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Transcrição:

Relatório financeiro 2012 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

INFORME FINANCIERO 2011 2 JANEIRO - SETEMBRO / RELATÓRIO FINANCEIRO 2012

ÍNDICE PRINCIPAIS INDICADORES 5 OS DESTAQUES DO SEMESTRE 6 INFORMAÇÃO FINANCEIRA DO GRUPO 11 Resultados 11 Balanço 15 GESTÃO DO RISCO 22 A ACÇÃO SANTANDER 25 INFORMAÇÃO POR SEGMENTOS PRINCIPAIS 26 Europa continental 30 Reino Unido 38 América Latina 40 EUA 48 Actividades Corporativas 50 INFORMAÇÃO POR SEGMENTOS SECUNDÁRIOS 52 Banca Comercial 52 Banca Wholesale Global 54 Gestão de Activos e Seguros 56 GESTÃO CORPORATIVA 58 FACTOS SIGNIFICATIVOS DO TRIMESTRE E POSTERIORES 59 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA 60 www.santander.com RELATÓRIO FINANCEIRO 2012 / JANEIRO - SETEMBRO 3

43,7 8,47 6.080 0,70 30.418 17.119 Produto bancário +3,7% 9M 12-9M 11 Resultado antes de provisões +3,0% 9M 12-9M 11 32.125 33.324 17.659 18.184 9M 10 9M 11 9M 12 9M 10 9M 11 9M 12 Resultado atribuído -66,0% 9M 12-9M 11 Resultado por acção Euros -68,8% 9M 12-9M 11 Eficiência % +0,4 p.p. 9M 12-9M 11 Core capital % 45,0 45,4 9,42 10,38 1.804 0,19 5.303 0,60 9M 10 9M 11 9M 12 (1) 9M 10 9M 11 9M 12 (1) (1) Antes do impacto do saneamento imobiliário líquido de mais-valias: 4.250 ; -19,9% (1) Antes do impacto do saneamento imobiliário líquido de mais-valias: 0,44 euros; -26,5% + 0,96 p.p. Set 12 - Set 11 9M 10 9M 11 9M 12 Set 10 Set 11 Set 12 4 JANEIRO - SETEMBRO / RELATÓRIO FINANCEIRO 2012

PRINCIPAIS INDEZADORES Balanço () 9M 12 9M 11 Absoluta (%) 2011 Activo total 1.300.632 1.250.476 50.156 4,0 1.251.525 Crédito a clientes (líquido) 754.094 734.302 19.792 2,7 750.100 Depósitos de clientes 630.072 619.911 10.161 1,6 632.533 Recursos de clientes geridos 976.938 976.598 340 0,0 984.353 Fundos próprios 81.214 79.144 2.069 2,6 80.400 Total de fundos geridos 1.422.260 1.382.920 39.341 2,8 1.382.980 Resultados () 9M 12 9M 11 Absoluta (%) 2011 Margem financeira 22.994 21.574 1.420 6,6 29.110 Produto bancário 33.324 32.125 1.200 3,7 42.754 Resultado antes de provisões (resultados de exploração) 18.184 17.659 525 3,0 23.195 Resultado de operações continuadas 4.910 5.918 (1.008) (17,0) 7.812 Resultado atribuído ao Grupo 1.804 5.303 (3.500) (66,0) 5.351 RPA, rentabilidade e eficiência (%) 9M 12 9M 11 Absoluta (%) 2011 Resultado atribuído por acção (euro) 0,19 0,60 (0,41) (68,8) 0,60 Resultado atribuído diluído por acção (euro) 0,19 0,59 (0,41) (68,7) 0,60 ROE 3,06 9,47 7,14 ROTE 4,51 14,32 10,81 ROA 0,25 0,64 0,50 RoRWA 0,58 1,35 1,06 Eficiência (com amortizações) 45,4 45,0 45,7 Solvabilidade e Morosidade (%) 9M 12 9M 11 2011 Core capital 10,38 9,42 10,02 Tier I 11,23 10,74 11,01 Rácio BIS II 13,26 13,24 13,56 Rácio de morosidade 4,33 3,86 3,89 Rácio de cobertura 70 66 61 A acção e a capitalização 9M 12 9M 11 Absoluta (%) 2011 Número de acções (1) (milhões) 9.899 8.440 1.458 17,3 8.909 Cotação (euro) 5,795 6,224 (0,429) (6,9) 5,870 Capitalização bolsista (milhões de euros) 57.363 52.532 4.831 9,2 52.296 Fundos próprios por acção (euro) 8,07 8,91 8,59 Preço / fundos próprios por acção (vezes) 0,72 0,70 0,68 PER (cotação / resultado por acção) (vezes) 23,29 7,81 9,75 Outros dados 9M 12 9M 11 Absoluta (%) 2011 Número de accionistas 3.283.913 3.263.997 19.916 0,6 3.293.537 Número de empregados 188.146 187.815 331 0,2 189.766 Europa continental 58.516 58.961 (445) (0,8) 58.864 dos quais: Espanha 31.531 31.914 (383) (1,2) 31.889 Reino Unido 26.614 27.264 (650) (2,4) 27.505 América Latina 91.197 90.131 1.066 1,2 91.913 EUA 9.432 9.169 263 2,9 9.187 Actividades Corporativas 2.387 2.290 97 4,2 2.297 Número de balcões 14.496 14.709 (213) (1,4) 14.756 Europa continental 6.521 6.636 (115) (1,7) 6.608 dos quais: Espanha 4.752 4.785 (33) (0,7) 4.781 Reino Unido 1.266 1.386 (120) (8,7) 1.379 América Latina 5.987 5.964 23 0,4 6.046 EUA 722 723 (1) (0,1) 723 Informaçao sobre resultado recorrente 9M 12 9M 11 Absoluta (%) 2011 Resultado atribuído ao Grupo 4.250 5.303 (1.054) (19,9) 7.021 Resultado atribuído por acção (euro) 0,44 0,60 (0,16) (26,5) 0,79 Resultado atribuído diluído por acção (euro) 0,44 0,59 (0,16) (26,4) 0,78 ROE 7,20 9,47 9,37 ROTE 10,62 14,32 14,18 ROA 0,51 0,64 0,63 RoRWA 1,15 1,35 1,35 PER (cotação / resultado por acção) (vezes) 9,89 7,81 7,43 A informação financeira aqui contida não foi submetida a auditoria. Não obstante, foi aprovada pelo Conselho de Administração da Sociedade em sessão de 22 de Outubro de 2012, após parecer favorável da Comissão de Auditoria e Cumprimento com data de 15 de Outubro de 2012. Na sua análise, a Comissão de Auditoria e Cumprimento confirmou que a informação financeira trimestral tivesse sido elaborada conforme os mesmos princípios e práticas das contas anuais. (1) Em Dezembro 2011, inclui acções emitidas para atender à permuta de participações preferenciais de Dezembro de 2011 RELATÓRIO FINANCEIRO 2012 / JANEIRO - SETEMBRO 5

