Estágio Supervisionado do Curso de Licenciatura em Computação: Perspectivas em Relação à Informática Educativa

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Transcrição:

Estágio Supervisionado do Curso de Licenciatura em Computação: Perspectivas em Relação à Informática Educativa Waghma Fabiana Borges Rodrigues 1 (Universidade do Estado de Mato Grosso) waghma@gmail.com André Luiz Borges Milhomem 2 (Universidade do Estado de Mato Grosso) andre@colider.unemat.br Resumo Este artigo discorre sobre a importância do Estágio Supervisionado do curso de Licenciatura em Computação da Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Universitário do Vale do Teles Pires, localizado na cidade de Colider no Estado de Mato Grosso. Ressalta a postura dos estagiários em formação acadêmica, destacando as perspectivas em relação à informática educativa. O estudo em pauta traz reflexões sobre o desenvolvimento do Estágio Supervisionado, articulado no atual contexto escolar, englobando a necessária utilização do computador como ferramenta de auxílio no processo de ensino-aprendizagem. Tem como objetivo explicitar algumas propostas de Estágio Supervisionado do curso de Licenciatura em Computação; mostrando a concepção da informática educativa voltada para os Ensinos Fundamental e Médio, enfocado nos projetos de estágio, bem como, evidenciar as mudanças na postura docente ocorridas na prática pedagógica com a informática educativa, apoiando-se em subsídios históricos devido a emergência da temática. Consistindo-se numa reflexão contínua e redimensionada ao processo de formação e atuação do ser docente. Palavras-chave: Licenciatura em Computação, Estágio Supervisionado, Formação Docente, Informática Educativa. Supervised Training of Licenciate Course on Computing: Perspectives in Relation to Computers in Education Abstract This article discusses the importance of Supervised Training of Licenciate Course in Computer Science of the University of Mato Grosso, Universitarian Campus of Vale do Teles Pires, located in the city of Colider in Mato Grosso State. It highlights the attitude of the trainees in academic formation, highlighting the perspectives in relation to educational computing. The study in question reflects on the development of the Supervised Training, articulated in the current school context, encompassing the necessary use of computers as a helpful tool in the teaching-learning process. It aimed to explain some of the proposals of the Supervised Training in the Licenciate Course in Computer Science; showing the conception of educational computing facing the Elementary and

Middle Teaching, focused on the project training as well as to show the changes in the teachers attitude occurred in the pedagogical practice with the educational computing, supported on historical subsidies because of the emergence of the theme. Consisting in a continuous reflection and resized to the formation and action of being a teacher. Key-words: Licenciate in Computer Science, Supervised Training, Teacher s formation, Educational Computer. 1 Introdução Este artigo parte inicialmente de uma prática reflexiva, envolvendo a socialização de resultados da prática pedagógica de acadêmicos, mediada pelos docentes da Disciplina de Estágio Supervisionado do curso de Licenciatura em Computação da Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Universitário do Vale do Teles Pires, localizado na cidade de Colider/MT. Teve-se como objeto de estudo o desenvolvimento pedagógico dos estagiários, destacando as relações entre formação e atuação, articulados à emergência atual do processo educacional com a utilização da informática educativa, pautado no referencial teórico, a saber: autores como Pimenta e Januário, base fundamental, pois explicitam sobre o estágio na formação de professores, destacando a realidade, contribuições e perspectivas dessa prática pedagógica. Como os demais saberes em torno da temática, com Junges, Nóvoa e Witter, foi possível traçar apontamentos sobre a formação de professores e levar à variadas reflexões de forma humanitária e coerente para tocar o educador. No âmbito da utilização do computador na educação, segue segundo os estudos de Cox, Tajra, Veiga e não poderia deixar de citar Valente, numa abordagem à Informática na educação, relata a história de informática educativa no Brasil destacando uma visão indissociável da formação do professor contemporâneo. Necessariamente, o presente artigo busca esclarecer sobre o funcionamento e a organização do Estágio Supervisionado do Curso de Licenciatura em Computação, assegurado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONEPE) que aprova a resolução de organização e funcionamento desse Estágio. Elucidando também a opinião dos estagiários em relação ao aprendizado a partir de sua iniciação na prática pedagógica. Constatar e entender o significado de informática educativa permite perceber o uso do computador como meio ao processo de ensino-aprendizagem, como forma alternativa de construção de uma prática pedagógica cada vez mais coerente com a realidade educacional e a partir das teorias pesquisadas, refletir, dessa forma, sobre a prática docente. Destacando

