UTILIZAÇÃO DE ÍNDICES DE VARIAÇÃO TEXTURAL EM IMAGENS PANCROMÁTICAS HRV-SPOT NA CLASSIFICAÇÃO DO USO DO SOLO



Documentos relacionados
15- Representação Cartográfica - Estudos Temáticos a partir de imagens de Sensoriamento Remoto

FOTOINTERPRETAÇÃO. Interpretação e medidas. Dado qualitativo: lago

nós na sala de aula - módulo: geografia 4º e 5º anos - unidade 9

MAPEAMENTO FLORESTAL

GERAÇÃO DE VIAGENS. 1.Introdução

Laudo Técnico Ambiental

DIAGNÓSTICO DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO TERCEIRO SETOR EM BELO HORIZONTE 2006

6. Leitura e Interpretação da Situação Urbana PLANO DE AÇÃO PARA REABILITAÇÃO URBANA DA ÁREA CENTRAL DE PIRACICABA 27

CLASSIFICAÇÃO DE IMAGENS

Uso de imagens de alta resolução espacial e análise orientada a objeto para caracterização socioeconômica do espaço residencial construído

XV COBREAP CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS IBAPE/SP 2009

LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO. Rua Riachuelo, 547. Pirassununga/SP. Conselho do Patrimônio Imobiliário. Coordenada Geográfica: ,2 S, ,8 W

LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO

I ENCONTRO PAULISTA DE BIODIVERSIDADE


GEOGRAFIA Questões de 35 a 42

C A P Í T U L O 1 4. M a u r i c i o A l v e s M o r e i r a I n s t i t u t o N a c i o n a l d e P e s q u i s a s E s p a c i a i s

ANÁLISE DA TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM NA REGIÃO DE MACHADO (MG) POR MEIO DE COMPOSIÇÕES COLORIDAS MULTITEMPORAIS

Sensoriamento Remoto. Características das Imagens Orbitais

Pesquisa Semesp. A Força do Ensino Superior no Mercado de Trabalho

Costa, B.L. 1 ; Faria, R.A.M²; Marins, L.S.³. ²Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Faculdade de Formação de Professores - rfariageo@hotmail.

Projeto da Rede Coletora de Esgoto Sanitário. Profª Gersina Nobre

Dinâmica Recente da Rede Urbana Brasileira

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE TAMBOARA - PR, PERÍODO DE 2012 A 2014

Instalações Máquinas Equipamentos Pessoal de produção

LAUDO DE CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL

ORIENTAÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE MATERIAL CARTOGRÁFICO PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL - AIA

Análise dos Indicadores de Sustentabilidade na Cidade de Serafina Corrêa - RS

044.ASR.SRE.16 - Princípios Físicos do Sensoriamento Remoto

O uso do gvsig na Identificação de locais estratégicos para instalação de uma loja de confecções

ANALISE TEMPORAL DA EVOLUÇÃO URBANA DO MUNICÍPIO DE NITERÓI RJ, USANDO O PROGRAMA SPRING.

Boletim Goiano de Geografia E-ISSN: Universidade Federal de Goiás Brasil

Figura 1: Bosque de Casal do Rei, alguns meses após o incêndio que ocorreu no Verão de 2005.

DESIGUALDADE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE SALINAS MG

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

PROJETO MACIÇO DO MORRO DA CRUZ

UFGD FCA PROF. OMAR DANIEL BLOCO 6 CLASSIFICAÇÃO DE IMAGENS

A REINSERÇÃO DE NOVA ESPERANÇA NA REDE URBANA DE MARINGÁ: UMA PROPOSTA DE ESTUDO

Zoneamento da Cidade de São Paulo. Zoneamento Cidade de São Paulo. Características das Zonas de Uso

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural PROJETO FIP-ABC. Produção sustentável em áreas já convertidas para o uso agropecuário (com base no Plano ABC)

GEOTECNOLOGIAS PARA MAPEAMENTO DE ALVOS URBANOS: contribuição metodológica

LAUDO DE CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL

Criminalidade. Luciano Nakabashi Juliano Condi

1) LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DE UMA FÁBRICA

PROVA GEOGRAFIA 1 o TRIMESTRE DE 2012

LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO Avenida Bandeirantes nº Vila Isabel Ribeirão Preto/SP. CPI Conselho do Patrimônio Imobiliário

