DIREITO DO TRABALHO JORNADA DE TRABALHO. (Material complementar do dia 30/05/2017) Prof. Antero Arantes Martins
DSR S
Descanso Semanal Remunerado. Historicamente o descanso semanal tem origem religiosa. No Estado moderno, foi instituído pela Convenção 14 da OIT em 1.921. É regulado no direito brasileiro pela Lei 605/49. Está também garantido no art. 7º, inciso XIV da Constituição Federal e é de 24 horas consecutivas. Pode ser descontado se o empregado faltar injustificadamente durante a semana (perde a remuneração, mas o repouso é mantido).
Descanso Semanal Remunerado. O DSR deve ser preferencialmente aos domingos, mas é possível que ocorra em outros dias da semana, quando a atividade do empregador for ininterrupta. Deve, entretanto, haver autorização estatal para o funcionamento aos domingos se não for inerente à atividade do empregador. Se não houver autorização, mas houver folga semanal a infração é meramente administrativa. O trabalho em domingos e feriados sem folga compensatória na mesma semana deve ser remunerado com adicional de 100% (em dobro). A Súmula 146 do C. TST estabelece que o pagamento é em dobro sem prejuízo da remuneração mensal.
Descanso Semanal Remunerado. Os DSR s refletidos por outras verbas (horas extras, adicional noturno, etc) não refletem nas demais verbas do contrato, por representar bis in idem. Neste sentido é a OJ 394 da SbDI-1 do C. TST: 394. Repouso semanal remunerado - RSR. Integração das horas extras. Não repercussão no cálculo das férias, do décimo terceiro salário, do aviso prévio e dos depósitos do FGTS. A majoração do valor do repouso semanal remunerado, em razão da integração das horas extras habitualmente prestadas, não repercute no cálculo das férias, da gratificação natalina, do aviso prévio e do FGTS, sob pena de caracterização de bis in idem.
FÉRIAS
Férias. Fundamentos. Os fundamentos são os mesmos do repouso semanal, por razoes biológicas, sociais e econômicas. Biológico: Repouso e recomposição física e mental. Social: Possibilitar o convívio social e acesso ao lazer. Econômico: Geração de empregos.
Férias. Natureza jurídica A norma jurídica é de caráter publico que gera direito irrenunciável. Gera para o empregador uma obrigação de fazer (conceder férias) e de dar, remunerar o período de afastamento. Gera para o empregado o direito de gozar do beneficio e o dever de faze-lo. Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.
Férias. Não é um prêmio ao trabalhador eis que qualquer que seja a conduta do empregado o direito é adquirido. Mesmo o reflexo das faltas às férias não permite concluir que as férias sejam um prêmio ao empregado assíduo. É que, biologicamente falando, uma pessoa que trabalha 200 dias no ano não precisa de repouso igual a quem trabalhou 300 dias no mesmo ano.
Férias. Período aquisitivo O período aquisitivo de férias ocorre ao fechamento do ciclo de 12 meses do contrato de trabalho. Este ciclo não é afetado pela sucessão trabalhista. No curso do período aquisitivo e incluído o numero de faltas injustificadas do empregado, que refletirão na extensão do gozo deste direito. A legislação brasileira adotou o ano de emprego, tendo o período aquisitivo como inicio a data do inicio do contrato de trabalho. As faltas injustificadas refletem nas férias, mas não podem ser descontadas diretamente nas mesmas devendo observar a proporção estabelecida na CLT.
Férias. Período aquisitivo I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. Mais de 32 faltas, perde o direito às férias.
Férias. Período Concessivo. A duração das férias de 30 dias, condicionada, entretanto, ao reflexo das faltas injustificadas havidas no período concessivo, conforme preceitua o art.130 da CLT (retro vista) A época de concessão das férias a que melhor interesse ao empregador. As limitações são: Devem transcorrer no período de doze meses após o período aquisitivo; No caso do menor de dezoito anos devem ser coincidentes com as férias escolares. Membros da mesma família na mesma época. Se vencido o prazo para a concessão, estiver o contrato suspenso é prolongado este prazo.
Férias. Período Concessivo. Somente após o período concessivo é que o empregado pode reclamar a concessão coercitiva das férias. Daí porque a prescrição das férias é contada após o término do período concessivo e não do aquisitivo. Em casos excepcionais as férias podem ser concedidas em dois períodos, sendo que nenhum deles pode ser inferior a 10 dias. Não se aplica a menores de dezoito anos e maiores de 50 anos. O empregado deve ser notificado 30 dias antes do inicio das férias e receber o valor equivalente até 48 horas antes.
Férias. Remuneração. As férias devem ser remuneradas com o abono constitucional de 1/3 que incide sobre a verba paga a qualquer título (simples, em dobro, indenizadas e proporcionais). O empregado pode, ainda, a seu exclusivo critério, converter 1/3 das férias em abono pecuniário, que não se confunde com o abono constitucional. Havendo extinção do contrato de trabalho, são devidas as férias proporcionais pelo número de meses transcorridos no período aquisitivo em curso, considerando-se como mês completo a fração igual ou superior a 15 dias. Exceção, apenas, feita à dispensa por justa causa do empregado. (Súmula 171, TST).