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Transcrição:

3ª EDIção outubro 2014

Créditos CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável Av. das Américas, 1.155 grupo 208, 22631-000, Rio de Janeiro, RJ, Brazil Tel.: 55 21 2483.2250, e-mail: cebds.org, site: www.cebds.org Conteúdo e revisão KPMG Risk Advisory Services Ltda. Supervisão Geral CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Projeto gráfico e diagramação I Graficci Comunicação e Design Endereço para redes sociais cebds.org.br Facebook.com/CEBDSBR Twitter.com/CEBDS Youtube.com/CEBDSBR Endereço CEBDS Av. das Américas, 1155 sala 208 CEP: 22631-000 Barra da Tijuca Rio de Janeiro RJ Brasil +55 21 2483-2250 cebds@cebds.org

ÍNDICE Mensagem da Presidente Executiva 5 o que é o cebds? 6 sumário executivo 7 Introdução 8 Projeto 11 Definição dos Fornecedores Participantes 12 Sensibilização e Capacitação 13 Resultados 16 Acompanhamento do Projeto Realizado em 2013 18 Conclusões 20

Mensagem da Presidente O projeto de gestão de carbono na cadeia de valor está na sua terceira edição e, desde 2012, já capacitou mais de 250 fornecedores para a elaboração de seus inventários de gases de efeito estufa. A motivação pelo desenvolvimento deste projeto é devido ao fato de mais de 70% das emissões de GEE das grandes empresas estarem associados à sua cadeia de fornecedores. Essas mesmas grandes empresas estão, cada vez mais, sendo cobradas legal e socialmente por medidas e ações positivas que atenuem os efeitos negativos das suas atividades econômicas. O primeiro passo, nas grandes empresas, foi atacar os 30% das emissões relacionadas diretamente às suas atividades. Legislações ambientais mais restritivas, associadas à redução das emissões, são evoluções dos avanços das negociações internacionais e, atualmente, afetam apenas as grandes empresas atuantes no território nacional. No entanto, as empresas estão dando um passo à frente. Em 2015, um novo Acordo mundial sobre o Clima será firmado e o Brasil passará a ter a obrigatoriedade de cumprimento de metas de redução de emissões nacionais. Qual será o impacto disto no setor privado? Embora não saibamos qual será a magnitude deste impacto, já sabemos o setor será cobrado. E a preocupação atual é em como preparar a cadeia de fornecedores, composta principalmente por pequenas e médias empresas para essas mudanças em curso. Este é o objetivo do projeto, preparar a cadeia de fornecedores para mudanças que estão por vir para que consigamos atingir um resultado positivo de redução de emissões e garantir a continuidade das atividades sem perdas de competitividade e de mercado. E o sucesso deste projeto é compartilhado entre o CEBDS, as empresas patrocinadoras e os fornecedores participantes, pois depende não apenas da capacitação e apoio ao longo do processo de elaboração de seus inventários, mas, principalmente, da incorporação desta prática por parte da cadeia de fornecedores para medir os riscos e oportunidades impostos pela economia de baixo carbono. Um abraço, Marina Grossi Presidente do CEBDS PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 5

