Habitar o lugar/espaço do ateliê como procedimento para a construção da obra o desenho do espaço na xilogravura de Fabrício Lopez

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Transcrição:

Habitar o lugar/espaço do ateliê como procedimento para a construção da obra o desenho do espaço na xilogravura de Fabrício Lopez Resumo: Este artigo trata das relações entre espaço/ateliê/paisagem na construção poética visual do trabalho de Fabrício Lopez. Palavras chave: paisagem, desenho, gravura. Ynaiá de Paula Souza Barros Brasil, artista visual. Professora de desenho na Associação Escola da Cidade na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo. Doutora em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), São Paulo. Mestre em Artes Visuais pela Unicamp. Bacharelado e Licenciatura em Artes Plásticas pela Unicamp. Artigo completo submetido em 20 de janeiro e aprovado em 8 de fevereiro de 2012. Title: Inhabiting the studio place as a proceding towards the completion of works: the drawing of space in Fabrício Lopez woodcuts. Abstract: The relationship between space/ working-space/landscape and the image construction on the poetic work of Fabrício Lopez. Keywords: landscape, drawing, woodcut. Introdução O trabalho aqui apresentado parte de uma fala do artista por ocasião de uma exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2009, qual seja: o ateliê é um habite-se, a natureza de tudo e de cada coisa. Esta afirmação do Fabrício Lopez me remeteu a uma reflexão de Anne Cauquelin em A invenção da paisagem (Cauquelin, 2007) onde ela constata a potencia das nossas vivencias com a paisagem para o nosso aprendizado da realidade e também a força do entendimento do espaço da paisagem como invólucro de nossos humores e desejos. Refletir, brevemente, sobre a relação entre estas duas afirmações no 81 Barros, Ynaiá de Paula Souza (2012) Habitar o lugar/espaço do ateliê como procedimento para a construção da obra: o desenho do espaço na xilogravura de Fabrício Lopez. Revista :Estúdio. ISSN 1647-6158. Vol. 3, (5): 81-85.

Barros, Ynaiá de Paula Souza (2012) Habitar o lugar/espaço do ateliê como procedimento para a construção da obra: o desenho do espaço na xilogravura de Fabrício Lopez. 82 Figura 1 Fabrício Lopez, xilogravura. Detalhe de exposição CCSP 2004. Foto do artista. Figura 2 Fabrício Lopez, xilogravura, Casa da frontaria azuleijada. 340 x 460 cm. Foto do artista.

processo de construção das imagens de Fabrício Lopez é o que se propõe este texto. Fabrício Lopez nasceu em 1975, bacharel em artes plásticas pela FAAP em 2000 e mestre em artes visuais pela ECA/USP em 2009. Vive e trabalha entre Santos e São Paulo, cidades em que participou e participa ativamente na formação e manutenção de ateliês e espaços de produção coletiva como Espaço Coringa, Estúdio Valongo e Xiloceasa/tipografia Acaiá. Estas ações artísticas coletivas, como artista e professor, desempenham papel importante em sua construção poética. 1. Habitar: o espaço do ateliê e a construção das imagens As imagens em pequenas e grandes dimensões (figuras 1 e 2), nascidas do corte na madeira, do embate e delicadeza exigidos pelo meio, falam dos objetos guardados, pessoas, espaços e paisagens do cotidiano do artista. Misturam-se montanhas, estradas, cantos do ateliê, flores, árvores e também pessoas que, de algum modo, habitam estes espaços. As possibilidades de repetição e sobreposição oferecidas pela xilogravura são instrumento para agregar a imagem o deslocamento do artista pelo espaço, entre cidades e ateliês e assim agregar a imagem tempo e profundidade. As possibilidades de sobreposição, neste caso, também agregam um olhar intimo dos espaços retratados, carregado da ação de ocupá-los e conhecê-los. As sensações espaciais construídas são intensas, nos levando a pensar que o encontro com o lugar, o espaço, a paisagem são determinantes no nascimento da imagem. Por ocasião da exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2009 (figuras 3 e 4), em entrevista a Claúdio Mubarac, publicada no catálogo, o artista diz: 83 Revista :Estúdio. ISSN 1647-6158. Vol. 3, (5): 81-85. O ateliê é um habite-se, a natureza de tudo e de cada coisa. Gosto de pensar o ateliê como esse lugar/espaço a ser habitado, onde justamente o trabalho surge da relação entre o artista e cada coisa que o circunda: as ferramentas, as referências, as coleções de objetos, a paisagem. Para mim, habitar esse lugar é o primeiro passo para a construção da obra, onde mesmo nas tardes ociosas, olhando para as imagens penduradas na parede, ouvindo os pássaros, os ruídos da avenida portuária, sinto esse tempo conquistado e direcionado para uma ação poética. Um tempo que não pode ser medido em valores ou produtividade, porque se refere a uma construção não linear, subjetiva, e em certa medida autoreferêncial. Referindo-se, sobretudo, a conquistas internas, da preservação do sonho e da beleza, da aceitação de si próprio e do outro (Lopez, 2009: 41). Na fala é evidenciada a intenção de que a ação no ateliê seja organizada pela busca que orienta as formas do trabalho, do desenho, preservação do sonho e da