MAPEAMENTO DE CLASSES INTRAURBANAS NO MUNICÍPIO DE CARAGUATATUBA (SP) UTILIZANDO IMAGENS LANDSAT-5 TM E IMAGEM NDBI

Sugestão de Atividades Geografia 8º ano Unidade 1

VIGILÂNCIA SOCIAL E A GESTÃO DA INFORMAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

GEOPROCESSAMENTO COMO INSTRUMENTO DE ANÁLISE NOS IMPACTOS AMBIENTAIS: MINERADORA CAMPO GRANDE TERENOS/MS.

LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO DE IMÓVEL

Cidade é a parte urbana de um município, onde concentram atividades econômicas dos setores secundário e terciário.

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE NA LINGUAGEM R PARA CÁLCULO DE TAMANHOS DE AMOSTRAS NA ÁREA DE SAÚDE

Entender os fatores que determinam o sucesso ou o fracasso de uma empresa não é tarefa simples.

Atividade de Aprendizagem 1 Aquífero Guarani Eixo(s) temático(s) Tema Conteúdos Usos / objetivos Voltadas para procedimentos e atitudes Competências

P O R T O A L E G R E plano diretor de desenvolvimento urbano ambiental. pddua COMO APLICAR O REGIME URBANÍSTICO PREVISTO NO PDDUA DEZEMBRO/1999

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RURAL NOS MUNICÍPIOS DO CENTRO- SUL PARANAENSE NO PERÍODO DE 2000 A 2010

Geoprocessamento na Prefeitura Municipal de Campo Grande - MS. Campo Grande/MS 2012

DISCIPLINA: SISTEMA SANITÁRIO (2/7)

Analisando viagens a pé e por bicicletas na integração com transporte de massa

Portaria n.º 1136/2001 de 25 de Setembro

ESCOLA SECUNDÁRIA DR. SOLANO DE ABREU ENSINO : Profissional DISCIPLINA : Gestão TURMA : 10º H ANO LETIVO : 2011/2012

USO DA TÉCNICA DE ANALISE POR COMPONENTE PRINCIPAL NA DETECÇÃO DE MUDANÇAS NA COBERTURA DO SOLO

Revisão de Estatística Básica:

CASA EN TERRAVILLE. Implantação e Partido Formal. Local: Porto Alegre Ano: 2010 Escritório MAPA Autoras : Ana Elísia da Costa e Thaís Gerhardt

PROSPOSTA DE METODOLOGIA PARA CARACTERIZAÇÃO FÍSICA SINTETIZADA DE ÁREA DEGRADADA PELA MINERAÇÃO DE CARVÃO

OCUPAÇÕES IRREGULARES E IMPACTOS SÓCIO-AMBIENTAIS NA REGIÃO NOROESTE DE GOIÂNIA

Giselle Mesquita. Projeto de pesquisa apresentado ao Programa de Iniciação Científica das Faculdades Integradas Simonsen.

EQUILÍBRIOS E ASSIMETRIAS NA. distribuição da população e do pib. entre núcleo e periferia. nas 15 principais regiões. metropolitanas brasileiras

na região metropolitana do Rio de Janeiro

Ferramentas de sensoriamento remoto e SIG aplicadas ao novo Código Florestal

7ºano 2º período vespertino 25 de abril de 2014

Relatório Metodológico da Tipologia dos Colegiados de Gestão Regional CGR. O presente relatório tem por objetivo apresentar uma tipologia dos CGR

Identidade Digital Padrão de Governo

AlphaVille Urbanismo. Eficiência e qualidade, compromissos cumpridos. Sede - AlphaVille Urbanismo AlphaVille, São Paulo

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Pesquisa Mensal de Emprego - PME

Dossier Promocional. Terreno para Construção Vila Nova de Gaia Rua Heróis de Ultramar nº2881, Vila Nova de Gaia Vilar de Andorinho

Eixo Temático ET Gestão Ambiental em Saneamento

Mercado Imobiliário PIRACICABA - SP

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA DIRETORIA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Glossário das Camadas do SISTEMA CADEF

Entender os fatores que determinam o sucesso ou o fracasso de uma empresa não é tarefa simples.