algumas temáticas de Projetos de Estágio desenvolvidos por estagiários do sétimo e oitavo semestres referentes a 2008 e 2009. 2 O Estágio de Licenciatura em Computação e Reflexões Sobre Formação Docente O Estágio Supervisionado aparece como parte fundamental e indispensável na formação dos futuros profissionais da educação, seja por propiciar ao acadêmico uma visão da realidade a qual ele será submetido após sua graduação, seja por possibilitar a ele praticar em sala de aula o que, até então, fora transmitido no decorrer do curso somente no aspecto teórico (PIMENTA, 2001). Para Passerini apud Januário (2009, p. 01): O Estágio Supervisionado é o primeiro contato que o aluno-professor tem com seu futuro campo de atuação. Por meio da observação, da participação e da regência, o licenciando poderá refletir sobre e vislumbrar futuras ações pedagógicas. Assim, sua formação tornar-se-á mais significativa quando essas experiências forem socializadas em sua sala de aula com seus colegas, produzindo discussão, possibilitando uma reflexão crítica, construindo a sua identidade e lançando, dessa forma, um novo olhar sobre o ensino, a aprendizagem [e] a função do educador (Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/file/conteudo/artigo s_teses/matematica/artigo_gilberto_06.pdf>. Acesso em 27 dez 2009) [grifo do autor]. A partir destas constatações, percebe-se que o Estágio Supervisionado está presente nos mais diversos cursos de formação de profissionais, no entanto, no presente artigo, as atenções estão voltadas ao Estágio Supervisionado II e III do curso de Licenciatura em Computação da Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Vale do Teles Pires em Colider/MT, identificando qual é, como ressalta Passerini apud Januário (2009), esse novo olhar sobre o ensino, a aprendizagem e a postura do professor na atualidade (Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/file/conteudo/artigos_teses/ MATEMATICA/Artigo_Gilberto_06.pdf>. Acesso em 27 dez 2009). Para desempenho e organização do Estágio Supervisionado, é sabido que o referido tem sua documentação que regimenta as normas e procedimentos a serem seguidos pelo acadêmico no cumprimento da disciplina. Documentação esta denominada resolução, na qual dispõe as questões fundamentais, que abrange desde a autonomia pedagógica, verificando qual é a melhor forma de se organizar o Estágio, até as adequações pertinentes a partir das particularidades da região.

Portanto, é relevante considerar que o Estágio Supervisionado é essencial na formação do licenciado em computação, sem olvidar que é uma das maneiras de levar e pôr em prática a proposta de disseminar o uso da informática educativa na prática pedagógica do Ensino Fundamental e Médio (CONEPE, 2006, p. 02). Pois, os projetos de Estágio Supervisionado II e III, do curso supracitado, apresentam como proposta a utilização do computador como meio, em que o objetivo é para fins pedagógicos (TAJRA, 2001-2003, p. 59). Enquanto o Estágio Supervisionado I, a proposta de utilização do computador é repassar conteúdos tecnológicos, ou seja, para fins computacionais. E consequentemente, ambos apresentam uma gama de diferentes formas de aplicação da informática no processo de ensino-aprendizagem. O Estágio Supervisionado permite ao acadêmico trabalhar com profissionais da educação do ensino Fundamental e Médio, estabelecendo também que os projetos de estágios sejam voltados para a utilização do computador no processo de ensino-aprendizagem. Para tanto, sabe-se que, apesar das exceções, os professores que adentram as escolas têm dificuldades quanto ao processo de ensino com a utilização do computador. Tais dificuldades podem provir das mais variadas causas, como por exemplo, aversão natural do docente pelo recurso tecnológico, decorrente da falta de disciplina de informática educativa nos currículos dos cursos de licenciaturas. De fato se faz necessária à reflexão da prática docente do Ensino Fundamental e Médio à luz de teorias educacionais que estabelecem comportamentos e formas ortodoxas de se lecionar e a prática pedagógica advinda da utilização do computador com enfoque à informática educativa. Cabe à Universidade proporcionar o intercâmbio entre Escola e Universidade, para através do diálogo, o Estágio Supervisionado do curso de Licenciatura em Computação continue se reformulando no caminho da aproximação das necessidades dos professores atuantes, dos acadêmicos e da realidade das escolas, podendo fazer uso da informática educativa como ferramenta pedagógica. A aproximação do acadêmico com a realidade escolar através do Estágio, possibilita identificar a falta de laboratórios de informática, utilização inadequada e o descaso com alguns laboratórios existentes, com computadores estragados e/ou obsoletos. Mas o ponto mais preocupante é que alguns professores não estão preparados para a inserção do computador como ferramenta pedagógica nas aulas. Tais apontamentos são indicadores de que algumas escolas ainda não estão organizadas pedagógica e estruturalmente para acompanhar as teorias educacionais atuais que têm, como priori, o computador como ferramenta pedagógica no processo de ensino-aprendizagem.

