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Transcrição:

LITERATURA PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR

2006-2008 IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor] 360 p. ISBN: 978-85-387-0573-4 1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título. CDD 370.71 Disciplinas Língua Portuguesa Literatura Matemática Física Química Biologia História Geografia Produção Autores Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima Bezerra Fábio D Ávila Danton Pedro dos Santos Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba Costa Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. Saquette Edson Costa P. da Cruz Fernanda Barbosa Fernando Pimentel Hélio Apostolo Rogério Fernandes Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa Silva Duarte A. R. Vieira Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer Projeto e Desenvolvimento Pedagógico

Vanguardas europeias e o modernismo Houve na Europa, no início do século XX, uma série de movimentos artísticos preocupados em reinterpretar a realidade (conturbada, num clima de incerteza e insegurança). Para isso, tais movimentos causaram uma ruptura total com o que existiu e existia de tradicional na arte. Novas linguagens artísticas foram criadas, novas visões de mundo acabaram sendo reveladas. A arte nunca mais seria a mesma. O tempo da liberdade artística total havia chegado. A esses movimentos de ruptura chamamos vanguardas. O nome vanguarda A nomeação vanguarda provém da língua francesa. É a união de duas palavras: avant (do francês, à frente, adiantado, antes) e garde (do francês, guarda). O que temos então é o termo avant-garde, uma guarda avançada no campo das artes, que foi adaptada para a língua portuguesa como vanguarda. Contexto histórico A época em que se desenvolvem as vanguardas europeias é muito conturbada. Temos em 1914 a Primeira Guerra Mundial. Em 1917 ocorre, a partir da iniciativa de uma vanguarda social (a facção bolchevique), a conquista do poder e o estabelecimento da primeira Nação Soviética do mundo, é a Revolução Russa, comandada por Lenin. Está em fase terminal o chamado ciclo burguês representado pelo fim da Belle Époque. A Europa passa por uma verdadeira crise de valores, em que a filosofia, a religião e a moral não tinham mais a capacidade de explicar o que estava acontecendo. O velho mundo deixa de ser o modelo de civilização do Ocidente. Nem a euforia pelos avanços técnicocientíficos é mais suficiente para amenizar o desespero no qual se encontra a sociedade da época. Nesse contexto dramático surgem artistas que buscam interpretar a realidade com outros olhos, e o resultado disso é outra visão de mundo. Visam à destruição de tudo aquilo que represente passado. É o surgimento das vanguardas artísticas, desveladoras do caos em que se encontrava o continente europeu naquela época. As vanguardas [...] mais do que a simples tendência, a vanguarda representa a mudança de crenças experimentadas no pensamento e na arte do mundo ocidental, desde o início deste século (século XX). Toda vanguarda sempre se caracteriza pela sua agressividade, manifestada no antilogismo, no culto a valores estranhos [...] os poderes mágicos, a beleza da anarquia, o instantaneísmo, o dinamismo, a imaginação sem fio [...]. (TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda Europeia e Modernismo Brasileiro.) Nas primeiras décadas do século XX acontecem vanguardas na Europa, todas com seus manifestos e ideologias acerca da arte e da sociedade. Como são diversas, destacaremos aquelas que exerceram maior influência na literatura brasileira. Algumas tiveram maior influência que outras, porém todas, de alguma forma, contribuíram para a constituição do Modernismo no Brasil e da arte modernista no mundo ocidental. 1

As vanguardas que estudadas mais profundamente aqui são o Futurismo, o Cubismo, o Dadaísmo e o Surrealismo. Futurismo O primeiro Manifesto Futurista é publicado em 1909 no jornal Le Figaro. Tem como líder o culturalmente italiano (pois nasceu no Egito, quando seu pai, um advogado italiano, foi trabalhar nesse país em busca de fácil enriquecimento devido à recente abertura do canal de Suez) Filippo Tommaso. Marinetti. Pode-se dizer que o movimento futurista foi rico em teoria e pobre em manifestações devido ao grande número de manifestos (mais de trinta) que teve. Seu fim aconteceu antes da queda do fascismo, servindo em sua fase final de propaganda para este. Teve incrível projeção internacional, particularmente nos países de língua latina. O Futurismo influenciou todas as demais vanguardas e foi o principal estímulo artístico e intelectual dos jovens renovadores de São Paulo. (Gonzaga, Sergius. Curso de Literatura Brasileira) Autor desconhecido. Autor desconhecido. Características Culto à máquina, à velocidade, à guerra: o culto à máquina e à velocidade significa o desejo de ruptura com o passado, lento, lerdo, monótono. A guerra era tida pelos futuristas como uma forma de higiene do mundo. Leia um trecho do Manifesto Futurista: Nós queremos glorificar a guerra única higiene do mundo o militarismo, o patriotismo, o gesto destrutor dos anarquistas, as belas ideias que matam [...]. A realidade em pleno movimento: no campo das artes plásticas buscou-se demonstrar objetos em alta velocidade. É a tentativa de representação da sensação dinâmica da realidade. A imagem de um cavalo a galopar, por exemplo, não teria quatro patas e, sim, vinte devido a sua movimentação em grande velocidade. Palavras em liberdade e analogia: no Futurismo, abole-se a pontuação (substituída por sinais matemáticos), o adjetivo, a sintaxe, o verbo conjugado e o psicologismo; símbolos de lentidão, de meditação, logo, opostos ao ideal de velocidade tão pregado. A percepção da obra de arte deve-se dar pela analogia das palavras, possibilitando, assim, um maior dinamismo na observação e interpretação da obra.vamos ver um trecho do Manifesto Técnico do Futurismo: É preciso destruir a sintaxe, dispondo os substantivos ao acaso, como nascem. [...] Deve-se abolir o adjetivo para que o substantivo desnudo conserve a sua cor essencial.[...] Assim como a velocidade aérea multiplicou o nosso conhecimento do mundo, a percepção por analogia torna-se sempre mais natural para o homem. [...] Abolir também a pontuação. Estando supressos os adjetivos, os advérbios e as conjunções, a pontuação está naturalmente anulada na continuidade vária de um estilo vivo [...]. Quanto mais as imagens contenham ligações vastas, tanto mais tempo elas conservarão a sua força de estupefação. 2 Grupo futurista italiano em Paris: (da esq. para a dir.) Carrà, Russolo, Marinetti, Boccioni e Severini.

