SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. Professor II - Educação Física. Prefeitura de São José dos Campos do Estado de São Paulo

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Prefeitura de São José dos Campos do Estado de São Paulo SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Edital de Abertura de Inscrições para Processo Seletivo Nº 001/2017 NB006-2017

DADOS DA OBRA Título da obra: Prefeitura de São José dos Campos do Estado de São Paulo Cargo: (Baseado no Edital de Abertura de Inscrições para Processo Seletivo Nº 001/2017) Conhecimentos Específicos Gestão de Conteúdos Emanuela Amaral de Souza Produção Editorial/Revisão Elaine Cristina Igor de Oliveira Camila Lopes Suelen Domenica Pereira Capa Joel Ferreira dos Santos Editoração Eletrônica Marlene Moreno Gerente de Projetos Bruno Fernandes

SUMÁRIO Conhecimentos Específicos Aspectos históricos e políticos da Educação Física brasileira.... 01 Aspectos sociais e antropológicos da Educação Física brasileira.... 03 Ética profissional e aspectos filosóficos da Educação Física Escolar: conceitos, princípios, finalidade e objetivos.... 08 As diferentes manifestações da cultura corporal: jogos, esporte, lutas, danças, ginásticas.... 12 Aspectos didático-pedagógicos das manifestações da cultura corporal no contexto escolar.... 13 Dimensões da infância e adolescência no seu desenvolvimento.... 21 Conhecimento sobre o corpo: Conhecimentos de Anatomia: ossos, músculos;... 21 Corpo humano: identificar, nomear e representar graficamente, suas partes e funções;... 21 Os cuidados do corpo, sexualidade e os hábitos de higiene, convívio e lazer;... 21 Alimentação saudável: hábitos de alimentação saudável e reconhecer o papel dos nutrientes para a saúde;... 30 Conhecimentos de Fisiologia: frequência cardíaca,...39 Queima de calorias,...41 Perda de água e sais minerais alterações que ocorrem durante as atividades físicas, e aquelas que ocorrem em longo prazo...41 Condição cardiorrespiratória, massa muscular, força e da flexibilidade e diminuição de tecido adiposo;... 43 Higiene corporal e prevenção de doenças: a importância da higiene corporal e do ambiente para a prevenção de doenças;...43 Prevenção de acidentes: cuidados necessários para a prevenção de acidentes, objetivos do ensino, conteúdos, estratégias de ensino e Avaliação....50 Avaliação do rendimento escolar nas dimensões quantitativa e qualitativa: testes antropométricos; posturais; cardiorrespiratórios, neuromusculares; relacionais e cognitivos.... 53 Socorros de Urgência em incidentes comuns em ambientes onde se realizam atividades físicas.... 54 Educação para a autonomia do aluno em relação ao desenvolvimento de um estilo de vida ativo: desenvolvimento da aptidão física: conceitos e componentes básicos da aptidão física, riscos e benefícios envolvidos na prática regular de exercícios físicos, esforço, intensidade e frequência nos exercícios.... 58 Hábitos posturais e atitudes corporais: Equilíbrio, ritmo e controle do corpo;... 65 Coordenação motora,...72 Esquema corporal,...73 Lateralidade e organização espacial;...73 Atividades rítmicas e expressivas....74 A questão da inclusão nas aulas de Educação Física escolar... 78 BRASIL. Secretaria do Ensino Fundamental Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1997...80

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Aspectos históricos e políticos da Educação Física brasileira.... 01 Aspectos sociais e antropológicos da Educação Física brasileira.... 03 Ética profissional e aspectos filosóficos da Educação Física Escolar: conceitos, princípios, finalidade e objetivos.... 08 As diferentes manifestações da cultura corporal: jogos, esporte, lutas, danças, ginásticas.... 12 Aspectos didático-pedagógicos das manifestações da cultura corporal no contexto escolar.... 13 Dimensões da infância e adolescência no seu desenvolvimento.... 21 Conhecimento sobre o corpo: Conhecimentos de Anatomia: ossos, músculos;... 21 Corpo humano: identificar, nomear e representar graficamente, suas partes e funções;... 21 Os cuidados do corpo, sexualidade e os hábitos de higiene, convívio e lazer;... 21 Alimentação saudável: hábitos de alimentação saudável e reconhecer o papel dos nutrientes para a saúde;... 