o que é o cebds O CEBDS é uma associação civil sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável nas empresas que atuam no Brasil, por meio da articulação junto aos governos e a sociedade civil além de divulgar os conceitos e práticas mais atuais do tema. O CEBDS foi fundado em 1997 por um grupo de grandes empresários brasileiros atento às mudanças e oportunidades que a sustentabilidade trazia, principalmente a partir da Rio 92. Hoje reúne cerca de 70 dos maiores grupos empresariais do país, que representam cerca de 40% do PIB e são responsáveis por mais de 1 milhão de empregos diretos. Representante no Brasil da rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), que conta com quase 60 conselhos nacionais e regionais em 36 países, atuando em 22 setores industriais, além de contar com 200 grupos empresariais que atuam em todos os continentes. Primeira instituição no Brasil a falar em sustentabilidade dentro do conceito do Triple Bottom Line, que norteia a atuação das empresas a partir de três pilares: o econômico, o social e o ambiental, o CEBDS é referência na vanguarda da sustentabilidade tanto para as empresas quanto para parceiros e governos. É reconhecido como o principal representante do setor empresarial na liderança de um revolucionário processo de mudança: transformar o modelo econômico tradicional em um novo paradigma. O CEBDS foi responsável pelo primeiro Relatório de Sustentabilidade do Brasil, em 1997, e ajudou a implementar no Brasil, em parceria com o WRI (World Resources Institute) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas), a partir de 2008, a principal ferramenta de medição de emissões de gases de efeito estufa no país, o GHG Protocol. A instituição representa suas associadas em todas as Conferências das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), desde 1998, e de Diversidade Biológica (CDB), desde 2000. O que é a CTClima A Câmara Temática de Energia e Mudança do Clima (CTClima) é formada por grandes empresas brasileiras e tem a proposta de tratar dos temas relacionados à energia e mudança do clima e ajudar as empresas a aproveitarem novas oportunidades de mercado e minimizar seus riscos advindos do processo de mudança do clima. A CTClima também acompanha e participa das Conferências das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas (COP) e de fóruns do Governo Federal e da sociedade civil. Representantes (2013-2015) Presidente: David Canassa (Votorantim Participações) Vice-presidente: Vivian Macknight (Vale) Coordenadora: Raquel Souza (CEBDS) PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 6

Sumário executivo A terceira edição do Programa de Gestão de Carbono na Cadeia de Valor, desenvolvido pela Câmara Temática de Energia e Mudanças Climáticas do CEBDS (CTClima), sensibilizou e capacitou 123 fornecedores de suas empresas associadas na elaboração de seus inventários de emissão de gases de efeito estufa (GEE). O Programa alcançou os objetivos pretendidos: 33 fornecedores finalizaram seus inventários de emissões e 4 fornecedores estão em processo de elaboração, um aumento de 10% em relação ao projeto de 2013. Este programa é uma importante ferramenta para as empresas que já perceberam que a maior fonte de emissão de GEE de sua produção está na sua cadeia de fornecedores, como demonstra a análise dos inventários publicados pelo programa GHG Protocol. Dessa maneira, torna-se cada vez mais importante o gerenciamento das emissões na cadeia de valor, uma vez que em muitos ramos de atividade, grande parte da pegada de carbono dos produtos ou serviços vem dos fornecedores. Nesse contexto, estratégias de aproximação aos fornecedores e mesmo capacitação para a gestão de suas emissões, por parte de empresas, pontualmente já vinham ocorrendo. Algumas, inclusive, já estabeleceram que, em um futuro próximo, um dos critérios para contratação de serviços ou produtos será justamente a realização do inventário e controle de suas emissões de GEE. A ideia é reunir o maior número de fornecedores comuns entre suas empresas associadas com o intuito de sensibilizá-los em relação à temática das mudanças climáticas e quanto à necessidade de realizar inventários, para então capacitá-los nesse sentido. A terceira edição do Programa de Gestão de Carbono na Cadeia de Valor, além de ter alcançado seus objetivos, reforça a possibilidade de replicação, aumento e continuidade do projeto. PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 7

E m 2008, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) adaptou a metodologia do World Resources Institute (WRI), o GHG Protocol, ao contexto nacional, em parceria com o WRI, o Centro de Estudos em Sustentabilidade, da Fundação Getúlio Vargas (GVces), e o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Sendo hoje a metodologia mais utilizada pelas empresas para realização de inventários de gases de efeito estufa (GEE). Em 2014, 128 empresas publicaram seus inventários de gases de efeito estufa em 2009, início do projeto, foram apenas 23. Contudo, não só em número cresceram as empresas que publicam seus inventários, mas também no refinamento dos mesmos. Ao averiguarem suas fontes de emissões de GEE, as empresas acabam conhecendo ainda mais seu próprio processo produtivo e, até, o processo produtivo de seus fornecedores. De fato, uma das conclusões deste processo de averiguação é que, dependendo do tipo de negócio da companhia que faz seu inventário, grande parte, ou até mesmo a maioria absoluta, de suas emissões não é proveniente de seus processos produtivos (escopo 1) nem mesmo é subproduto da energia elétrica utilizada nesse processo (escopo 2), mas, sim, de sua cadeia de fornecedores (escopo 3), como pode ser visto na Figura 1. Figura 1 Emissões brasileiras por escopo 2013 24% 2% Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 74% Fonte: Programa Brasileiro GHG Protocol, 2014. PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 9