OS DESTAQUES DO PERIODO Resultados: (em maior pormenor nas páginas 11 a 14) O resultado recorrente do trimestre foi de 1.242 milhões de euros, o que situa o acumulado até Setembro nos 4.250 milhões, 19,9% menos que o obtido em igual período do passado exercício. Na sua evolução: Os proveitos base (margem financeira, comissões e actividade de seguros), aumentam 4,7%, principalmente devido à margem financeira (+6,6%). Os custos aumentam 4,7%, principalmente devido aos desenvolvimentos na América Latina e nos EUA. O resultado antes de provisões mantém a solidez, atingindo os 18.184 milhões de euros, com um aumento de 3,0% em termos interanuais. O Grupo continua a dar mostras da sua capacidade para gerar fortes resultados recorrentes numa conjuntura de crise como é a atual. Esta avaliação positiva não se reflete no resultado devido ao aumento de 30,2% na imparidade de crédito e a um efeito perímetro negativo de 7 pontos percentuais. Em complemento, o Grupo realizou um elevado esforço no fortalecimento do balanço, ao destinar, nos dois últimos trimestres, 5.010 milhões de euros (3.475 milhões de euros líquidos de impostos) para saneamento imobiliário em Espanha. Destes últimos, 1.029 milhões são provenientes de mais-valias e 2.446 milhões do resultado. Assim, o resultado atribuído do terceiro trimestre é de 100 milhões de euros e o do acumulado até setembro situa-se nos 1.804 milhões de euros, com uma diminuição de 66,0% face ao mesmo período do ano anterior. Solidez do balanço: (em maior pormenor nas páginas 15 a 24) El trimestre cierra con un core capital bajo criterio BIS II del 10,38%, tras un aumento de 28 p.b. en el trimestre. O trimestre encerra com um core capital com base em critérios BIS II de 10,38%, com um aumento de 28 p.b. no trimestre. O rácio de liquidez do Grupo (rácio créditos / depósitos) situa-se nos 117%. Em 2012 a preferência pelos depósitos continuou, destacando-se o aumento nas redes comerciais em Espanha, que melhorou o seu rácio de liquidez para os 108% (118% em dezembro). Do lado do crédito, continua a desalavancagem na Europa e o aumento na América Latina. Os rácios de morosidade e cobertura do Grupo fecham setembro nos 4,33% e 70%, respetivamente, com um aumento desta última pelo terceiro trimestre consecutivo. Em Espanha, a mora é de 6,38% e a cobertura situa-se nos 65%, registando um aumento de 12 p.p. no trimestre e de 20 p.p. no exercício, reflexo do esforço realizado em dotações. Os saneamentos realizados nos dois últimos trimestres situam a cobertura dos saldos imobiliários problemáticos nos 47%, tendo-se coberto em cerca de 90% as exigências dos RDLs 2/2012 e 18/2012. Juntamente com o aumento dos saneamentos, redução de 5.539 milhões de euros no ano no volume da exposição com fins imobiliários em Espanha (créditos: -5.264 milhões de euros; imóveis adjudicados: -275 milhões). A acção Santander: (em maior pormenor na página 25) No fecho de setembro, a cotação da acção Santander era de 5,795 euros (+11,0% no trimestre e -6,9% em termos interanuais). No mês de Agosto, e dentro do programa Santander Dividendo Elección, os accionistas puderam optar por receber em numerário ou em ações o valor equivalente ao primeiro dividendo (0,152 euros por acção). Em complemento, e dentro do mesmo programa de retribuição, os accionistas podem escolher receber o valor equivalente ao segundo dividendo (0,150 euros) a pagar em Novembro, em numerário ou em ações. Agências de rating: (em maior pormenor na página 20) A partir de 2011, as agências de qualificação intensificaram as descidas do rating soberano do Reino de Espanha, o que leva a que, embora reconhecendo a solidez financeira e diversificação do Grupo Santander, a sua metodologia impeça que o rating do Grupo se encontre mais de um escalão acima do rating da dívida soberana de Espanha. Desta forma, o Santander é o único banco de Espanha que mantém uma qualificação superior à da dívida soberana espanhola com as três principais agências (Standard & Poor s: BBB; Fitch: BBB+; Moody s: Baa2). 6 JANEIRO - SETEMBRO / RELATÓRIO FINANCEIRO 2012

OS DESTAQUES DO PERIODO Áreas de negócio: (em maior pormenor nas páginas 26 a 57) Europa continental: resultado atribuído até setembro de 1.813 milhões de euros, com descida em termos interanuais de 10,3%, muito condicionado pelas dotações realizadas nas unidades comerciais em Espanha e por Portugal. Isolando o efeito perímetro (incorporação do BZ WBK e dos balcões do SEB), os proveitos aumentam 2,0% e os custos descem em 1,2%, o que determina um aumento de 4,7% nos resultados de exploração. Reino Unido: resultado atribuído de 733 milhões de libras, 3,9% superior ao dos nove primeiros meses de 2011. No pormenor, os proveitos são afectados pelo maior custo de financiamento e pelo impacto das baixas taxas de juro nas margens de produtos, os custos diminuem em termos reais, enquanto as dotações aumentam 26,2% em termos interanuais, embora registando no trimestre uma descida de 16,9%. No trimestre o resultado recolhe um impacto positivo de 65 milhões de libras, líquido entre as mais-valias da operação de recompra de emissões e as dotações realizadas. América Latina: resultado atribuído de 3.306 milhões de euros. Em moeda constante, forte aumento em proveitos (+13,5%) e resultados de exploração (+17,6%), que não se reflete no resultado atribuído (-3,9%) devido às maiores dotações, impostos e efeito perímetro. Sem este último, o resultado aumenta em 4,0%. Estados Unidos: resultado atribuído de 747 milhões de dólares, com descida em termos interanuais de 30,1% afetado pelo efeito perímetro no Santander Consumer USA e por um impacto negativo de 127 milhões de dólares nos resultados do trimestre devido ao encargo suportado com base na recomendação judicial de remunerar a emissão Trust PIERS a 13,61%. Outros factos significativos: (em maior pormenor na página 59) No mês de Julho assinou-se um acordo com a Abbey Life Insurance, filial do Deutsche Bank, para ressegurar toda a carteira de vida risco individual das companhias seguradoras em Espanha e Portugal. Esta operação gerou um resultado extraordinário bruto de 467 milhões de euros. Colocação no mercado de 24,9% do Grupo Financeiro Santander México, pelo valor de 3.178 milhões de euros, que implica uma valorização para a totalidade da filial de 12.730 milhões de euros. Esta operação implica a maior oferta de ações realizada na América Latina no exercício e realça a solidez e flexibilidade do modelo de filiais autónomas do Grupo Santander. Os resultados individualizados do stress test realizado ao sistema financeiro espanhol confirmam a solidez do Grupo Santander, a sua solvência e a sua capacidade de enfrentar uma deterioração adicional da conjuntura económica. Assim, inclusive num cenário mais adverso, o Santander atingiria em 2014 um core capital de 10,8%, superando em 25.297 milhões de euros o mínimo exigido nestas provas de esforço, sendo a única entidade que acabaria com mais capital que no início do período em análise (2011-2014). Em Outubro, assinando acordo com a Elavon para impulsionar o negócio de meios de pagamento com cartões em lojas em Espanha. Distribuição do Resultado atribuído por segmentos geográficos operativos. 9M 12 Europa continental: 28% América Latina: 50% Distribuição do Resultado atribuído por segmentos de negócio operativos. 9M 12 Banca Comercial: 74% EUA: 9% Resto América Latina: 6% Chile: 5% México: 13% Espanha: 16% Alemanha: 4% Polónia: 5% Portugal: 1% Resto Europa: 2% Banca wholesale Global: 22% Comercial EUA: 8% Gestão de Activos e Seguros: 4% Comercial Europa continental: 21% Comercial Reino Unido: 9% Reino Unido: 13% Brasil: 26% Comercial América Latina: 36% RELATÓRIO FINANCEIRO 2012 / JANEIRO - SETEMBRO 7