Ao dormir, todos somos vulneráveis. William Shakespeare NOTA TÉCNICA. Adma Figueiredo. Eloisa Domingues. Ivete Rodrigues

URBANIZAÇÃO LUGAR É A BASE

SIG - Sistemas de Informação Geográfica

Eixo Temático ET Gestão Ambiental em Saneamento PROPOSTA DE SANEAMENTO BÁSICO NO MUNICÍPIO DE POMBAL-PB: EM BUSCA DE UMA SAÚDE EQUILIBRADA

Programa de Formação Contínua em Matemática para Professores do 1º e 2º Ciclo do Ensino Básico

Características das Imagens de SAR

Blog NoRascunho 1. Andrew Philip Saldanha de FRANÇA 2 Melissa Cirne de Lucena 3 Universidade Potiguar, Natal, RN

erceiro município mais populoso do interior paulista e o quarto mercado consumidor do Estado, fora da região metropolitana de São Paulo.

O CENSO 2010: BREVE APRESENTAÇÃO E RELEVÂNCIA PARA A GEOGRAFIA

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens

Uso de Imagens de Satélite e VANT como Ferramenta de Gestão na Cultura da Cana de Açúcar

Classificação da imagem (ou reconhecimento de padrões): objectivos Métodos de reconhecimento de padrões

10 FÓRUM DE EXTENSÃO E CULTURA DA UEM COMPARAÇÃO DE FUSÃO ENTRE AS IMAGENS DO SATÉLITE RAPID EYE, CBERS E SPOT.

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA

Geomática Aplicada à Engenharia Civil. 1 Fotogrametria

Prova de Conhecimentos Específicos 1 a QUESTÃO: (5,0 pontos)

Transcrição:

1 UTILIZAÇÃO DE ÍNDICES DE VARIAÇÃO TEXTURAL EM IMAGENS PANCROMÁTICAS HRV-SPOT NA CLASSIFICAÇÃO DO USO DO SOLO URBANO E ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA URBANA NA CIDADE DE LIMEIRA-SP, BRASIL. FORESTI, Celina ** 1 & VERONA, Jane Delane** 2 RESUMO As imagens pancromáticas HRV-SPOT, com resolução espacial de 10m, constituem-se num produto adequado para o estudo da variabilidade espacial intra urbana. As informações texturais obtidas dessas imagens representam o espaço urbano na sua complexidade através de indicadores físicos. O produto final obtido a partir da análise da textura é uma representação de diferentes padrões do espaço urbano, através dos quais pode-se inferir sobre as características sócio-econômicas ali presentes. Neste trabalho, os objetivos referem-se à classificação da textura urbana da cidade de Limeira - SP, e avaliação das relações desses índices com as classes de uso do solo urbano e qualidade de vida urbana. INTRODUÇÃO A característica mundial neste final de milênio é a concentração urbana em nível cada vez mais acentuada, fenômeno especialmente verificado a partir de meados do século XIX. A medida que a urbanização adquire representação espacial é possível estudar e monitorar este fenômeno através da utilização da tecnologia de sensoriamento remoto. A grande importância da aplicação de sensoriamento remoto nesta temática, diz * Universidade Estadual Paulista - UNESP- Rio Claro-SP, Brasil. * 1 cforesti@life.ibrc.unesp.br * 2 jdverona@life.ibrc.unesp.br

