Investigação ou não? Nuno Reis Farinha Unidade de Hematologia e Oncologia Pediátrica Centro Hospitalar São João

Documentos relacionados
Adolescentes e Cancro

Programa de Formação da Subespecialidade de Oncologia Pediátrica


Que informações epidemiológicas sobre Oncologia Pediátrica têm sido produzidas?

Introdução ao Bloco de Oncologia Clínica

XXIII Jornadas ROR-SUL. 15, 16 e 17 Fevereiro 2016 Lisboa

XXIII Jornadas ROR-SUL. 15, 16 e 17 Fevereiro 2016 Lisboa

II ENCONTRO INTERNACIONAL DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA DE BARRETOS 22 A 25 DE MARÇO, 2013

Prémio Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa MSD em Epidemiologia Clínica

O QUE É? O RABDOMIOSARCOMA

Tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) no acesso a cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde

Sarcomas de partes moles do adulto Estudo Populacional/Institucional Regiões do Alentejo e Algarve

Padrões de tratamento e outcomes clínicos de cancro da mama

Faculdade de Ciências da Saúde Mestrado Integrado em Medicina 5º Ano MÓDULO DE ONCOLOGIA CLÍNICA ( )

Colheita de Células Hematopiéticas

Avaliação do Doente Oncológico. José Alberto Fonseca Moutinho

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PRÉVIA DO MEDICAMENTO PARA USO HUMANO EM MAIO HOSPITALAR

INQUÉRITO PERCEPÇÕES E PREOCUPAÇÕES DOS PROFISSIONAIS LIGADOS À ONCOLOGIA EM PORTUGAL

Ficha de Unidade Curricular

Relatório Anual de Actividades de 2006

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PRÉVIA DO MEDICAMENTO PARA USO HUMANO EM MEIO HOSPITALAR

HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN - CE

Os desafios da oncologia: a sociedade, o sistema, o doente. Gabriela Sousa Oncologia Médica IPO Coimbra

ST+I - Há mais de 25 anos a pensar Saúde. Urgência. Mais que ideias... Criamos Soluções... Saúde

O Papel da Comissão de Farmácia e Terapêutica na Gestão do Medicamento

RELATÓRIO PÚBLICO DE AVALIAÇÃO PRÉVIA DO MEDICAMENTO EM MEIO HOSPITALAR

Projecto de Lei n.º 649/XIII/3.ª

DIA MUNDIAL DO CANCRO: 4/2/2015 ONCOLOGIA NA RAM - RELATÓRIO INFOGRÁFICO

A Estenose Intracraniana na Doença das Células Falciformes

Estudo N CC CC + RT p

3ª Edição ESCOLA DE INVERNO DE FARMÁCIA A Farmácia Clínica Centrada na Segurança do Paciente

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diário da República, 1.ª série N.º 25 5 de fevereiro de Portaria n.º 53/2013

REGULAMENTO DE ACESSO DOS DELEGADOS DE INFORMAÇÃO MÉDICA AO HOSPITAL DO ESPÍRITO SANTO DE ÉVORA, EPE

EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL DO HOSPITAL INFANTIL NOSSA SENHORA DA GLORIA NOS ANOS DE 2010 A 2015

2 Conceitos da qualidade em saúde

TUMORES INFANTIS - REGISTO ONCOLÓGICO - REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA TUMORES INFANTIS REGISTO ONCOLÓGICO REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA (RORAM)

Triagem. Prescrição. Urgência. Alertas MCDT. Administração. Monitorizações. Saúde. Mais que ideias... Criamos Soluções...

História Natural das Doenças

Oncologia Pediátrica: Impacto Regulamentar no desenvolvimento de fármacos antineoplásicos. Cátia Soares Ferreira de Carvalho

POLÍTICA DE PRIVACIDADE E PROTEÇÃO DE DADOS

ANÁLISE DE SOBREVIVÊNCIA Principais Cancros da Região Norte 2000/2001

Acesso e financiamento da inovação em Oncologia: para dados diferentes, critérios de avaliação iguais? Que alternativas?

Farmácia Clínica e uso racional de antimicrobianos

Ensaios clínicos. Cannabis para fins medicinais. INFARMED. Aniversário 25 anos.

3ª Edição da Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo abre Candidaturas no dia 1 de fevereiro

Vigilância Epidemiológica, Sanitária e Ambiental

Ficha de Unidade Curricular

Apresentação de Centros de Transplantes no Brasil: O que fazemos de melhor

Suporte legal da colheita e transplantação de órgãos em Portugal

PÓS-GRADUAÇÃO EM ONCOLOGIA (2ª EDIÇÃO) CORPO DOCENTE. Epidemiologia do Cancro (2h) Ética e Deontologia em Oncologia (2h)

SNS Recursos Humanos. Dados de junho de Recursos Humanos do SNS por Região. Nº total de Profissionais Nº de Médicos e Enfermeiros.

