3. Vale dizer que só e somente sindicatos poderão firmar convenções - de um lado um sindicato patronal e de outro um sindicato operário.

Documentos relacionados
SALÁRIO / 13º SALÁRIO. Direitos trabalhistas e previdenciários

IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA

REFORMA TRABALHISTA JORNADA DE TRABALHO

BOLETIM SINDICAL 04 DE TEMA: Acordo coletivo de trabalho. ENVIADO EM 26 de maio de 2009

REGIMES DE COMPENSAÇÃO DE HORÁRIO DE TRABALHO

DIREITO DO TRABALHO. Efeitos e duração do trabalho nos contratos de emprego. Trabalho Extraordinário. Prof. Guilherme de Luca

As principais dúvidas jurídicas dos síndicos (trabalhista) Carlos Alexandre Cabral. Realização:

DIREITO DO TRABALHO MÓDULO II Matutino Prof. André Luiz Paes de Almeida Aula: 3

SÚMULAS DO TST EM SEGURANÇA DO TRABALHO

DIREITO DO TRABALHO PROFESSOR LEANDRO ANTUNES

DURAÇÃO DO TRABALHO III HORAS EXTRAORDINÁRIAS. Paula Freire Unimonte 2015

1. O C. TST aprovou a Resolução 159/2009 que alterou a OJ 342 nos seguintes termos: RESOLUÇÃO TST Nº 159 DE DJe

Direito do Trabalho. Horas Extras, Compensação de Horas e Banco de Horas

Orientações Consultoria de Segmentos Como é efetuado o cálculo das horas extras dos empregados comissionistas puro

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO. Aula Ministrada pelo Prof. Custódio Nogueira (Aula 17-23/04/2018)

Jornada de trabalho.

DIREITO DO TRABALHO AVISO PRÉVIO. Parte 2. Prof ª. Eliane Conde

Orientações Consultoria de Segmentos Pagamento do Adicional Noturno sobre Período Estendido do Horário Noturno

CURSO DE ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL AGOSTO 2011

ADICIONAIS PROFESSOR LEANDRO ANTUNES

DIREITO DO TRABALHO. Direito Coletivo do Trabalho. Convenções coletivas. Parte I. Prof. Cláudio Freitas

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ações Especiais no Processo Trabalhista Ação de Cumprimento. Prof ª. Eliane Conde

DIREITO DO TRABALHO II. Profa. Graciane Saliba

Curso de Orientação Jurisprudencial prof. Homero Batista Mateus da Silva. Tema: Remuneração, salário e benefícios.

PAUTA PARA NEGOCIAÇÃO COLETIVA PARA OS SINDICATOS PATRONAIS

Direitos Trabalhistas Justiça do Trabalho e Recursos Humanos

BATE-PAPO JORNADA DE TRABALHO À LUZ DA REFORMA TRABALHISTA MAIO 2018

DIREITO Previdenciário

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e salário. Complexo salarial Parte 3. Prof. Guilherme de Luca

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e Salário Caracterização e distinções. Parte III. Prof. Cláudio Freitas

Disciplina: Direito e Processo do Trabalho 3º Semestre Professor Donizete Aparecido Gaeta Resumo de Aula

Participação nos Lucros e Resultados da Empresa

A REFORMA TRABALHISTA

REFORMA TRABALHISTA Prof. Antonio Daud

Dr. Leandro Villela Cezimbra Analista Técnico FIERGS.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES ALTERAÇÕES NO CONTRATO DE TRABALHO

CONTAGEM REGRESSIVA DA REFORMA TRABALHISTA

1.7. Intervalo: Intervalo intrajornada: Intervalo interjornada:

DIREITO DO TRABALHO. Direito Coletivo do Trabalho. Entidades sindicais: organização. Parte IV. Prof. Cláudio Freitas

DIREITO DO TRABALHO. Aula Prática. Sonia Soares

NIVELAMENTO PARA PÓS GRADUAÇÃO. - Direito Individual do Trabalho - (aula 04/11)

COMO A REFORMA TRABALHISTA IMPACTARÁ SUA EMPRESA. Agosto de 2017

Dicas de estudo para. Direito do Trabalho. 2ª fase do Exame de Ordem. master.

PARECER CONSULENTE: Federação dos Municipários do Estado do Rio Grande do Sul - FEMERGS

CANCELAMENTO DE SÚMULAS E ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS. CANCELADA (Incorporada na Súmula 327)

DIREITO NAS ORGANIZAÇÕES MÓDULO 4 JORNADA DE TRABALHO

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Competência da Justiça do Trabalho Competência em Razão da Matéria Parte 2. Prof.ª Eliane Conde

Relatório - Plano de Aula 30/01/ :53

JORNADA DE TRABALHO & SISTEMA DE COMPENSAÇÃO

REFORMA TRABALHISTA. E-book

Aula de Sexta-Feira(06/05/2011)

JORNADA DE TRABALHO. Tempo in itinere. - 2º 58 CLT; Súmulas 90;320;324;325 TST

Confira a autenticidade no endereço

O DESMONTE DO SISTEMA BRASILEIRO DE RELAÇÕES DE TRABALHO (PLC 38/2017)

PONTOS IMPORTANTES DA REFORMA TRABALHISTA

SEMINÁRIO TRABALHISTA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS SP 25/08/2017

CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO 2015/2016

ESAF 2010: Considerando a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, assinale a opção correta.