30 Conhecimentos de Fisiologia: frequência cardíaca,...39 Queima de calorias,...41 Perda de água e sais minerais alterações que ocorrem durante as atividades físicas, e aquelas que ocorrem em longo prazo...41 Condição cardiorrespiratória, massa muscular, força e da flexibilidade e diminuição de tecido adiposo;... 43 Higiene corporal e prevenção de doenças: a importância da higiene corporal e do ambiente para a prevenção de doenças;...43 Prevenção de acidentes: cuidados necessários para a prevenção de acidentes, objetivos do ensino, conteúdos, estratégias de ensino e Avaliação....50 Avaliação do rendimento escolar nas dimensões quantitativa e qualitativa: testes antropométricos; posturais; cardiorrespiratórios, neuromusculares; relacionais e cognitivos.... 53 Socorros de Urgência em incidentes comuns em ambientes onde se realizam atividades físicas.... 54 Educação para a autonomia do aluno em relação ao desenvolvimento de um estilo de vida ativo: desenvolvimento da aptidão física: conceitos e componentes básicos da aptidão física, riscos e benefícios envolvidos na prática regular de exercícios físicos, esforço, intensidade e frequência nos exercícios.... 58 Hábitos posturais e atitudes corporais: Equilíbrio, ritmo e controle do corpo;... 65 Coordenação motora,...72 Esquema corporal,...73 Lateralidade e organização espacial;...73 Atividades rítmicas e expressivas....74 A questão da inclusão nas aulas de Educação Física escolar... 78 BRASIL. Secretaria do Ensino Fundamental Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1997...80

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS ASPECTOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA. Brasil colônia, de 1500 a 1822 A mais antiga notícia sobre a Educação Física em terras brasileiras data o ano de sua descoberta, 1500. Tal fato se deve ao relato de Pero Vaz de Caminha, que em uma de suas cartas, que relatam indígenas dançando, saltando, girando e se alegrando ao som de uma gaita tocada por um português (Ramos, 1982). Segundo Ramos (1982), esta foi certamente a primeira aula de ginástica e recreação relatada no Brasil. De modo geral, sabese que as atividades físicas realizadas pelos indígenas no período do Brasil colônia, estavam relacionadas a aspectos da cultura primitiva. Tendo como características elementos de cunho natural (como brincadeiras, caça, pesca, nado e locomoção), utilitário (como o aprimoramento das atividades de caça, agrícolas, etc.), guerreiras (proteção de suas terras); recreativo e religioso (como as danças, agradecimentos aos deuses, festas, encenações, etc.) (Gutierrez, 1972). Posteriormente, ainda no período colonial, criada na senzala, sobretudo no Rio de Janeiro e na Bahia, surge a capoeira, atividade ríspida, criativa e rítmica que era praticada pelos escravos (Ramos, 1982). Desta forma, podemos destacar que no Brasil colônia, as atividades físicas realizadas pelos indígenas e escravos, representaram os primeiros elementos da Educação Física no Brasil. Brasil império, de 1822 a 1889 O início do desenvolvimento cultural da Educação Física no Brasil, apesar de não ter ocorrido de forma contundente, ocorreu no período do Brasil império. Pois foi nessa época que surgiram os primeiros tratados sobre a Educação Física. Em 1823, Joaquim Antônio Serpa, elaborou o Tratado de Educação Física e Moral dos Meninos. Esse tratado postulava que a educação englobava a saúde do corpo e a cultura do espírito, e considerava que os exercícios físicos deveriam ser divididos em duas categorias: 1) os que exercitavam o corpo; e 2) os que exercitavam a memória (Gutierrez, 1972). Além disso, esse tratado entendia a educação moral como coadjuvante da Educação Física e viceversa (Gutierrez, 1972). O Início da Educação Física escolar no Brasil, inicialmente denominada Ginástica, ocorreu oficialmente com a reforma Couto Ferraz, em 1851(Ramos, 1982). No entanto, foi somente em 1882, que Rui Barbosa ao lançar o parecer sobre a Reforma do Ensino Primário, Secundário e Superior, denota importância à Ginástica na formação do brasileiro (Ramos, 1982). Nesse parecer, Rui Barbosa relata a situação da Educação Física em países mais adiantados politicamente e defende a Ginástica como elemento indispensável para formação integral da juventude (Ramos, 