84 Barros, Ynaiá de Paula Souza (2012) Habitar o lugar/espaço do ateliê como procedimento para a construção da obra: o desenho do espaço na xilogravura de Fabrício Lopez. Figura 3 Fabrício Lopez, xilogravura. Exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2009. Foto do artista. Figura 4 Fabrício Lopez, xilogravura. Exposição Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2009. Foto do artista. beleza. Habitar este lugar parece significar preenche-lo destes sonhos, vivências e referencias, ou melhor, ocupá-lo pela ação que garante a preservação deste sonho na imagem. 2. A paisagem: o espaço, invólucro de nossos humores e ações cotidianas Em seu A invenção da paisagem, Anne Cauquelin faz uma reflexão a respeito do lugar das construções culturais da paisagem nas nossas experiências formadoras, no nosso aprendizado da realidade. Em um movimento de compreender suas próprias referências culturais de organização de uma imagem da paisagem e assim questionar a veracidade desta em relação as suas vivências visuais ela fala da potência dos aprendizados que nascem das nossas relações com o espaço a que organizamos, hierarquizamos e denominamos paisagem. A paisagem parece traduzir para nós uma relação estreita e privilegiada com o mundo, representa como que uma harmonia preestabelecida, inquestionável, impossível de criticar sem se cometer sacrilégio. Onde estariam, pois, sem ela, nossos aprendizados das proporções do mundo e o de nossos próprios limites, pequenez e grandeza, a compreensão das coisas e a de nossos sentimentos? Intermediário obrigatório de uma conversação infinita, veículo de emoções cotidianas, invólucro de nossos humores (Cauquelin, 2007: 28). Esta constatação, junto a compreensão de que nosso olhar para a paisagem esta carregado também das referencias deixadas por nossos ancestrais de suas observações da paisagem, trazem mais alguns elementos para olharmos

a experiência com a paisagem como disparadora na construção da imagem no trabalho do Fabrício. 85 Conclusão A ação do artista que trata o ateliê como o habite-se, a natureza de tudo e qualquer coisa a ser vivido, guardado e transformado poeticamente é impregnada da vivência do espaço e do entendimento deste como meio de compreensão da dimensão de si e das coisas do mundo. O ateliê como habite-se, a natureza de tudo, também pode ser pensado como a paisagem que é veiculo de nossas emoções, invólucro de nossos humores. Em uma outra fala da entrevista, concedida para a publicação do catálogo, ele reforça a potência das suas vivências na paisagem praiana da infância e da leituras de gibis e produção de estórias como referência fundamental para o trabalho como artista. Quando tinha uns 11 anos e íamos pescar siri na praia, usando um puça, uma espécie de rede e gaiola com certa isca especial. Os mais novos da turma, por livre e espontâneo convencimento físico dos mais velhos, no caso eu e outros premiados, devíamos passar na avícola e pegar tripa de galinha. Às vezes, dávamos sorte e só tínhamos que enfiar o braço em um latão cheio de resto, ou, quando o latão estava vazio, o jeito era enfiar a mão dentro da galinha recém abatida. Todo esse rito valia cada siri pego na praia, em dias de pós ressaca do mar, dias cinzentos que terminavam na casa de um amigo com a panela cheia. Para mim, a formação em um sentido mais integral esta atrelada com esse contexto, da cidade praiana, da leitura intensa de todo e qualquer tipo de gibi, das horas solitárias desenhando e da produção das minhas próprias histórias (Lopez, 2009: 37). Revista :Estúdio. ISSN 1647-6158. Vol. 3, (5): 81-85. Volto aqui a uma outra constatação de Cauquelin que nos fala da importância dos vínculos afetivos, formados por muitos sentidos e referencias, da paisagem vivida na infância na construção da imagem que formamos mais tarde da paisagem. Referências Cauquelin, Anne (2007) A invenção da paisagem. São Paulo: Martins Fontes. Lopez, Fabrício (2009) Valongo: xilogravuras de Fabrício Lopez. Org. Claudio Mubarac. São Paulo. Contatar o autor: ynaiab@gmail.com