Colheita e Transplantação de Progenitores Hematopoiéticos

Monitorização Qualidade e Segurança. Anabela Coelho Chefe da Divisão da Gestão da Qualidade Departamento da Qualidade na Saúde

Incidência, Sobrevivência e Adesão às Recomendações nos Tumores de Células Germinativas na Região Sul de Portugal. Resultados Preliminares

Ministério da Saúde Conselho Nacional do Internato Médico Internato Médico Formação Geral

Diagnóstico de TEV Perspetiva do Laboratório: o papel dos D-Dímeros no diagnóstico. Luísa Lopes dos Santos IPO-Porto

Programa Nacional para as Doenças Raras Ponto de situação

Imunologia Aplicada. Sorologia

Triagem. Prescrição. Urgência. Alertas MCDT. Administração. Monitorizações. Mais que ideias... Criamos Soluções...

O RNEC na perspetiva dos Estudos Observacionais. Direção de Gestão do Risco de Medicamentos (DGRM) INFARMED, I.P. Fátima Canedo

Os candidatos interessados devem encaminhar currículo no corpo do para:

Up to date do papel dos fatores prognósticos e preditivos de resposta no

Comissões da Qualidade e Segurança 6ª Reunião novembro/dezembro de 2015

SOBREVIVÊNCIA GLOBAL. Doentes diagnosticados em IPO Porto

A N E X O III A T R I B U I Ç Õ E S

XXII WORSHOP UROLOGIA ONCOLÓGICA Março 2017 Hotel Solverde, Espinho

Alexandra Paúl Oncologia Pediátrica, Hospital Pediátrico de Coimbra

A Plataforma Digital do Registo Oncológico Regional Sul Uma Experiência Inovadora

Candidatura a Centros de Tratamento da Hipertensão Arterial Pulmonar

Governação dos laboratórios: papel da regulação

DECLARAÇÕES EUROPEIAS DA FARMÁCIA HOSPITALAR. SECÇÃO 1: Declaração de Princípios Introdutórios e Gestão

Dados preliminares 2011

Tratamento por Hipotermia na PCR: Experiência no Pré- Hospitalar e Urgência

Transplantação de Progenitores Hematopoiéticos

Dadores inscritos no CEDACE

Medicamentos inovadores. - Oncologia -

CONFERÊNCIA. Segurança nos cuidados de saúde pilar essencial da qualidade

ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A QUALIDADE NA SAÚDE 3ª APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE PROGRESSO

Centro Clínico Champalimaud

INQUÉRITO CUIDADOS DE SAÚDE EM ONCOLOGIA: A VISÃO DOS DOENTES

Boas-vindas e Introdução

Almoço Intervalo para café

XXIII Jornadas ROR-SUL. 15, 16 e 17 Fevereiro 2016 Lisboa

ANO: saúde. Ministério da Saúde DESIGNAÇÃO REGIÃO NORTE E BEM GERIDO EFICÁCIA 45,0. 1 utentes inscritos em. Peso: 10,,0.

23 de Dezembro de 2014

Registro Hospitalar de Câncer - RHC HC-UFPR Casos de 2007 a 2009

Veterinaria.com.pt 2009; Vol. 1 Nº 1: e26 (9 de Março de 2009) Disponível em

ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DOS PEDIDOS DE 1ª CONSULTA EFECTUADOS NO ANO 2014, POR REFERENCIAÇÃO EXTERNA

Deliberação n.º 690/2013, de 7 de fevereiro (DR, 2.ª série, n.º 44, de 4 de março de 2013)

Tumores múltiplos em doentes com carcinoma da cabeça e pescoço Serviço de Oncologia Médica do CHLN Hospital de Santa Maria

Ana Fernanda Yamazaki Centrone Enfermeira Centro de Oncologia e Hematologia Hospital Albert Einstein

Acesso à inovação terapêutica. Política coerente ou maratona de obstáculos? Tânia Furtado

Delineamentos de estudos. FACIMED Investigação científica II 5º período Professora Gracian Li Pereira

REGISTO ONCOLÓGICO INSTITUTO PORTUGUÊS DE ONCOLOGIA DE FRANCISCO GENTIL CENTRO REGIONAL DE ONCOLOGIA DO PORTO, EPE

PT 1 PT COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS BRUXELAS, 20/10/2009 ORÇAMENTO GERAL SECÇÃO III COMISSÃO, TÍTULOS 07, 17, 40

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PRÉVIA DO MEDICAMENTO PARA USO HUMANO EM MEIO HOSPITALAR

Unidade de Hemato-oncologia Pediátrica Hospital Pediátrico Integrado Centro Hospitalar São João. Maria do Bom-Sucesso Coordenadora 1.11.

