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JUSTIÇA FEDERAL DE 1 GRAU. SÃO PAULO, 11 de Abril de 2016

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Dados Básicos. Ementa. Íntegra. Fonte: Tipo: Acórdão STJ. Data de Julgamento: 19/03/2013. Data de Aprovação Data não disponível

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 4 de maio de 2017.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL I e II Nº

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R E L A T Ó R I O O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL LÁZARO

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COORD. DE ANÁLISE DE JURISPRUDÊNCIA D.J EMENTÁRIO N

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Supremo Tribunal Federal

Transcrição:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.406.940 - CE (2013/0328870-5) RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA RECORRENTE : DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS REPR. POR : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL RECORRIDO : FRANCISCO MATIAS DOS SANTOS ADVOGADO : STEPHENSON FRANCISCO MAIA JOSUÉ EMENTA ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO. REGISTRO DA SENTENÇA NO CARTÓRIO DE IMÓVEIS. ISENÇÃO DE EMOLUMENTOS. EXTENSÃO DA PRERROGATIVA DA UNIÃO AO DNOCS (DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS). POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. De acordo com o art. 1º do Decreto-Lei n.º 1.537/77, a União é isenta "do pagamento de custas e emolumentos aos Ofícios e Cartórios de Registro de Imóveis, com relação às transcrições, inscrições, averbações e fornecimento de certidões relativas a quaisquer imóveis de sua propriedade ou de seu interesse, ou que por ela venham a ser adquiridos ". 2. Conforme estipula o art. 31 da Lei nº 4.229/63, ao DNOCS "serão extensivos a imunidade tributária, impenhorabilidade de bens, rendas ou serviços e os privilégios de que goza a Fazenda Pública, inclusive o uso de ações especiais, prazo de prescrição e regime de custas correndo os processos de seu interesse perante o Juiz de Feitos da Fazenda Pública, sob o patrocínio dos procuradores da autarquia ". 3. A conjugada inteligência dos aludidos dispositivos legais impede, em relação ao DNOCS, o condicionamento do registro de sentença proferida em demanda expropriatória ao recolhimento de custas e emolumentos. 4. Recurso especial provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Regina Helena Costa, Marga Tessler (Juíza Federal convocada do TRF 4ª Região), Napoleão Nunes Maia Filho (Presidente) e Benedito Gonçalves votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 17 de março de 2015(Data do Julgamento) MINISTRO SÉRGIO KUKINA Relator Documento: 1390987 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/03/2015 Página 1 de 7

RECURSO ESPECIAL Nº 1.406.940 - CE (2013/0328870-5) RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA RECORRENTE : DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS REPR. POR : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL RECORRIDO : FRANCISCO MATIAS DOS SANTOS ADVOGADO : STEPHENSON FRANCISCO MAIA JOSUÉ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO SÉRGIO KUKINA: Trata-se de recurso especial manejado com fundamento no art. 105, III, a, da CF, contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, assim ementado (fl. 125): CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMOLUMENTOS REQUERIDOS PARA REGISTRO DE IMÓVEIS. PRETENDIDA ISENÇÃO DO DNOCS. IMPOSSIBILIDADE. DECRETO-LEI Nº 1.537/77 NÃO RECEPCIONADO PELA CF/88. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL PREVISTA NO ART. 151, III, DA CF. - O DNOCS requer a concessão da isenção no pagamento dos emolumentos cartorários, embasando seu pedido no Decreto-Lei nº 1537/77. - É cediço que os emolumentos têm natureza jurídica de taxa. (Precedente: ADI 1624, CARLOS VELLOSO, STF) - Incidência da vedação prevista no art. 151, III da Constituição Federal. Decreto-Lei nº 1537/77 não recepcionado pela CF/88. (Precedente: AG118722/CE, DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO, Terceira Turma, JULGAMENTO: 08/03/2012, PUBLICAÇÃO: DJE 15/03/2012 - Página 704). - A prerrogativa, conferida à Fazenda Pública, de recolher o depósito de custas e emolumentos na esfera jurisdicional, somente se vencida e ao final do processo, não se estende para desobrigá-la do pagamento de emolumentos cartorários, requeridos para transcrição de sentença no registro imobiliário. - Agravo de instrumento improvido e agravo regimental prejudicado. Opostos embargos declaratórios, foram rejeitados ante a inexistência dos vícios elencados no art. 535 do CPC. A parte recorrente aponta violação aos arts. 29 do Decreto-Lei nº 3.365/41, 27 do CPC, 24-A da Lei nº 9.028/95, 1º, 1º, e 4º da Lei nº 9.289/96; 31 da Lei nº 4.229/63; 1º e 2º do Decreto-Lei nº 1.537/77, e 884 e 886 do CC. Para tanto, sustenta que o DNOCS é isento do Documento: 1390987 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/03/2015 Página 2 de 7