Neste sentido, a utilização da informática educativa na prática pedagógica através do Estágio Supervisionado do curso de Licenciatura em Computação, pode ser norteadora de iniciação científica, proporcionando subsídios que serão fontes de ações pedagógicas pautadas de sistematização e fundamentação teórica. A informática educativa é uma abordagem que busca a relação entre teoria e prática, que almeja alcançar dimensão essencial para um novo paradigma educacional, reformulando assim, a metodologia e a prática de ensino das disciplinas. A partir dessas implicações o Estágio Supervisionado não deve ser visto apenas como uma tarefa burocrática a ser desempenhada, mas um momento em que oportuniza ao acadêmico assumir um papel docente, buscando produzir e trazer mudanças significativas na área educacional e social (CARMO, 2008, p. 53). Sendo assim, torna-se relevante a dialética em torno da formação dos docentes com ênfase às novas tecnologias de informática como ferramenta no processo de ensinoaprendizagem, uma vez que, a tecnologia é um campo de atividade que está em constante crescimento. Segundo Veiga (2001), a cada geração, novas experiências surgem e com a informática na educação não é diferente, pois há grandes invenções, criações inovadoras. A educação segue esse mesmo processo, principalmente no campo do conhecimento sistematizado. Assim, é necessário que se evolua, desenvolvendo metodologias alternativas, que se bem articuladas, auxiliarão no processo ensino-aprendizagem. Para a autora, o papel do profissional docente não é de simples transmissão de informações, e sim de mediador na construção do conhecimento. O computador passa a ser o aliado do professor no processo de ensino-aprendizagem, propiciando transformações no ambiente de aprender e questionando as formas de ensinar (Disponível em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/inedu01.htm>. Acesso em: 14 jan 2010) [grifo nosso]. Para atuar como docente, segundo Ramos apud Witter (2004, p. 20), é imprescindível a passagem do processo de formação que lhe possibilite uma vasta liberdade de escolhas, atuação consciente e comprometimento social, fundamentado em valores que o levarão a desenvolver uma ação competente, crítica, transformadora e interativa. Consequentemente a essas transformações confirma-se o fato de que para ser professor é preciso estar constantemente descobrindo, incorporando e aplicando novas e mais eficazes metodologias,

percorrendo um caminho de conhecimentos sobre a construção de conhecimento, postura que precisa ser tomada pelo estagiário-regente e o professor atuante. Apple apud Witter (2004, p. 21) entende que o processo de ensinar, não se limita em apenas produzir conhecimento, mas sim, um processo contínuo de (re)construção do conhecimento, para adequar-se às exigências contemporâneas. A fundamentação teórica sobre didática é relevante para o processo de ensino-aprendizagem acontecer com êxito. O conhecimento dessa teoria aliada às experiências de prática pedagógica é essencial, inspirando atividades dinâmicas e inovadoras. Portanto, é necessário saber sobre o surgimento da Informática Educativa, para assim, compreender seu potencial e os efeitos na postura do professor em relação ao processo de ensino, na mudança de paradigma educacional, na organização escolar e principalmente no processo de aprendizagem. 3 Breve Histórico da Informática na Educação no Brasil A informática educativa para Cox (2003, p. 30), tem significado a partir da junção do significado das palavras informática e educação, que resulta em área científica que tem como objeto de estudo o uso de equipamentos e procedimentos da área de processamento de dados no desenvolvimento das capacidades do ser humano visando à sua melhor integração individual e social [grifo nosso]. A informática na educação no Brasil teve grande influência de ações governamentais dos Estados Unidos e da França. Isso porque, segundo Valente (2010), nos EUA e na França houve uma considerável proliferação de computadores nas escolas e um avanço tecnológico, porém as mudanças são quase inexistentes do ponto de vista pedagógico. Hoje, nos Estados Unidos, são oferecidos cursos de pós-graduação em Informática na Educação e alguns cursos disponibilizados na Internet voltados para a formação de professores no uso pedagógico do computador. Mesmo assim, o processo de aprendizagem não foi profundamente alterado, devido à preparação dos professores objetivar uma atuação para a transmissão de informação. Poucas são as escolas nos Estados Unidos que realmente sabem explorar as potencialidades do computador e sabem criar ambientes virtuais que enfatizam a aprendizagem. Para o autor, na França a implantação da informática na educação foi planejada em termos de público alvo, materiais, softwares, meios de

