Ambiente Macroeconômico e de Investimentos



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Transcrição:

DO BRASIL Boletim Mensal Número 35 24 / Outubro / 2001 Ambiente Macroeconômico e de Investimentos O cenário internacional continua adverso para a conjuntura brasileira que, adicionalmente, também sofre com a relativa passividade de sua própria política econômica. Hoje, a lista de fatores desfavoráveis à economia real é bastante abrangente: os riscos do terrorismo e dos conflitos internacionais; a contração dos mercados globais e a diminuição dos fluxos financeiros; a volatilidade da taxa de câmbio e as incertezas na política de juros; o racionamento energético e seus riscos no médio prazo; a perda de poder aquisitivo e de confiança entre os consumidores; e, não menos importante, as incertezas gerais decorrentes do processo eleitoral. De positivo para os investimentos reais, temos apenas o impacto da desvalorização cambial sobre a tendência das exportações e sobre a substituição de bens importados. Afora isso, hoje o ritmo dos investimentos só conta com a dinâmica de setores específicos (energia e petróleo) e com processos já iniciados. Em termos numéricos, seu acelerado aumento de 20% registrado no primeiro trimestre inverteu-se para um decréscimo próximo de 12% no segundo trimestre. E nesses meses mais recentes tudo indica que não houve qualquer retomada, muito embora talvez se possa comemorar o não agravamento das tendências negativas. Mas seja como for, também é certo que a economia real não parou. Ainda que tímidos e cerceados pelas restrições multinacionais, já começam a reaparecer no sistema processos de aquisições e de novas joint ventures, sendo que essas últimas constituem uma típica reação empresarial a situações de crise. E também há importantes consolidações setoriais em curso, sendo esse um outro movimento típico de crises. Tais decisões e anúncios não são abrangentes e nem agressivos; mas pelo menos têm sido suficientes para demonstrar que a recente fragilização macroeconômica do País não está inibindo sua contínua melhora microeconômica. Cenário Anual 1º S 2º S 2001 2002 2003 2004 PIB (PM) - Var % 3.1 1.1 1.7 2.8 3.8 4.0 PIB (PM) - US$ Bilhões - - 506.0 480.5 503.6 525.7 IPCA - Var % 3.0 3.5 6.5 5.1 3.9 3.7 Déficit Fiscal - % PIB - - -3.5-3.4-2.7-2.8 Taxa de Câmbio - R$/US$ 2.305 2.805 2.805 2.904 3.024 3.111 Taxa de Câmbio - Var % 17.9 21.7 43.4 3.5 4.1 2.9 Taxa de Juros Nominal - % 7.5 9.1 17.3 17.1 15.4 14.4 Saldo Comercial - US$ Bilhões -0.1 2.0 1.9 5.1 8.0 10.0 Trans. Corrent. - % PIB - - -4.8-4.4-3.8-3.5 Conjuntura de Investimentos - 20/Set/2001 a 18/Out/2001 Alimentos * Como parte de sua reestruturação na América Latina, a Philip Morris Kraft Foods vendeu as tradicionais marcas de laticínios Glória e Avaré para a Parmalat. O negócio inclui as fábricas de Cerqueira César (SP), Itaperuna (RJ) e Jaraguá do Sul (SC). O valor da transação não foi revelado, mas as duas marcas vendidas foram responsáveis por um faturamento conjunto de R$ 175 m em 2000. Com a operação a Parmalat amplia sua atuação nos segmentos de creme de leite e leite

condensado e ainda passa a atuar no mercado de leite em pó. Nesse último segmento, aliás, a Parmalat também anunciou a construção de uma fábrica em Concórdia, SC. O investimento será realizado através da paranaense Batávia, sua controlada. Em Concórdia a Batávia já opera uma unidade de leite longa vida, manteiga, doce e creme de leite. O custo da construção é estimado em R$ 15 m e as obras devem começar em janeiro de 2002. * A Bauducco, líder no mercado brasileiro de panetones, adquiriu 50% da Visconti, empresa controlada pela ítalo-suíça Findim e vice-líder no mercado local. A nova joint venture espera reduzir custos de logística e as duas marcas deverão ser preservadas. A Visconti passará a ter atuação nacional, sendo que hoje ela se concentra em SP e RJ. A Visconti possui fábricas