1982). Em resumo, o projeto relatado por Rui Barbosa, buscava instituir uma sessão essencial de Ginástica em todas as escolas de ensino normal; estender a obrigatoriedade da Ginástica para ambos os gêneros (masculino e feminino), uma vez que as meninas não tinham obrigatoriedade em fazêla; inserir a Ginástica nos programas escolares como matéria de estudo e em horas distintas ao recreio e depois da aula; além de buscar a equiparação em categoria e autoridade dos professores de Ginástica em relação aos professores de outras disciplinas (Darido e Rangel, 2005). No entanto, a implementação da Ginástica nas escolas, inicialmente ocorreu apenas em parte do Rio de Janeiro, capital da República, e nas escolas militares (Darido e Rangel, 2005). Brasil república, de 1890 a 1946 A Educação Física no Brasil república pode ser subdividida em duas fases: a primeira remete o período de 1890 até a Revolução de 1930 (que empossou o presidente Getúlio Vargas); e a segunda fase, configura o período após a Revolução de 1930 até 1946. Na primeira fase do Brasil república, a partir de 1920, outros estados da Federação, além do Rio de Janeiro, começaram a realizar suas reformas educacionais e, começaram a incluir a Ginástica na escola (Betti, 1991). Além disso, ocorre a criação de diversas escolas de Educação Física, que tinham como objetivo principal a formação militar (Ramos, 1982). No entanto, é a partir da segunda fase do Brasil república, após a criação do Ministério da Educação e Saúde, que a Educação Física começa a ganhar destaque perante aos objetivos do governo. Nessa época, a Educação Física é inserida na constituição brasileira e surgem leis que a tornam obrigatória no ensino secundário (Ramos, 1982). Na intenção de sistematizar a ginástica dentro da escola brasileira, surgem os métodos ginásticos (gímnicos). Oriundos das escolas sueca, alemã e francesa, esses métodos conferiam à Educação Física uma perspectiva eugênica, higienista e militarista, na qual o exercício físico deveria ser utilizado para aquisição e manutenção da higiene física e moral (Higienismo), preparando os indivíduos fisicamente para o combate militar (Militarismo) (Darido e Rangel, 2005). O higienismo e o militarismo estavam orientados em princípios anátomofisiológicos, buscando a criação de um homem obediente, submisso e acrítico à realidade brasileira. Brasil contemporâneo, de 1846 a 1980 No Período que compreende o pós 2ª Guerra Mundial, até meados da década de 1960 (mais precisamente em 1964, início do período da Ditadura brasileira), a Educação Física nas escolas mantinham o caráter gímnico e calistênico do Brasil república (Ramos, 1982). Com a tomada do Poder Executivo brasileiro pelos militares, ocorreu um crescimento abrupto do sistema educacional, onde o governo planejou usar as escolas públicas e privadas como fonte de programa do regime militar (Darido e Rangel, 2005). 1

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Naquela época o governo investia muito no esporte, buscando fazer da Educação Física um sustentáculo ideológico, a partir do êxito em competições esportivas de alto nível, eliminando assim críticas internas e deixando transparecer um clima de prosperidade e desenvolvimento (Darido e Rangel, 2005). Fortalecese então a ideia do esportivismo, no qual o rendimento, a vitória e a busca pelo mais hábil e forte estavam cada vez mais presentes na Educação Física. Dentre uma das importantes medidas que impactaram a Educação Física no período contemporâneo, está a obrigatoriedade da Educação Física/Esportes no ensino do 3º Grau, por meio do decreto lei no 705/69 (Brasil., 1969). Segundo Castellani Filho (1998), o decreto lei no 705/69 (Brasil., 1969), tinha como propósito político favorecer o regime militar, desmantelando as mobilizações e o movimento estudantil que era contrário ao regime militar, uma vez que as universidades representavam um dos principais polos de resistência a esse regime. Desta forma, o esporte era utilizado como um elemento de distração à realidade política da época. Ademais, a Educação Física/Esportes no 3º Grau era considerada uma atividade destituída de conhecimentos e estava relacionada ao fazer pelo fazer, voltada a formação de mão de obra apta para a produção (Darido e Rangel, 