distribuição, instalação e manutenção dos equipamentos nas escolas (Disponível em: <http://professores.uff.br/hjbortol/car/library/v>. Acesso em: 19 jan 2010). Falar-se-á de forma bastante breve sobre a história da política da informática educativa no Brasil, informando as principais ações governamentais na área, segundo Tajra (2001-2003, p. 26-34) e Valente (2010): Partir-se-á do ano de 1980 em que a Secretaria Especial de Informática (SEI) cria uma Comissão Especial de Educação com a responsabilidade de coletar subsídios, visando gerar normas e diretrizes para a área de informática educativa. Assim, em 1981 acontece o I Seminário de Informática na Educação em Brasília e algumas recomendações foram definidas, tais como: que as atividades de informática educativa fossem balizadas dos valores culturais, sócio-políticos e pedagógicos da realidade brasileira, visando aos benefícios sócio-educacionais; criação de projetos-pilotos experimentais, objetivando a realização de pesquisa sobre a utilização da informática no processo educacional. Sequencialmente, em 1982, ocorre o II Seminário de Informática Educativa em Salvador e contou com a participação de pesquisadores das áreas de educação, sociologia, informática e psicologia, resultando em ações que em 1983 criou-se a Comissão Especial de Informática na Educação que tinha como missão ampliar as discussões e implementar ações para levar computadores às escolas públicas brasileiras. Contudo, cria-se o Projeto Educação com Computadores (EDUCOM), com a idéia surgem cinco centros-pilotos, para o desenvolvimento de pesquisa e disseminação do uso do computador no processo de ensino-aprendizagem ficando de responsabilidade das seguintes Universidades: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo Tajra (2001-2003, p. 32), com a criação do Comitê Assessor de Informática para Educação de 1 e 2 graus (hoje chamado de Ensino Fundamental e Médio) a partir do Projeto EDUCOM, por dois anos consecutivos, teve como objetivo definir os rumos da política nacional de Informática educacional. Teve-se como perspectivas a criação de ambientes educacionais utilizando-se do computador como recurso facilitador do processo de aprendizagem, com o desafio de obter

uma mudança de abordagem educacional em que o aluno deixa de ser espectador e passa ser o protagonista da aprendizagem e o professor mediador desse processo. No ano de 1987, surge o Projeto FORMAR uma ação para a formação de recursos humanos, ou seja, capacitar professores e técnicos das Redes Estaduais e Municipais de Ensino e estimular a produção de software educacional, além dessas ações, foram levantadas as necessidades relacionadas à informática do Ensino Fundamental e Médio. Com o FORMAR, desenvolveram-se cursos de especialização na área de informática educativa, o FORMAR I e FORMAR II, realizados na Unicamp, ministrados por pesquisadores do Projeto EDUCOM. Ambos os cursos proporcionaram a formação de professores que nunca tiveram contato com computadores e destacaram os diferentes aspectos do uso do computador como ferramenta pedagógica, bem como sua utilização como fim computacional. Por fim, em 1995 até os dias atuais, tem-se o Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO), que formou os Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTE s) em todos os estados do país. Com os NTE s os professores que passam por uma capacitação de pós-graduação em informática educacional tornam-se professores multiplicadores (desenvolvem atividades nessa área nas instituições de origem aos demais professores). E essa Política Federal também tem como meta levar computadores para todas as escolas que tem 150 ou mais alunos matriculados (Disponível em: <http://professores.uff.br/hjbortol/car/library/v>. Acesso em: 19 jan 2010). O PROINFO tem como objetivos: propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico; educar para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente desenvolvida ; e mais objetivos que são comuns do curso de Licenciatura em Computação que busca melhorar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem; possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva nos ambientes escolares mediante incorporação adequada das novas tecnologias de informação pelas escolas (TAJRA, 2001-2003, p. 34). A preocupação com a qualidade do ensino leva a repensar sobre um dos elementos mais importantes para que essa qualidade seja realmente efetivada, pois para que haja qualidade é imprescindível investir na formação do professor. Evidentemente numa política de formação continuada de professores, os cursos não podem ser descontextualizados da