em São Roque (SP) e em São Paulo. Já a Bauducco atua com três unidades em Guarulhos (SP) e uma em Extrema (MG). Vale lembrar que em julho o grupo Findim já havia vendido 100% da divisão de chocolates da Visconti para a norte-americana Hershey s. * A SanCor, maior laticínio da Argentina, está revendo sua atuação no mercado brasileiro, que absorve 70% de suas exportações. Com a desvalorização do real, a empresa decidiu porduzir aqui parte de sua linha de produtos. Assim, fechou parceria com a Mococa, do grupo Royal Numico, para a fabricação de creme de leite, leite condensado e achocolatados com a marca SanCor. Outras parcerias estão em estudo e podem incluir queijos, manteiga e leite em pó. Atualmente a SanCor está em processo de fusão com a Milkaut, terceiro maior laticínio argentino. No Brasil, a Milkaut possui uma unidade produtiva em Ivoti, RS. * A Pillsbury, que em fins de 1999 adquiriu a Forno de Minas, vai investir R$ 15 m até meados de 2002 para modernizar a fábrica da empresa em Betim, MG. A marca Forno de Minas, forte no segmento de pão de queijo, abrangerá também outros pães, folheados e salgados congelados. No Brasil, além da Forno de Minas, a Pillsbury detém as marcas Frescarini (massas) e Haagen-Dazs (sorvetes). Agroindústria * O Grupo Bunge anunciou a compra da La Plata Cereal, empresa argentina controlada pela suíça Andre & Cie. Com a transação, a Bunge torna-se a maior esmagadora de soja da Argentina e ainda passa a comercializar fertilizantes no país. A operação é avaliada em US$ 70 m, o que inclui as dívidas da La Plata Cereal. No Brasil a Bunge é a maior esmagadora de soja e lidera o setor de fertilizantes, com 30% do mercado. * A Tech Ion Industrial Brasil firmou joint venture com a norte-americana SureBeam e vai implantar uma unidade de irradiação e esterilização de alimentos na Região Nordeste. Os investimentos serão de US$ 17 m e seu foco principal será a durabilidade e conserva prolongada de frutas. A unidade ficará em Pernambuco e deverá começar a operar no primeiro semestre de 2002. * A alemã Bayer fechou a compra da Aventis CropScience por US$ 6,7 bi. A operação torna a Bayer a maior empresa mundial no segmento de inseticidas e a segunda maior no negócio total de defensivos, superando a norte-americana Monsanto e ficando atrás apenas da Syngenta. A Syngenta é o resultado da união entre a Zeneca e a divisão agrícola da Novartis. No mundo, a área agrícola passará a ter a mesma importância estratégica para a Bayer que suas unidades de polímeros e saúde. No Brasil, a nova Bayer CropScience deterá a liderança do mercado de defensivos, com quase 23% de participação. A Bayer hoje produz seus defensivos em Belford Roxo (RJ) e a CropScience tem fábrica em Portão (RS). Papel e Celulose * A Cenibra, agora totalmente controlada pelo consórcio Japan Brazil Paper and Pulp (JBP), vai investir US$ 100 m na ampliação de sua capacidade de produção. O projeto levará um ano para ser concluído, sendo que a unidade da empresa fica em Belo Oriente (MG). A Cenibra reafirmou ainda que não pretende investir em integração, passando a produzir papel, uma vez que a celulose brasileira é considerada um produto de alto valor agregado. * O grupo Suzano firmou parceria com o grupo português Sonae para entrar no capital da Portucel, empresa de papel e celulose de Portugal. Juntas, as sócias deterão 28% da Portucel. Na operação, a Suzano desembolsou cerca de US$ 119,9 m para ficar com 49,99% da parceria, sendo que a Sonae ficará com os 50,01% restantes. A Suzano e a Sonae pretendem assumir o controle da Portucel no início de 2002, quando o governo português deverá leiloar 25% dos 55% de participação que nela detém. O grupo Suzano também confirmou para breve a separação de seus negócios com celulose e papel e com petroquímica em duas empresas distintas. * A Tilibra estuda implantar uma fábrica na Bahia, aproximando-se do mercado da Região