Enquadramento externo geral No terceiro trimestre, o Grupo Santander desenvolveu a sua actividade numa conjuntura financeira menos volátil no seguimento das decisões adotadas na zona euro, mas de maior debilidade do crescimento mundial no plano macroeconómico. Face a este cenário, as autoridades monetárias dos grandes países responderam com novas medidas de estímulo para a actividade económica. Paralelamente, o novo programa de compra de títulos de dívida do BCE, a aprovação do mecanismo de ajuda permanente (ESM) e a proposta de união bancária da Comissão Europeia implicam novos avanços no caminho da integração e da melhoria da governação europeia, devendo o conjunto contribuir para a redução da instabilidade financeira internacional e assegurar o crescimento. Nos EUA, os indicadores do terceiro trimestre apontam para níveis de actividade semelhantes aos do segundo (PIB +1,7% trimestral anualizado). O crescimento apoiado no consumo e o investimento residencial mostram debilidade devido ao elevado desemprego e ao reduzido aumento do rendimento salarial. Com a inflação contida em cerca dos 2%, a Fed continua a apoiar fortemente o crescimento após o lançamento de um QE3, e a garantir taxas próximas do zero até meados de 2015. A actividade na América Latina reflete o menor dinamismo internacional, em especial da China, e o seu impacto no preço das matérias-primas. Por países, no Brasil, as medidas expansivas da política fiscal e monetária associadas à desvalorização do real começam a impulsionar a economia no terceiro trimestre, após um segundo trimestre fraco (PIB +0,5% em termos interanuais) devido às descidas no investimento e exportações. A inflação contida (5,3% em setembro) permitiu ao Banco Central reduzir em outubro o Selic para os 7,25% vs. 11% em dezembro, que contribui para manter o real em níveis mais razoáveis para as autoridades (2,03 BRL=1US$ no fecho do trimestre). No México, os indicadores de actividade do terceiro trimestre apontam para níveis de actividade acima do potencial após a solidez demonstrada no segundo (PIB +4,1% em termos interanuais). O crescimento continuará apoiado no consumo de serviços e no investimento, apesar da retoma do desemprego no trimestre (5,0% em setembro). O Banco do México aponta para manter as suas taxas estáveis nos 4,5% apesar de ligeiras pressões inflaccionistas (4,8%), com o peso a valorizar-se 4,4% no trimestre para os 12,8 MXN=1US$. O Chile acelerou a sua actividade no segundo trimestre (PIB +5,5% em termos interanuais) apoiado na solidez da procura interna, tanto em termos de consumo (desemprego em mínimos, elevado crédito ao consumo) como de investimento. Controlada a inflação (2,8% em setembro), o Banco do Chile manteve sem alteração a taxa oficial desde janeiro (5%) face à deterioração do cenário internacional, com um peso que se valorizou em 6,0% no último trimestre para os 473CLP=1US$. A zona euro apresentou no segundo trimestre uma queda do PIB de 0,2% trimestral, após a estabilização do primeiro. A contribuição positiva do setor externo não compensou a debilidade do consumo e do investimento, tendências que parecem acentuar-se no terceiro trimestre, atingindo o núcleo da zona euro. Com a inflação a ressurgir (2,6% setembro), o BCE manteve a taxa oficial nos 0,75% e concentrou-se na efetividade da sua política e na irreversibilidade do euro com um novo programa de compra de obrigações, o que implicou a valorização do euro em 2,7% no trimestre para os 1,29US$=1euro no fecho de setembro. Mantém-se a forte heterogeneidade por países. Assim, no segundo trimestre a Alemanha cresceu 0,3% em termos trimestrais, apoiada tanto na procura interna como no sector externo. Por outro lado, a França permaneceu estável e Itália e Portugal apresentaram uma contração de 0,7% e de 1,3%, respetivamente. Em Espanha, os indicadores do terceiro trimestre não apresentam deterioração adicional da actividade face ao segundo (PIB -0,4% em termos trimestrais) dado que a contração da procura interna superará uma contribuição externa que continua forte (em julho, superavit da conta corrente). Moderada degradação do emprego embora em níveis elevados (taxa de desemprego de 24,6% no segundo trimestre). Em setembro, a inflação aumentou para os 3,4% impelida pelo aumento do IVA que se associa ao encarecimento da energia. No Reino Unido agravou-se a recessão no segundo trimestre (PIB - 0,5% em termos trimestrais) com descidas no consumo privado, investimento e exportações. Para corrigir esta tendência, e com a inflação sob controlo (2,2% a setembro), o Banco de Inglaterra manteve uma política expansiva (taxa oficial em mínimos, 0,5%; aumento da compra de obrigações para 375.000 milhões de libras), e lançou com o Tesouro um programa de flexibilização do crédito. Os primeiros dados do terceiro trimestre já se encontram na linha de recuperação da actividade. Entretanto, a libra valorizou-se face ao euro em 1,1% no trimestre para os 1,25 euros=1gbp no fecho de setembro. A Polónia desacelerou o seu crescimento no segundo trimestre (PIB +2,4% em termos interanuais vs. +3,5% anterior) face ao menor crescimento na Europa e à moderação do consumo interno, afetado pelo abrandamento do mercado de trabalho e do crédito. Com uma inflação mais moderada (3,8% em setembro) aumentaram as probabilidades de descidas em breve da taxa oficial (4,75% atualmente). Por seu lado, o zloty valorizou-se em 3,5% no trimestre para os 4,10PLN=1euro. Taxas de câmbio: Paridade 1 euro=moeda Câmbio médio (resultados) Câmbio final (balanço) 9M 12 9M 11 30.09.12 31.12.11 30.09.11 Dólar EUA 1,2799 1,4055 1,2930 1,2939 1,3503 Libra 0,8116 0,8711 0,7981 0,8353 0,8667 Real brasileiro 2,4498 2,2928 2,6232 2,4159 2,5067 Novo peso mexicano 16,9314 16,9089 16,6086 18,0512 18,5936 Peso chileno 626,1244 666,5810 611,5567 671,3400 703,7088 Peso argentino 5,7094 5,7494 6,0655 5,5686 5,6773 Zloty polaco 4,2063 4,0163 4,1038 4,4580 4,4050 8 JANEIRO - SETEMBRO / RELATÓRIO FINANCEIRO 2012

