TRIBUNAL MARÍTIMO PROCESSO Nº 18.116/99 ACÓRDÃO



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Transcrição:

TRIBUNAL MARÍTIMO PROCESSO Nº 18.116/99 ACÓRDÃO Moto-aquática não identificada X flutuante tipo BANANA BOAT, rebocado pela moto-aquática SPX-I. Abalroação resultando em lesões corporais de natureza grave em ocupante do flutuante, que terminou por falecer. Inobservância das regras básicas de segurança inerentes à operação de motos-aquáticas, insculpidas no Regulamento para o Tráfego Marítimo (RTM) e na Portaria nº 0056, de 11/12/95, da Diretoria de Portos e Costas (DPC). Imperícia e imprudência. Condenação dos condutores das embarcações envolvidas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Consta dos autos que no dia 30/08/97, cerca das 14:00h, na lagoa dos Cinco, Americana/SP, uma moto-aquática, de propriedade desconhecida, conduzida por Wellton Rubens Muniz, inabilitado, abalroou um flutuante tipo BANANA BOAT, que era rebocado pela moto-aquática SP-5458-01, SPX-I, conduzida por seu proprietário Gilberto Paschoalin, inabilitado, resultando do acidente a morte de Nelson Luiz Zagui, que se encontrava sobre o flutuante por ocasião do choque e sofreu lesões corporais de natureza grave, sendo socorrido, sem sucesso, no Hospital de Nova Odessa. No inquérito instaurado pela Capitania Fluvial do Tietê-Paraná foram ouvidas quatro testemunhas. Laudo de exame pericial indireto atesta que a lagoa era muito pequena para prática de qualquer esporte com embarcação. Assevera que a moto-aquática conduzida por Wellton deixou o local do acidente, não sendo encontrada posteriormente. Aponta como causa determinante do acidente a aproximação exagerada da moto-aquática não

identificada, que, deveria manobrar, tendo em vista que a moto-aquática que rebocava o flutuante tinha capacidade restrita de manobra. Juntados aos autos documentos de praxe. O Encarregado do Inquérito, em seu relatório, apontou como possível responsável pelo acidente da navegação Wellton Rubens Muniz, por pilotar uma moto-aquática, em uma lagoa de pequenas dimensões, aproximando-se em demasia da outra moto-aquática, que rebocava um flutuante tipo BANANA BOAT, não manobrando no sentido de evitar o choque com o flutuante, apesar de ter melhores condições de manobra. O indiciado apresentou defesa prévia. A Douta Procuradoria, após diligências, representou em face de Wellton Rubens Muniz, condutor inabilitado de moto-aquática não identificada, e Gilberto Paschoalin, condutor inabilitado da moto-aquática SPX-I, com fulcro no artigo 14, letra a (colisão contra passageiro de BANANA BOAT, seguida de morte),da Lei nº 2.180/54, com o entendimento de que o primeiro conduzia a moto-aquática, sem autorização do proprietário, na lagoa dos Cinco, em alta velocidade, sem ter noção do risco que causava à navegação no local e, a si próprio, e, de forma errada, eis que, logo após ter cruzado a proa da outra moto-aquática, procedeu a manobra de retorno, vindo a abalroar o inflável, por boreste e a meia-nau deste, exatamente onde encontrava-se o passageiro Nelson Luiz Zagui, que veio a falecer. E o segundo, por pilotar a moto-aquática SPX-I sem possuir habilitação, rebocando uma BANANA BOAT, em desacordo com o contido na Portaria nº 0056, de 11/12/95, capítulo 4, item 0408, da Diretoria de Portos e Costas, em uma lagoa muito pequena para prática de qualquer esporte com embarcação. Aponta, ainda, infração à Lei nº 8.374/91 (falta de seguro obrigatório da moto-aquática SPX-I ). O órgão acusador postula, também, pelo envio de 2

peças do processo à Justiça Comum, em razão de indícios de crimes de furto e homicídio cometidos por Wellton Rubens Muniz. Como medida de segurança, solicita o envio de ofício à DPC, para que avalie de necessidade de proibir o tráfego de embarcações na lagoa dos Cinco, em Americana/SP. Às fls. 73, o Juiz-Relator indeferiu o requerido pela Douta Procuradoria, no tocante ao envio de peças do processo à Justiça Comum, tendo em vista que os autos noticiam a instauração de processo policial, em relação ao evento em tela, cabendo salientar que não ficou configurado o crime de furto e sim, quando muito, furto de uso, não tipificado como crime. Por ocasião da apreciação da Representação ofertada pela Douta Procuradoria, o Tribunal emitiu medida de segurança, oficiando à Diretoria de Portos e Costas (DPC) para que avaliasse a necessidade de proibir o tráfego de embarcações na lagoa dos Cinco, em Americana/SP, tendo em vista que os peritos da Capitania Fluvial do Tietê-Paraná constataram ser a lagoa muito pequena para a prática segura de qualquer esporte com embarcação. Os representados não apresentam antecedentes no Tribunal Marítimo. Citados, Wellton Rubens Muniz foi defendido por advogado legalmente constituído, enquanto Gilberto Paschoalin permaneceu revel, sendo-lhe designado Defensor Público da União. A defesa de Wellton Rubens Muniz, condutor da moto-aquática não identificada, alega que o representado conduzia a embarcação de acordo com o que preconiza as regras estabelecidas no Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar RIPEAM. A defesa de Gilberto Paschoalin, condutor da moto-aquática SPX-I, alega que a ausência de habilitação formal do acusado não contribuiu para o acidente. 3