Nordeste e também de seu principal fornecedor, a Bahia Sul. A Tilibra é líder brasileira no segmento de papelaria e agendas, com 35% do mercado. Hoje ela conta apenas com a fábrica de Bauru, SP. Junto à fábrica a empresa também prevê um centro logístico, para abastecer o norte de MG e a Região Nordeste. * A Votorantim Celulose e Papel (VCP) anunciou a aquisição de 28% do controle (12,3% do capital total) da Aracruz Celulose. A operação teve o valor de US$ 370 m e foi realizada com a Mondi Brazil, uma subsidiária do grupo Anglo American. A Aracruz é a maior produtora mundial de celulose de eucalipto. Agora, a VCP dividirá o controle e a administração da empresa com o

Banco Safra, o grupo suíço Lorentzen e a BNDESPar. * O Grupo Klabin, com mais de 30 empresas e dívidas de R$ 2,5 bilhões, anunciou uma reestruturação societária e operacional, visando economias administrativas e tributárias. No processo, a Klabin Riocell absorverá a Klamasa Participações, a Indústrias Klabin, a KIV Participações e a Igaras Embalagens. Posteriormente ela vai absorver a atual holding Indústrias Klabin de Papel e Celulose (IKPC), que será extinta. Ao final, a Riocell passará a se chamar Klabin SA e remanescerá como única companhia aberta. Tudo isso está previsto para ocorrer até dezembro. O grupo anunciou ainda que não pretende se desfazer de unidades. As parcerias Klabin Bacell, Norske Skog Klabin e Klabin Kimberly-Clark não participarão da reorganização. Siderurgia e Mineração * Apesar da crise internacional, o grupo Gerdau vai investir US$ 140 m entre 2001 e 2002 na Cosigua, localizada no Rio de Janeiro. Os investimentos destinam-se principalmente à instalação de uma nova linha de perfis leves, aumento da capacidade de galvanização e melhorias de produtividade. O grupo Gerdau possui nove usinas no Brasil e nove no exterior, sendo que a Cosigua é sua maior unidade. Atualmente o grupo é o maior produtor de aços longos da América Latina. * A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) comprou a participação da norte-americana Bethlehem Steel no capital da Minerações Brasileiras Reunidas (MBR). A aquisição envolve 5,05% de participação total na MBR e foi efetivada por US$ 25 m. Uma parte do pagamento será realizada via embarque de minério de ferro para a siderúrgica. A MBR é controlada pela Caemi (85%), sendo que essa última tem seu controle dividido igualmente entre a CVRD e a japonesa Mitsui. Energia * A Aneel vendeu mais quatro concessões de linhas de transmissão de energia elétrica. A linha Goianinha (PE) - Mussuré (PE) foi arrematada pela Hot Line Construções Elétricas, com deságio de 0,5% em relação ao faturamento máximo admitido pela Aneel. A linha Chavantes (SP) - Botucatu (SP) foi arrematada pelo valor máximo pela Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP). A espanhola Instalaciones Inabensa ficou com duas linhas no Nordeste, a Xingó (AL) - Angelim (PE) e a Angelim (PE) - Campina Grande (PB), aceitando um deságio de 1,01%. * O grupo Eucatex vai investir R$ 15 m para construir uma usina termelétrica em Salto, SP. A empresa é uma das maiores fabricantes nacionais de produtos para construção civil e para a indústria moveleira. O projeto será em parceria com a espanhola Gas Natural, empresa que vai operar o gasoduto Brasil-Bolívia na região. Petróleo e Combustíveis * A italiana Decal pretende instalar um terminal de combustíveis no porto pernambucano de Suape. O projeto está orçado em US$ 19 m e visa principalmente atender ao mercado de óleo diesel e querosene nas Regiões Norte e Nordeste. A empresa pretende iniciar as obras no início de 2002 e estar em operação no segundo semestre de 2002. * A Transpetro, subsidiária do setor de transportes da Petrobras, planeja construir um oleoduto ligando Barra do Furado (RJ) a São José dos Campos (SP). O duto levará o petróleo da Bacia de Campos à Refinaria Henrique Lage (Revap). Os investimentos