Domínio público. Pintura futurista de Boccioni. Cubismo Movimento eminentemente francês, o Cubismo surge em 1907 e tem como principais nomes Pablo Picasso e Mondrian, na pintura e escultura; e Guillaume Apollinaire, na literatura. A primeira obra cubista que vem a público é o quadro Les Demoiselles d Avignon, de Pablo Picasso, obra que não somente inicia o Cubismo, mas também a revolução na arte. Observe os diversos ângulos simultâneos em que as figuras são demonstradas. Pablo Picasso. Características Integração dos diversos modos de arte: no Cubismo, artes plásticas e literatura misturam-se, fazendo com que poemas ganhem formas de figuras, como o visto acima, de Apollinaire. Uma das características das artes neste século (século XX) é justamente a da aproximação de todas elas, uma influenciando a outra e concorrendo todas para a popularização de novas técnicas e linguagens. (TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda Europeia e Modernismo Brasileiro.) Veja o poema La Colombe Poignardée et le jet d eau, de Apollinaire, retirado de sua revolucionária obra Calligrammes. Veja que o poema assume formas de pomba, de um esguicho d água e de um olho. Realidade fracionada: a realidade é demonstrada em planos superpostos e simultâneos, com a intenção de demonstrar a totalidade do objeto, todos os seus ângulos. Ilogismo, anti-intelectualismo: no Cubismo busca-se representar tudo aquilo que não provenha do racional. Daí a utilização de técnicas como o instantaneísmo e a simulta neidade. Linguagem nominal e caótica: maior utilização de substantivos aplicados caoticamente na intenção de demonstrar a ilogicidade e espontaneidade de criação. 3

Dadaísmo O Dadaísmo começa em 1916, com a publicação do Manifesto do Senhor Antipirina, liderado pelo romeno Tristan Tzara, que organizava encontros com os demais colegas no Cabaret Voltaire, em Zurique, na Alemanha. Essa vanguarda busca romper, através do absurdo, os laços com o passado, sendo uma negação deste. Porém, esse rompimento não se assemelha ao do Futurismo, que visava àquilo que representasse o futuro, e sim uma ênfase no presente, em detrimento do passado. A origem e a explicação do nome dadá possui várias explicações, dentre elas a de que possui, em alemão, o sentido de ingenuidade, em romeno significa sim. Contudo, esse nome no movimento constituiu a intenção que Tzara teve de criar algo que não significasse nada. É a negação de tudo. Os principais dadaístas foram Tristan Tzara e Marcel Duchamp. Veja uma das obras de Duchamp, fundador de diversas revistas divulgadoras do Dadaísmo. Marcel Duchamp. Nada de pintores, nada de literatos, nada de músicos, nada de escultores, nada de religiões, nada de republicanos, nada de realistas, nada de imperialistas, nada de anarquistas, nada de socialistas, nada de bolcheviques, nada de políticos, nada de proletários, nada de democratas, nada de burgueses, nada de aristocracia, nada de exércitos, nada de polícia, nada de pátrias, enfim, basta de todas essas imbecilidades, não mais nada, não mais nada. NADA, NADA, NADA. Oposição a qualquer tipo de equilíbrio: temos no Dadaísmo a constante improvisação, a desordem. São aplicados neologismos sem significado algum, desprezando-se, assim, a participação consciente do leitor ou espectador na obra. Veja a receita Para Fazer um Poema Dadaísta: Pegue um jornal Pegue uma tesoura Escolha um artigo do jornal na dimensão que você quer dar [ao seu poema Recorte o artigo Depois recorte algumas palavras do artigo e as ponha numa [pequena bolsa Sacuda-a suavemente Tire em seguida cada palavra uma após a outra Copie honestamente na ordem em que saíram da bolsa E o poema estará pronto e parecido com você E você será um poeta de original, fascinante sensibilidade, Ainda que a plebe não o compreenda. (Tristan Tzara) Surrealismo 4 Características Niilismo: os dadaístas tinham como principal objetivo a destruição. Para isso provocavam uma espécie de terrorismo cultural, em que todos os valores culturais eram questionados e destruídos. Nada possui significado. Leia este texto de Tzara: O Surrealismo surge em 1924, na França, no tenso período do entre guerras. Seu líder foi André Breton, provindo do dadaísmo. Esse movimento é tido como aquele que, dentre as principais vanguardas, construiu arte. Os surrealistas distanciam-se do niilismo e procuram revelar uma realidade mais ampla, ou superior, distanciada da razão, voltada ao sonho, ao inconsciente, ao subconsciente.