Chat com Annemeri Livinalli Dia 30 de julho de 2015

Transcrição:

Investigação ou não? Nuno Reis Farinha Unidade de Hematologia e Oncologia Pediátrica Centro Hospitalar São João

Plano Tipo de estudos Ensaios com medicamentos Grupos cooperativos Estudo do mundo académico Origem e necessidade Exemplos Benefícios e vantagens Situação em Portugal

Investigação Ensaios clínicos randomizados Estudos de coorte Estudos de casos e controles Séries de casos Opinião de Peritos Pesquisa com animais Pesquisas In vitro

Ensaios com medicamentos Fase I Fase II Fase III Fase IV MTD DLT Eficácia Confirmar na população Segurança a longo prazo na população

Medicamentos para uso pediátrico (Revisão do Regulamento nº 1901/2006 do Parlamento Europeu) Obrigatoriedade de formular um Plano de Investigação Pediátrico (PIP) baseado no mecanismo de ação do medicamento e na sua possibilidade de responder a necessidades médicas da criança Definir Prioridades Acabar com a barreira dos 18 anos Reduzir os atrasos da introdução das medicações em pediatria permitindo PIP para investigação na criança simultaneamente à do adulto. Incentivos para as empresas...

Grupos Cooperativos 1955 USA Consortium INVESTIGAÇÃO DO CANCRO EM CRIANÇAS

Epidemiologia Incidência : 15,8 /1 00 000/ano dos 0 aos 14 anos 21,7/100000/ ano dos 15 aos 19 anos Diferente dos adulto células embrionárias / imaturas Heterogéneo Leucemias, tumores cerebrais, linfomas, neuroblastoma tumores renais, sarcomas, tumores células germinativas, tumores endocrinológicos, retinoblastomas, tumores hepáticos, carcinomas...

Sobrevivência Crianças e jovens adultos com cancro

Stupid tumors / Intelligent Tumors Grupos cooperativos >10% sobrevivência Intensidade terapêutica Tratamento de suporte Evitar atrasos

Oncologia Pediátrica vs Oncologia Adolescentes com LAL tratados no mesmo hospital, com o mesmo protocolo têm melhor prognóstico se tratados no serviço de pediatria Grupos cooperativos Intensidade terapêutica Protocolos Contribuição da Pediatria Melhoria da Sobrevivência Pole J.D. Adoelscents with ALL treated at pediatric at pediatric versus adult hospitals, Ann Oncol 2013

Umbrella 2016 Investigação Influencia do grupo de pais na sua elaboração (IMPORT) Estratégia clinica única atualizada Disponibilidade total dos peritos Registo dos casos Revisão de anatomia patológica Colheita de material biológico Revisão de radiologia? Marcadores clínicos e radiológicos de blastema? Biomarcadores sugestivos de prognóstico

Euro Ewing 2012

IntReALL

proveitar dados para melhorar o futuro Revisão de patológica, radiologia... Feed-back direto para o próprio doente Grupo a apoiar SEGURANÇA PARA O DOENTE Segurança para o médico

Em Portugal 992: CLG EORTC 58881, 58951, Interfant 99, Interfant 2006... 996: SIOP Nephroblastoma 93 998: SIOPEN LNESG1 Infant neuroblastoma, HR NBL...

Atualmente em Portugal Interfant 2006 desde 2009 Eu-rhab desde 2009 IntReALL 2010 desde 2014 Blimatumumab desde 2015 <<< 5% de doentes em protocolos LINES1, UMBRELLA, EURONET, ALLTOGETHER, LAM NOPHO 2012, Relapsed AML 2010, Standard risk APL, High risk APL, PNET5, DIPG registry HRNBL2, SIOP Ependimoma II, SIOP CNS GCT II.

Legislação europeia Dez 2016 Protocolo de risco mínimo Promotor nacional Uma só comissão de ética central.. 2018 Estados têm de promover estudos da academia

Percentagem de doentes registados em protocolos Dinamarca 2015: n= 176 92 (52%) em protocolos internacionais 84 (48%) não havia protocolo aberto Reino Unido 2014 aproximadamente 60%

Necessidades Registo profissional / data management Que seja reconhecido como state of the art Meios financeiros Data management Seguros Comissões Registo na base de dados envio de amostras Tratamento e conservação de material biológico Auditoria do protocolos Ida a reuniões

Clinica? Investigação? Dar as melhores condições à criança Tratar ao abrigo de estudo de grupos cooperativos= state of the art Preconizado pelos Padrões Europeus de Cuidados à Criança com Cancro