Saneamento e recapitalização do sector bancário espanhol Em 2012 Espanha aprofundou o processo de saneamento e recapitalização do seu setor bancário, imerso numa profunda restruturação desde 2009. Este processo enquadra-se dentro das medidas adotadas para redução das tensões nos mercados financeiros derivadas da crise da dívida soberana e das dúvidas sobre a situação do sistema bancário espanhol. São três as actuações básicas implementadas com o propósito de reforçar a credibilidade e a confiança no sistema bancário espanhol: 1. Exigência de saneamentos adicionais para a exposição aos activos de construção e promoção imobiliária, diferenciando por tipo de ativo e situação, incluindo aqueles cujos pagamentos se encontram em dia (RDL 2/2012 de Fevereiro e RDL 18/2012 de Maio). 2. Avaliação especializada e independente dos balanços do sistema bancário espanhol, realizada entre maio e Setembro de 2012, tal e como pormenorizado adiante. 3. Pedido de assistência financeira às instituições europeias para a recapitalização das entidades financeiras espanholas que assim o requeiram. 1. Exigência de saneamentos adicionais para exposição imobiliária Em relação à primeira atuação, o saneamento derivado dos dois reais decretos-lei implica, para o conjunto do setor bancário, a constituição de 84.000 milhões de euros adicionais em provisões e capital para cobrir as possíveis perdas derivadas da exposição imobiliária nos próximos anos. Estas exigências que, com caráter geral, devem estar cobertas no final do presente exercício, elevarão o nível de cobertura médio deste segmento dos 18% do fecho de 2011 para os 45%. Os maiores níveis de cobertura serão aplicados aos activos com reduzida capacidade de venda. Em termos concretos, as promoções em curso e os terrenos, tanto adjudicados como em situação duvidosa, elevarão os seus níveis de cobertura para os 65% e os 80%, respetivamente. Também de destacar é que a parte da carteira de crédito imobiliário com pagamentos em dia elevará o seu nível de cobertura média para os 30% após a aplicação do real decreto de Maio. No caso do Grupo Santander em Espanha a aplicação dos requisitos estabelecidos em ambos os reais decretos ascende a 6.800 milhões de euros de provisões. A Setembro de 2012 o Grupo realizou saneamentos por um montante situado em cerca dos 90% das provisões requeridas. 2. Avaliação especializada e independente dos balanços do sistema bancário espanhol A segunda atuação é um exercício de máxima transparência que amplia a análise realizada sobre a exposição imobiliária, ao incorporar o total da carteira de crédito no setor privado residente, tanto o crédito à habitação (incluindo hipotecas) como às PMEs e restantes empresas não financeiras. Este exercício foi realizado relativamente às 14 maiores entidades, que representam 90% do setor, e consta de duas fases. 1ª fase. Uma análise top-down (realizada pelas consultoras Oliver Wyman e Roland Berger) para avaliar a resistência do setor no seu conjunto sob dois cenários durante o período 2012-14 e determinar as necessidades globais de capital do sistema com base num cenário normal e num cenário adverso, com os resultados que se apresentam abaixo, apresentados em junho. Oliver Wyman Roland Berger Milhares de milhões de euros Base Adverso Base Adverso Perda esperada* 170-190 250-270 119,1 169,8 Necessidades de capital 16-25 51-62 25,6 51,8 *A análise de Roland Berger, ao contrário de Oliver Wyman, tem em consideração as provisões estabelecidas previamente 2ª fase. Uma análise bottom-up. Este exercício consistiu na realização de uma análise individualizada e pormenorizada das carteiras de crédito das referidas entidades na qual se avaliaram os seus sistemas para classificar, provisionar e medir os riscos das suas carteiras de crédito. Os resultados destas auditorias foram utilizados para construir um exercício mais amplo em que, partindo dos dados específicos de cada entidade e aplicandolhes um stress test, se calcularam as necessidades de capital individualizadas para um cenário base e um cenário adverso. Esta segunda fase foi encomendada à consultora Oliver Wyman e contou com a participação das quatro principais empresas de auditoria em Espanha (Deloitte, PwC, Ernst & Young e KPMG), seis sociedades de avaliação imobiliária nacionais e internacionais e um diretor de projeto (The Boston Consulting Group) encarregue de dar apoio ao Banco de Espanha na coordenação. O exercício foi muito rigoroso, tanto em termos da exaustividade da informação utilizada, como da dureza dos cenários considerados no cenário adverso e pelo modelo de acompanhamento e governação internacional do processo. O cenário económico adverso (a que se atribui uma probabilidade inferior a 1%) contempla fortes quedas do PIB (6,5% acumulado no período 2012-2014), um acentuado aumento do desemprego (para os 27,2% em 2014) e uma forte desvalorização dos activos imobiliários. De facto, é mais duro que o aplicado em qualquer dos stress tests realizados na Europa até ao momento. RELATÓRIO FINANCEIRO 2012 / JANEIRO - SETEMBRO 9

Além disso, a severidade do exercício reflete-se nos níveis de probabilidade de não pagamento utilizados e nos ajustamentos aplicados para calcular a capacidade de absorção de perdas. A probabilidade de não pagamento foi multiplicada por 3 no caso das carteiras de empresas e promotor, situando-as nos 27% e 87% respetivamente. Nas hipotecas a particulares multiplicase por 5, para os 15%, e nos activos adjudicados considera-se uma perda esperada de 64%. No que se refere à capacidade de absorção, limitaram-se os proveitos por ROF e na carteira de investimento reduziram-se em 30% os proveitos por dividendo e não se consideram as decisões de negócio da equipa diretiva que não tenham sido ainda executadas. Neste cenário adverso, o core capital (CT1) requerido é de 6%, enquanto no cenário base é de 9%. Os resultados da análise bottom-up ao nível sistema, para o período de 3 anos (2012-2014), são: O total de perdas acumuladas na carteira de crédito (operações em Espanha) seria de 270.000 milhões no cenário adverso (183.300 milhões no cenário base). Ao comparar as referidas perdas com a capacidade de absorção de perdas do sistema (provisões já dotadas, o resultado antes de provisões, o impacto de esquemas de proteção, o excesso de capital vs. o capital requerido no cenário adverso), as necessidades de capital para todo o sistema ascendem a 57.300 milhões no cenário adverso (53.700 milhões considerando o efeito fiscal). Estas necessidades de capital calculam-se em 24.000 milhões no cenário base (25.900 milhões de euros considerando o efeito fiscal). De forma individualizada: Sete entidades que representam 62% da carteira de crédito analisada no presente défice de capital (Grupo 0). As quatro entidades em que o FROB (Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária) tem já uma participação em capital (Grupo 1) concentram 86% das necessidades de capital do sector. As entidades restantes apresentaram défice de capital e em função dos planos que apresentem nas próximas semanas farão parte do Grupo 2 (necessitam de ajuda estatal) ou do Grupo 3 (sem ajuda estatal). 3. Pedido de assistência financeira às instituições europeias A assistência financeira foi pedida formalmente no dia 25 de Junho e foi aprovada no dia 20 de Julho. As condições base são as seguintes: Financeiras: linha de crédito ao FROB por um máximo de 100.000 milhões de euros com garantia do Estado espanhol; com vencimento médio de 12,5 anos, em condições preferenciais face ao mercado e sem ter estatuto de preferência relativamente a outras dívidas. Condicionalismo ao sector financeiro: Individuais, para entidades que requerem recapitalização com fundos públicos: necessidade de plano de restruturação dentro das normas de concorrência e de ajudas do Estado; segregação do balanço de activos problemáticos. Para o conjunto do sector estabelece-se um core capital de 9% no fecho de 2012, e monitorização da evolução dos balanços, com especial ênfase na liquidez e depósitos. Dentro deste programa, foi acordada no seio do Eurogrupo a aprovação de um Memorando de Entendimento, e em consequência, foi aprovado o RDL 24/2012 através do qual se dá cumprimento às medidas cuja adopção se encontrava prevista para o mês de Agosto, principalmente as relacionadas com: Melhoria do marco de reestruturação / resolução bancária; assunção de perdas de detentores de participações preferenciais e dívida subordinada de entidades com ajudas públicas; trespasse de activos danificados das entidades com ajudas públicas para uma sociedade de gestão de activos, e definição do papel do FROB e FGD na reestruturação. Na continuação deste processo, prevê-se que no mês de Novembro se aprove o Real Decreto-lei que desenvolverá a criação da sociedade de gestão de activos ( mau banco ), e que no momento da publicação deste relatório se encontra em período de consulta pública. No caso do Banco Santander, os resultados no cenário adverso são: Única entidade que aumenta o seu rácio de capital: passa de 9,7% para 10,8%. Apresenta um forte superavit de capital: 25.300 milhões de euros em 2014. Tem a maior capacidade de gerar resultados. Tem uma perda esperada inferior à do setor: SAN 15,6% vs. 17,4%. Melhor mix da carteira, já que oferece um peso inferior ao do setor em créditos imobiliários e activos adjudicados. 10 JANEIRO - SETEMBRO / RELATÓRIO FINANCEIRO 2012