Domínio público. Arte como ferramenta: tanto a pintura como a literatura funcionaram como instrumentos, ferramentas de investigação do fantástico. Juan Miró. Harlequin Carnival, de Joan Miró. Salvador Dalí. Diferentemente do dadaísmo, a arte surrealista busca a significação. Uma pintura surrealista nunca é gratuita, sempre contém uma chave que nos revela algo, por trás do aparente caos. Os principais nomes do Surrealismo são Salvador Dalí, André Breton e Luís Buñuel, esse último criador de Um Cão Andaluz, filme que divulgou a arte surrealista. Irrealidade: no Surrealismo há a acomodação, a junção de objetos incongruentes, causando um efeito inusitado, de estranhamento. Criam-se imagens extravagantes. Observe esta pintura de Salvador Dalí: Salvador Dalí. Características Emancipação total do homem: os surrealistas buscavam a libertação total, não somente no campo da arte, mas da vida. Era a tentativa de aproximação daquilo que simbolizasse o primitivo. Estudo dos sonhos e das formas não-racionais de conhecimento: influenciados por Freud, os artistas do Surrealismo investiram no estudo da interpretação dos sonhos. Manifestaram em suas obras as imagens vindas de sua mais profunda subjetividade: o subconsciente. O transe e a hipnose também foram explorados. Veja este quadro de Salvador Dalí: Salvador Dalí. Construção Mole com Feijões Cozidos. René Magritte. Persistência da Memória. Chuva de Homens, de René Magritte. 5

6 Expressionismo Outra vanguarda importantíssima para a arte ocidental foi o Expressionismo (surgido em 1910, na Alemanha), que não exerceu uma influência tão forte na literatura brasileira. Algumas características dessa vanguarda são: expressão da vida interior, importando o modo de expressar a impressão que se faz do mundo; identificação com tudo que há de primitivo nas artes, como mitos e sonhos; a vida interior é vista como a salvação do ser humano; a busca do equilíbrio no desequilíbrio. É importante salientar que o Expressionismo foi uma revolução cultural que ultrapassou a arte. Seus grandes nomes são Gaughin e Kandinsky. Composição VII, de Kandinsky. Semana de Arte Moderna O início do século XX foi um período de grandes mudanças no campo das artes. Na Europa, os prenúncios de guerra e a própria Primeira Guerra Mundial, alteraram a forma de todos pensarem. Surgem, então, diversos movimentos artísticos que visavam romper com tudo o que representasse o tradicional na arte. Começam a nascer, a partir dessas vanguardas, novas interpretações sobre a realidade. No Brasil, influenciado pelas inovações vanguardistas do velho mundo, irá brotar um desejo de libertação artística. A ideologia de liberdade nas artes será o caráter principal de influência na própria estética dessa arte. Tal fato irá ter como data de início 13 de fevereiro de 1922, com a Semana de Arte Moderna, realizada no Teatro Municipal de São Paulo. Nascia o Modernismo brasileiro, movimento de ruptura com a tradição, nossa vanguarda. Wassily Kandinsky. Catálogo da exposição de artes plásticas da SAM, por Di Cavalcanti. Contexto histórico No ano de 1922, o Partido Comunista do Brasil é fundado. No mesmo ano, acontecerá a revolta dos militares do Forte de Copacabana, em que dezessete militares e um civil irão ser mortos por três mil soldados das forças do governo. Tal evento ficou conhecido como os 18 do Forte, é a eclosão do movimento tenentista. Washington Luís ascende à presidência da República em 1926. No mesmo ano é fundado o Partido Democrático. Enquanto isso, a Coluna Prestes marcha pelo interior do Brasil. Em 1930, Júlio Prestes é eleito presidente do Brasil, porém, é deposto no mesmo ano, devido à Revolução de 30, que faz com que Getúlio Vargas suba ao poder. No plano internacional, ainda em 1922, começa o desenvolvimento do fascismo na Itália, com Mussolini no poder. Em 1924 morre Lênin. No ano de 1929 ocorre o crack da Bolsa de Valores de Nova York, levando milhares de famílias à falência. O que aconteceu antes da Semana? Em 1912, o jovem Oswald de Andrade chega ao Brasil de uma viagem feita pela Europa, trazendo as ideias acerca das novas artes (lembremos que ocorre nas duas primeiras décadas do século XX o desenvolvimento da maioria das vanguardas). Tais ideias foram divulgadas por ele em diversos jornais de São Paulo, porém, sem grande simpatia do público. O momento de propulsão que fez com que, em 1922, o Modernismo se elevasse aos céus, aconteceu no ano de 1917 com a exposição de quadros de Anita Malfatti, a qual voltava de seus estudos sobre arte na Europa e nos Estados Unidos. A princípio, o público, Di Cavalcanti.

acostumado somente com a arte realista, tomou um choque; mesmo assim, algumas obras da pintora foram compradas. Entretanto, dias depois, o crítico de arte do jornal O Estado de São Paulo, Monteiro Lobato, publicou o artigo Paranoia ou Mistificação, fazendo severas críticas à mostra da artista. Os leitores, que confiavam plenamente nas opiniões de Lobato, reagiram imediatamente, devolvendo os quadros da pintora. Anita sofreu até uma tentativa de agressão. Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas [...] A outra espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva [...] Embora eles se deem como novos, precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e com a mistificação. [...] Essas considerações são provocadas pela exposição da senhora Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada, no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia. O Japonês, de Anita Malfatti. Anita Malfatti. A Boba, de Anita Malfatti. Anita Malfatti. Outros acontecimentos prenunciaram também o nascimento da nova estética. Foram as estreias de quatro jovens escritores que, apesar de ainda apresentarem certa identificação com o Parnasianismo e o Romantismo, já demonstravam que a literatura não era mais a mesma, que algo de diferente estava surgindo. Mário de Andrade, com Há uma Gota de Sangue em Cada Poema, Guilherme de Almeida, com Nós, Manuel Bandeira, com Cinza das Horas e Menotti del Picchia, com Juca Mulato apareceram como quatro estimulantes promessas da literatura modernista. Ponto culminante para a Semana de Arte Moderna vir a se tornar realidade foi quando os jovens modernistas (chamados de futuristas, na época) conheceram, em 1920, o suíço Victor Brecheret, chamado para realizar o Monumento às Bandeiras, em São Paulo, no ano de 1922, que acabou sendo recusado por ser muito moderno para o gosto da época. Alguns anos depois, esse monumento acabou sendo erguido e se tornou símbolo da arte modernista no Brasil. Victor Brecheret (1894-1955). Autor desconhecido. Detalhe do Monumento às Bandeiras. Semana de Arte Moderna (SAM) A Semana de Arte Moderna foi realizada nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, sempre à noite. Não se sabe exatamente quem foi seu idealizador, porém sabemos que Oswald de Andrade e Mário de Andrade foram os principais nomes, sendo este o grande teórico do Modernismo e aquele o grande agitador. A SAM significou, cem anos depois da independência política (1822), a independência cultural brasileira. Teve como objetivo romper com a tradição no campo das artes, seja na literatura, nas artes plásticas ou na música. O objetivo da Semana foi pôr o público a par do que era a arte moderna, ou seja, apresentar um panorama geral da nova estética. Domínio público. Cartaz anunciando o último dia da SAM. Domínio público. 7