2005). No entanto, o modelo esportivista, também chamado de mecanicista, tradicional e tecnicista, começou a ser criticado, principalmente a partir da década de 1980. Entretanto, essa concepção esportivista ainda está presente na sociedade e na escola atual (Darido e Rangel, 2005). Educação Física na atualidade, a partir de 1980 A Educação Física ao longo de sua história priorizou os conteúdos gímnicos e esportivos, numa dimensão quase exclusivamente procedimental, o saber fazer e não o saber sobre a cultura corporal ou como se deve ser (Darido e Rangel, 2005). Durante a década de 1980, a resistência à concepção biológica da Educação Física, foi criticada em relação ao predomínio dos conteúdos esportivos (Darido e Rangel, 2005). Atualmente, coexistem na Educação física, diversa concepções, modelos, tendências ou abordagens, que tentam romper com o modelo mecanicista, esportivista e tradicional que outrora foi embutido aos esportes. Entre essas diferentes concepções pedagógicas podese citar: a psicomotricidade; desenvolvimentista; saúde renovada; críticas; e mais recentemente os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (Brasil., 1997). A concepção pedagógica psicomotricidade, foi divulgada inicialmente em programas de escolas especiais, voltada para o atendimento de alunos com deficiência motora e intelectual (Darido e Rangel, 2005). É o primeiro movimento mais articulado que surgiu à partir da década de 1970, em oposição aos modelos pedagógicos anteriores. A concepção psicomotricidade tem como objetivo o desenvolvimento psicomotor, extrapolando os limites biológicos e de rendimento corporal, incluindo e valorizando o conhecimento de ordem psicológica. Para isso a criança deve ser constantemente estimulada a desenvolver sua lateralidade, consciência corporal e a coordenação motora (Darido e Rangel, 2005). No entanto, sua abordagem pedagógica tende a valorizar o fazer pelo fazer, não evidenciando o porquê de se fazer e como o fazer. Já o modelo desenvolvimentista por sua vez, busca propiciar ao aluno condições para que seu comportamento motor seja desenvolvido, oferecendolhe experiências de movimentos adequados às diferentes faixas etárias (Darido e Rangel, 2005). Neste modelo pedagógico, cabe aos professores observarem sistematicamente o comportamento motor dos alunos, no sentido de verificar em que fase de desenvolvimento motor eles se encontram, localizando os erros e oferecendo informações relevantes para que os erros sejam superados. A perspectiva pedagógica saúde renovada, diferentemente das citadas anteriores, tem por finalidade convicta e às vezes única, de ressaltar os aspectos conceituais a cerca da importância de se conhecer, adotar e seguir conceitos relacionados à aquisição de uma boa saúde (Darido e Rangel, 2005). Por outro lado, as abordagens pedagógicas críticas, sugerem que os conteúdos selecionados para as aulas de Educação Física devem propiciar a leitura da realidade do ponto de vista da classe trabalhadora (Darido e Rangel, 2005). Nessa visão a Educação Física é entendida como uma disciplina que trata do conhecimento denominado cultura corporal, que tem como temas, o jogo, a brincadeira, a ginástica, a dança, o esporte, etc., e apresenta relações com os principais problemas sociais e políticos vivenciados pelos alunos (Darido e Rangel, 2005). Em 1996, com a reformulação dos PCNs, é ressaltada a importância da articulação da Educação Física entre o aprender a fazer, o saber por que se está fazendo e como relacionarse nesse saber (Brasil., 1997). De forma geral, os PCNs trazem as diferentes dimensões dos conteúdos e propõe um relacionamento com grandes problemas da sociedade brasileira, sem no entanto, perder de vista o seu papel de integrar o cidadão na esfera da cultura corporal. Os PCNs buscam a contextualização dos conteúdos da Educação Física com a sociedade que estamos inseridos, devendo a Educação Física ser trabalhada de forma interdisciplinar, transdisciplinar e através de temas transversais, favorecendo o desenvolvimento da ética, cidadania e autonomia. De forma geral, podese concluir que a Educação Física vem se desenvolvendo no Brasil à partir de importantes mudanças políticosociais e que atualmente é vista como um elemento essencial para a formação do cidadão Brasileiro. Fonte: http://www.efdeportes.com/efd169/educacaofisicanobrasildaorigem.htm 2