realidade do professor, do aluno e da escola. As propostas devem conter conteúdo e atividades dependendo da situação física e pedagógica que o professor vivencia. A informática educativa, por sua vez, se utilizada com integração e adequação segundo a proposta pedagógica do professor, além de gerar novas reflexões e abrir novas possibilidades de enriquecimento da prática docente, poderá trazer contribuições relevantes para a formação do indivíduo criativo-reflexivo e atuante na sociedade contemporânea. Idealiza-se então, tentar levar o professor a compreender, não somente a contextualização, como também, a importância do uso da tecnologia, a grande quantidade de possibilidades disponibilizadas pela máquina e as novas situações de aprendizagem. 4 A prática Pedagógica na Visão dos Estagiários de Licenciatura em Computação Um dos objetivos do Estágio Supervisionado de Licenciatura em Computação, segundo a resolução no artigo quarto, é favorecer o desenvolvimento das capacidades intelectuais, imprescindíveis ao desempenho da profissão (CONEPE, 2006, p. 2). Para certificar se este objetivo é alcançado recorre-se aos relatórios dos estagiários do sétimo e oitavo semestres, referentes aos anos de 2008 e 2009, e essas paráfrases demonstram suas opiniões: - Com certeza a experiência docente acrescentou muito a minha vida acadêmica e com certeza fará a diferença se um dia eu escolher o caminho da docência ; O aprendizado conquistado durante o estágio de regência foi de vital importância para que eu pudesse entender um pouco mais o universo docente. Presenciei muitas dificuldades encontradas pelos professores e pude sentir na pele como é difícil o trabalho dos mesmos. Vivenciei situações corriqueiras de uma sala de aula, que muitas vezes passavam despercebidos ; As dificuldades encontradas no decorrer do curso serviram de crescimento, tudo foi superado conforme foi passando o tempo, podemos afirmar que aprendemos muito com a preparação das aulas, porque precisamos relembrar os conteúdos e trocar informações com os colegas e professores. Fica evidente que a prática traz considerável crescimento, uma vez que promove a construção de conhecimentos e aflora habilidades, estabelecendo um perfil de qualidade profissional. Assim, no período de Observação do Estágio Supervisionado, os acadêmicos têm consciência de sua importância, haja vista que as experiências contribuem para o papel do estagiário na Fase de Regência. Quanto à Fase de Regência os alunos demonstram maior

interesse, pois colocam em prática todos os conhecimentos adquiridos na trajetória de sua formação acadêmica, que segundo eles, é a teoria vivenciada pela prática. Sabe-se que o fato do estagiário possuir experiência pedagógica e se identificar com a docência são fundamentais para uma reflexão pautada no trabalho inicial, engendrando uma reflexão mais abrangente numa construção pessoal e social. Junges (2006) e Nóvoa (1992), entendem e defendem que o professor deve ser visto como pessoa e como profissional, que sua formação é um processo contínuo e fundamental, que abrange toda a sua vida. Os dados coletados e demonstrado no gráfico 1, referem-se aos 23 estagiários do sétimo e oitavo semestres dos anos de 2008 e 2009 que responderam ao questionário do Trabalho de Conclusão de Curso intitulada Uma Análise do Estágio Supervisionado do Curso de Licenciatura em Computação da Unemat Campus Universitário Vale do Teles do Pires da Acadêmica Divina Maria do Carmo. A interpretação do referido gráfico mostra que os acadêmicos que possuem experiência pedagógica anterior ao estágio por um período de até 2 anos somam-se 57%, contrapondo aos 43% acadêmicos que não possuem experiência pedagógica anterior ao Estágio Supervisionado. No desenvolvimento do Estágio esse percentual de 57% contribui para discussão em torno da realidade escolar, bem como ressaltar aos acadêmicos que não tem experiência, a importância do planejamento das atividades. Experiência Pedagógica Anterior ao Estágio 27% 43% Não possui experiência pedagógica anterior ao Estágio Supervisionado Experiência pedagógica anterior ao Estágio Supervisionado entre 1 a 2 anos 30% Experiência pedagógica anterior ao Estágio Supervisionado mais de 2 anos Fonte: Dados da Monografia Uma análise do estágio supervisionado do curso de licenciatura em computação da Unemat Campus Universitário Vale do Teles do Pires, do Curso de Licenciatura e Computação da Universidade do Estado de Mato Grosso Campus de Colider, (CARMO, 2008). Gráfico 1 - Experiência Pedagógica Anterior ao Estágio O Estágio, embora seja uma disciplina fundamental na ação de aquisição de conhecimento e prática para a profissão docente, ao seu término, tem acadêmicos que dizem não estar totalmente aptos à profissão, como mostra o gráfico 2. Destacado também na fala de