O processo de mudança do clima e a contabilização das emissões de GEE são cada vez mais relevantes na pauta das organizações, incluindo suas emissões indiretas, que ocorrem em fontes que não pertencem ou não são controladas pela empresa. Dessa maneira, torna-se cada vez mais importante o gerenciamento das emissões na cadeia de valor, uma vez que em muitos ramos de atividade, grande parte da pegada de carbono dos produtos ou serviços vem dos fornecedores. Torna-se cada vez mais importante o gerenciamento das emissões na cadeia de valor, uma vez que em muitos ramos de atividade, grande parte da pegada de carbono dos produtos ou serviços vem dos fornecedores. Nesse contexto, estratégias de aproximação aos fornecedores e mesmo capacitação pontualmente para a gestão de suas emissões, por parte de empresas, já vinham ocorrendo. Algumas, inclusive, já estabeleceram que, em um futuro próximo, um dos critérios para contratação de serviços ou produtos será justamente a realização do inventário e controle das emissões de gases de efeito de estufa. Indo ao encontro desse objetivo, a Câmara Temática de Energia e Mudança do Clima (CTClima) do CEBDS, com apoio da KPMG, ofereceu a oportunidade de concentrar esses esforços individuais em um único trabalho. A ideia é reunir o maior número de fornecedores comuns entre suas empresas associadas com o intuito de sensibilizá-las em relação à temática das mudanças climáticas e quanto à necessidade de realizar inventários, para então capacitá-las nesse sentido. Com o sucesso obtido com o projeto piloto em 2012, este ano realizou-se a sua 3ª edição, com a participação de dez empresas associadas: Banco do Brasil, Braskem, Cemig, CPFL, Itaú-Unibanco, Petrobras, Santander, Schneider Electric, Vale, Votorantim. O projeto teve início no final do ano de 2013 e foi finalizado em setembro de 2014. Neste ano, cerca de 350 fornecedores foram convidados para os workshops de sensibilização e capacitação. As próximas páginas demonstram a metodologia utilizada para o projeto, seus principais resultados e conclusões, além de autocríticas do processo, importantes para que o projeto seja expandido e, principalmente, continuado. PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 10

O trabalho teve como objetivo buscar o engajamento de fornecedores para a elaboração de seus inventários de gases de efeito estufa, por meio da sensibilização e capacitação dos fornecedores das empresas associadas participantes. Para tal, o projeto foi divido em 4 etapas consecutivas: Figura 2 Etapas do projeto Adesão de Empresas Associadas ao Projeto Definição dos Fonecedores Participantes (nov/2013-mar/2014) Listas com principais fornecedores da empresas participantes Convites aos fornecedores para participardo workshop de capacitação Sensibilização e Capacitação (abr-jun/2014) Workshops de sensibilização ao tema mudanças climáticas e elaboração dos inventários Pesquisa de avaliação dos workshops Acompanhamento à realização dos inventários (abr-ago/2014) Follow up do projeto e suporte técnico para elaboração dos inventários Definição dos Fornecedores Participantes Após o recebimento da lista de fornecedores, foram incluídos no projeto e convidados a participarem dos workshops de capacitação cerca de 350 fornecedores, de diversos setores e diferentes regiões do Brasil. Destes, 123 compareceram aos Workshops, adesão de, aproximadamente, 35%, correspondendo a um aumento de 22% em relação ao engajamento em 2013. Figura 3 Evolução do Programa de Gestão de Carbono Qtde de Empresas 500 400 300 200 100 0 251 32 (13%) 462 101 (22%) 350 2012 2013 2014 Convidados Presentes 123 (35%) PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 12