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS ASPECTOS SOCIAIS E ANTROPOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA. Introdução Quando dizemos educação física, a palavra sugere de imediato uma concepção de prática pela própria nomenclatura e terminologia. Entretanto, já há alguns anos, o conceito de educação física se vincula com uma ideia de motricidade e, sobretudo, uma condição da e uma cultura sobre a prática de atividades físicas e exercícios, sem que, seja exigida qualquer outra análise paralela. O alcance da terminologia, por força de uma cultura da prática, alcança um nível de concepção que mais nos aproxima da natureza do corpo e do movimento pela sua linguagem. Entendendo assim, que, há muito mais conteúdo filosófico, histórico, sociológico, psicológico, artístico e científico do que possamos imaginar. A natureza da prática nos reserva um direito adquirido por força da relação corpo, motricidade e linguagem. Tal é essa relação, que hoje poderíamos dizer que, por educação física entendese como uma metáfora, uma meta linguagem, talvez. O que nos dá referência para obter, não relações simplistas com as infinitas categorias de ginástica, esporte, dança, atividades lúdicas, enfim, entre outras dinâmicas das práticas corporais. É com essa premissa que podemos afirmar que por educação física entendese uma cultura que se firma como força e conceito, e destes fenômenos nos garante um espaço dentro da teoria do conhecimento no qual podemos fazer valer o espaço antropológico que ocupamos ao longo das civilizações as quais sempre se fizeram tendo o corpo humano um tema de discussão, uma ferramenta de intervenção no meio e no mundo natural, e hoje, fonte de reflexão para a formação humana na sua totalidade de sentido. Ao logo da história, na qual a Educação Física responda por uma boa parte do conteúdo aplicado quando ao uso do corpo e do movimento, o qual se fez conjugar uma categoria prática especial. Isso permitiu trazer à luz da cultura geral, conceitos consagrados, e que hoje, vemos como fundamento de uma nova era na capacidade humana de transformar capacidade física em capacidade humana no seu sentido mais amplo e rigoroso. Tal como podemos discutir com qualquer outra área do conhecimento a relação entre prática e teoria. Dessa forma, aqui nesse contexto, devemos até rever a praticidade como referente da teorização e não o contrário comumente aceito. É por essa razão que devemos repensar todo projeto conceitual que levou a categoria de uma cultura da prática, esta como uma linguagem nova e com força de sentido. No conteúdo da educação física, embora marcado pelo indicativo da escolarização, já vem ocorrendo o discurso de prática cultural. Com forte tendência de confirmação de uma cultura da prática, vemos obras já consideradas como clássicas numa cultura da Educação Física. Como a de BETTI (1992) que o faz do ponto de vista da sociologia das práticas corporais e da investigação das relações do homem com a cultura do corpo e das práticas corporais. Assim como fez BRACHT (1995), ao fornecer sustentação teórica para conduzir a educação física como exercício de sociabilização e cidadania, como cultura do corpo na escola. Também CASTELANI FILHO (1988) nos oferece outra história da educação física, aquela que foge dos relatos descritivos e nos leva à reflexão sobre qual educação física nós estamos praticando. Ou ainda GAYA (1994) e Oro (1994), que partilham da mesma visão histórica de um projeto cultural para a educação física que permite ao homem conferir à prática, o sentido de atividade de formação humana voltada para um mundo aberto de significados. LOVISOLO (1995) e PEREIRA DA COSTA (1996), formadores de opinião concreta sobre a ética, nos indicam caminhos éticos para dar embasamento à competência profissional nos procedimentos que regem o uso do corpo e da motricidade como fenômenos da cultura da prática. TAFFAREL (1994) nos dá instrumentos de reflexão sobre um conceito de prática que nos leva ao materialismo histórico dialético, e colocam o olhar histórico como forma de transformação social e política. Vemos TANI (1996), Vieira da VIEIRA DA CUNHA (1995) e