SUMARIO 5 8 1 MORTALIDADE POR INTOXICAÇOES ACIDENTAIS DIFERENÇAS REGIONAIS EM PORTUGAL 'COMPORTAMENTO GEOGRAFICO DA MORTALIDADE TUMORES MALIGNOS DO APAREl.HO DIGESTIVO TÉTANO NEONATAL POPULAÇAO RESIDENTE EM PORTUGAL - ESTIMATIVA EM 0/6/1986.., EM CRIANÇAS: POR ALGUNS. MORTALIDADE POR INTOXICACOES.. ACIDENTAIS EM CRIANCAS: DIFERENÇAS REGIONAIS EM PORTUGAL As taxas de mrtalidade pr intxicações acidentais em crianças cm mens de 10 ans têm sid cnsistentemente mu it mais elevadas em Prtugal d que ns utrs países eurpeus (1). Embra númer abslut de óbits crrids anualmente nã atinja valres muit impressinantes (variand entre um máxim de 44 óbits em 1979 e um mínim de 10 óbits em 1985), prblema tem despertad cnsiderável atençã. É actualmente bem cnhecid que: 1. O risc de mrrer pr intxicaçã acidental é mair ns rapazes d que nas raparigas.. O grup etári 1-4 ans tem risc mais elevad, que afecta especialmente a idade ans. DGCSP. Os medicaments cnstituem grup de tóxics mais frequentemente respnsável pelas intxicações. N entant, sã s pesticidas que se caracterizam pr uma mais elevada taxa de letal idade. Diferenças reginais Cm muitas utras denças e acidentes, era presumível que a distribuiçã da mrtalidade pr intxicações acidentais n grup etári 0-9 ans tivesse assimetrias reginais imprtantes. Dad pequen númer de óbits que crreram anualmente em cada um ds distrits de Prtugal, qualquer análise' das diferenças das taxas de mrtalidade entre s distrits trna necessária a agregaçã Ip.,.' ' DIRECÇÃO GI::RAL DOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMAR los
ds dads referentes a vans ans. O quadr I refere-se a perfd 1976-1985. As taxas de mrtalidade fram calculadas utilizand cm denminadres décupl das ppu lações de 0-9 ans determinadas pel Cens de 1981 (), assumind que tais valres representam a melhr estimativa das ppulações em risc n perfd 1976-1985. A distribuiçã das taxas de mrtalidade é muit assimétrica através das várias regiões. As mais elevadas estã cncentradas ns distrits d nrte-interir, enquant as mais baixas se distribuem pels distrits litrais, incluind s de Lisba e Prt. Três distrits tiveram, n períd atrás referid, QUADRO I - Taxas de mrtalidade (/100000) pr intxicações acidentais em crianças de 0-9 ans, pr distrit e regiã autónma, n perfd 1976-1985 N.O de 6bits Taxa e N.de de óbits O/E p'" mrt esperads AÇORES 10.0 9.7 1.0 NS AVEIRO.1. 1.0 NS BEJA 1. 5.1 0.6 NS BRAGA 1.5 9.5 0.8 NS BRAGANÇA 17 5.8 5.8.9 <0.001 C. BRANCO 11.6 6.0 1.8 NS COIMBRA 10 1.5 1.1 0.8 NS ÉVORA 6.4 4.9 1. NS FARO 1.6 9.1 1. NS GUARDA 1 4.1 5.8.1 <0.05 LEIRIA 15. 1. 1.1 NS LISBOA 49 1.5 6.7 0.8 NS MADEIRA 19.8 9.9 1.9 NS PORTALEGRE 6..6 1.8 I'JS PORTO 1 0.7 57.0 0.4 <0.001 SANTARÉM 16.5 1.9 1. NS SETÚBAL 5..4 1.1 NS VIANA CASTE LO 6 1. 8.8 0.7 NS V. REAL 0 6. 9.5. <0.001 VISEU 1 1.6 14.9 0.8 NS PORTUGAL 7.0 Fnte: INE-Lisba - "Estar ísticas da Saúde" _As taxas fram calculadas usand s dads d Cens de 1981 cm estimativa da ppulaçã média anual em risc. n períd 1976-1985. --O númer de óbits esperads fi calculad para a hipótese nula: taxa de cada distrit = taxa de Prtugal. "'Assume-se que as taxas distritais seguem uma distribuiçã de Pissn cm média igual à taxa de Prtugal. A significância fi testada através de tabelas da distribuiçã de Pissn. taxas de mrtalidade mu it elevadas, alcançand s seus valres significância estatística quand cmparads cm valr de Prtugal (Guarda a nrvel cnvencinal de p < 0.05, Bragança e Vila Real a nível altamente significativ de p < 0.001). O distrit d Prt caracterizu-se pr uma taxa de mrtalidade excepcinalmente baixa [p < 0.001). -----6-----------------------------------------------------------