previstos somam US$ 600 m. As obras podem ser iniciadas na metade de 2002 e devem ser concluídas no final de 2003. Já no refino de petróleo, a Petrobras prepara um aporte de US$ 70 m na Replan, maior refinadora do país, para ampliar sua capacidade de produção até 2004. Os recursos serão aplicados nas duas unidades de destilação da empresa. Com eles a Petrobras quer preparar a Replan para a concorrência no mercado livre a partir de 2002. * A Resotec, empresa do grupo suíço Holdercim, vai investir R$ 30 m no tratamento de resíduos industriais e sua transformação em combustível para a indústria de cimento. A companhia vai montar duas unidades de beneficiamento, sendo uma em Pedro Leopoldo (MG) e outra em Canta Galo (RJ), próximas a unidades cimenteiras da Holdercim. As duas unidades deverão estar prontas até dezembro. Química e Petroquímica * A Fundação Petros vai financiar a construção da primeira fábrica de propelente aerosol no Brasil, orçada em R$ 15 m. A unidade será construída junto à Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, e será operada pela BR Distribuidora. O propelente aerosol é um substituto do cloro-flúor-carbono (CFC) e hoje é totalmente importado. A construção será iniciada em novembro e a fábrica deve começar a operar em agosto de 2002. * A Peróxidos do Brasil, joint venture entre a belga Solvay (70%) e a brasileira Produtos Químicos Makay (30%), pretende expandir sua produção de peróxidos de hidrogênio (água oxigenada industrial). Sua unidade industrial fica em Curitiba (PR) e ela vai receber investimentos de R$ 28,5 m nos próximos meses. O produto é utilizado em processos de mineração, tratamento de efluentes e nas indústrias têxtil, farmacêutica, de alimentos e de papel.

* A belga Katoen Natie vai construir a plataforma logística da Rio Polímeros em Duque de Caxias, RJ. O projeto está orçado em US$ 30 m, abrangendo dois armazéns e doze silos. A Rio Polímeros é a central de matéria-prima do Pólo Gás-Químico do Rio de Janeiro e seus investimentos somarão US$ 1 bilhão. O início de sua produção de polietileno está agendado para julho de 2002. A empresa é controlada pelos grupos Suzano e Unipar, cada um com 33% de participação, e pela Petrobras e BNDESPar, detendo 16,7% cada. Telecom e Internet * A Bell Canada International (BCI) adquiriu 51% das operadoras de telefonia celular (Banda B) Telet e Americel, um negócio que já havia sido sinalizado em março. A BCI detinha participação nas duas empresas e as ações foram compradas de sócios brasileiros. No total, a BCI deverá pagar US$ 315 m. A Telet opera no RS e a Americel no Oeste do País. A BCI integra o grupo Telecom Americas, que reúne ainda a mexicana Telmex e a norte-americana SBC. As duas empresas adquiridas deverão ser incorporadas à Telecom Americas. * A operadora de telefonia fixa Vésper vai incorporar o provedor de internet Vento. A operação será realizada através da divisão Vésper Business, focada em serviços corporativos. As duas empresas, operadora e provedor, são controladas pelos mesmos acionistas: a canadense Bell Canada International e as norte-americanas Qualcomm e VeloCom. * O site de leilões MercadoLibre, centrado na Argentina, comprou a subsidiária brasileira do ibazar, que desde maio pertencia à norte-americana ebay. O negócio não envolve pagamentos: o ebay terá 19,5% do MercadoLibre e se compromete a não atuar na América Latina. Estima-se que a nova empresa, reunindo o ibazar e o Mercado Livre, deterá 2/3 do mercado brasileiro de leilões virtuais. * A Embraer, a Oracle Brasil, a KPMG e a fábrica italiana de aviões ATR estão criando um portal de internet para compra e venda na indústria de aviação mundial. Ele vai se chamar Aerochain e os investimentos chegam a US$ 20 m até o primeiro semestre de 2002. * O Jornal do Brasil (JB) fechou parceria com o portal de internet Terra Lycos, controlado pela Telefonica de Espanha. O Terra será responsável pela