Para realizar tal evento, o Teatro Municipal de São Paulo foi alugado e nele foram realizadas conferências, recitais, leituras e exposições. Na noite do dia 13 uma das atrações foi a conferência A Emoção Estética na Arte Moderna, ministrada por Graça Aranha (único representante da velha guarda que apoiou os jovens futuristas). Na segunda noite, dia 15 de fevereiro, Ronald de Carvalho, sob um mar de vaias, recitou o poema Os Sapos, de Manuel Bandeira, que não pôde estar presente. Tal poema satirizava, de forma aberta, a poesia parnasiana e os poetas parnasianos. Vamos lê-lo. Na terceira e última noite, Heitor Villa-Lobos apresentou sua música. Ao entrar percebeu-se que em um dos pés calçava um chinelo. Quando o público percebeu isso, considerou uma verdadeira afronta, os modernistas estavam indo longe demais, e foi severamente vaiado. Tempos depois, Villa-Lobos explicou que aquilo nada tinha a ver com arte moderna e sim com uma infecção no pé, devido a um calo. Domínio público. Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: Meu pai foi à guerra Não foi! Foi! Não foi! O sapo-tanoeiro Parnasiano aguado Diz: Meu cancioneiro É bem martelado. Vede como primo Em comer os hiatos! Que arte! E nunca rimo Os termos cognatos*. O meu verso é bom Frumento sem joio. Faço rimas com Consoantes de apoio. Vai por cinquenta anos Que lhe dei a norma: Reduzi sem danos A formas a forma. [...] Heitor Villa-Lobos. Enfim, a SAM revelou a luta entre futuristas e passadistas, e que um novo tempo na arte brasileira havia chegado para ficar. Um dos instrumentos de divulgação da arte moderna foi a revista Klaxon mensário de arte moderna. Além do conteúdo sobre arte moderna, ela apresentou uma renovação no campo editorial de revistas, tanto pelos recursos gráficos como pelas propagandas sérias (propaganda dos chocolates Lacta) e bem-humoradas (propaganda da fábrica de sonetos!!!). Domínio público. Brada de um assomo O sapo-tanoeiro: A grande arte é como Lavor de Joalheiro 8 Urra o sapo-boi: Meu pai foi rei Foi! Não foi! Foi! não foi! Número 1 da revista Klaxon.

Principais participantes No campo da literatura os participantes foram Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Graça Aranha, Ronald de Carvalho, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e Sérgio Millet. Nas artes plásticas os principais participantes foram Anita Malfatti e Di Cavalcanti. Duas Mulheres, de Di Cavalcanti. E na música destacam-se Villa-Lobos e Guiomar Novaes. Importância Com a Semana de Arte Moderna, temos o estabelecimento da fronteira entre passado e futuro na literatura brasileira. Ela foi fundamental para pôr um fim à tradição e para abrir novos caminhos na arte. Através das inovações formais, que tinham como base a liberdade expressiva total de criação (liberdade formal, liberdade linguística e liberdade temática) acontece nas artes do Brasil o fim de um imobilismo cultural (Sergius Gonzaga) de séculos. Porém, a importância fundamental da SAM foi a nacionalização da arte, em que não mais se buscava imitar a arte europeia, e sim, através das novidades artísticas que de lá vinham, construir uma arte própria uma arte genuinamente brasileira. Mário de Andrade resume perfeitamente a importância da Semana de Arte Moderna: direito permanente à pesquisa estética; atualização da inteligência artística brasileira; estabilização de uma consciência criadora nacional. Di Cavalcanti. O Projeto e as características do Modernismo de 1922 a 1930 Os modernistas de 1922 tinham como base ideológica, estética, a destruição de tudo o que representasse tradição. Para isso se efetivar, colocaram em xeque a arte acadêmica questionando-a. Além disso, ironizaram a linguagem dessa arte, repetitiva, recheada de clichês (tomavam como exemplo a linguagem parnasiana). A assimilação das conquistas das vanguardas europeias foi fundamental para o desenvolvimento do nosso modernismo. Dentre essas conquistas, temos a liberdade de expressão e a inserção do cotidiano aos temas, com um posicionamento simultaneamente crítico e empolgado. A busca da expressão nacional, do abrasileiramento nos temas, da definição de uma cultura brasileira foram uma constante nesse período. O nacionalismo com uma visada crítica, tanto em questões estéticas quanto ideológicas, foi a base do Modernismo de 1922. Surgiram revistas, manifestos e movimentos que discutiram essas questões. Movimentos primitivistas Pau-Brasil (1924) Oswald de Andrade No Manifesto da Poesia Pau-Brasil vê-se a ironia em relação ao bacharelismo, a busca de uma nova linguagem que expressasse o nacional, a descoberta da cultura popular e a mistura do moderno com o arcaico do Brasil. Vamos ler um trecho do Manifesto Pau-Brasil. A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos [...] obuses de elevadores, cubos de arranha-céu e a sábia preguiça solar. A reza. O Carnaval. A energia íntima. O sabiá. A hospitalidade um pouco sensual, amorosa. A saudade dos pajés e os campos de avaliação militar. Pau-Brasil. A língua sem arcaísmo, sem erudição. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos. [...] Contra a cópia, pela invenção e pela surpresa. O Carnaval é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. A formação étnica rica Riqueza vegetal. 9