Sensibilização e Capacitação O processo de sensibilização e capacitação foi realizado através de workshops, com duração de 8 horas, realizados em seis cidades: São Paulo (24 de abril); Porto Alegre (07 de maio); Rio de Janeiro (20 de maio); Salvador (21 de maio); Belo Horizonte (04 de junho); Campinas (09 de junho). Assim como nas edições anteriores, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro concentravam a maior parte dos fornecedores participantes, com 66% (72%, em 2012, e, 82%, em 2013). Porto Alegre e Salvador foram incluídos com o intuito de alcançarmos fornecedores fora desse eixo e importantes para as empresas patrocinadoras. Figura 4 Fornecedores participantes do projeto por estado SC; 2% PR; 2% RJ; 7% BA; 14% SP; 44% MG; 15% RS; 16% PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 13

As duas abordagens complementares, sensibilização e capacitação, se mostraram relevantes por expectativa de características comuns entre esses fornecedores. A primeira era o possível desconhecimento dos mesmos sobre as mudanças climáticas e o impacto direto que têm sobre a sociedade e os negócios. Mais do que isso: a sensibilização parecia fundamental para que esses fornecedores pudessem conectar as questões das mudanças climáticas às ações de seus empreendimentos e, é claro, como o inventariado de suas emissões poderia impactar no conhecimento de seu próprio negócio e em possíveis ganhos de eficiência ao longo do processo. A capacitação, de forma complementar, demonstrava-se necessária, pois mesmo aqueles que já pudessem estar sensibilizados, poderiam carecer de vieses tão técnicos e expertises específicas necessárias para que realizassem seus inventários. Tendo por objetivo principal a conscientização dos participantes da necessidade de adaptação da gestão dos negócios por conta das mudanças climáticas, estes eventos buscaram demonstrar aos fornecedores o impacto de suas atividades em relação ao tema, demonstrando as consequências e efeitos, diretos e indiretos, das mudanças climáticas nos diversos setores da economia brasileira, apontando riscos e levantando oportunidades e vantagens às empresas que possuem um gerenciamento de suas emissões e elaboram seu inventário. Adicionalmente, como parte do programa de capacitação técnica para elaboração dos inventários de GEE, os Workshops introduziram a ferramenta de cálculo do Programa Brasileiro GHG Protocol e sua utilização, priorizando a definição dos limites operacionais, a identificação e classificação das principais fontes de emissão e categorização das emissões entre os três escopos. Para acompanhamento dos resultados e eficácia do projeto, após a realização dos Workshops um formulário on-line foi enviado a todos os participantes (123 fornecedores), para que avaliassem, até então, as etapas do projeto. Nestes formulários, os fornecedores apontaram suas principais conclusões e expectativas sobre a elaboração (ou não) de seus inventários de emissões de GEE. O formulário online foi respondido por 74% dos fornecedores presentes nos workshops que avaliaram positivamente o Programa de Gestão de Carbono 2014. PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 14

Figura 5 Avaliação dos Workshops Excelente 44% Muito bom 49% Bom 7% Regular 0 Ruim 0 Com relação à realização dos inventários, 80% sinalizaram a intenção de elaborar seus inventários de GEE. Figura 6 Questionário de Avaliação Figura 7 Elaboração de Inventários 28 (23%) 19 (20%) 4 (3%) 91 (74%) 72 (80%) 72 Respondeu o questionário Aguardando decisão da diretoria Não respondeu ao questionário Sim Não PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 15