hospedagem do JBOnline e esse passará a ser um canal de notícias exclusivo do Terra. Serviços Diversos * A Sodexho Pass, empresa com destacada atuação no setor de tíquetes de refeição, formou joint venture com o Grupo Santa Cruz, maior distribuidor de medicamentos do País. A nova empresa, a Unik, atuará no segmento de convênio-farmácia. A Sodexho Pass terá 65% de seu capital e o Grupo Santa Cruz os 35% restantes. * Os grupos Sadia, Accor e Martins estão unindo forças no segmento de food service. Na prática, a joint venture será uma distribuidora para pequenos clientes do setor de refeições fora de casa (bares, restaurantes, lanchonetes e padarias). A Sadia é líder em alimentos congelados; a francesa Accor atua em hotelaria e controla a marca de vale-refeição Ticket; e o grupo Martins é o maior atacadista do País. A nova empresa ainda não possui nome. Ela receberá aporte de R$ 32 m e deve começar a atuar no segundo trimestre de 2002. * A Varig Travel, empresa do grupo FRBPar (Fundação Rubem Berta - Grupo Varig), incorporou as operações turísticas da Panexpress Tour. A nova operadora nasce com a meta de tornar-se líder no trade turístico em três anos. A Panexpress hoje é a terceira maior do setor, atrás da CVC e da Soletur. Ela possui 32 agências e atua em 18 Estados. * A LoJack, fabricante de equipamentos para localização de veículos furtados, está investindo R$ 10 m em sua rede de infra-estrutura. O objetivo é expandir sua atuação no país, instalando rastreadores em Minas Gerais e nos Estados da Região Sul. Hoje a LoJack opera apenas em SP e RJ. Outros Setores * A Coca-Cola do Brasil vai transferir parte de sua produção no Rio de Janeiro (RJ) para Belo Horizonte (MG). Para isso, pretende investir R$ 17 m na expansão da capacidade da unidade mineira. O projeto envolve a auto-suficiência da fábrica no envasamento de latas de alumínio e de garrafas PET destinas a sua própria área de distribuição, que antes também era abastecida pela produção do Rio de Janeiro. * A Iveco, subsidiária da Fiat e segunda maior fabricante mundial de caminhões, anunciou que pretende interromper sua linha de veículos pesados na Argentina a partir de 2003. A produção será transferida para a planta brasileira de Sete Lagoas, MG. Lá, a Iveco já fabrica caminhões leves e médios desde novembro de 2000. Os investimentos da empresa para a transferência serão de R$ 45 m. A decisão justifica-se pela questão cambial, que ultimamente tem levado a Iveco a perder participação no mercado brasileiro de caminhões pesados. * A Xerox anunciou a venda de quatro unidades de copiadoras e impressoras de menor porte para a Flextronics. O acordo foi efetivado por US$ 220 m. Ele envolve a unidade brasileira de Itatiaia (RJ) e outras três fábricas: no México, Canadá e Malásia. Suas fábricas na Escócia e na Holanda também podem vir a ser terceirizadas. No Brasil a Xerox vai continuar operando unidades em

Salvador e Manaus. A Flextronics é uma das maiores fabricantes mundiais de componentes eletrônicos por teceirização. * O Brasil será o centro de produção de materiais técnicos semi-acabados da dmc² nas Américas. A empresa foi adquirida pelo OM Group da alemã Degussa. Após a transação, ela desativou unidades nos EUA e investiu US$ 10 m para ampliar e modernizar suas fábricas em Guarulhos (SP) e Manaus (AM), já visando a transferência. A produção concentrada no Brasil inclui três áreas de negócios: brasagem (soldas com cobre e zinco), contatos elétricos e peças de platina. Metade da produção local deverá ser exportada. * A Empresa Naviera Elcano, maior empresa de navegação da Espanha, adquiriu da CVRD seis navios de bandeira brasileira que faziam transporte transoceânico de minério de ferro. O negócio, de US$ 53 m, marca a entrada da Elcano no mercado brasileiro e também confirma a estratégia da CVRD de sair do segmento de navegação de granéis sólidos. A subsidiária da CVRD para o setor de