respeito ao carater sinótico e repetitivo destes dados, permitindo o estudo de extensas áreas e seu dinamismo. As imagens orbitais podem ser analisadas de forma analógica ou digital. Na análise analógica são considerados aspectos como análise espectral, informações texturais e contextuais. O processamento digital usualmente trata da análise espectral. A textura pode ser definida pela maneira com a qual os tons de cinza são distribuídos numa determinada banda do espectro. Esta distribuição indica através da percepção visual e de maneira intuitiva, impressões de rugosidade ou suavidade granulação e irregularidade que se formam pelos arranjos de tonalidades ou repetição de padrões visuais (Ceccato, 1994). De acordo com Hamburger (1990), não existe uma definição precisa para a textura. Esta pode ser associada à distribuição espacial e estatística dos diferentes níveis de cinza em uma imagem não apresentando nenhuma abordagem formal. Neste trabalho pretende-se de forma analógica identificar as variaçãoe stexturais na imagens pancromática HRV-SPOT da cidade de Limeira- SP, e avaliar a correlação destas classes de textura com as classes de uso do solo urbano. ÁREA DE ESTUDO A cidade de Limeira, localizada na Região Administrativa de Campinas, 150 Km a noroeste da cidade de São Paulo, Brasil, foi a área de estudo escolhida para o desenvolvimento desse trabalho. Os eixos que se ligam à cidade são rodoviários (vias Anhanguera e Bandeirantes) e ferroviários. Segundo dados do IBGE, em 1980 havia no município 150.588 habitantes, sendo que 91,5 % se encontravam na área urbana e 8,5 % na área rural, atualmente sua população estimada é de 207.405 habitantes.(ibge, 1991).

A agricultura é voltada para o plantio da cana-de-açúcar e da laranja, porém, em sua economia, o que predomina é a indústria (açúcar, celulose, mecânica, metalúrgica, papel, suco de laranja), com 57% de pessoal ocupado. Uma pesquisa realizada por Firkowski (1992) define como se deu a industrialização na cidade de Limeira, separando seu processo em duas fases. A primeira é identificável até a década de 60, onde foi sustentado por forças locais (capitais, iniciativa empresarial, mão-de-obra especializada, agricultura) sendo reforçada por um período de incentivo da industrialização nacional, com o advento da indústria automobilística. A segunda fase, após 1970, integra Limeira ao processo de internacionalização da economia brasileira, possuindo características de ter tido uma evolução industrial bem sucedida além de sua excelente posição geográfica o que foram atrativos importantes ao capital externo. A FOLHA DE SÃO PAULO publicou um artigo sobre uma pesquisa levantada pelo Datafolha referente a qualidade de vida de 17 cidades do interior paulista, incluindo Limeira, e quatro cidades da Grande São Paulo. Os dados da pesquisa são mostrados na tabela 1. Tabela1: Pesquisa realizada pela Datafolha - Qualidade de Vida de Limeira ÍTENS DE QV Ótimo/Bom Regular Ruim/Péssimo Não Sabe Transporte 57 27 11 3 Moradia 63 28 9 - Atendimento Médico 36 25 35 4 Mercado de Trabalho 45 33 19 3 Qualidade de Ensino 29 38 29 3 Segurança 50 31 16 3 Custo de Vida 15 46 38 1 Fonte: Folha de São Paulo, Caderno C, 14 de novembro de 1993

A pesquisa revelou a colocação da cidade de Limeira entre as demais cidades do interior, como sendo a sexta melhor nota (média de 7,6) atribuída pelos moradores com relação a satisfação da qualidade de vida. METODOLOGIA Foram utilizados neste trabalho um produto fotográfico em papel: imagem HRV- SPOT pancromática de 28 de agosto de 1995, escala 1:50.000; carta do Plano Diretor de uso do solo urbano: escala 1: 22.700 (1991) e fotografias panorâmicas da área de estudo. A metodologia utilizada neste trabalho constou basicamente de dois passos: (a) fotoanálise das classes de textura da imagem HRV-SPOT pancromática e (b) relação entre as classes de textura e uso do solo urbano. Os procedimentos utilizados na sua obtenção das classes de textura urbana foram baseados na análise visual dos padrões de textura fotográfica homogênea, na tonalidade dos níveis de cinza, no arranjo espacial, dados de forma, tamanho e sombra dos alvos urbanos, conforme Ceccato (1994), e com o auxílio de fotos aéreas panorâmicas e trabalho de campo. Com este mapa em mãos foi possível ter uma idéia da distribuição da vegetação, uma vez que a textura se diferencia pela interação entre os elementos de uma área, como por exemplo, as proporções entre os materiais utilizados na construção das cidades, solo exposto e a vegetação. As fotografias aéreas panorâmicas da cidade, foram úteis no reconhecimento geral da área, reduzindo assim o tempo nos trabalhos de campo. Com auxílio de uma folha vegetal sobre a imagem em papel, os polígonos das diferentes classes de textura foram delimitados e logo após foram digitalizados por meio do software Autocad. Esta imagem se mostrou muito eficiente para extração e descrição das classes de textura.