TOJAL (1994) indicando mudanças de paradigmas, possibilidades reais, as quais trazem para a educação física um corpo de conhecimento, não mais como apêndices científicos, mas como identificação de campo teórico possível. E porque não dizer, CARMO JR. (2005) cuja obra se apresenta como um conjunto extenso de reflexões sobre pensadores do corpo em uma linguagem cuja referência é mais que um sinal da necessidade de reflexão filosófico sobre a corporeidade, motricidade e linguagem vistos com os olhares da filosofia. É nesse caminho que percebemos novo campo de pesquisa aberto: cada autor com concepções filosófica e científica diferenciadas, porém redefinindo o trajeto intelectual de uma cultura emergente sobre a educação física. Não seria pretensão aproximarmos nossos autores a uma condição de produtores de um conhecimento sobre Educação Física, mesmo porque, veremos, que a amplitude desse conhecimento e suas abordagens nos deixam próximos de obras e autores de outras áreas sem nenhum desprestígio intelectual teórico pratico. Educação física e seu sentido ao longo da história As fontes históricas que indicam formas de investigar o homem tomam o tempo como o eixo central da suas referências, em todas as áreas de conhecimento, cada qual com suas estratégias para encontrar caminhos abertos flexíveis para obter respostas para as múltiplas indagações sobre a condição humana. A história, como a compreendemos aqui, no sentido do senso comum, apenas trata de relatar o que foi a educação física em diferentes épocas, cada qual com seu referencial educativo, vinculado às concepções de época, sua natureza sóciopolítica, filosófica e econômica. Assim, podemos compreender um relato histórico e nele firmar nossas convicções, escolhêlas e buscar as explicações para fatos do passado. Tal conduta serve de roteiro para a compreensão de como a educação física se situa no universo contemporâneo. As fontes históricas, mesmo que de forma simples, indicam caminhos para a reflexão. Como diz Lyo- 3

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS tard (1986, p. 94), sempre há uma via aberta em direção ao passado, anterior ao trabalho da ciência histórica: são os próprios sinais que nos abrem essa via; passamos imediatamente desses sinais ao seu sentido. Portanto, pela via da história, à maneira como aqui a entendemos, partimos ao encontro de uma cultura aberta, que poderá, na medida do próprio tempo, ser reconstituída e resgatada pelo debate e pelo trabalho de reflexão. A história sempre nos trouxe algo fundamental para a leitura de um fenômeno. Na busca da compreensão da motricidade humana, não podemos deixar de descrever fatos que revelaram uma cultura dos exercícios ginásticos e, dentre eles, os que deixaram um legado conceitual, na sua diversidade e formas de interpretação. Conforme De Genst (1949), os movimentos ginásticos qualificados como escolas surgiram a partir do século XIX. Essas escolas se denominaram Movimento do Centro, Movimento do Norte e Movimento do Oeste. Estas escolas, com seus respectivos representantes, parecem terem posto as bases da educação física que hoje conhecemos. Em cada um dos movimentos ginásticos do século XIX, o corpo em movimento, as atividades físicas, o exercício físico, as práticas corporais, e qualquer outra manifestação deste gênero são compreendidos como atos do organismo humano em busca da vida. Esses movimentos se transformaram em espetáculos ginásticos plurifacetados que reinavam como projetos pedagógicos e profiláticos nas escolas, institutos, campos esportivos e nos quartéis. Em princípio, podem ser descritos como Movimentos Ginásticos regionais, originários da necessidade de organização pedagógica do movimento humano, como manifestações de natureza artística, rítmica, pedagógica, técnica e científica. Essas tarefas se formalizaram como uma espécie de atividade física conduzida pelos pedagogos ou pelos médicos. Na dimensão em que as escolas ou institutos se organizavam, pareceu existir diferença entre os termos educar, treinar, ensinar técnicas corporais e motoras para todas as idades e classes. Curiosamente, assim como hoje, o movimento humano não se delimita por diferenciações de ordem metodológica ou, como dizem os professores tradicionais, métodos de