INFORMAÇÃO FINANCEIRA DO GRUPO Resultados do Grupo Santander O resultado recorrente até setembro foi de 4.250 milhões de euros (-19,9%). Na sua evolução: Os proveitos base aumentam 4,7%, principalmente devido à margem financeira (+6,6%). Os custos aumentam 4,7%, com comportamentos diferenciados por geografias. Em consequência, o resultado antes de provisões (resultados de exploração) atinge os 18.184 milhões de euros, (+3,0% em termos interanuais). Esta evolução positiva não chega ao resultado devido ao aumento da imparidade de crédito (+30,2%). Adicionalmente, elevado esforço para o fortalecimento do balanço, ao serem destinados 5.010 milhões de euros (3.475 milhões líquidos de impostos) ao saneamento imobiliário em Espanha. Destes últimos, 1.029 milhões são provenientes de mais-valias e 2.446 milhões do resultado. Assim, o resultado atribuído do trimestre é de 100 milhões de euros e o do período janeiro-setembro de 2012 situa-se nos 1.804 milhões de euros, com diminuição em termos interanuais de 66,0%. Impactos em Resultado atribuído 9M 12 4.250 Resultado atribuído corrente 9M 12 +1.029 Mais-valias líquidas de impostos 5.279 Total -3.475 Saneamentos líquidas de impostos 1.804 Resultado atribuído contabilístico 9M 12 Nos nove primeiros meses de 2012, o Grupo Santander obteve um resultado atribuído de 1.804 milhões de euros, o que implica uma diminuição de 66,0% face a igual período de 2011. Esta evolução vê-se condicionada por diversos fatores que incidem de forma negativa na comparação: Resultados Variação 9M 12 9M 11 Absoluta (%) Margem financeira 22.994 21.574 1.420 6,6 Rendimentos de instrumentos de capital 343 294 49 16,7 Resultados por equivalência patrimonial 340 599 (259) (43,3) Comissões líquidas 7.766 7.821 (55) (0,7) Resultados líquidos de operações financeiras 2.115 2.024 91 4,5 Outros resultados de exploração (líquidos) (234) (187) (46) 24,7 Produto bancário 33.324 32.125 1.200 3,7 Custos de exploração (15.141) (14.466) (675) 4,7 Custos de transformação (13.497) (12.905) (592) 4,6 Custos com pessoal (7.841) (7.555) (286) 3,8 Gastos gerais (5.656) (5.350) (306) 5,7 Amortização de activos tangíveis e intangíveis (1.644) (1.561) (83) 5,3 Resultados de exploração 18.184 17.659 525 3,0 Imparidade de crédito (9.533) (7.322) (2.211) 30,2 Imparidade de outros activos (261) (183) (77) 42,0 Outros resultados e provisões (1.454) (2.280) 827 (36,3) Resultado antes de impostos ordinário 6.936 7.873 (937) (11,9) Imposto sobre lucros (2.026) (1.955) (71) 3,7 Resultado de operações continuadas ordinário 4.910 5.918 (1.008) (17,0) Resultado de operações descontinuadas (líquido) (2) (21) 19 (90,0) Resultado consolidado do exercício ordinário 4.908 5.897 (989) (16,8) Resultado atribuído a minoritários 658 593 65 10,9 Resultado atribuído ao Grupo ordinário 4.250 5.303 (1.054) (19,9) Líquido de mais-valias e saneamentos extraordinários (2.446) (2.446) Resultado líquido atribuído ao Grupo 1.804 5.303 (3.500) (66,0) RPA (euros) 0,19 0,60 (0,41) (68,8) RPA diluído (euros) 0,19 0,59 (0,41) (68,7) Promemória: Activos Totais Médios 1.289.809 1.224.643 65.166 5,3 Recursos Próprios Médios 78.713 74.687 4.026 5,4 RELATÓRIO FINANCEIRO 2012 / JANEIRO - SETEMBRO 11

9.633 7.075 INFORMAÇÃO FINANCEIRA DO GRUPO Por trimestres 1T 11 2T 11 3T 11 4T 11 1T 12 2T 12 3T 12 Margem financeira 7.075 7.225 7.275 7.536 7.821 7.678 7.495 Rendimentos de instrumentos de capital 40 193 60 101 61 216 66 Resultados por equivalência patrimonial 225 204 169 176 136 120 84 Comissões líquidas 2.518 2.667 2.636 2.387 2.622 2.568 2.576 Resultados líquidos de operações financeiras 664 722 639 474 797 675 643 Outros resultados de exploração (líquidos) (40) (90) (57) (45) (83) (67) (84) Produto bancário 10.482 10.921 10.722 10.629 11.354 11.190 10.780 Custos de exploração (4.731) (4.826) (4.909) (5.093) (5.074) (4.967) (5.100) Custos de transformação (4.227) (4.303) (4.376) (4.563) (4.549) (4.454) (4.495) Custos com pessoal (2.474) (2.511) (2.569) (2.601) (2.637) (2.592) (2.612) Gastos gerais (1.752) (1.791) (1.807) (1.961) (1.911) (1.862) (1.883) Amortização de activos tangíveis e intangíveis (505) (523) (533) (530) (525) (514) (605) Resultados de exploração 5.750 6.095 5.813 5.536 6.280 6.223 5.681 Imparidade de crédito (2.065) (2.546) (2.711) (2.577) (3.127) (3.413) (2.994) Imparidade de outros activos (48) (52) (84) 11 (83) (97) (81) Outros resultados e provisões (546) (1.378) (357) (531) (526) (418) (510) Resultado antes de impostos ordinário 3.092 2.119 2.661 2.439 2.545 2.294 2.097 Imposto sobre lucros (759) (512) (683) (545) (716) (651) (659) Resultado de operações continuadas ordinário 2.332 1.607 1.978 1.894 1.829 1.644 1.438 Resultado de operações descontinuadas (líquido) (6) (0) (15) (3) 1 (4) 1 Resultado consolidado do exercício ordinário 2.327 1.607 1.963 1.890 1.829 1.640 1.439 Resultado atribuído a minoritários 218 214 161 173 226 236 197 Resultado atribuído ao Grupo ordinário 2.108 1.393 1.803 1.717 1.604 1.404 1.242 Líquido de mais-valias e saneamentos extraordinários (1.670) (1.304) (1.142) Resultado líquido atribuído ao Grupo 2.108 1.393 1.803 47 1.604 100 100 RPA (euros) 0,24 0,16 0,20 0,00 0,17 0,01 0,01 RPA diluído (euros) 0,24 0,16 0,20 0,00 0,17 0,01 0,01 Margem financeira 1T 11 2T 11 7.225 7.275 3T 11 4T 11 Proveitos básicos* 7.536 1T 12 7.821 2T 12 7.678 3T 12 7.495 (*) Inclui margem financeira, comissôes e actividades de seguros 1T 11 2T 11 9.930 3T 11 9.939 4T 11 9.958 1T 12 10.488 2T 12 10.298 3T 12 10.098 +6,6% 21.574 22.994 9M 11 9M 12 +4,7% 29.502 30.884 9M 11 9M 12 O mais importante é o saneamento para risco imobiliário em Espanha levado a cabo pelo Grupo por um valor líquido de 3.475 milhões de euros, dos quais 1.029 milhões são provenientes principalmente das mais-valias obtidas da venda da filial da Colômbia e da operação de seguros da Península Ibéria, e 2.446 milhões realizados contra os resultados dos nove primeiros meses do ano. Um efeito perímetro líquido negativo em resultado atribuído de 7 pontos percentuais devido à diferença entre: um efeito positivo pela entrada em abril do ano passado do Bank Zachodni WBK e em menor medida do negócio adquirido à SEB na Alemanha desde fevereiro de 2011; e um efeito negativo devido à venda da filial na Colômbia, à menor contribuição de resultados por aplicação da equivalência patrimonial (devido à entrada de novos sócios no capital do Santander Consumer USA, e à venda parcial do negócio de seguros na América Latina), ao ressurgimento da carteira de vida risco individual das companhias seguradoras do Santander em Espanha e Portugal, e ao aumento das participações minoritárias das filiais no Chile e no Brasil. O impacto das taxas de câmbio das diferentes moedas relativamente ao euro é de um ponto percentual negativo para o total do Grupo na comparação de proveitos e custos em relação aos nove primeiros meses do passado exercício. Por grandes áreas geográficas, o impacto nas contas do Reino Unido e dos EUA é positivo em 6 e 10 p.p., respetivamente, enquanto na América Latina o impacto é negativo em 4 p.p. (-7 p.p. no Brasil e +4 p.p. no resto da América Latina). 12 JANEIRO - SETEMBRO / RELATÓRIO FINANCEIRO 2012