Antropofagia (1928) Oswald de Andrade A inspiração desse movimento vem com o quadro de Tarsila do Amaral que Raul Bopp nomeou de Abaporu (O comedor de gente). O manifesto veio no primeiro número da Revista de Antropofagia. A Antropofagia revelou-se como uma ampliação do Pau-Brasil. O que Oswald visou expressar nesse manifesto foi um ideal nem de rejeição e nem de imitação das referências estrangeiras, mas sim, sua devoração, sua deglutição. Assim, como algumas tribos indígenas faziam nos rituais antropofágicos com aqueles que capturavam, os devoravam para absorver suas virtudes. Logo, a antropofagia na arte modernista seria uma absorção da influência estrangeira para a formação de uma arte tipicamente brasileira. Demonstrou-se nesse manifesto o caráter indígena das raízes do Brasil. Por último, percebe-se o humor como traço diferenciador do caráter brasileiro e como forma de crítica Liberdade de expressão Fundamental conquista da literatura modernista, a liberdade de expressão permitiu ao escritor utilizar-se das palavras da forma que bem entender. Não há mais normas que predeterminem o que é bom ou ruim, certo ou errado no processo de criação da obra literária. Tal característica também representa a fissão definitiva da nova arte com as literaturas do passado. Rompe-se com a tradição. O principal traço atingido pela literatura modernista com a liberdade de expressão foi a reinterpretação da realidade. Um escritor, ou artista modernista, não apresenta mais a interpretação objetivada da realidade, mas a sua interpretação particular da realidade que está representando. Diversas correntes literárias tiveram suas poéticas, seus livros, em que se encontravam os preceitos que indicavam a melhor forma de produzir literatura. Leia este poema de Manuel Bandeira, chamado Poética (título que expressa evidente ironia), em que o novo e único preceito literário é a liberdade. 10 Tupy or not tupy, that the question. A alegria é a prova dos nove. Verde Amarelo (1924) e Anta (1928) Foram dois movimentos que vieram na esteira do Pau-Brasil de Oswald de Andrade, em relação à busca daquilo que é brasileiro nas artes. Porém, apresentavam um nacionalismo conservador e, no plano social, uma visão de direita. Características gerais da literatura modernista Após 1922, com a Semana de Arte Moderna, a literatura brasileira nunca mais seria a mesma. Influenciados pelas vanguardas europeias surgidas no início do século XX, os artistas brasileiros conquistaram a total liberdade de expressão na arte. Não existiam mais regras do bem escrever, o importante era falar, tratar sobre aquilo que se quisesse e da maneira que se quisesse. A literatura do século XX, que genericamente chamamos aqui de modernista, assume, devido a possibilidades infinitas de criação, uma série de características comuns, que permearão as obras de diversos artistas em várias décadas. Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr diretor Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no [dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo Abaixo os puristas Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis Estou farto do lirismo namorador Político Raquítico Sifilítico De todo o lirismo que capitula ao que quer que seja fora [de si mesmo De resto não é lirismo Será contabilidade tabela de co-senos secretário do [amante exemplar com cem modelos de cartas e as [diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbedos O lirismo difícil e pungente dos bêbedos O lirismo dos clowns de Shakespeare Não quero mais saber do lirismo que não é libertação Cotidiano Mais uma das características da literatura modernista é a incorporação do cotidiano como temática. Tal fato possibilitou a inserção de uma gama infinita de assuntos que agora mereciam ser tratados em literatura. Não só mais o que é sublime deve obrigatoriamente se tornar objeto da literatura, o prosaico ganha seu espaço, em verdade, assume todo o espaço dentro do Modernismo. Essa valorização do cotidiano promoveu o popular, o folclórico, o diário, o vulgar, o grosseiro e o sujo a objetos literários. Vejamos este exemplo da obra de Manuel Bandeira: Poema tirado de uma notícia de jornal João Gostoso era carregador de feira livre e morava no [morro da Babilônia num barracão sem número] Uma vez ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu [afogado] Vejamos estes exemplos da poesia de Oswald de Andrade: O capoeira Qué apanhá sordado? O quê? Qué apanhá? Pernas e cabeças na calçada. Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro Ambiguidade A univocidade do discurso literário é desfeita. Não há mais apenas uma interpretação possível do texto, e sim diversas formas de o compreender. Temos a chamada Obra Aberta (Umberto Eco), de caráter polissêmico, que permite ao leitor construir as mais variadas interpretações. Leia este poema de Manuel Bandeira: Estrela da manhã Linguagem coloquial A liberdade de expressão teve como consequência a livre escolha dos temas literários. Com a valorização do cotidiano temos consequentemente a valorização da linguagem usada no dia-a-dia: a linguagem coloquial. Não se busca mais a palavra de difícil compreensão ou a frase de sintaxe complexa. Visa-se agora à espontaneidade linguística. A linguagem que vai predominar na literatura modernista será uma mistura de estilo elevado e estilo vulgar. É o estilo mesclado, em que a língua culta está acompanhada de termos populares, aproximando-se, assim, da fala e assumindo uma maior oralidade. Eu quero a estrela da manhã Onde está a estrela da manhã? Meus amigos meus inimigos Procurem a estrela da manhã Ela desapareceu ia nua Desapareceu com quem? Procurem por toda parte Digam que sou um homem sem orgulho Um homem que aceita tudo Que me importa? Eu quero a estrela da manhã 11