PROJETO ZAC DE CAPACITAÇÃO CONTAGEM REGRESSIVA DA REFORMA TRABALHISTA (ENTRADA EM VIGOR DA LEI N , DE 13 DE JULHO DE 2017)

CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO 2018/2019

Confira a autenticidade no endereço

DIREITO DO TRABALHO II. Profa. EleniceRibeiro

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 873/19

INFORMATIVO 15 / 2015 ASSINADAS CONVENÇÕES COLETIVAS DE 2013/2014 E 2015/2016 ENTRE SINEPE-DF E SINPROEP-DF

DIREITO DO TRABALHO MSC. ROSENIURA SANTOS JORNADA DE TRABALHO JORNADA DE TRABALHO

SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO DIREITO DO TRABALHO II. Aula 12 Segurança e medicina do trabalho.

PRÁTICA TRABALHISTA 29/08/2018. Curso de Estágio Profissional Unip

CÁLCULOS DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA E PARA PETIÇÃO INICIAL

DIREITO DO TRABALHO. Efeitos e duração do trabalho nos contratos de emprego. Jornadas Especiais. Prof. Guilherme de Luca

Interrupção: Hipóteses: Licença maternidade: Afastamento nos primeiros 15 dias:

DURAÇÃO DO TRABALHO. Paula Freire 2015

CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO COMERCIÁRIOS DE SÃO PAULO - CAPITAL

Confira a autenticidade no endereço

INTERVALOS / FÉRIAS / DSR

Reforma Trabalhista. Conteúdos do Direito do Trabalho I. Professora Cláudia Glênia S de Freitas

JORNADA DE TRABALHO DURAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, CONTROLE, FALTAS DURAÇÃO E HORÁRIO

1.2. Remuneração das férias:

TERMO ADITIVO A CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO 2009/2010

Orientações Consultoria De Segmentos Salário Complessivo

DIREITO DO TRABALHO. Fontes e princípios do Direito do Trabalho. Prof. Hermes Cramacon

Orientações Consultoria de Segmentos Horas In Itinere

O IMPACTO DAS MUDANÇAS NA REFORMA TRABALHISTA NO DIA A DIA DAS RELAÇÕES DE TRABALHO DOS CLUBES

JORNADA DE TRABALHO DURAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, CONTROLE, FALTAS DURAÇÃO E HORÁRIO

MÓDULO I. Curso de Cálculos Trabalhistas AULA 09

VERITAE TRABALHO PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Professor: Joaquim Estevam de Araújo Neto Fone: (95) Protegido pela Lei nº 9.610/98 - Lei de Direitos Autorais

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e Salário Caracterização e distinções. Parte II. Prof. Cláudio Freitas

CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO

CONTAGEM REGRESSIVA DA REFORMA TRABALHISTA

A CLT cuidou de definir expressamente o conceito de uma Convenção Coletiva de Trabalho, em seu artigo 611:

Orientações Consultoria De Segmentos Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, é devido o adicional quanto às horas

Negociação Coletiva de Trabalho

A REFORMA TRABALHISTA NA PRÁTICA

Principais Alterações da Reforma Trabalhista

Confira a autenticidade no endereço

Pauta dos Trabalhadores do seguimento de Asseio e Conservação 2016.

SUMÁRIO Questões de concursos... 73

Transcrição:

BOLETIM SINDICAL 03 DE 2009 TEMA: Convenção coletiva de trabalho ENVIADO EM 24 de abril de 2009 1. Dando continuidade ao boletim sindical nº 002/2009 no qual abordamos as premissas básicas do processo de negociação sindical, abordaremos neste boletim a convenção coletiva de trabalho. 2. Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é "o acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho". (artigo 611 da CLT) 3. Vale dizer que só e somente sindicatos poderão firmar convenções - de um lado um sindicato patronal e de outro um sindicato operário. 4. Tem, portanto, efeito erga omnes, ou seja, obriga todas as empresas representadas pelo sindicato patronal ao cumprimento de suas disposições, já que o sindicato patronal tem legitimidade para representar empresa pertencente à sua categoria econômica, independentemente de filiação. 5. Por outro lado, a norma convencional abrange toda a categoria econômica representada pela entidade sindical e, consequentemente, os empregados no âmbito da representação empresarial ou econômica. Página 1 de 8

