História Natural das Doenças

Documentos relacionados
Epidemiologia História natural da doença Níveis de prevenção. Ana Paula Sayuri Sato

História Natural da Doença Professor Neto Paixão

Imunologia Aplicada. Sorologia

História Natural da doença

Fase Pré- Clínica. Fase Clínica HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

aula 6: quantificação de eventos em saúde

IFPB. PLANO DE ENSINO Ensino Superior

Tipos de Estudos Epidemiológicos

Demanda crescente aos serviços de saúde Incorporação de tecnologias de mais alto custo Diminuição de qualidade dos serviços

Curso de Especialização em Saúde da Família Modalidade a Distância. Módulo 3 - Epidemiologia

INDICADORES DE SAÚDE MEDIDA DAS DOENÇAS

MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DE EVENTOS Aula 6

DISTRITOS SANITÁRIOS

Delineamentos de estudos. FACIMED Investigação científica II 5º período Professora Gracian Li Pereira

Atenção farmacêutica especializada. Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica. Para poder... Objetivos dos tratamentos

DISCIPLINA ERM-0202 EPIDEMIOLOGIA (2016) Docentes: Prof. Dr. Ricardo Alexandre Arcêncio. Exercícios 2 Medidas de Ocorrência da doença: Mortalidade

Não dá para confiar mais em nenhum outro exame pq todos foram feitos no mesmo aparelho.

Vigilância Epidemiológica, Sanitária e Ambiental

Indicadores de Saúde Prevalência e incidência

Vigilância Epidemiológica. Profa. Rachel Sindeaux

PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Epidemiologia PROFS. FRANCISCO E ANA PAULA

INDICADORES DE SAÚDE I

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO TUBERCULOSE

Quando utilizar a pesquisa quantitativa?

A Epidemiologia Descritiva

Disciplina de Odontologia em Saúde Coletiva I Aula O PROCESSO SAÚDE DOENÇA

CONSULTA Nº /2013

Seminário Nacional Unimed de Medicina Preventiva

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO. Missão

Determinantes do processo saúde-doença. Identificação de riscos à saúde. Claudia Witzel

Conceito de Ecoepidemiologia Prof. Claudia Witzel

CUSTOS E CARGA DA DOENÇA AULA #2. Giácomo Balbinotto Neto (UFRGS/IATS)

EPIDEMIOLOGIA, ESTADIAMENTO E PREVENÇÃO DO CÂNCER

Vigilância das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil

INDICADORES DE SAÚDE I

Perícias Médicas Trabalhistas. Rogério Anthony Rogenski. Assistente Técnico Pericial

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU CURSO DE MESTRADO DISCIPLINAS

Perfil epidemiológico do CTI e estrutura de atendimento

FARMACOVIGILÂNCIA A QUALIDADE FQM EM SUAS MÃOS ENTENDA MANUAL COMO E POR QUE. RELATAR EventoS AdversoS

Elementos Constitutivos da Estrutura Curricular por Semestre

Jean Berg Alves da Silva HIGIENE ANIMAL. Jean Berg Alves da Silva. Cronograma Referências Bibliográficas 09/03/2012

Desenhos de estudos científicos. Heitor Carvalho Gomes

FTST Formação Técnica em Segurança do Trabalho. Módulo de Saúde Ocupacional AULA 1

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

MORTALIDADE POR DE CÂNCER DE MAMA NO ESTADO DA PARAÍBA ENTRE 2006 E 2011

Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Departamento de Epidemiologia. Testes Diagnósticos ANA PAULA SAYURI SATO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

E p i d e m i o l o g i a

Doenças Infecciosas e Transmissão de Doenças: Conceitos Básicos

QUANTOS ADOECEM E MORREM?