um dos estagiários que coloca: o trabalho docente não é tarefa fácil de cumprir, descrever ou mensurar. Depois da observação do cotidiano escolar e da dificuldade encontrada pelos professores de educar as crianças diante de tantas e rápidas evoluções, pude avaliar que parte da dificuldade encontrada está na falta de conhecimento da informática e da tecnologia, que hoje, evolui e está presente em diversos setores. Crescimento em Relação à Prática Pedagógica Após o Estágio 2% Estagiários que relataram crescimento considerável depois da prática pedagógica 98% Estagiários que relataram ainda ter dificuldades após a prática pedagógica Fonte: Relatos dos Estagiários na Socialização dos Resultados do Estagio Supervisionado do Sétimo e Oitavo Semestres Referentes aos Anos de 2008 e 2009 do Curso de Licenciatura e Computação da Universidade do Estado de Mato Grosso Campus de Colider. Gráfico 2 - Crescimento em Relação à Prática Pedagógica Após o Estágio No processo de construção docente, a prática pedagógica é uma proposta para dar condições para que os acadêmicos vivenciem as experiências durante o período de Observação do Estágio Supervisionado, para serem capazes de exercerem a regência e principalmente capazes de atuarem de forma mais eficiente possível. Outra dimensão importante é que o estagiário faz a junção entre teoria e prática, avaliando também a própria prática. Na visão do estagiário o Estágio Supervisionado tem como seu principal objetivo oferecer ao futuro licenciado um conhecimento amplo da situação de trabalho, da realidade que futuramente irá encontrar, ou seja, é a oportunidade de repassar todo o aprendizado adquirido dentro da Universidade, para os diversos setores da nossa sociedade. Outro acadêmico reforça dizendo: Verificar e evidenciar a realização das competências exigidas na prática profissional, bem como associar as questões teóricas às questões práticas, vivenciadas ao longo de todo o curso. Diante do exposto, é óbvio que os estagiários em formação acadêmica, estão em processo de (re)construção de uma prática pedagógica com a utilização do computador como ferramenta de auxílio ao processo de ensino-aprendizagem, permitindo o envolvimento num

caráter afetivo e cultural, como em toda prática docente. O trabalho docente com a utilização do computador requer estudo de conteúdos, objetivos definidos, ou seja, maior preparação das aulas, se atendo a uma adequação de metodologias. Logo, segue algumas temáticas de projetos desenvolvidos durante o Estágio dos sétimo e oitavo semestres referentes aos anos de 2008 e 2009, voltados tanto para o Ensino Fundamental, quanto ao Ensino Médio: Internet e Microsoft Office Word, Excel e PowerPoint, para o ensino de disciplinas do currículo; Desenvolvimento de uma Central de Alarme em Java; Curso Básico de Hardware, focado para o mercado de trabalho; Delphi Pascal; Pesquisa e Apresentação de Trabalhos Escolares Utilizando Recursos Disponíveis na Rede e Apresentação em PowerPoint; Artes Gráficas e Edição de Vídeo; Modelagem Tridimencional usando Google Sketchup6; Segurança na Internet; Uso dos Recursos Tecnológicos da Escola; Tecnologias no Mercado de Trabalho; Edição Gráfica em CorelDraw; Linux Educacional; Informática Básica Voltada para Matemática; Eletrônica para Informática; Páginas Interativas com PHP e MYSQL; Rede de Computadores Voltado ao Ambiente de Trabalho: Teoria e Prática; Aplicativos Comerciais e Sistema Sicredi: Capacitação para Alunos do Ensino Médio Técnico em Informática; Noções Básicas para Edição de Imagem e Vídeo Utilizando com Ferramenta Adobe Photoshop e Sony Vegas; Moodle como Ferramenta de Ensino-Aprendizagem; CorelDraw X4 e Edição e Criação de Áudio; Auxiliar Administrativo e Informática e seus Princípios Básicos; e Introdução a Programação de Algoritmos. Estas são formas constituintes de uma prática contextualizada numa realidade local, em que não há receitas dessa prática, mas caminha como sendo exemplos e pode instigar as novas formas de utilização da informática na educação [grifo nosso]. 5 Considerações Finais As reflexões levantadas a respeito da temática não são definitivas, pois precisam ser postas à questionamentos, quando da constante execução da prática pedagógica. Como as seguintes indagações: As técnicas e metodologias utilizadas por professores contemporâneos são condizentes com as teorias educacionais atuais? Existe uma forma mais recomendada e mais produtiva para se lecionar de modo a otimizar o uso da informática educativa? É possível que o estagiário estimule e sensibilize o professor atuante, ao uso do computador como ferramenta pedagógica em suas aulas?