Fig. 1 - Taxas de mrtalidade pr intxicações acidentais em crianças de 0 9 ans, n perfd 1976 1985, (a altura ds prismas é prprcinal a valr da taxa de mrtalidade). Um cert númer de viezes pdem ter exercid influência nas diferenças verificadas entre s distrits. Incrrecta declaraçã d lcal de residência e diferenças ns critéris de diagnóstic utilizads sã alguns desses viezes ptenciais. N entant, é imprvável que efeit de tais viezes pssa explicar diferenças tã prfundas. As crianças residentes ns distrits d nrdeste d país enfrentam, pis, um risc de mrrer pr intxicações acidentais muit superir a das crianças ds utrs distrits. De acrd cm estes dads tal risc é, n distrit de Vila Real, cerca de vezes superir à média nacinal e cerca de 9 vezes superir a d distrit d Prt (que tem a taxa mais baixa). Uma mais elevada taxa de incidência, expsiçã mais frequente a prduts tóxics mais letais e pr distrit. mair dificuldade de acess as serviçs de urgência, cnstituem três ds mtivs que, muit prvavelmente cmbinads, determinam taxas de mrtalidade tã elevadas. Afigura-se imprtante estudar cm detalhe papel desempenhad pr cada uma destas determinantes de md a que s esfrçs de prevençã pssam ser adequadamente intensificads. REFERENCIAS: 1. Falcã JM et ai - Análise epidemilógica das intxicações acidentais na infância. Jrnal d Médic 1985 CXVIII (1):491 50..INE-Censde1981. Jsé Marinh ----------------------------------------------------------7------ Falcã
, COMPORTAMENTO GEOGRAFICO POR ALGUNS TUMORES MALIGNOS DA MORTALIDADE DO APARELHO DIGESTIVO Os Tumres Maligns cnstituem, desde há muit e em td mund, uma das principais causas de mrte, tend, em Prtugal, e em 1985, representad 16.5 Dt d ttal ds óbits crrids. Apesar ds prgresss já alcançads na investigaçã da sua etilgia e na melhria das cndições de diagnóstic e tratament, e apesar das campanhas de esclareciment das ppulações, realizadas cm vista a um increment d diagnóstic precce da grande mairia das neplasias, s resultads alcançads, embra nã desanimadres, revelam a necessidade de se cntinuarem a envidar tds s esfrçs n sentid de melhrar panrama sanitári neste camp. N entant, para se cnhecer a natureza de actuaçã priritária trna-se necessári estar a par d pes reginal da mrtalidade pr cada uma das neplasias, infrmaçã essa para a qual simples cálcul das taxas de mrtalidade brutas nã é suficiente, dada a incapacidade de se levarem a cab cmparações fidedignas entre várias ppulações. Têm-se, assim, e entre utras técnicas epidemilógicas, usad ajustament segund a idade, das taxas de mrtalidade. Calculáms as R.P.M. (Razões Padrnizadas de Mrtalidade) (10 grups etáris) para ttal de Tumres Maligns (CID-9:08-14), Tumr Malign d Estômag (CID-9:091), Tumr Malign de Cóln (CID-9:09), Tumr Malign d Rect, Junçã Rectssigmideia e Ànus (CID-9:094), lcalizações em que númer de óbits permite que s valres encntrads sejam puc sensíveis a variações aleatórias. Pel mesm mtiv, númer de óbits bservads fi calculad pela média ds óbits crrids em 198, 1984 e 1985. Cm denminadres para cálcul das taxas de mrtalidade específicas fram utilizadas as estimativas da ppulaçã residente em 0 de Junh de 1984. Para facilitar a apreciaçã glbal ds resultads btids, prcedeu-se, para cada lcalizaçã, à sua divisã em classes, dividind-se pr 4 a amplitude -- 8 entre valr distrital mais alt e mais baix; de ntar, pr cnseguinte, que s intervals de classe sã diferentes para cada lcalizaçã tumral (classe 4 -- mair RPM; classe 1 - menr RPM). Açres [] l1adeira Fig. 1 - Distribuiçã em classes des RPM distritais pr Tumres Maligns (ttal). Pela análise da figura 1, e para ttal de Tumres Maligns, verifica-se que s distrits de Lisba e Prt sã aqueles que pssuem mair RPM, send curis ntar que alguns ds distrits mens desenvlvids (principalmente interir nrte) se encntram na classe cm menr RPM. _