Resultados Das 72 empresas que confirmaram interesse na elaboração do inventário de emissões de GEE, 46% finalizaram seus inventários. Figura 8 Elaboração dos inventários de GEE* 39 (54%) 33 (46%) Sim Não * Análise baseada nas empresas que responderam sim no questionário As principais justificativas apresentadas pelas empresas que não fizeram seus inventários foram: i. A falta de pessoal para a elaboração dos inventários; ii. Conflito de prioridades no curto prazo; iii. Dificuldade técnica. Com relação ao total de fornecedores capacitados (123), 26% finalizaram seus inventários de emissões. Comparado ao ano anterior, o projeto apresentou aumento de 22% no número de fornecedores treinados e 10% no número de inventários entregues. Dos 123 fornecedores capacitados, 26% finalizaram seus inventários de GEE. PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 16

500 462 400 350 300 200 100 0 251 101 123 32 12 22% 30 35% 33 13% 2012 2013 2014 Total de Convidados Fornecedores Presentes Número de Inventários Dos fornecedores que participaram dos workshops, 78% foram classificados como empresas de grande porte, considerando o critério de classificação do IBGE baseado no número de funcionários. O número de inventários finalizados em 2014 apresentou um aumento de aproximadamente 10% em relação à 2013. Figura 9 Porte dos fornecedores participantes* 13% 12% 78% Pequeno Médio Grande *O critério para classificação do porte da empresa seguiu as premissas estabelecidas pelo IBGE, baseado no número de funcionários. PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 17

Entre os segmentos com maior adesão ao projeto, se destaca indústria de transformação, transporte e logística, serviços e construção. Figura 10 Segmentos participantes* Florestal Óleo e Gás Eletricidade e Gás Mineração Segurança TI Água, Esgoto e Resíduos Outros Construção Serviços Transporte e Logística Indústria de Transformação 0 5 10 15 20 25 30 35 *Divisão baseada na classificação do IBGE Na última fase do projeto, a KPMG manteve o contínuo follow-up com as empresas capacitadas. Nesta fase, as empresas foram acompanhadas nos processos internos de realização dos inventários, com o suporte técnico para utilização da ferramenta de cálculo (GHG Protocol), definição de limites e fontes e categorização das emissões. Acompanhamento do Projeto Realizado em 2013 A fim de acompanhar a evolução do Programa de Gestão de Carbono, um formulário online foi encaminhado aos fornecedores que realizaram seus inventários de GEE no Programa de 2013. Dos 30 fornecedores que finalizaram seus inventários, 67% responderam ao questionário e destes, 85% sinalizaram a continuidade da realização de seus inventários em 2014. PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 18

Figura 11 Questionário aplicado aos fornecedores que elaboraram seus inventários em 2013 33% Respondeu ao questionário 67% Não respondeu ao questionário Figura 12 Grau de Dificuldade para elaboração do inventário Muito difícil 0 Difícil 5 Médio 11 Fácil 3 Muito fácil 1 PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 19

Figura 13 Elaboração de um novo inventário em 2014. 15% 85% Sim Não Conclusões O Programa de Gestão de Carbono na Cadeia de Valor alcançou os objetivos pretendidos. Nesta terceira edição, o número de fornecedores presentes nos workshops passou de 101, em 2013, para 123, em 2014. Ao final do projeto, 33 fornecedores finalizaram seus inventários de emissões e 4 empresas estão em processo de elaboração. Ao longo desses três anos, o Programa de Gestão de Carbono tem sido bem sucedido e se tornou um produto anual da Câmara Temática de Energia e Mudança do Clima. Nesta edição, as empresas tiveram um maior engajamento, participando ativamente do planejamento à execução dos workshops. Muitas empresas patrocinadoras conseguiram também envolver a área de suprimentos no processo, elevando a taxa de sucesso no projeto. PROGRAMA DE GESTÃO DE CARBONO NA CADEIA DE VALOR CEBDS 20

Nota de isenção de responsabilidade* *Este documento foi publicado em nome do CEBDS. Isso não significa que todos os associados do CEBDS endossem ou concordem necessariamente com todas as declarações neste relatório. Fica a critério do leitor usar o relatório ou nele basear-se.

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