necessidade do uso de ambulância com assistência de enfermagem caberá ao médico regulador, conforme determina a citada Portaria emanada do Ministério da Saúde. Por outro lado, o Enfermeiro da unidade de internação é responsável por determinar a necessidade de acompanhamento do paciente até sua saída do prédio de acordo com avaliação do estado de saúde do cliente, garantindo sua segurança nas dependências do Hospital. Este profissional deverá se atentar à Resolução COFEN nº 376/2011, que trata da participação da equipe de Enfermagem no processo de transporte de pacientes em ambiente interno aos serviços de saúde. 3. Da Conclusão A Portaria GM n 2.048/2002 do Ministério da Saúde trata do atendimento de urgência e emergência, incluindo os transportes inter e pré-hospitalar, não tratando dos transportes terrestres de cunho social como informado no questionamento recebido. 3

4 Vale lembrar, que o médico regulador responde pelo transporte a ser utilizado em qualquer caso. Em havendo liberação do uso de ambulância, tendo como tripulante profissional Técnico de Enfermagem, mesmo que para transporte de caráter social, há necessidade da presença do Enfermeiro por força da Resolução COFEN 375/2011. Com relação à equipe de enfermagem que deverá se responsabilizar pelo acompanhamento do paciente da unidade de internação até sua entrada na ambulância, à princípio, entende-se que esta ação deve ser assumida pela enfermagem do Hospital. É o parecer. São Paulo, 23 de julho de 2012 Membros da Câmara Técnica Prof. Dr. Mauro Antonio Pires Dias da Silva Enfermeiro Presidente COREN-SP Ms. Marcília R. C. Bonacordi Gonçalves Enfermeira Conselheira COREN-SP Profa. Dra. Carmen Maria Casquel Monti Juliani Enfermeira COREN-SP Prof. Dr. Paulo Cobellis Gomes Enfermeiro COREN-SP Enfª Regiane Fernandes Fiscal COREN-SP Ms. William Malagutti Enfermeiro COREN-SP

5 Referências Bibliográficas BRASIL. Decreto nº , de 08 de junho de Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: 23 jul BRASIL. Lei nº 7.498, de 25 de junho de Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: 23 jul BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.048/GM, de 05 de novembro de Disponível em: < Acesso em: 23 jul CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº 375, 22 de março de Dispõe sobre a presença do Enfermeiro no Atendimento Pré-Hospitalar e Inter-Hospitalar, em situações de risco conhecido ou desconhecido. Disponível em: < Acesso em: 23 jul CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº 376, de 24 de março de Dispõe sobre a participação da equipe de Enfermagem no processo de transporte de pacientes em ambiente interno aos serviços de saúde. Disponível em: < Acesso em: 23 jul

6 CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. Parecer GAB n 048/2011, de 27 de abril de Obrigatoriedade da presença do Profissional Enfermeiro no atendimento Pré-Hospitalar. Disponível em: < Acesso em: 23 jul CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. Parecer GAB nº 49/2011, de 27 de junho de Responsabilidade do Enfermeiro durante a transferência inter-hospitalar de pacientes. Disponível: < Acesso em: 23 jul Aprovado na 799ª Reunião Ordinária Plenária. 6