ginástica, mas, sim pela referência ao conceito de fazer exercício é mexer os músculos. Essa afirmação levou atletas, ginastas, atores ou bailarinos a entenderem que no ato de mexer os músculos constatase que todo mover corporal é humano e necessário. Com base nessa constatação e nos diferentes termos predominantes De GENST descreve as escolas e seus protagonistas. Thomas Arnold (17951842), caracterizando o esporte, a dança e formação de caráter. A escola alemã e austríaca com J.B. Basedow (17231790) e Guts Muths (17591839), Ludwig Jahn (17781852), inicia a conceituação da ginástica como processo de higienização, saúde, sem deixar escapar a intuição de filtro étnico e o espírito guerreiro. A escola sueca influenciada por Fue Frans Nachtegall (17771847) e Pedro Henrique Ling (17761839) cria e enfatiza os movimentos conduzidos e a formação postural e estética, caracterizando o rendimento humano no sentido orgânico mais profundo. A escola francesa, com a clássica tendência médica de Esteban Marey (18301904), Farnard Lagrange (1845 1909), Philippe Tissié (18521935) e George Demeny (18501917), inspira o método de George Herbert (18751956), que reúne todas as premissas das tendências anteriores e, na tentativa de universalizar os conceitos ginásticos, dá uma configuração à ginástica como sendo a da educação física na formação humana geral. A documentação e as referências que contam a trajetória do sentido prático da ordem ginástica não foram capazes de formular uma cultura da prática corporal consistente. Descrever o fato histórico, como fez De Genst, em cada época, em cada região, e em função de cada menção historiada não sustenta a instalação da sua cultura. As profundas transformações de natureza econômica e sóciopolítica levam à expressão do corpo humano como instrumento de ação de trabalho, uso das capacidades físicas para o esporte, lazer, culto a saúde, curas, etc. Indistintamente, da exploração de habilidades motoras grosseiras ou refinadas tanto para manuseio de armas, utensílios, objetos das artes, o sentido da motricidade humana já poderia estar sendo representado independentemente de qualquer corrente ideológica, filosófica ou mesmo das religiões tribais (ULMMAN, 1977, p. 238). Esse conjunto de transformações no comportamento das pessoas se refere ao tempo dedicado ao trabalho e ao lazer (ainda não configurado como conteúdo da educação física), à aplicação de horas para dedicarse aos estudos escolares e começa a conduzir as instituições a certa necessidade de combater o já conhecido sedentarismo. Simbolicamente, as competições esportivas, o estímulo aos diferentes modelos de jogos, as modalidades esportivas de rendimento e a evolução no conceito de estética, relacionada com a saúde e higiene, também contribuíram para a emancipação do conceito de educação física. O conjunto de todas essas práticas formam um conjunto de ações de ordem pedagógica, de certa maneira, está representado, nos dias de hoje, nos conceitos de atividade física, beleza, saúde, esportes, qualidade de vida. Desde há muito tempo, Os estudos de Van Dalen et al. (1953) reforçam a importância que um volume extenso de manuais de ginástica e métodos tem para a reconstrução da história, constituindo o acervo documental que hoje conhecemos. Nessa busca, porém, a perspectiva cultural do uso do corpo e do movimento humano ainda permanece carente de uma história que possa motivar a reflexão. As referências históricas acima indicadas reforçam a confusão conceitual sobre o que é ginástica ou educação física: um método de ensino de exercícios ou uma modalidade de esporte? Os autores citados anteriormente, e que, podemos dizer, fazem parte da literatura da educação física universal, revelam o ecletismo e o generalismo da prática da ginástica predominante na literatura atual da educação física. Nesse pluralismo conceptual sobre educação física, abremse idealismos educativos, com o caráter de uma disciplina com identidade e legitimidade. Porém, seus conceitos, emprestados da medicina e da pedagogia vêm com pregações educativas, mais do que como conceitos vindos de uma extensa e rigorosa literatura que pudesse sustentar o eixo epistemológico de uma área da cultura. Segundo Ulmman (1977), os discursos teóricos na educação física se 4