Clas;! I... [J Classe Q] Classe @lm Classe 4 11 } 69. 96, ) 96. i 104. } 104. i 1.... D Classe []I Classe l [@m Classe 4 11 Açres 6-. 84.8 > 84.9 107.4 adeira r0":":'1 adeira Distribuiçã em classes das RPM distritais Tumr Malign d Estômag. ) Açres r.:::::i Fig. - > 9.7 6. Classe I pr Tumr Malign d Estômag (figura ) é talvez a neplasia que mais ns precupa neste mment, já que, para além d seu alt valr, a taxa de mrtalidade dele decrrente nã está a acmpanhar a tendência decrescente que se verifica nutrs pafses, Descrit cm uma neplasia em cuja etilgia factr alimentar é bastante imprtante, pssui uma "mancha" bastante prnunciada nas znas d nrte e interir nrte, znas cujs hábits alimentares têm bastantes semelhanças e cuja caracterizaçã merece um estud mais aturad. Fig. - Distribuiçã em classes das RPM distritais Tumr Malign d Cbln. pr Em cntraste, Tumr Malign d Cóln (figura ) tem seu pic n distrit de Lisba e em znas que se pderã cnsiderar mais desenvlvidas. É interessante ntar que a distribuiçã destas duas neplasias (estômag e cóln) segue uma tendência em geral de sinal cntrári. Também aqui factr alimentar pderá ter a sua imprtância, nã send n entant únic, pel que deverã ser tmads em cnsideraçã utrs factres que nã exclusivamente referid ( que é sbrepnfvel para tds s tumres que estams a analisar). ----------------------------------------------------------9-----
Classe 1 [] > 4.0... i bb.b Classe rei ) bb.7 5. 90. Classe rmtm ) QO.4 ':':':':'i:': i 114.0 Classe 4 11 Açres Madeira Fig. 4 - Distribuiçã em classes das RPM distritais pr Tumr Malign d Rect, Junçã Rectssigmi deia e Anus. Já a neplasia d Rect (figura 4), muitas vezes estudada e descrita em cnjunt cm a neplasia d cóln, pssui um padrã gegráfic que se pderá cnsiderar "intermédi" entre as duas neplasias anterires. Os padrões de cmprtament aqui sumariamente descrits deverã ser entendids n sentid de permitirem cmparações entre regiões, nã cnstituind, pr si só, factres explicativs para a etilgia das várias neplasias em causa. Os factres referids sã apenas s mais frequentemente citads cm pssíveis factres etilógics. A interpretaçã destes padrões deverá ser cuidadsa, havend necessidade de se analisar a sua evluçã tempral e gegráfica. É igualmente necessári ter em cnta que s dads analisads sã reclhids a partir ds certificads de óbit, que nem sempre se pdem cnsiderar isents de errs de diagnóstic, uma vez que apenas uma pequena parte fi cnfirmada pr autópsias e análises anatm-patlógicas; pr utr lad, nem sempre a indicaçã de residência ar feita crrespnde à realidade (sbretud em óbits verificads ns hspitais centrais), já que muitas vezes seu cnteúd tem efeits legais e sciais váris. Salvaguardads s prblemas enunciads, s resultads descrits têm pertinência enquant "pistas" que pdem abrir caminh à realizaçã de estuds mais aprfundads, nde seja pssfvel apresentar a definiçã de presurnfveis factres etilógics e de factres de risc e que, em geral, cnduzam a uma melhria ds cuidads de saúde preventivs e curativs das ppulações; (Assistente-Estagiári Victr L. Rdrigues de Higiene e Epidemi%gia) Facu/dade de Medicina - Universidade de Cimbra Direcçã Geral ds Cuidads de Saúde Primáris Serviç de Infrmaçã de Saúde Alameda D. Afns Henriques, 45 1056 Lisba Cdex Tel.:575557 Telex.: 647 ----0------------------------------------------------------