pagamento de custas e emolumentos aos cartórios para o registro dos imóveis desapropriados. É o relatório. Documento: 1390987 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/03/2015 Página 3 de 7

RECURSO ESPECIAL Nº 1.406.940 - CE (2013/0328870-5) VOTO O SENHOR MINISTRO SÉRGIO KUKINA (Relator): O recurso comporta êxito. Sobre o tema em discussão, a Segunda Turma desta Corte, no julgamento do Resp 1334830/CE, Relatora Ministra Eliana Calmon, entendeu que o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, autarquia vinculada ao Ministério da Integração Nacional, goza da "isenção conferida à União no momento em que esta formula ao ofício de registro de imóveis competente a transcrição de título de propriedade representado por sentença proferida em ação de desapropriação, forma originária de aquisição da propriedade ". Eis a ementa do referido julgado: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. TRANSCRIÇÃO DA SENTENÇA NO OFÍCIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. ISENÇÃO DE EMOLUMENTOS. DECRETO-LEI N.º 1.537/77. EXTENSÃO DA PRERROGATIVA ÀS AUTARQUIAS. 1. Não ocorre ofensa ao art. 535 do CPC, se o Tribunal de origem decide, fundamentadamente, as questões essenciais ao julgamento da lide. 2. O art. 1º do Decreto-Lei n.º 1.537/77 isenta a União do pagamento de custas e emolumentos aos Ofícios e Cartórios de Registro de Imóveis, com relação às transcrições, inscrições, averbações e fornecimento de certidões relativas a quaisquer imóveis de sua propriedade ou de seu interesse, ou que por ela venham a ser adquiridos. 3. Na transcrição do título de propriedade representado por sentença proferida em ação de desapropriação no ofício de registro de imóveis competente, o DNOCS é isento do pagamento de emolumentos, sobretudo prevendo o art. 31 da Lei n.º 4.229/63 que "ao Departamento serão extensivos a imunidade tributária, impenhorabilidade de bens, rendas ou serviços e os privilégios de que goza a Fazenda Pública, inclusive o uso de ações especiais, prazo de prescrição e regime de custas correndo os processos de seu interesse perante o Juiz de Feitos da Fazenda Pública, sob o patrocínio dos procuradores da autarquia". 4. Recurso especial provido. (REsp 1334830/CE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/10/2013, DJe 09/10/2013) Documento: 1390987 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/03/2015 Página 4 de 7