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS HEPATITES VIRAIS. Adriéli Wendlant

Osteoporose secundária. Raquel G. Martins Serviço de Endocrinologia, IPO de Coimbra

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 005 / 2011

Ministério da Saúde Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza

Avaliação de dois anticorpos monoclonais em estudos histopatológicos e imunohistoquímicosde

Epidemiologia. Disciplina: Higiene e profilaxia animal. Fábio Raphael Pascoti Bruhn

Campos e Limites da Medicina. Luiz Roberto Londres Todos os direitos reservados

Áquila Lopes Gouvêa Enfermeira da Equipe de Controle de Dor Instituto Central do Hospital das Clínica da Faculdade de Medicina da USP

Intervenção (Global e Comunitária) no Primeiro Surto Psicótico (IPSP) 10º Edição

Vigilância das Doenças Crônicas Não

10 ANOS DE LIGA DA MAMA: AÇÃO DE EXTENSÃO VOLTADA PARA PREVENÇÃO E COMBATE DAS DOENÇAS MAMÁRIAS

CURSO DE GRADUAÇÃO DE MEDICINA

CONCEITOS DE PREVENÇÃO CLÍNICA NA PRÁTICA FAMILIAR

Contestação e Recurso: NTEP e FAP

Evidência & Investigação em Feridas: Contributos para uma Prática Clínica Avançada

Fazer um diagnóstico. Testes Diagnósticos. Necessidade dos testes. Foco principal

XVIII Jornada Catarinense de Saúde Ocupacional Dias 30 de abril, 01 e 02 de maio de 2015 Blumenau Santa Catarina - Brasil

ESTRUTURA CURRICULAR 2014/2 Aprovada pela Resolução nº 15 CONSEPE, de 18 de junho de 2014.

GT Saúde do Servidor Amostra Nacional Gestão do Absenteísmo-Doença entre Servidores Estaduais Biênio

Áreas Temáticas BVS Atenção Primária à Saúde

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA ADENOCARCINOMA DE PÂNCREAS: OTIMIZANDO A PREVENÇÃO E A SOBREVIDA

METODOLOGIA DA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA TRAUMATO- ORTOPÉDICA

Fazer um diagnóstico. Necessidade dos testes. Foco principal. Variabilidade do teste. Diminuição das incertezas definição de normal

TRANSTORNOS DE HUMOR

CONCURSO PÚBLICO DA FIOCRUZ GABARITO DA DISCURSIVA

Instituto de Saúde Coletiva (ISC) Depto. Epidemiologia e Bioestatística Disciplina: Epidemiologia II

Testes Diagnósticos. HEP Cassia Maria Buchalla

PLANO DE CURSO. CURSO DE ENFERMAGEM Reconhecido pela Portaria nº 270 de 13/12/12 DOU Nº 242 de 17/12/12 Seção 1. Pág. 20

O PAPEL DOS TESTES DIAGNÓSTICOS EM POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE E EM DECISÕES CLÍNICAS. Murilo Contó National Consultant PAHO/WHO

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Instituição baseada em Evidências

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico CETEC. Plano de Trabalho Docente Qualificação: Técnico de Enfermagem

Análise de sobrevivência aplicada a pacientes HIV positivos

EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE PÚBLICA HISTÓRIA NATURAL E PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Definir critérios de diagnóstico, prognóstico e tratamento das pneumonias do adulto adquiridas em comunidade.

PLANO DE CURSO. CURSO DE ENFERMAGEM Reconhecido pela Portaria nº 270 de 13/12/12 DOU Nº 242 de 17/12/12 Seção 1. Pág. 20

Sistemas de monitoramento de pacientes

Vigilância das Doenças Crônicas Não

Enquadramento e Racional

DIA MUNDIAL DO RIM 13 DE MARÇO DE 2014-FORTALEZA, CE 1 EM 10. O RIM ENVELHECE, ASSIM COMO NÓS

Infecções causadas por microrganismos multi-resistentes: medidas de prevenção e controle.

Marc Jamoulle, & Gustavo Gusso

Hepatite A. Género Hepatovírus, Família dos Picornaviridae

BENEFIT e CHAGASICS TRIAL

Hepatite alcoólica grave: qual a melhor estratégia terapêutica

UERGS Administração de Sistemas e Serviços de Saúde Introdução ao Método Epidemiológico

1) Introdução à Epidemiologia 2) Epidemiologia e suas áreas de interesse 3) Medidas em epidemiologia 4) Freqüência absoluta versus relativa

20/08 PRÉ CONGRESSO - MANHÃ

Transcrição:

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO História Natural das Doenças Cassia Maria Buchalla HEP 0143 Epidemiologia Biomedicina 2017

Conceito

Importância:

Tríade epidemiológica

Intensidade do processo Evolução clínica óbito Invalidez Cronicidade Limiar ou horizonte clínico Evolução subclínica Tempo