A partir da análise do padrão textural da imagem SPOT, realizou-se por meio de fotografias aéreas panorâmicas e de um mapa do plano diretor referente ao uso do solo urbano, na escala de 1:22.700, a descrição das classes de textura encontradas e sua relação com o mapa de uso do solo urbano. RESULTADOS e DISCUSSÕES A tabela 2 apresenta a descrição das classes de textura extraídas a partir da imagem SPOT pancromática da cidade de Limeira. Foi possível através de fotografias panorâmicas da cidade, explicar as oito classes de textura encontradas na imagem SPOT pancromática da cidade de Limeira, cuja descrição qualitativa pode ser vista na tabela 3.

TABELA 2: Descrição das classes de textura extraídas a partir da imagem HRV- SPOT da cidade de Limeira CLASSES DE TEXTURA Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Classe 5 Classe 6 Classe 7 Classe 8 DESCRIÇÃO DAS CLASSES DE TEXTURA A textura é lisa. Há predominância do branco, que às vezes é interrompido por pontos cinza claro. A mescla entre cinza claro, médio e branco é forte, obtendo-se uma textura granulada (alta rugosidade). Nenhum tipo de estrutura e não organização espacial. A distribuição dos tons de cinza claro e branco é semelhante, havendo pouco contraste, formando uma textura lisa, mas com percepções de algumas linhas de arruamento. Há forte mescla entre cinza escuro (maior proporção), cinza médio e branco (em proporções menores). Observam-se formas retangulares e uma textura rugosa. A mescla entre os tons de cinza escuro, médio, claro e branco é grande e bem distribuída, notando-se facilmente o sistema de arruamento e até formas retangulares. A textura é rugosa. Cinza claro com pouco contraste entre cinza médio e branco, sendo a textura pouco lisa. O sistema de arruamento é do tipo tabuleiro, facilmente visualizado na imagem. Cinza escuro, com pouco contraste pois há predominância de tons escuros e médios, obtendo-se uma textura com pouca rugosidade. A textura é lisa e apresenta muita área exposta com linhas de corte de novos loteamentos (formas retangulares e amplas) Tabela 3: Classes de textura e suas características, para a cidade de Limeira.

CLASSES CARACTERÍSTICAS Solo exposto, estacionamentos, áreas com telhados de materiais 1 bastante reflexivos (branco), ausência total de vegetação. Diferença na reflexividade dos materiais dos telhados (amplos), concreto, resultando a mescla de tons de cinza claro e branco, 2 algumas pequenas áreas de solo exposto. Arruamento assimétrico e desorganização espacial. Maior densidade de construção que na textura anterior, porém os materiais dos telhados são mais semelhantes (predomínio de 3 residências). Há presença de árvores em torno do sistema viário, sendo nítida a sua visualização e jardins na frente das casas. Baixa densidade de construção com alta densidade de vegetação. Área 4 de chácaras e bairros muito arborizados. Área central com telhados, apesar de amplos (indústrias), com baixa reflectância por serem antigos, apresentando cinza escuro na imagem. 5 Alguns pontos pretos representam as sombras dos edifícios como também alguns jardins. Zona com alta densidade de construção. Área com maior organização espacial dada pelas avenidas simétricas e arborizadas permitindo a visualização nítida dos lotes em retângulo. 6 Alguns pontos brancos desta textura são explicados por igrejas, clubes, piscinas e alguns de telhados. Áreas com alta densidade de vegetação (gramínia, arbustos e árvores) 7 encontrada em bosques e na mata ciliar. Foto 8. Área de loteamento recém formado, notando-se ruas em branco (de 8 terra) e gramado (áreas mais escuras) ou solo exposto (em branco) formando retângulos. A textura 2 apresenta telhados de diferentes tamanhos e resposta espectral, predominando os amplos altamente reflexivos. Nota-se também loteamentos recentemente construídos, resultando na alta reflectância dos materiais (concreto, asfalto), além da ausência de vegetação. Percebe-se também muitas áreas de solo