Três dias e três noites Fui assassino e suicida Ladrão, pulha, falsário Virgem mal-sexuada Atribuladora dos aflitos Girafa de duas cabeças Pecai por todos pecai com todos Pecai com os malandros Pecai com os sargentos Pecai com os fuzileiros navais Pecai de todas as maneiras Com os gregos e com os troianos Com o padre e com o sacristão Com o leproso de Pouso Alto Depois comigo Te esperarei com mafuás novenas cavalhadas comerei terra e direi coisas de uma ternura tão simples Que tu desfalecerás Procurem por toda parte Pura ou degradada até a última baixeza Eu quero a estrela da manhã Paródia Os escritores modernistas realizaram a aproximação de seus textos com as obras literárias do passado. Executando uma releitura com caráter por vezes pejorativo e por vezes positivo. Muitos recriaram poemas do passado com uma perspectiva humorística, fazendo, dessa forma, a paródia de um texto antigo. Um grande número de escritores fez paródia do mais conhecido poema do Romantismo, Canção do Exílio, de Gonçalves Dias. Leia as paródias feitas de Canção do Exílio. Canto do regresso à pátria Oswald de Andrade Os passarinhos aqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra [...] Não permita Deus que eu morra Sem que eu volte para São Paulo Sem que eu veja a rua 15 E o progresso de São Paulo. Canção Minha terra tem palmeiras... Em vez de um mero sabiá, Cantam aves invisíveis Nas palmeiras que não há. Aspectos formais da literatura modernista É importante salientar que todas essas inovações são conquistas que representaram a ruptura total com a tradição literária do século XIX. Abolição dos nexos e da pontuação Mário Quintana Com a abolição dos nexos sintáticos preposições, conjunções, pronomes etc. e da pontuação que segue as normas gramaticais, a poesia modernista tornou-se mais solta, fluida, fragmentária. Há uma busca da síntese, em que se procura dizer muito escrevendo pouco. A poesia concretista, por exemplo, chegou ao extremo de ser basicamente uma poesia nominal, sem nexos, pontuação e regras gramaticais. Vejamos estes exemplos de Augusto de Campos e Décio Pignatari. 12 Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar

namento o blackout as montanhas de metais velhos o italiano assassinado na Praça João Lisboa o cheiro de pólvora os canhões alemães troando nas noites de tempestade por cima da nossa casa. Stalingrado resiste. [...] Fluxo de consciência É o monólogo interior posto no texto sem qualquer preocupação com normas ou ordem lógica. Busca-se, assim, imitar o pensamento de uma pessoa, que não segue uma sequência lógica. O criador do fluxo de consciência no texto literário foi Edouard du Jardin, mas quem a consagrou foi o escritor irlandês James Joyce. Verso livre e verso branco Com a literatura modernista acabam-se as formas prontas na poesia. O soneto, por exemplo, sede lugar a poemas com versos sem métrica verso livre e verso branco verso sem rima. Vejamos este exemplo de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. [...] que alívio onde quer que seja teu vento despeja quem sabe se aquela costeleta de porco que comi com minha xícara depois estava boa com o calor ou não cheirei nada eu certa que aquele sujeito afrescalhado na charuteria é um grande maroto eu espero que essa lamparina não esteja fumegando pra me encher o nariz de fuligem [...] O que nós vemos das coisas são as coisas? Por que veríamos nós uma coisa se houvesse outra? Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos Se ver e ouvir são ver e ouvir? [...] Enumeração caótica 1. `` (Elite) Qual destes artistas é o grande representante da pintura surrealista? a) Marcel Duchamp. b) Tristan Tzara. c) Marinetti. d) Salvador Dalí. Solução: D A enumeração caótica é o acúmulo de palavras fazendo referência a objetos, seres e sensações de forma não-lógica. Tais termos podem ou não estabelecer relação entre si. Veja este exemplo retirado de Poema Sujo, de Ferreira Gullar. [...] Era a vida a explodir por todas as fendas da cidade sob as sombras da guerra: A gestapo a wehrmacht a raf a feb blitzkrieg catalinas torpedeamentos a quinta-coluna os facistas os nazistas os comunistas o repórter Esso a discussão na quitanda o querosene o sabão de andiroba o mercado negro o racio- 2. (Elite) As transformações vividas pela sociedade europeia (nos mais variados setores, do político ao social, do econômico ao tecnológico) em princípios do século XX refletiram-se nas vanguardas artísticas. Elas foram o símbolo de um mundo em transformação. Com base nisso responda: É correto afirmar que as vanguardas artísticas sempre estiveram vinculadas às vanguardas políticas 13