Diante da importância que o ensino tem para a formação do cidadão e das possibilidades de uso pedagógico do computador no atual contexto social, em que é incontestável a presença de computadores no cotidiano, concepções sobre o uso da informática que possam auxiliar os professores na construção do conhecimento de diversas áreas, são fundamentais. Perante essas percepções, Cox (2003, p. 8) também conclui ao mesmo tempo em que retoma a reflexão, que não há receitas infalíveis nas práticas educacionais escolares que garantam êxitos indubitáveis. Pois, com a utilização do computador com ênfase à informática educativa, não há um trabalho pedagógico único, capaz de preencher as lacunas e elevar a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. As particularidades devem ser levadas em consideração e as ações construídas pelos agentes educacionais de acordo com as especificidades de cada ambiente educacional. Referências CARMO, D. M. do. Uma análise do estágio supervisionado do curso de licenciatura em computação da Unemat Campus Universitário Vale do Teles do Pires. Colider Mato Grosso. 2008. 87p. CONEPE - Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. Resolução nº 201/2006 de 21 de dezembro de 2006. Disponível em: <www.unemat.br>. Acesso em: 21 dez 2009. COX, Kenia Kodel. Informática na educação escolar: polêmicas do nosso tempo. Campinas SP: Autores Associados, 2003. JANUARIO, G. O Estágio Supervisionado e suas contribuições para a prática pedagógica do professor. In: Seminário de história e investigações de/em aulas de matemática. Campinas. Anais: II SHIAM. Campinas: GdS/FE-Unicamp, 2008. v. único.p. 1-8. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/file/conteudo/artigos_teses/matematica/ar tigo_gilberto_06.pdf>. Acesso em 27 dez 2009. JUNGES, K. S. Trajetórias de vida, constituição profissional e autonomia de professores. União da Vitória: Face, 2006. NÓVOA, A. Formação contínua de professores: realidades e perspectivas. Aveiro, 1992. PIMENTA, S. G. O estágio na formação de professores: unidade teórica e prática? 4. ed. São Paulo: Cortez, 2001. TAJRA, S. F. Informática na Educação novas ferramentas para o professor da atualidade. 4 ed. Ver., atual. e ampl. São Paulo: Érica, 2001-2003. VALENTE, J. A.; ALMEIDA, F. J. Visão analítica da informática na educação no Brasil: a questão da formação do professor. Disponível em: <http://professores.uff.br/hjbortol/car/library/v>. Acesso em: 19 jan 2010. VEIGA, M. S. Computador e educação? Uma ótima combinação. Disponível em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/inedu01.htm>. Acesso em: 14 jan 2010. WITTER, G. P. Psicologia e educação: professor, ensino e aprendizagem. Campinas São Paulo. Ed. Alínea, 2004.

1 Licenciada em Computação e especialização em Inovações Tecnológicas na Educação pela Universidade do Estado de Mato Grosso, docente efetiva da Área de Computação Educacional, atualmente leciona a Disciplina de Estágio Supervisionado III do Curso de Licenciatura em Computação na Universidade do Estado de Mato Grosso - Campus Vale do Teles Pires em Colider-MT. 2 Licenciado em Computação, especialização em Inovações Tecnológicas na Educação e mestrando em Educação pela Universidade do Estado de Mato Grosso, docente efetivo da Área de Computação Educacional, atualmente leciona a Disciplina de Estágio Supervisionado II do Curso de Licenciatura em Computação na Universidade do Estado de Mato Grosso - Campus Vale do Teles Pires em Colider-MT.