exposto e algumas com grama, onde ocorre a mescla de tons de cinza e branco. (industrial mais comercial). Na textura 5 percebeu-se que os telhados de algumas indústrias e casas da região central, por serem mais antigos, apresentam uma menor reflectância que os telhados de construções mais recentes, o que explica a textura da área, que, apesar de densamente construída, mostrar-se escura na imagem. Além disso, o tipo de material usado na construção influencia muito na resposta. As classes de uso do solo urbano e suas características se encontram na tabela 4. A relação entre a textura e o uso do solo urbano são mostradas na tabela 5. TABELA 4: Uso do solo urbano e suas características: TIPO DE USO 1.) Residencial: 1.1.) Unifamiliar: a. alta densidade de ocupação horizontal b.média densidade de ocupação horizontal c. baixa densidade de ocupação horizontal CARACTERÍSTICAS - ocorrência de áreas arborizadas - presença de jardins e quintais - presença de estruturas relativamente pequenas - ausência de grandes estruturas 1.2.) Multifamiliar c.baixa densidade de ocupação horizontal - presença de edifícios localizados fora do centro comercial 2.) Comercial e Serviços - presença de alta densidade de edificações - presença de jardins 3.) Institucional - presença de vegetação natural e jardins - presença de áreas de grande dimensão - presença de prédios e construções - presença de áreas recreativas 4.) Loteamento - sistema de arruamento definido - presença de vegetação rala

5.) Área desocupada - ausência de ocupação humana - presença de vegetação natural 6.) Industrial - presença de chaminés e amplos telhados - presença de grandes áreas de estacionamento - presença de área pavimentada 7.) Uso agropecuário - presença de granjas, sítios e fazendas - presença de áreas cultivadas - presença de vegetação natural Tabela 5: Relação entre textura e uso do solo urbano TEXTURA USO DO SOLO URBANO 1 uso 4 e solo exposto. uso 1.1, 1.2, 2 e 6. Esta textura apresenta um misto de residências de 2 baixo padrão, tanto multi como unifamiliares, com muita diferença entre os tamanhos e tipos dos materiais dos telhados, além da desorganização espacial. Presença de solo exposto. uso 1.1. Zona residencial densamente construída, porém com casas 3 maiores, presença de jardins e árvores frontais. As ruas não são tão simétricas quanto o padrão 6 de textura. uso 7. Além deste uso, pode-se dizer também que se refere ao uso 1.1, 4 sendo uma zona com casas muito bem espaçadas, grandes, e com muita vegetação aos redores. uso 1.1, 1.2, 2 e 6. Esta textura possui um misto de casas e 5 apartamentos antigos da zona central, com edifícios de serviços e comércio, além de algumas indústrias, praças e jardins. uso 1.1, 3 e 6. Zona residencial unifamiliar, com maior organização 6 espacial que na textura 3, presença de clubes, igrejas (em branco na imagem) e a indústria que se encontra ao lado do clube apresenta telhado em escuro na imagem. 7 uso 7, porém com ausência de ocupação humana para este caso. 8 uso 4, sistema de arruamento definido e presença de vegetação rala

Verificou-se que a textura 1, além de possuir solo exposto, possui nos loteamentos recém construídos uma alta reflectância dada pelo tipo de material utilizado (zona mais pobre) e pela ausência de vegetação para abertura dos lotes resultando a predominância do branco nesta área da imagem. As fotos utilizadas na interpretação das classes de textura e relação com uso do solo, foram as mesmas utilizadas no ítem anterior referente à explicação das classes de textura. A localização destas fotos foi feita com auxílio do mapa de uso do solo urbano e por meio da imagem SPOT-pan e sua divisão em classes de textura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CECCATO, V.A. Proposta metodológica para avaliação da qualidade de vida urbana a Partir de Dados de Sensoriamento Remoto, Sistema de Informações Geográficas e Banco de Dados Georrelacional, Dissertação de Mestrado em Sensoriamento Remoto, INPE, São José dos Campos - SP, fevereiro, 1994. (INPE- 5552-TDI/536). FIRKOWSKI, O. L. C. de F. A industrialização recente do município de Limeira em face do contexto industrial paulista. Geografia, Rio Claro 17(1): 23-37. 1992. HAMBURGER, D.S. Estudo do comportamento espectral de alvos urbanos para discriminação de áreas residenciais. Anais VI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Manaus, AM. 1990.