ACÓRDÃO Registro: 2017.0000097860 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 3004407-91.2013.8.26.0438, da Comarca de Penápolis, em que é apelante ROBERTO PEREIRA DE SOUZA, é apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. ACORDAM, em 7ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FERNANDO SIMÃO (Presidente sem voto), FREITAS FILHO E OTAVIO ROCHA., 16 de fevereiro de 2017. ALBERTO ANDERSON FILHO RELATOR Assinatura Eletrônica
Apelação nº 3004407-91.2013.8.26.0438 Apelante: Roberto Pereira de Souza Apelado: Ministério Público do Estado de Comarca: Penápolis Voto nº 6268 APELAÇÃO CRIMINAL Lesão corporal grave alegação da defesa de legítima defesa putativa - Impossibilidade Recurso desprovido. Trata-se de apelação interposta por ROBERTO PEREIRA DE SOUZA em face do Ministério Público, contra a sentença de fls. 255/258, cujo relatório é adotado e acrescenta-se que o condenou por infração ao art. 129, 2º, IV do Código penal, a pena de 2 anos e 3 meses de reclusão em regime aberto. Razões da defesa às fls. 277/280. Pugna pelo reconhecimento da legítima defesa putativa. Devidamente processado, vieram as contrarrazões do Ministério Público às fls. 286/290. Manifestouse pelo desprovimento do recurso. Apelação nº 3004407-91.2013.8.26.0438 -Voto nº 6268 2
A Procuradoria Geral de Justiça, em parecer às fls. 299/301, opinou pelo improvimento do recurso. É o relatório. A r. sentença deve ser mantida. legitima defesa putativa. No caso em tela, não há que se falar em A meu ver, pouco importa que Apelante e vítima já tiveram discussões anteriores, devia o Apelante controlar-se e não agredir a vítima, que nenhum movimento fez que justificasse a agressão. r. sentença que bem fundamentou: Nesse sentido, vale transcrever trecho da A vítima, embora estivesse desavenças anteriores com o réu, em nenhum momento adotou qualquer comportamento que indicasse sua intenção de agredir o réu gratuitamente. Pelo contrário, ela estava sentada no ônibus dirigindo-se ao trabalho. Logo, nada autorizava ao réu imaginar Apelação nº 3004407-91.2013.8.26.0438 -Voto nº 6268 3
que estava diante de uma agressão iminente. Vale ressaltar que naquele dia não houve qualquer discussão entre Apelante e a vítima, e se havia desconfiança do Apelante que a vítima pudesse lhe agredir, poderia ter evitado de outra maneira, como bem elucidou o MM. Juiz na r. sentença anterior de pronúncia (fls. 122/125): Se havia divergência, o agressor poderia ter evitado passar perto da vítima. Poderia ter viajado em outro Ônibus. Poderia ter mudado de trabalho. E ainda que tivesse mesmo que passar no corredor ao lado do adversário, como estava atento ao risco, teria tido condições de intervir, pois inclusive o seu irmão relatou ter visto uma atitude estranha da vítima... De resto, como naquela manhã não houve sequer discussão, era pouco provável que Manoel escolhesse aquele lugar para desferir um tiro contra Roberto, diante do risco que surgiria até para ele mesmo, já que ambos desembarcariam na zona rural em poucos minutos, onde o disparo seria favorecido. De outro modo, o motorista esclareceu que o ônibus sequer saiu do lugar onde havia estacionado para ingresso dos passageiros. A porta ainda estava aberta e o Apelação nº 3004407-91.2013.8.26.0438 -Voto nº 6268 4
acusado não decidiu voltar para trás. Roberto foi precipitado ou premeditou a ação. primeira instância. Correta, portanto, a condenação de No mais, as reprimendas foram fixadas em consonância com os critérios definidos em lei, em montante adequado para a reprovação e prevenção do crime por ele cometido, nos termos dos artigos 59 e 68, ambos do Código Penal, não merecendo reparo em seu quantum. Não vejo como, pois, aderir a tese defensiva, mantendo-se a sentença por seus próprios e jurídicos fundamentos, conforme previsão no art. 252, do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal de Justiça. recurso e NEGO provimento. Ante o exposto, por meu voto, conheço do Alberto Anderson Filho Desembargador Relator Apelação nº 3004407-91.2013.8.26.0438 -Voto nº 6268 5