Projeto de Intervenção para melhoria da Qualidade de Vida JUNQUEIRA, Marciclene de F Ribeiro¹ Palavras-chave: projeto, pesquisa, Intervenção, qualidade de vida. Introdução Em todos os países e também no Brasil, a doença surgiu como um importante problema de saúde pública e de bem-estar social, PARKER (1997). No Brasil o primeiro registro de caso de contaminação pelo VIH/SIDA ocorreu na cidade de São Paulo, em 1982. O Brasil tem tido importantes estratégias nas políticas de combate à epidemia com o suporte constante de agências internacionais, projetando-se como foco de políticas governamentais, organizações da sociedade civil, filantrópicas, religiosas, etc. Apesar disso, o problema persiste e muitos desafios continuam instigando cientistas de todas as áreas em relação a este tema. A psicologia e áreas afins, nesse contexto, têm se revelado atuantes no sentido de proporcionar alternativas, como por exemplo, no âmbito da prevenção dos comportamentos de risco, da adesão ao tratamento farmacológico, da influência dos estados de ânimo na saúde do paciente, nas terapias dirigidas a indivíduos enfermos e na avaliação da qualidade de vida de pessoas portadoras ou não do VIH. O Projeto de Intervenção para melhoria da Qualidade de vida surgiu da iniciativa de algumas alunas da residência em Psicologia do Hospital das clínicas em fazerem discussões e reflexões acerca da qualidade de vida de pacientes com HIV+ e ou AIDS atendidos no ambulatório de Infectologia. Foi formado em 2011 com o intuito de acolher, pesquisar e caso necessário encaminhar para as unidades responsáveis pelo acompanhamento psicológico, cultural, educacional, social, dentre outros que se fizerem necessários. O principal enfoque é no tocante à conscientização acerca dos equipamentos disponíveis para o apoio aos pacientes com HIV+ ou com Aids, existentes em Goiânia e interior do Estado de Goiás. Resumo revisado por: Marciclene de Freitas Ribeiro Junqueira 1 Universidade Federal de Goiás - e-mail: marciclenefrj@gmail.com
O trabalho visa minimizar a falta de informação acerca de tais recursos e fomentar nos pacientes uma cultura de troca de experiências e em especial as bem sucedidas. Como foi verificado durante as entrevistas os pacientes quase não se relacionam com pessoas contaminadas, não tendo o acesso ao aprendizado de inovações no processo de adaptação ao estado de sorologia positiva. Diante o desafio o grupo tenta fortalecer uma conscientização a respeito das diferenças existentes entre a contaminação pelo vírus e o processo de adoecimento pela AIDS. O grupo é formado essencialmente por acadêmicas da PUC Pontifícia Universidade católica de Goiás, pelas profissionais psicólogas e componentes do grupo de formação em residência em Psicologia - HC, alunas da PUC Pontifícia Universidade católica de Goiás e uma psicóloga pertencente ao grupo de Estudos de qualidade de vida. Objetivos O objetivo do projeto foi o de conhecer os problemas de saúde atuais dos indivíduos cadastrados nos programas de terceira idade e no ambulatório de infectologia da UFG/Hospital das clínicas e a partir daí propor e implementar atividades de intervenção para a melhoria da qualidade de vida. Metodologia de atuação do Grupo de intervenção para melhoria da Qualidade de vida Foram convidados os idosos cadastrados nos Centros de Referência de Idosos, Associações de Idosos e participantes dos forrós da 3ª Idade em Goiânia GO, Brasil. Selecionou-se os que concordaram em realizar os exames de sorologia para VIH/SIDA nas Unidades de Saúde: Centro de Referência Diagnóstico e Terapia/ Centro de Testagem e Aconselhamento e na Unidade Escola Saúde da Família Vila Mutirão/ PUC, de 2011 a 2012 e responderam aos instrumentos da pesquisa na primeira e segunda fase. A intervenção aborda os diversos domínios da qualidade de vida: relativos a saúde, aspectos sociais, educação, lazer, aos fatores econômicos dentre outros. A abordagem é multidisciplinar mas tem como foco principal o bem estar psicológico. O primeiro passo é o preenchimento do cadastro via Questionário Sócio Demográfico, e a realização do diagnóstico dos problemas
atuais de saúde pela aplicação da Ficha do respondente adaptada OMS e o preenchimento do Questionário de Qualidade de Vida WHOQOL. Depois disso encaminhamos para a realização do diagnóstico de sorologia para HIV. Posteriormente o indivíduo passa por consulta clínica com equipe multiprofissional para avaliação do seu resultado de exame. E conclusão da análise da qualidade de vida segundo o questionário WHOQOL de qualidade de vida e ou WHOQOL HIV bref. 1- Diagnóstico Para chegar ao planejamento das ações que seriam realizadas, foi feito um diagnóstico dos problemas de saúde atuais via Ficha do respondente. Foram visitados os Grupos de Forró da terceira idade, o CTA o Hospital das Clínicas.Foram aplicados os instrumentos para avaliar a qualidade de vida. Foi elaborado plano de ações pautado em estratégias de intervenção aplicadas à grupos operacionais e ou à indivíduos. Foram levantados os pontos de maior necessidade de intervenção e procedeu-se ao convite oficial aos responsáveis para reuniões de sistematização do projeto de intervenção e elaboração de projeto e cronograma. 2- Elaborações do plano de trabalho Após o levantamento da listagem de problemas atuais de saúde foi feito um planejamento para cada voluntária, no sentido de promover encontros de educação e saúde, considerando a dificuldade de locomoção, acessibilidade aos órgãos promotores dos eventos, bem como facilidade de compreensão na comunicação dos técnicos. Esse planejamento foi dividido em orientações para a saúde, orientações para a cultura, orientações de promoção social, orientações para promoção do aspecto educacional, orientações sobre lazer. As intervenções passaram pela análise das unidades de apoio social, associações de idosos e estão sendo acompanhadas pelas monitoras das unidades as quais atendem os idosos e ou os pacientes acompanhados na UESF e no HC/UFG pelas voluntárias e supervisionado pela pesquisadora, aluna do Doutorado.