navegação, a Docenave, deverá se concentrar em serviços para navegação de cabotagem e apoio portuário. * O Grupo Folha, que edita o jornal Folha de São Paulo, e o Grupo Estado, que publica O Estado de São Paulo, anunciaram a criação de uma empresa conjunta de distribuição. Será a São Paulo Distribuição e Logística, que no futuro também atenderá a terceiros no mercado editorial. Além dos jornais próprios de cada grupo, em São Paulo a distribuição do jornal Valor Econômico (sociedade da Folha e O Globo) também será feita pela nova empresa. A previsão é de que ela comece a operar em quatro meses. * O Banco Itaú comprou do Lloyds TSB sua administradora de recursos de fundos (Lloyds Asset Management, LAM) e sua área de private banking (carteiras de grandes clientes). Com isso, o Itaú incorpora cerca de R$ 5,2 bi aos fundos que administra e mais R$ 1,3 bi a sua carteira private. No total, a administração do Itaú chega a R$ 51 bi em recursos de terceiros. Isso significa a segunda colocação no ranking do setor, ultrapassando o Bradesco e só ficando atrás do Banco do Brasil. O valor da transação não foi revelado, mas é estimado pelo mercado em R$ 250 m. A BRASILPAR atua na área de Serviços Financeiros, prestando serviços envolvendo compra, venda, associação entre empresas, atração de sócios, avaliação de empresas e projetos, assim como assessoria no levantamento de recursos de longo prazo e de capital (Project Financing e Restruturação de Empresas). A WESTSPHERE atua na área de Investimentos, através do South America Private Equity Growth Fund, buscando identificar, avaliar, negociar e adquirir participações no capital de empresas privadas com potencial de crescimento acelerado e alta rentabilidade. Uma vez efetivado o investimento, cabe à WESTSPHERE monitorá-lo, bem como definir o melhor momento para realizar o desinvestimento. No Brasil os Fundos de Private Equity administrados pela WestSphere investiram nas seguintes empresas: Mobitel, Injepet Embalagens, TendTudo Materiais para Construção e Datasul S/A. A BRASILPRIVATE é administradora do FIRE - Fundo Mútuo de Investimentos em Empresas Emergentes que tem como quotista único a BNDESPAR, subsidiária do BNDES para a área de participações acionárias. A carteira atual do FIRE é composta pelas seguintes empresas: Autotrac Comércio e Telecomunicações S/A, Latina S/A, Getec Guanabara Química Industrial S/A, Companhia Brasileira de Esterilização S/A, Metalciclo Reciclagem de Metais S/A, Armco Staco S/A Indústria Metalúrgica, Metalkraft S/A Injeção e Usinagem, OpenCommerce S/A, Padron S/A Impressos de Segurança e KA2 Laundry Services S/A (Mr. Clean). WestSphere/FIRE: BRASILPAR: Cláudio A. Peçanha R. Duncan Littlejohn Frederico Greve Luis Fernando Salem Paulo Chueri (011) 3269-5241 (011) 3269-5244 (011) 3269-5221 (011) 3269-5243 (011) 3269-5245 Alberto Ortenblad Filho Antonio Carlos Molina Marco Antonio Serra Marina Fernandes de Oliveira Ricardo Hanitzsch Tatiana Barroso Miana Vinicius Casagrande Canheu (011) 3269-5222 (011) 3269-5231 (011) 3269-5219 (011) 3269-5220 (011) 3269-5224 (011) 3269-5217 (011) 3269-5218

Fax.: (011) 3285-6582 O boletim NEGÓCIOS E INVESTIMENTOS é editado mensalmente pela WestSphere do Brasil e pela Brasilpar Serviços Financeiros Av. Paulista, 949 16º andar SP Tel: (011) 3269-5200 Fax: (011) 3285-6582. Diretores: Paulo Chueri e Antonio Carlos Molina O cenário econômico contido neste boletim refere-se aos resultados de nossas simulações e podem ser modificados sem prévia comunicação. A WestSphere e a Brasilpar não se responsabilizam pela utilização comercial ou financeira dessas previsões. Os projetos e valores de investimentos das empresas citadas nesse boletim referem-se aos divulgados nos principais meios jornalísticos. A WestSphere e a Brasilpar não se responsabilizam pela veracidade dessas informações. Não é permitida a reprodução sem autorização da WestSphere e da Brasilpar.