No voto proferido, a ilustre Ministra relatora destacou: Por outro lado, o art. 1º do Decreto-Lei n.º 1.537/77 isenta do pagamento de custas e emolumentos a prática de quaisquer atos, pelos Ofícios e Cartórios de Registro de Imóveis, relativos às solicitações feitas pela União, valendo conferir o conteúdo da norma em comento: Art. 1º - É isenta a União do pagamento de custas e emolumentos aos Ofícios e Cartórios de Registro de Imóveis, com relação às transcrições, inscrições, averbações e fornecimento de certidões relativas a quaisquer imóveis de sua propriedade ou de seu interesse, ou que por ela venham a ser adquiridos. Entende-se por emolumentos o preço dos serviços praticados pelos serventuários de cartório ou serventias não oficializados, remunerados pelo valor dos serviços desenvolvidos e não pelos cofres públicos. No meu entender, a norma em comento não deixa dúvidas quanto à isenção conferida à União no momento em que esta formula ao ofício de registro de imóveis competente a transcrição de título de propriedade representado por sentença proferida em ação de desapropriação, forma originária de aquisição da propriedade. Constituindo o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS - autarquia vinculada ao Ministério da Integração Nacional e dotada da incumbência de promover a desapropriação por necessidade e utilidade pública ou social dos bens necessários à consecução de suas finalidades (art. 2º, X, da Lei n.º 4.229/63), não vejo como deixar de estender-lhe tal prerrogativa, sobretudo prevendo o art. 31 da Lei n.º 4.229/63 que "ao Departamento serão extensivos a imunidade tributária, impenhorabilidade de bens, rendas ou serviços e os privilégios de que goza a Fazenda Pública, inclusive o uso de ações especiais, prazo de prescrição e regime de custas correndo os processos de seu interesse perante o Juiz de Feitos da Fazenda Pública, sob o patrocínio dos procuradores da autarquia". Importa destacar que a matéria em debate aguarda a manifestação da Corte Suprema nos autos da ADPF n.º 194/DF, na qual se questiona a recepção do Decreto-Lei n.º 1.537/77 pela Constituição Federal de 1988. Assim, enquanto não declarada eventual incompatibilidade da norma com a CF/88, cumpre aplicá-la integralmente. Documento: 1390987 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/03/2015 Página 5 de 7

Esta Primeira Turma, no julgamento do AgRg no REsp 1372605/CE, da relatoria do eminente Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, também concluiu ser o DNOCS isento de pagamento de custas e emolumentos para registro de títulos translativos de domínio de imóveis objeto de expropriação. Para ilustrar, cumpre transcrever a ementa do referido precedente: ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DESAPROPRIAÇÃO. TRANSCRIÇÃO DO DOMÍNIO. ISENÇÃO DO PAGAMENTO DE TAXAS E EMOLUMENTOS PELO DNOCS. DECRETO-LEI 1.537/77. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. O Tribunal a quo decidiu em consonância com a jurisprudência consolidada nesta Corte, segundo a qual o DNOCS, ora agravado, é isento de pagamento de custas e emolumentos para registro de títulos translativos de domínio de imóveis objeto de expropriação. 2. Agravo Regimental desprovido. (AgRg no REsp 1.372.605/CE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJe 18/11/2014) Destarte, o acórdão recorrido não merece subsistir. Ante o exposto, dá-se provimento ao recurso especial para reconhecer a isenção do DNOCS do recolhimento de emolumentos quando da transcrição do título de propriedade derivado de ação expropriatória no ofício de registro de imóveis. É o voto. Documento: 1390987 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/03/2015 Página 6 de 7

CERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA TURMA Número Registro: 2013/0328870-5 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.406.940 / CE Números Origem: 00127767020114050000 118728 127767020114050000 200581010006200 6200720054058101 PAUTA: 17/03/2015 JULGADO: 17/03/2015 Relator Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS FONSECA DA SILVA Secretária Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA AUTUAÇÃO RECORRENTE : DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS REPR. POR : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL RECORRIDO : FRANCISCO MATIAS DOS SANTOS ADVOGADO : STEPHENSON FRANCISCO MAIA JOSUÉ ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Intervenção do Estado na Propriedade - Desapropriação CERTIDÃO Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Regina Helena Costa, Marga Tessler (Juíza Federal convocada do TRF 4ª Região), Napoleão Nunes Maia Filho (Presidente) e Benedito Gonçalves votaram com o Sr. Ministro Relator. Documento: 1390987 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/03/2015 Página 7 de 7