3 - Assessoramento em campo Mediante a elaboração do plano de trabalho é feito o acompanhamento das pessoas com agendamentos semanais para os associados às associações de idosos, de dois em dois meses na UESF, semanalmente na Casa do idoso pelas monitoras de grupos de idosos. Durante as entrevistas e diálogos com os participantes é verificado o andamento do processo bem como as necessidades apontadas e verificação de dúvidas. Posteriormente faz-se a análise acerca das atividades anteriormente propostas e que não foram passíveis de realização, e propõe-se alternativas para a conclusão das metas. Os textos e informativos relativos aos temas específicos são distribuídos e procede-se à reflexão. Muitos dos participantes são analfabetos e ou não tem leitura cursiva, sendo necessário explicações detalhadas a fim de minimizar as dificuldades quanto aos temas. Após o andamento das atividades é elaborado o relatório de campo, especificando o planejamento das atividades seguintes. 4- Monitoramento Uma forma eficiente de obter resultados quantitativos é anotar diariamente: número de participantes, horário de aplicação da intervenção, tema, número e especificação das voluntárias, arquivo do material exposto, arquivo da avaliação dos participantes, relatório de auto avaliação dos voluntários. Resultados Observamos que a motivação das voluntárias tem sido crescente, o que culminou para a participação em trabalhos científicos, matrícula em projetos de pós graduação e participação em projetos de pesquisa. O encaminhamento para o tratamento psicológico tem sido realizado e no momento estão aguardando o agendamento no HC. A grande maioria das pessoas cadastradas nona UESF já passaram pela consulta clínica e pela orientação de prevenção de DSTs/AIDS na associação dos idosos da Vila Mutirão que conta com 300 associados. Grande parte dos idosos que não tiveram possibilidde de participar da
pesquisa sobre a qualidade de vida devido o encerramento de novos cadastrados estão solicitando de seus médicos que solicitem o exame de sorologia para HIV, Hepatite, Sífilis. Os casos confirmados de Hepatite identificados, durante o diagnóstico realizado na pesquisa de qualidade de vida já estão sendo devidamente analisados e os pacientes estão recebendo apoio na UESF da Vila Mutirão pela equipe. No campo motivacional começamos a verificar algum progresso no diálogo intra familiar culminando na solicitação de realização de sorologia para HIV entre os familiares dos idosos pessoas jovens e ou adultas e também os parceiros exclusivo, ou não dos (as) idosos(as) Conclusões O trabalho vem incentivando vários outros grupos do estado de Goiás e fazendo a Universidade Federal de Goiás, técnicos, alunos e professores expandirem sua vivência com a prevenção e acolhimento ao paciente em processo de sorologia para o HIV. Referências bibliográficas FLECK, M. P. A. et al, Aplicação da versão em português do instrumento WHOQOL-bref. Rev Saúde Publica; 34 (2):178-83. 2000. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE Genebra, Questionário WHOQOL ABREVIADO - PROGRAMA DE SAÚDE MENTAL. Versão em Português. Disponível em <http://www.ufrgs.br/psiq/whoqol12.pdf e <http://www.ufrgs.br/psiq/whoqol84.html>. Acessado em: 10 set 2009. MINISTÉRIO DA SAÙDE - Organização mundial de Saúde - Ficha do Respondente. Disponível em: < http://www.ufrgs.br/psiq/whoqol82.html>. Acessado em: 09 set. 2009. QUESTIONÁRIO SÓCIO DEMOGRÁFICO/ adaptado. JUNQUEIRA, M. F. R., et al, Goiânia GO, 2009. Questionário de Aspectos Psicológicos. Adaptado. JUNQUEIRA, M.F.R. et al. Goiânia GO, 2009.