5.750 4.731 INFORMAÇÃO FINANCEIRA DO GRUPO Todos estes efeitos absorvem a boa evolução do resultado antes de provisões, que depois de se situar no trimestre nos 5.681 milhões de euros, atinge no conjunto dos nove primeiros meses do exercício os 18.184 milhões de euros, com aumento de 3,0% face ao mesmo período do ano passado. Seguidamente pormenoriza-se a evolução dos resultados dos nove primeiros meses de 2012 comparados com os de igual período de 2011. O conjunto dos proveitos ascende a 33.324 milhões de euros, com aumento de 3,7% em relação ao obtido até setembro de 2011 (+4,8% sem efeito perímetro nem taxas de câmbio). Dentro destes, a margem financeira totaliza 22.994 milhões de euros, com aumento de 6,6%. Este aumento é o líquido de diferentes efeitos: Há um efeito positivo devido ao aumento moderado de volumes e à melhoria das margens de ativo para o total do Grupo dos 3,64% para os 3,95%. A margem de depósitos nos nove primeiros meses de 2012 situa-se nos 0,14% face aos 0,31% do mesmo período do ano passado. Impacto negativo do maior custo de financiamento e das baixas taxas de juro nas margens dos produtos de algumas geografias, como o Reino Unido. As comissões permanecem praticamente planas (-0,7%), com comportamento diferenciado por rubricas. Assim, aumentam as comissões de serviços (+2,0%), com bom comportamento generalizado por rubricas, e as provenientes de valores, que aumentam 4,0%. Por seu lado, as originadas por fundos de investimento baixam 7,5% nos últimos doze meses, devido à maior procura de depósitos, e as geradas por operações de seguros descem 5,1%. Os resultados por operações financeiras aumentam 4,5% face a janeiro-setembro do ano passado, já que a descida do Reino Unido e América Latina é compensada na Europa continental, Estados Unidos e Actividades Corporativas. Quanto aos resultados por aplicação do método de equivalência patrimonial, passam de 599 milhões nos nove primeiros meses de 2011 para 340 milhões em igual período de 2012 (-43,3%), consequência principalmente do impacto perímetro devido à menor participação do Grupo no Santander Consumer USA e nos negócios de seguros na América Latina, que constituem a maior parte desta rubrica. Comissões líquidas Variação 9M 12 9M 11 Absoluta (%) Comissões de serviços 4.571 4.483 88 2,0 Fundos de investimento e pensões 878 945 (68) (7,1) Valores e custódia 528 508 20 4,0 Seguros 1.789 1.885 (96) (5,1) Comissões líquidas 7.766 7.821 (55) (0,7) Custos de exploração Variação 9M 12 9M 11 Absoluta (%) Custos com pessoal 7.841 7.555 286 3,8 Gastos gerais 5.656 5.350 306 5,7 Tecnologia e sistemas 705 664 41 6,2 Comunicações 493 495 (2) (0,3) Publicidade 496 490 6 1,3 Imóveis e instalações 1.318 1.224 93 7,6 Impressos e material de escritório 120 125 (5) (4,3) Contribuições 299 286 12 4,2 Outros 2.225 2.065 160 7,7 Custos de transformação 13.497 12.905 592 4,6 Amortizações 1.644 1.561 83 5,3 Custos de exploração 15.141 14.466 675 4,7 Custos de exploração 1T 11 2T 11 4.826 3T 11 4.909 4T 11 5.093 1T 12 5.074 2T 12 4.967 3T 12 5.100 +4,7% 14.466 9M 11 15.141 9M 12 Por último, os outros resultados de exploração, onde se inclui a contribuição para os fundos de garantia de depósitos, são negativos em 234 milhões de euros (187 milhões também negativos em igual período de 2011). Neste aumento incide o maior custo da contribuição para o Fundo de Garantia de Depósitos em Espanha, que passou de 0,6 por mil para 2 por mil dos passivos contabilizáveis. Os custos de exploração aumentam 4,7% face aos nove primeiros meses de 2011 (+4,1% sem perímetro nem taxas de câmbio), evolução que reflete comportamentos diferenciados por todo o Grupo. Na Europa, tanto as grandes unidades comerciais como o Reino Unido continuam com a tendência iniciada em 2011, apresentando taxas reais negativas. De destacar a diminuição de 4,3% nos custos de Portugal. Resultado de exploração 6.095 5.813 5.536 1T 11 2T 11 3T 11 4T 11 1T 12 6.280 6.223 5.681 2T 12 3T 12 +3,0% 17.659 18.184 9M 11 9M 12 RELATÓRIO FINANCEIRO 2012 / JANEIRO - SETEMBRO 13