6. A eficácia de CCT cifra-se ao âmbito de atuação dos sindicatos convenentes, portanto, tendo validade somente dentro da respectiva área de atuação dos sindicatos definida em seu estatuto social.(base territorial). 7. Como funciona: a) Uma vez por ano, na data-base, é convocada Assembléia Geral para instalar o processo de negociações coletivas. Isto significa que, nesta data, reajustes, pisos salariais, benefícios, direitos e deveres de empregadores e trabalhadores serão objeto de negociações. b) Se os sindicatos, autorizados pelas respectivas assembléias gerais, estiverem de acordo com as condições estipuladas na negociação assinam a Convenção Coletiva de Trabalho, o documento que deverá ser registrado e homologado no órgão regional do Ministério do Trabalho (DRT). c) As determinações da Convenção Coletiva atingem a todos os integrantes da categoria. d) A Convenção Coletiva entra em vigor três dias após a data de entrega (protocolo) no DRT, conforme determina o parágrafo 1o. do art. 614 da Consolidação das Leis do Trabalho (C.L.T.). Página 2 de 8

8. As decisões estipuladas nas convenções coletivas transformam-se em direitos e deveres para todos os trabalhadores e empregadores. 9. Não observada às disposições do artigo 612 da CLT importam na invalidade da negociação. Neste ponto, eis a palavra do Supremo Tribunal Federal: Trabalhista. Extinção do processo sem julgamento do mérito - Critérios objetivos do art. 612 da CLT não observados. Ofensa indireta à CF. Reexame de provas. Ausência de prequestionamento. Regimental não provido. Supremo Tribunal Federal, AGRAG 333116, SP, 2ª T., DJU 22.03.2002, pág. 00036, Rel.: Min. Nelson Jobim. 10. Citamos a seguir diversas súmulas do TST acerca do tema: SÚMULA Nº 17 Adicional de insalubridade O adicional de insalubridade devido a empregado que, por força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, percebe salário profissional será sobre este calculado. (RA 28/1969, DO-GB 21.08.1969) Página 3 de 8

Histórico: * Cancelada - Res. 29/1994, DJ 12.05.1994 * Restaurada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003. PauloBragaAdvogadosAsociados SÚMULA Nº 85 COMPENSAÇÃO DE JORNADA. Incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 182, 220 e 223 da SDI-1 - Resolução nº 129/2005. I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva (ex-súmula nº 85 - primeira parte - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003). II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário (ex-oj nº 182 - Inserida em 08.11.2000). III. O mero não-atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas Página 4 de 8

excedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional (ex-súmula nº 85 - segunda parte- Res. 121/2003, DJ 21.11.2003). IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário (ex-oj nº 220 - Inserida em 20.06.2001). (Publicada no DJ de 25.04.2005) SÚMULA Nº 202 Gratificação por tempo de serviço. Compensação Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica. (Res. 8/1985, DJ 11.07.1985) Página 5 de 8

SÚMULA Nº 264 Hora suplementar. Cálculo A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença normativa. (Res. 12/1986, DJ 31.10.1986) SÚMULA Nº 286 Sindicato. Substituição processual. Convenção e acordo coletivos A legitimidade do sindicato para propor ação de cumprimento estende-se também à observância de acordo ou de convenção coletivos. Histórico: Redação original - Res. 19/1988, DJ 18.03.1988 * Com redação dada pela Res. 98/2000, DJ 18.09.2000 Página 6 de 8

SÚMULA Nº 349 PauloBragaAdvogadosAsociados Acordo de compensação de horário em atividade insalubre, celebrado por acordo coletivo. Validade A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho (art. 7º, XIII, da CF/1988; art. 60 da CLT). (Res. 60/1996, DJ 08.07.1996) SÚMULA Nº 384 MULTA CONVENCIONAL. COBRANÇA. Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 150 e 239 da SDI-1 - Resolução nº 129/2005. I - O descumprimento de qualquer cláusula constante de instrumentos normativos diversos não submete o empregado a ajuizar várias ações, pleiteando em cada uma o pagamento da multa referente ao descumprimento de obrigações previstas Página 7 de 8

nas cláusulas respectivas (ex-oj nº 150 - Inserida em 27.11.1998). II - É aplicável multa prevista em instrumento normativo (sentença normativa, convenção ou acordo coletivo) em caso de descumprimento de obrigação prevista em lei, mesmo que a norma coletiva seja mera repetição de texto legal (ex-oj nº 239 - Inserida em 20.06.2001). (Publicada no DJ de 25.04.2005) Atenciosamente, Assessoria Jurídica da FECOOP-SULENE E-mail: paulobraga@paulobragaadvogados.com.br Site: www.paulobragaadvogados.com.br Página 8 de 8