(movimentos socialistas, anarquistas, contestadores da ordem capitalista)? Justifique. 14 3. `` `` 4. `` Solução: Não, essa é uma afirmação incorreta. Isso porque as inovações artísticas (mesmo que contestadoras da ordem estética) não necessariamente caminham lado a lado com ideias/movimentos políticos contestadores da ordem dominante. Um exemplo disso foi o Futurismo italiano, liderado por Marinetti (1876-1944), que em muito se associou ao fascismo naquele país. (Elite) Qual a grande importância da Semana de Arte Moderna? Solução: A SAM representou a conquista da independência cultural no Brasil. (Elite) As pinturas a seguir fazem parte de uma vanguarda que influenciou a arte modernista em todas as suas manifestações. Qual o nome dessa vanguarda e quem é o autor destes quadros? Solução: Composição VII. Composição VIII. Disponível em: <www. artchive.com/gliphs/kandinsky/comp7640> Disponível em: <www.icarito. latercera.cl/icarito> O nome dessa vanguarda é Expressionismo e os quadros foram pintados por Vasily Kandinsky, um dos maiores nomes do Expressionismo. 1. (Elite) O que foram as vanguardas europeias? 2. (Elite) Como se deu a interpretação que tais movimentos fizeram da realidade? 3. (Elite) Qual a grande contribuição das vanguardas europeias? 4. (Elite) Explique a origem do nome vanguarda. 5. (Elite) Marque V para afirmativa verdadeira e F para afirmativa falsa relacionadas ao contexto histórico europeu nas primeiras décadas do século XX. (( ) Está em fase terminal o chamado ciclo burguês representado pelo fim da Belle Époque. A Europa passa por uma verdadeira crise de valores, em que a filosofia, a religião, a moral não tinham mais a capacidade de explicar o que estava acontecendo. (( ) Em 1917 ocorre, a partir da iniciativa de uma vanguarda social (a facção bolchevique), a conquista do poder e o estabelecimento da primeira nação soviética do mundo, é a Revolução Russa, comandada por Stalin. (( ) O velho mundo deixa de ser o modelo de civilização do Ocidente. Nem a euforia pelos avanços técnico- -científicos era mais suficiente para amenizar o desespero no qual se encontrava a sociedade da época. (( ) As vanguardas que mais influência exerceram na arte ocidental foram o Futurismo, o Cubismo, o Dadaísmo e o Surrealismo. 6. (Elite) Qual a diferença essencial do Surrealismo em relação às demais vanguardas estudadas, principalmente Futurismo e Dadaísmo? 7. (Elite) Que recursos são utilizados na poesia futurista para se conseguir que as palavras fiquem em liberdade? 8. (Elite) Qual a intenção do artista cubista em demonstrar a realidade fracionada? 9. (Elite) Apollinaire, cubista, fez em sua obra Calligrammes algo que influenciaria os concretistas brasileiros 40 anos depois. O que seria? 10. (Elite) O que justifica o niilismo ser característica fundamental do Dadaísmo? 11. (Elite) Quem se destaca no campo das artes plásticas no movimento dadaísta?

12. (Unirio) 15. (Elite) Qual dessas vanguardas tem como principal característica o niilismo? Poética a) Cubismo. Vinicius de Moraes b) c) Dadaísmo. Surrealismo. De manhã escureço De dia tardo De tarde anoiteço De noite ardo. d) Futurismo. A oeste a morte Contra quem vivo Do sul cativo A oeste é meu norte. Quero que contem Passo por passo Eu morro ontem Nasço amanhã Ando onde há espaço: Meu tempo é quando. O poema estrutura-se numa quebra da lógica externa. Que movimento de vanguarda apresenta essa característica? a) Futurismo. b) c) d) e) Dadaísmo. Expressionismo. Surrealismo. Cubismo. 13. (Mackenzie) No início do século XX, várias tendências estéticas surgiram na Europa e influenciaram o Modernismo brasileiro. Não faz parte delas o: a) Dadaísmo. b) Expressionismo. c) Futurismo. d) Cubismo. e) Determinismo. 14. (Elite) Assinale a alternativa que indica a vanguarda que ocorreu no período entre guerras. a) Surrealismo. b) Dadaísmo. c) Cubismo. d) Futurismo. 1. 2. 3. (FCMSC-SP) Movimentos: I. II. Pau-Brasil Verde-Amarelo III. Antropofagia Objetivos: 1. Resposta ao conservadorismo manifestado pelo movimento da Anta. 2. Revalorização do primitivo, por meio de uma arte que redescobrisse o Brasil. 3. Proposição de uma estrutura nacionalista. A associação correta é: a) I-2; II-3; III-1. b) I-3; II-2; III-1. c) I-1; II-2; III-3. d) I-3; II-1; III-2. e) n.d.a. (Unirio) Em relação ao Modernismo, podemos afirmar que em sua primeira fase há: a) maior aproximação entre a língua falada e a escrita, valorizando-se literariamente o nível coloquial. b) pouca atenção ao valor estético da linguagem, pri- vilegiando o desenvolvimento da pesquisa formal. c) grande liberdade de criação, mas expressão po- bre. d) reconquista do verso livre. e) ausência de inspiração nacionalista. (UFPE) I. Com o Modernismo, desenvolveu-se a preocupação de valorizar nossa tradição artística, sobretudo teve início um verdadeiro trabalho de retomada crítica da nossa produção literária do passado. 15