TÉTANO NEONATAl tétan nenatal é, pr definiçã, td tétan adquirid durante períd nenatal, ist é, ns primeirs 8 dias de vida. Situaçã relativamente frequente há alguma décadas praticamente desapareceu em tds s países desenvlvids. Uma assistência adequada n part, e à criança recém-nascida, aliada à prtecçã cnferida à criança através da mãe crrectamente imunizada, sã factres fundamentais para a prevençã destas situações. Mesm que as cndições sóci-ecnómicas e culturais das cmunidades sejam de mlde a favrecer apareciment d tétan nenatal, a imunizaçã das mães cntra tétan, é cndiçã suficiente para prteger as crianças durante as primeiras semanas, evitand-se assim, estes cass. Prtugal é ds rars países eurpeus ande se verificam, ainda, cass de tétan nenatal. Na década de itenta, segund infrmações clhidas pela OMS/EU RO, s cass de tétan nenatal em alguns países da Eurpa, fram s seguintes: A análise deste quadr mstra que Prtugal é um ds dis países em que esta situaçã se mantém de frma cnstante. (Da Espanha nã há dads suficientes). Até quand Nas nrmas de vigilância de saúde materna, recmenda-se a verificaçã d estad imunitári das grávidas, n que se refere a tétan, indicand-se esquema de vacinaçã a seguir, n cas de a mãe nã estar prtegida. Embra númer ttal de cass de tétan tenha uma tendência decrescente, a relaçã entre s de 8 dias e aqueles que surgem acima de 1 an nã diminuiu. CASOS NOTI FICADOS DE TET ANO EM PORTUGAL IDADE > 1 ANO < 8 DIAS TETANO - NEONATAL _. cass ntificads PAI'SES 1980 1981 198 198 1984 1985 BLGICA r BULGÁRIA CHECOSLOV. r DINAMARCA FRANÇA REP. D. ALEMÃ 1 1 POLÓNIA PORTUGAL 9 6 ESPANHA r 10 14 ÁUSTRIA GRCIA HUNGRIA ISRAEL HOLANDA NORUEGA SUÉCIA JUGOSLÁVIA 1 7 O O 17 11 5 15 1 6 1986 b 1980 1981 198 198 1984 1985 1986 64 76 81 6 47 8 48 9 6, 6,4,6 6, 14,1 7:;,5 Vale a pena um esfrç para se cnseguir eliminar estes cass que, embra pucs, ns clcam em situaçã "à parte" n cntext eurpeu. Amélia Esparteir Leitã ---------------------------------------------------------1------
,.." RESIDENTE EM PORTUGAL POPULACAO I ESTIMATIVA EM 0/6/1986 HOMENS E MULHERES DISTRITOS HOMENS MULHERES AVEIRO 657800 19 150 BEJA 180950 90400 8650 90550 BRAGA 760100 70000 90100 BRAGANÇA 186000 9850 9150 CASTELO BRANCO 7 150 11050 116900 COIMBRA 445.950 11700 450 ÉVORA 17650 86000 9050 FARO 800 166600 171 600 GUARDA 19950 96600 10750 LEIRIA 44700 1950 1 750 11850 LISBOA 1 004 100 1117750 68100 71000 651 050 79700 85750 SANTARÉM 460650 950 7700 SETOBAL 751 600 67750 8850 VIANA DO CASTE LO 6500 150 14850 VILA REAL 64700 11 100 1600 VISEU 45650 07 100 18550 17650 PORTALEGRE 19100 PORTO AÇORES 5850 1500 MADEIRA 68450 14400 1007550 PORTUGAL 497850 144050 579700 FONTE: INE SAÚDE EM NÚMEROS - Vlumes publicads VOLUME I N. 1 N. Mrtalidade Cardivascular: Em Declíni Intxicações Acidentais Nas Crianças Cmparar Taxas Brutas: Atençã A Efeit Da Idade Ppulaçã Prtuguesa Neplasias Malignas - Estud N. Equidade Na Saúde Cnsultas Em Cuidads Primáris Tuberculse Em Prtugal N. A Dença De Hansen Em Prtugal Cntinental, Em 1986 Evluçã Da Mrtalidade Infantil, Ne-Natal E Pst-Nenatal Em Prtugal Cirrse Hepática E Alimentaçã - Análise Da Mrtalidade Em Funçã Ds Hábits Alimentares Da Mrtalida- de Precce Insuficientes Renais Crónics Em Hemdiálise Mrtalidade Pr Acidentes Vasculares Cerebrais Em Prtugal - Evluçã E Perspectivas Ppulaçã Residente Em Prtugal N. 4 Mrtalidade Pr Dença Isquémica Cardíaca Análise Da Mrtalidade A Nível De Distrit Mrtalidade Pr Intxicações Acidentais Em Crianças: Diferenças Reginais em Prtugal Cmprtament Gegráfic Da Mrtalidade Pr Alguns Tumres Maligns D Aparelh Ou Cncelh Ppulaçã De Prtugal 1985 Sald Fisilógic De Prtugal Digestiv. Tétan Nenatal Ppulaçã Residente VOLUME 11 N. 1 Em 1985 Em Prtugal ---------------------------------------------------------