Período patogênico Fase pré-clínica Fase clínica

Período patogênico Fase pré-clínica Fase clínica Inicio Evidência Sinais Procura Diagnóstico Tratamento biológico patológica e sintomas por cuidado da doença da doença da doença médicos

Período patogênico Fase pré-clínica Fase clínica Inicio Evidência Sinais Procura Diagnóstico Tratamento biológico patológica e sintomas por cuidado da doença da doença da doença médicos Horizonte clínico

Período patogênico Fase pré-clínica Fase clínica Inicio Evidência Sinais Procura Diagnóstico Tratamento biológico patológica e sintomas por cuidado da doença da doença da doença médicos Horizonte clínico patogenia inicial patologia precoce doença avançada desfecho

História Natural das doenças

Períodos da HND

Prevenção: Ação antecipada, tendo por objetivo interceptar ou anular a evolução de uma doença na comunidade ou no indivíduo. Identifica riscos, atua sobre eles, mas não considera de sua alçada a gênese desses riscos

História Natural das doenças

História Natural e Níveis de Prevenção

Prevenção Primária

Prevenção Primária

Prevenção Secundária

Prevenção Terciária

Prevenção Quaternária

MEDICINA X SAÚDE PÚBLICA Medicina

MEDICINA X SAÚDE PÚBLICA Medicina Saúde Pública SAÚDE PÚBLICA - atividade social destinada a promover e preservar a saúde da população

Problema de Saúde Pública Quando é causa freqüente de morbidade e mortalidade. Quando existem métodos eficientes para sua prevenção e controle, mas esses métodos não são adequadamente empregados pela sociedade. Quando ao ser objeto de campanha destinada ao controle, ocorrer sua persistência com pouca ou nenhuma alteração.

Como decidir se um diagnóstico precoce deve ser tentado? 1. O diagnóstico precoce vai de fato melhorar o resultado clínico (em termos de sobrevida, função e qualidade de vida)? 2. Existe possibilidade de atender a todas as pessoas cujo diagnóstico é feito precocemente? 3) O transtorno causado pela doença compensa o esforço para o diagnóstico precoce? 4) Os custos, a acurácia e a aceitabilidade do teste são adequados para seu propósito?

Diagnóstico precoce sempre vai parecer melhorar a sobrevida, mesmo quando a terapia não modifica a História Natural da Doença.

sobrevida r 1987 1991 1995 Início biológico Diagnóstico e Morte da doença tratamento

sobrevida 1987 1989 1995 Início biológico Diagnóstico e Morte da doença tratamento

Ponto crítico na História Natural da Doença é aquele antes do qual a terapia é mais eficaz ou mais fácil de ser utilizada do que após este ponto

Apenas quando o ponto crítico está antes do ponto do diagnóstico clínico vale a pena a procura pelo diagnóstico precoce.

Diagnóstico precoce após o nível crítico de doença pode ter consequências a serem consideradas. Pode modificar a qualidade de vida da pessoa Adoção do papel de doente A terapia pode ter efeitos colaterais

Quantificação da História Natural da Doença: Descrever a severidade da doença para estabelecer prioridades para os serviços clínicos e programas de saúde pública. Pacientes em geral fazem perguntas com relação ao prognóstico. Estabelecer uma base para a história natural, para poder avaliar novas terapêuticas disponíveis Comparar diferentes tipos de terapia e suas eficácias.

EXERCICIO Cite três usos da epidemiologia

EXERCICIO Cite três usos da epidemiologia Porque medimos a freqüência das doenças?

EXERCICIO Cite três usos da epidemiologia Porque medimos a freqüência das doenças? Quais são os níveis de prevenção em que podemos agir?

EXERCICIO Cite três usos da epidemiologia Porque medimos a freqüência das doenças? Quais são os níveis de prevenção em que podemos agir? Quais são os tipos de prevenção que podemos fazer no período pré-patogênico?

EXERCICIO Cite três usos da epidemiologia Porque medimos a freqüência das doenças? Quais são os níveis de prevenção em que podemos agir? Quais são os tipos de prevenção que podemos fazer no período pré-patogênico? O que é horizonte clínico?

EXERCICIO Cite três usos da epidemiologia Porque medimos a freqüência das doenças? Quais são os níveis de prevenção em que podemos agir? Quais são os tipos de prevenção que podemos fazer no período pré-patogênico? O que é horizonte clínico? Porque atuar na fase de pré-patogenicidade dos indivíduos é importante?