16 4. 5. 6. II. A Semana de Arte Moderna foi, não resta dúvida, um acontecimento marcado por ideias renovadoras. Não se pode negar, contudo, o fato de ter desencadeado certas consequências negativas; uma delas, por exemplo, foi certo clima de intranquilidade, tanto no aspecto social como no ideológico. III. A primeira fase do movimento modernista no Brasil foi marcada por um comportamento iconoclasta; a utilização do poema-piada, da liberdade de expressão, do coloquialismo na linguagem literária atestam certo nível de irreverência típica dessa fase. Responda: a) se as três estiverem certas. b) c) d) e) se I e II estiverem certas. se II e III estiverem certas. se III estiver certa. se nenhuma estiver certa. (UCP-PR) Movimento literário brasileiro que recebeu influências de vanguardas europeias, tais como o Futurismo e o Surrealismo: a) b) c) d) e) Modernismo. Parnasianismo. Romantismo. Realismo. Simbolismo. (UCBA) A proposta: Queremos exprimir nossa mais livre espontaneidade dentro da mais espontânea liberdade lembra a poesia: a) b) c) d) e) barroca. arcádica. realista. simbolista. modernista. (UFN-GO) Em dois movimentos estéticos, na literatura brasileira, há grande preocupação com o nacionalismo. Em um, evidencia-se postura nitidamente ufanística; em outro, frequentemente contestatória. São eles, respectivamente: a) b) c) d) e) Romantismo e Simbolismo. Romantismo e Modernismo. Parnasianismo e Simbolismo. Simbolismo e Modernismo. Barroco e Arcadismo. 7. 8. 9. (Fuvest) Klaxon sabe que a vida existe. E, aconselhado por Pascal, visa o presente. Klaxon não se preocupará de ser novo, mas de ser atual. Essa é a grande lei da novidade. Klaxon sabe que a humanidade existe, por isso é internacionalista. Esse texto foi pela primeira vez publicado: a) num manifesto futurista de Marinetti. b) no manifesto regionalista de 1926. c) no Prefácio Interessantíssimo de Mário de Andra- de. d) em uma revista de 1922, que se apresentava como mensário da arte moderna. e) no manifesto antropófago de Oswald de Andrade. (Cesgranrio) A maneira como o poeta se refere ao passado político-social da nação (Texto I, v. 5-12) nos leva a concluir que: a) o Brasil de outrora e o do presente são muito con- trastantes. b) a nação brasileira foi tratada com muita reverência pelo autor. c) o poeta atribui grande importância ao período im- perial. d) existe um desencanto geral pelo fracasso político de nossos governos. e) não há nostalgia na evocação desse passado. (PUC-Rio) O movimento artístico-literário que mobilizou parcela significativa da intelectualidade brasileira durante a década de 1920 e procurou romper com os padrões europeus da criação tinha como proposta: I. A tentativa de buscar um conteúdo mais popular para a problemática presente nas diferentes formas de manifestação artística. II. A tentativa de recuperação das idealizações românticas ligadas à temática do índio brasileiro. III. A valorização do passado colonial, ressaltada a influência portuguesa sobre a nossa sintaxe. IV. A tentativa de constituição, no campo das artes, da problemática da nacionalidade, ressaltadas as peculiaridades do povo brasileiro. V. A desvalorização da problemática regionalista, contida nas lendas e mitos brasileiros. Assinale: a) se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas. b) se somente as afirmativas I e V estiverem corretas. c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas III e IV estiverem cor- retas. e) se somente as afirmativas II e V estiverem corretas. 10. (PUC-Rio) A Semana de Arte Moderna (1922), expressão de um movimento cultural que atingiu todas as nossas manifestações artísticas, surgiu de uma rejeição ao chamado colonialismo mental, pregava uma maior fidelidade à realidade brasileira e valorizava sobretudo o regionalismo. Com isso, pode-se dizer que: a) o romance regional assumiu características de exal- tação, retratando os aspectos românticos da vida sertaneja. b) a escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a valorização dos modelos clássicos. c) o movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os temas nacionais e reinterpretando nossa realidade. d) os modelos arquitetônicos do período buscaram sua inspiração na tradição do barroco português. e) a preocupação dominante dos autores foi com o retratar os males da colonização. 11. (Cesgranrio) Nova Poética 12. (UFRJ) Namorados Manuel Bandeira O rapaz chegou-se para junto da moça e disse: Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara. A moça olhou de lado e esperou. Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listada? A moça se lembrava: A gente fica olhando... A meninice brincou de novo nos olhos dela. O rapaz prosseguiu com muita doçura: Antônia, você parece uma lagarta listada. A moça arregalou os olhos, fez exclamações. O rapaz concluiu: Antônia, você é engraçada! Você parece louca. Analise as afirmativas a seguir e depois assinale a opção correta. Manuel Bandeira Vou lançar a teoria do poeta sórdido. Poeta sórdido: Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida. Vai um sujeito, Sai um sujeito de casa com a roupa de brim [branco muito bem engomada, e na primeira esquina passa um caminhão, salpica-lhe o paletó de uma nódoa de lama: É a vida. O poema deve ser como a nódoa no brim: Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero. [...] A característica modernista ausente no poema de Manuel Bandeira é: a) presença de elementos prosaicos. b) liberdade formal e temática. c) expressão da realidade urbana moderna. d) aproximação da linguagem falada à literária. e) nacionalismo engajado. I. Lançando mão de um procedimento moderno, o poeta torna tênue o limite entre prosa e poesia. II. A métrica rígida do poema é um procedimento comum do estilo de época ao qual se filia o texto. III. O título do poema encerra uma ironia, pois não há no texto o lirismo que caracteriza as composições poéticas românticas. a) I e III são corretas. b) Somente III é correta. c) II e III são corretas. d) Somente I é correta. e) I e II são corretas. 13. (Elite) Qual acontecimento que se dá em 1917 de grande importância para a arte moderna no Brasil? 17

18 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Foram movimentos artísticos preocupados em reinterpretar a realidade. Tais movimentos causaram uma ruptura total com o que existiu e existia de tradicional na arte. Novas linguagens artísticas foram criadas, novas visões de mundo acabaram sendo reveladas. A nomeação vanguarda provém da língua francesa. É a união de duas palavras: avant (do francês, à frente, adiantado, antes) e garde (do francês, guarda). O que temos então é o termo avant-garde, uma guarda avançada no campo das artes, que foi adaptada para a língua portuguesa como Vanguarda. V, F, V, V Tal vanguarda social foi comandada por Lenin. A arte surrealista busca a significação. Uma pintura surrealista nunca é gratuita, sempre contém uma chave que nos revela algo, por trás do aparente caos. Abole-se a pontuação (substituída por sinais matemáticos), o adjetivo, a sintaxe, o verbo conjugado e o psicologismo; símbolos de lentidão, de meditação, logo, opostos ao ideal de velocidade tão pregado. 8. A realidade é demonstrada em planos superpostos e simultâneos, com a intenção de demonstrar a totalidade do objeto, todos os seus ângulos. 9. A mistura de manifestações artísticas, no caso, as artes plásticas com a literatura. 10. Os dadaístas tinham como principal a destruição. Para isso provocavam uma espécie de terrorismo cultural, em que todos os valores culturais eram questionados e destruídos. Nada possui significado. 11. Marcel Duchamp. 12. D 13. E 14. A 15. B 1. 2. 3. A A D

4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. A E B D E A C E A A exposição dos quadros de Anita Malfatti. 19

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