No que diz respeito ao reboque, alega que o acusado estava dirigindo, com todo cuidado, uma pequena BANANA BOAT para dois passageiros, sendo que, por ocasião do acidente, a vítima, amigo do acusado, estava sozinha na BANANA BOAT. Acrescenta que o objetivo dos amigos era diversão. Alega, também, que o acidente ocorreu porque o jovem Wellton Rubens Muniz dirigia perigosamente a moto-aquática, e não considerou a presença do reboque. Na fase de instrução, a Douta Procuradoria requereu a juntada da Portaria nº 0056, de 11/12/95, na Diretoria de Portos e Costas, que trata das Normas Básicas de Segurança para o uso de embarcações miúdas. Em alegações finais, manifestaram-se a Douta Procuradoria e a Douta Defensoria Pública da União. Analisando-se as provas dos autos, constata-se que a experiência tem mostrado que a condução de motos-aquáticas por mãos inábeis de pessoas inabilitadas, podem transformar uma típica atividade de lazer em tragédia com vítima fatal, como no caso do evento que deu origem ao presente processo. Verifica-se que, na tarde de 30/08/97, Wellton Rubens Muniz conduzia, na lagoa dos Cinco, em Americana/SP, uma moto-aquática não identificada, sem possuir habilitação para tal, contrariando, portanto, o disposto no artigo 347, parágrafo único, alínea d, do Regulamento para o Tráfego Marítimo (RTM), e o contido no item 0301, alínea e, capítulo 3 da Portaria nº 0056, de 11/12/95, da Diretoria de Portos e Costas (DPC). O desconhecimento total das regras básicas de segurança que devem nortear quem conduz uma moto-aquática, embarcação miúda projetada para alcançar alta velocidade, evidenciou-se, quando, ao manobrar a moto-aquática que conduzia, sem habilitação, Wellton Rubens Muniz possibilitou uma aproximação exagerada, perigosa e 4

desaconselhável, em relação ao flutuante tipo BANANA BOAT, que era rebocado pela moto-aquática SPX-I, atingindo-o a boreste e provocando lesões corporais de natureza grave em Nelson Luiz Zagui, que se encontrava sobre o mesmo, e que terminou por falecer. O proprietário e condutor da moto-aquática SPX-I, por sua vez, não era habilitado para conduzi-la, e infrigia, portanto, os dispositivos legais supramencionados. Também desconhecedor das regras inerentes à operação de motos-aquáticas, contribuiu para a eclosão do nefando evento em tela, pois utilizava a de sua propriedade para rebocar um flutuante tipo BANANA BOAT, procedimento vedado pelo disposto no item 0408, capítulo 4, da Portaria nº 0056, de 11/12/95, da DPC. A moto-aquática SPX-I não tinha cobertura de seguro obrigatório, contrariando o disposto na Lei nº 8.374/91. Conclui-se que procedem os termos da representação da Douta Procuradoria, já que o acidente da navegação caracterizado pela abalroação envolvendo uma moto-aquática não identificada e um flutuante tipo BANANA BOAT, que era rebocado pela moto-aquática SPX-I, resultando em lesões corporais de natureza grave no ocupante do flutuante Nelson Luiz Zagui, que terminou por falecer, teve como causa determinante a inobservância de regras básicas de segurança inerentes à operação de motos-aquáticas insculpidas no Regulamento para o Tráfego Marítimo (RTM) e na Portaria nº 0056, de 11/12/95, da Diretoria de Portos e Costas (DPC), por parte dos condutores das embarcações envolvidas, Wellton Rubens Muniz e Gilberto Paschoalin, que devem ser responsabilizados pelo evento em apreciação, por imperícia e imprudência. A falta de seguro obrigatório referente à moto-aquática SPX-I, materializando infração à Lei nº 8.374/91, cometida por seu proprietário, Gilberto Paschoalin, deve ser comunicada à DPC. 5

Assim, A C O R D A M os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à natureza e extensão do acidente: a) quanto à natureza e extensão do acidente: abalroação resultando em lesões corporais de natureza grave em ocupante de flutuante, que terminou por falecer; b) quanto à causa determinante: inobservância das normas básicas de segurança inerentes à operação de motos-aquáticas insculpidas no RTM e na Portaria nº 056, da DPC; c) decisão: julgar o acidente da navegação capitulado no artigo 14, letra a, da Lei nº 2.180/54, como decorrente de imperícia e imprudência, condenando Wellton Rubens Muniz e Gilberto Paschoalin à pena de multa de R$ 1.000,00 (mil reais), para cada um, de acordo com o artigo 121, inciso VII, c/c o artigo 127, inciso II, 2º, da Lei nº 2.180/54, com a redação dada pela Lei nº 8.969/94.Custas na forma da lei. Honorários de defensor público da União no mínimo legal. Comunicar à DPC a infração à Lei nº 8.374/91 (falta de seguro obrigatório), cometida pelo proprietário da moto-aquática SPX-I, Gilberto Paschoalin. P. C. R. Rio de Janeiro, RJ, em 16 de novembro de 2000. LUIZ CARLOS DE ARAÚJO SALVIANO Juiz-Relator MÁRIO AUGUSTO DE CAMARGO OZÓRIO Vice-Almirante (RRm) Juiz-Presidente 6