INFORMAÇÃO FINANCEIRA DO GRUPO Imparidade de crédito Variação 9M 12 9M 11 Absoluta (%) Para insolvências 10.458 8.293 2.165 26,1 Para risco-país 1 5 (4) (84,8) Activos em suspenso recuperados (925) (975) 50 (5,1) Total 9.533 7.322 2.211 30,2 O aumento de custos do Grupo relativamente ao período janeirosetembro de 2011 deve-se, portanto, ao crescimento na América Latina (relacionado com o aumento da capacidade comercial e com a revisão de acordos salariais numa conjuntura de maior inflação) e aos EUA, que inclui na sua comparação o maior nível dos investimentos em tecnologia e estrutura comercial. Como resultado desta situação, e conforme já mencionado, o resultado de exploração (resultado antes de provisões) contabiliza até setembro 18.184 milhões de euros, com aumento de 3,0% face ao mesmo período de 2011, o que volta a fazer sobressair, numa conjuntura como a atual, a capacidade do Grupo de continuar a gerar fortes resultados recorrentes e a absorver as maiores dotações e saneamentos exigidos pelo momento do ciclo. A imparidade de crédito situa-se nos 9.533 milhões de euros, 30,2% superior à de há um ano. Esta evolução reflete maiores dotações específicas derivadas do crescimento dos créditos nos países emergentes, ao que se associa um deslizamento em alta da morosidade nalguns sistemas financeiros (Espanha, Brasil e Chile), e pelo momento do ciclo ainda elevado em provisões em unidades em países desenvolvidos. Adicionalmente, nos nove primeiros meses de 2011 utilizaram-se nesta rubrica da conta 435 milhões de euros de dotações genéricas face a uma dotação de 143 milhões de euros em 2012. A evolução comentada de proveitos, custos e dotações situa o resultado de exploração depois de imparidade de crédito até setembro de 2012 nos 8.650 milhões de euros, com diminuição de 16,3% face ao mesmo período de 2011. Por seu lado, as rubricas de deterioração de outros activos e outros resultados é negativa em 1.715 milhões de euros, face a 2.463 milhões de euros também negativos em janeiro-setembro do passado exercício. Destes últimos, 842 milhões correspondiam ao encargo realizado para cobrir eventuais reclamações relacionadas com produtos de seguros de proteção de pagamentos (PPI) no Reino Unido. Assim, o resultado recorrente antes de impostos situa-se nos 6.936 milhões de euros, e regista uma diminuição de 11,9% em termos interanuais. O impacto dos maiores impostos e minoritários faz com que o resultado atribuído recorrente, 4.250 milhões de euros, desça em 19,9% em relação aos nove primeiros meses de 2011 (-13,7% sem taxa de câmbio nem perímetro). Considerando o impacto líquido das mais-valias e saneamentos indicado anteriormente, o resultado atribuído é de 1.804 milhões de euros, com diminuição de 66,0% face a setembro de 2011. O resultado por acção dos primeiros nove meses de 2012 é de 0,19 euros (68,8% inferior ao do mesmo período do ano passado). O resultado recorrente por acção situa-se nos 0,44 euros (-26,3%), sendo afetadas ambas as evoluções pelos aumentos de capital realizados em 2011 e 2012 para a recompra das participações preferenciais e para atender ao pagamento dos valores equivalentes ao dividendo em ações para os accionistas que escolheram esta opção. O ROE do Grupo situa-se nos 3,1% e o ROTE (medido como resultado atribuído sobre fundos próprios menos goodwill) situa-se nos 4,5%. Considerando o resultado recorrente, o ROE é de 7,2% 14 JANEIRO - SETEMBRO / RELATÓRIO FINANCEIRO 2012

INFORMAÇÃO FINANCEIRA DO GRUPO Balanço Variação 30.09.12 30.09.11 Absoluta (%) 31.12.11 Activo Caixa e disponibilidades em bancos centrais 95.979 84.050 11.929 14,2 96.524 Carteira de negociação 199.727 191.440 8.288 4,3 172.637 Valores representativos de dívida 41.521 60.033 (18.512) (30,8) 52.704 Crédito a clientes 20.639 1.973 18.666 946,2 8.056 Outros instrumentos de capital 5.097 6.432 (1.335) (20,8) 4.744 Derivados de negociação 122.472 102.217 20.254 19,8 102.498 Depósitos em instituições de crédito 9.998 20.785 (10.787) (51,9) 4.636 Outros activos financeiros com valor razoável 29.150 27.875 1.274 4,6 19.563 Crédito a clientes 15.788 11.039 4.749 43,0 11.748 Outros (depósitos em instituições de crédito, valores representativos de dívida e outros instrumentos de capital) 13.361 16.836 (3.475) (20,6) 7.815 Activos financeiros disponíveis para venda 97.189 79.410 17.778 22,4 86.612 Valores representativos de dívida 92.803 73.875 18.927 25,6 81.589 Outros instrumentos de capital 4.386 5.535 (1.149) (20,8) 5.024 Investimentos de crédito 782.922 772.144 10.779 1,4 779.525 Depósitos em instituições de crédito 58.649 43.778 14.872 34,0 42.389 Crédito a clientes 717.666 721.291 (3.624) (0,5) 730.296 Valores representativos de dívida 6.607 7.075 (469) (6,6) 6.840 Participações 4.676 1.212 3.465 285,9 4.154 Activos fixos e intangíveis 17.055 17.102 (47) (0,3) 16.840 Goodwill 25.178 25.914 (735) (2,8) 25.089 Outros activos 48.755 51.330 (2.574) (5,0) 50.580 Total activo 1.300.632 1.250.476 50.156 4,0 1.251.525 Passivo e capital próprio Carteira de negociação 172.388 168.751 3.637 2,2 146.949 Depósitos de clientes 23.086 15.368 7.718 50,2 16.574 Débitos representados por títulos 122 1.507 (1.385) (91,9) 77 Derivados de negociação 123.459 101.557 21.902 21,6 103.083 Outros 25.721 50.318 (24.597) (48,9) 27.214 Outros passivos financeiros com valor razoável 42.259 66.940 (24.681) (36,9) 44.908 Depósitos de clientes 22.788 43.415 (20.627) (47,5) 26.982 Débitos representados por títulos 6.769 8.432 (1.663) (19,7) 8.185 Depósitos de bancos centrais e instituições de crédito 12.702 15.093 (2.390) (15,8) 9.741 Passivos financeiros com custo amortizado 961.851 887.244 74.608 8,4 935.669 Depósitos de bancos centrais e instituições de crédito 138.261 93.435 44.826 48,0 116.368 Depósitos de clientes 584.199 561.128 23.071 4,1 588.977 Débitos representados por títulos 199.256 187.750 11.506 6,1 189.110 Passivos subordinados 19.090 25.848 (6.757) (26,1) 22.992 Outros passivos financeiros 21.044 19.082 1.962 10,3 18.221 Passivos por contratos de seguros 1.129 9.894 (8.765) (88,6) 517 Provisões 14.395 15.198 (803) (5,3) 15.571 Outros passivos 24.249 24.160 88 0,4 25.052 Total passivo 1.216.270 1.172.187 44.083 3,8 1.168.666 Fundos próprios 81.214 79.144 2.069 2,6 80.895 Capital 4.949 4.220 729 17,3 4.455 Reservas 74.862 70.762 4.099 5,8 72.660 Resultado atribuído ao Grupo 1.804 5.303 (3.500) (66,0) 5.351 Menos: dividendos e remunerações (401) (1.141) 740 (64,8) (1.570) Ajustes por avaliação (6.645) (6.519) (126) 1,9 (4.482) Interesses minoritários 9.793 5.664 4.129 72,9 6.445 Total do capital próprio 84.362 78.289 6.072 7,8 82.859 Total passivo e capital próprio 1.300.632 1.250.476 50.156 4,0 1.251.525 RELATÓRIO FINANCEIRO 2012 / JANEIRO - SETEMBRO 15

INFORMAÇÃO FINANCEIRA DO GRUPO Balanço do Grupo Santander A actividade continua a refletir o contexto do mercado: Em créditos, baixa procura na Europa, sobretudo em Espanha e Portugal. Na América Latina, aumento de 8% a perímetro e taxa de câmbio constantes. Em depósitos (com promissórias), de destacar o crescimento das redes comerciais em Espanha e Portugal: no conjunto, +11.500 milhões no exercício. O rácio créditos / depósitos do Grupo é de 117%, com uma melhoria em Espanha e Portugal. Core capital (BIS II) de 10,38%, com aumento de 0,28 p.p. no trimestre. Os resultados do stress test levado a cabo ao sistema financeiro espanhol confirmam a solidez do Grupo Santander, ao ser a única entidade que no cenário adverso aumentaria o seu rácio de capital, passando Distribuição dos activos totais por segmentos geográficos operativos. Setembro 2012 O total do negócio gerido pelo Grupo Santander a 30 de setembro de 2012 ascende a 1.422.260 milhões de euros, dos quais 91% (1.300.632 milhões) correspondem a activos em balanço e os restantes a fundos de investimento, fundos de pensões e patrimónios administrados. Na sua evolução em termos interanuais é necessário ter em conta dois impactos: O primeiro, um efeito perímetro negativo devido à venda das unidades na Colômbia, por ter deixado de consolidar por integração global para passar a integrar-se por aplicação do método de equivalência patrimonial o Santander Consumer USA e o negócio de banca seguros incorporado na holding na América Latina e devido ao efeito da alteração das unidades que consolidavam pelo método proporcional, principalmente em Espanha, para integração por aplicação do método de equivalência patrimonial. O segundo efeito, positivo, como consequência da evolução das taxas finais de câmbio das diferentes moedas relativamente ao euro. Por um lado, valorizam-se a libra (9%), o dólar (4%), o peso chileno (15%), o novo peso mexicano (12%), e o zloty polaco (7%), enquanto por outro se desvalorizam o peso argentino (6%) e o real brasileiro (4%). Os dois impactos anteriores têm uma incidência conjunta nas variações dos saldos com clientes irrelevante em créditos e de 2 pontos percentuais positivos em recursos de clientes. Resto 7% EUA 5% Resto América Latina 2% Chile 3% México 4% Brasil 12% Reino Unido 30% Espanha 25% Portugal 3% Alemanha 3% Polónia 1% Resto de Europa 5% Créditos a clientes Os créditos brutos a clientes do Grupo a setembro situam-se nos 778.375 milhões de euros, com aumento de 3% face ao mesmo mês do ano anterior, variação que se mantém uma vez deduzido o efeito das variações do perímetro e das taxas de câmbio. Por geografias (segmentos principais), regista-se uma evolução muito diferente nos diversos mercados. Na Europa continental, Espanha e Portugal continuam afectados pela baixa procura de crédito derivada da situação económica de ambos os países, e diminuem 7% e 8%, respetivamente, relativamente a setembro de 2011, o Santander Consumer Finance mantém-se estável e o Bank Zachodni WBK aumenta 9% em moeda local. Crédito a clientes Variação 30.09.12 30.09.11 Absoluta (%) 31.12.11 Crédito à Administração Pública 17.738 12.340 5.398 43,7 12.147 Crédito a outros sectores residentes 188.392 205.225 (16.833) (8,2) 202.411 Carteira comercial 8.567 9.075 (507) (5,6) 9.679 Crédito com garantia real 106.295 121.016 (14.720) (12,2) 117.946 Outros créditos 73.530 75.135 (1.605) (2,1) 74.785 Crédito ao sector não residente 572.245 536.267 35.979 6,7 554.478 Crédito com garantia real 350.418 326.079 24.339 7,5 342.676 Outros créditos 221.827 210.187 11.640 5,5 211.802 Crédito a clientes (bruto) 778.375 753.832 24.544 3,3 769.036 Fundo de provisão para insolvências 24.282 19.529 4.752 24,3 18.936 Crédito a clientes (líquido) 754.094 734.302 19.792 2,7 750.100 Promemoria: Activos duvidosos 34.896 30.124 4.772 15,8 31.287 Administração Pública 103 88 15 16,7 102 Outros sectores residentes 15.767 13.708 2.059 15,0 14.745 Não residentes 19.027 16.328 2.699 16,5 16.439 16 JANEIRO - SETEMBRO / RELATÓRIO FINANCEIRO 2012

INFORMAÇÃO FINANCEIRA DO GRUPO Em Espanha, os créditos a clientes situam-se nos 209.495 milhões de euros, com a estrutura pormenorizada abaixo: Crédito a clientes (bruto) Milhares de milhôes de euros Os créditos com administrações públicas espanholas são de 17.738 milhões, com aumento de 5.398 milhões e 44% relativamente a setembro de 2011, principalmente devido ao plano do governo para pagamentos a fornecedores de administrações territoriais. Os créditos a particulares ascendem a 73.448 milhões de euros, dos quais 55.715 milhões são hipotecas à habitação para a compra de casa. Estas últimas apresentam o menor risco de deterioração adicional da carteira em Espanha devidos às características diferenciais deste produto face a produtos semelhantes noutros países. Por exemplo, amortização do capital desde o primeiro dia, a responsabilidade do devedor com todo o seu património ou o facto de praticamente a totalidade das operações serem para financiar aquisição de casa própria, de perda esperada muito baixa. + 3,3% Set 12 - Set 11 Sem efeito das taxas de câmbio: -0,2% 754 769 Set 11 Dez 11 766 Mar 12 788 Jun 12 778 Set 12 No caso concreto do Grupo Santander, a carteira concentra-se no financiamento de primeira habitação, uma forte concentração nos escalões mais baixos de loan to value (88% com LTV inferior a 80%) e um rácio de mora muito reduzido, de 2,7%. Os empréstimos a PMEs e empresas sem fins imobiliários, 100.131 milhões de euros, constituem a rubrica mais relevante dentro do investimento a crédito, representando 48% do total. Nos últimos doze meses, diminuição de 3% numa conjuntura de redução generalizada do crédito no sistema. Por último, quanto aos créditos concedidos com fins imobiliários, mantém-se uma estratégia de forte redução. Em consequência, produz-se uma nova diminuição no trimestre (-1.696 milhões), o que situa a descida nos últimos doze meses nos 6.191 milhões e em 19.510 milhões a diminuição acumulada desde dezembro de 2008 (-52%). O seu saldo no fecho de setembro é de 18.178 milhões de euros. Em Portugal, a queda de 8% é generalizada por segmentos: diminuição de 14% em PMEs, de 9% em empresas e de 4% em particulares. Adicionalmente, os saldos em construção e imobiliário, que representam apenas 3,0% do investimento no país, diminuem 21% nos últimos doze meses. Crédito a clientes (bruto) % rel/ áreas operacionais. Setembro 2012 Resto América Latina 2% Chile 4% México 3% Brasil 10% Reino Unido 35% EUA 6% Espanha 27% Portugal 4% Alemanha 4% Polónia 2% Resto de Europa 3% No Santander Consumer Finance, conforme já referido, os créditos mantêm-se estáveis. Por países, a Alemanha, que representa 52% dos créditos da área, aumenta 1%, e os países nórdicos 10% em moeda local, enquanto os restantes, mais afectados pela conjuntura, apresentam diminuições generalizadas. A produção nova nos nove primeiros meses de 2012 aumenta 2% face a igual período do ano anterior, com um comportamento em financiamento automóvel muito superior ao mostrado pelas matrículas na Europa. Na Polónia, o Banco Zachodni WBK aumenta o crédito a ritmos de 7% em particulares e 10% em empresas. No Reino Unido o saldo de créditos a clientes aumenta 5% nos últimos doze meses devido aos acordos de recompra, já que, sem este impacto, descem 2%. Com base em critérios locais, o saldo em hipotecas residenciais desce 3%, num mercado deprimido, enquanto os empréstimos a PMEs, onde se continua a ganhar quota de mercado, aumentam 20%. Por seu lado, os empréstimos pessoais diminuem 18% face a setembro de 2011. Na América Latina, e sem considerar os efeitos das variações das Carteira de crédito em Espanha Milhares de milhôes de euros Total AA.PP. Hipotecas habitação Resto crédito particulares Empresas sem finalidade imobiliária Finalidade imobiliária 230 12 61 24 105 27 Dez 10 219 12 59 20 105 23 Dez 11 217 18 57 18 104 20 Jun 12 210 18 56 18 100 18 Set 12 RELATÓRIO FINANCEIRO 2012 / JANEIRO - SETEMBRO 17