CORRELAÇÃO ENTRE MEDIDAS DA QUALIDADE DA CASCA E PERDA DE OVOS NO SEGUNDO CICLO DE PRODUÇÃO 1 ISMAEL MANSUR FURTADO 2 ANTONIO ILSON GOMES DE OLIVEIRA 3 DANIEL FURTADO FERREIRA 4 BENEDITO LEMOS DE OLIVEIRA 5 PAULO BORGES RODRIGUES 6 RESUMO - Com o objetivo de estabelecer as medidas que melhor correlacionam com a porcentagem de perda de ovos, foram utilizados dados oriundos de dois exp e- rimentos realizados no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras UFLA. Os períodos experimentais foram para os exp e- rimentos 1 e 2, de 14/11/93 a 9/1/94 e de 22/5 a 9/7/94, respectivamente. Utilizaram-se 1152 (experimento I) e 720 (experimento II) poedeiras comerciais da Linhagem Hy-line W-36, amostradas aleatoriamente de 2 plantéis comerciais de 51.000 aves cada um e submetidas à muda forçada na 72 a semana de idade. Adotou-se o modelo de regressão linear múltipla, e as análises foram executadas utilizando-se o Proc Reg do sistema SAS. Para avaliar a importância das medidas estudadas na qualidade da casca e na qualidade interna do ovo foram utilizadas 2 fases: na primeira, estimou-se o coeficiente de determinação parcial de cada medida (Tipo II), e na Segunda, adotou-se o procedimento de seleção de equações ajustadas denominado Backward. Verificou-se que todas as medidas mostraram-se influentes para a perda de ovos, sendo negativamente correlacionadas, e que a utilização somente de peso específico para avaliar a qualidade da casca é suficiente para explicar a porcentagem de perda de ovos, devendo a medida peso específico receber maior atenção por parte dos pesquisadores e produtores. TERMOS PARA INDEXAÇÃO: Correlação, muda forçada, poedeiras. CORRELATION BETWEEN EGGSHELL QUALITY MEASUREMENTS AND LOST OF THE EGGS IN THE SECOND PRODUCTION CYCLE ABSTRACT - Data from two trials carried out in the Animal Science Department of Lavras Federal University UFLA, were used to assess the main factors that affect the shell breakage in the second production cycle of the hens. Other purpose was to find a predictor of the percentage of egg loss (LOST) and of the internal egg quality (measured by Haugh units). The number of hens and experimental periods were: 1152 hens from 14/11/93 to 09/01/94 and 720 hens from 22/05 to 09/07/94, respectively for trials 1 and 2. Hy-line W-36 hens were sampled randomly from two commercial flocks of 51,000 INDEX TERMS: Correlation, Laying Hens, Molted hens molted at 72-wk-old. The multiple regression linear model was used. Proc REG of the SAS package performed the analysis. Initially, it was estimated the partial determination coefficient of each trait (Type II) to evaluate the importance of the variables on egg shell quality and internal egg quality. Secondly, a procedure of adjusting equation selection named Backward was used. All variables affected LOST and were negatively correlated. The Specific Gravity should be used to evaluate the LOST and should be given more attention by eggs producers and researchers. 1. Parte da dissertação de mestrado em Zootecnia/UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) 2. Extensionista da EMATER MG, M. Sc. - bolsista CNPq. 3. Professor Titular Aposentado do DZO/UFLA 37.200-000, Lavras, MG - bolsista CNPq email ailson@ufla.br 4. Professor Adjunto do Departamento de Ciências Exatas da UFLA 5. Professor Ajunto Aposentado do DZO da UFLA.
655 6. Professor Assistente do DZO da UFLA INTRODUÇÃO O Brasil é um dos países que mais avançou em tecnologia avícola nas últimas décadas. Um dos grandes méritos da avicultura atual está relacionado ao melhoramento genético das aves de postura, que tem proporcionado altas produções às linhagens existentes. Porém, problemas relacionados à perda de ovos por quebras em virtude de casca ruim têm atingido a maioria dos produtores comerciais, já que a casca é influenciada por vários fatores, entre eles a idade e a nutrição. Segundo Campos et al. (1981), as perdas ocorridas em função da má qualidade da casca são de 7,4 %, o que implica, para uma produção de mais de 1,3 bilhão de dúzias de ovos (Aves e Ovos, 1999), em uma perda de mais de 98 milhões de dúzias, representando perto de 74 milhões de reais de prejuízo na produção brasileira de 1996. As perdas no Reino Unido (Anderson e Carter, 1976), Estados Unidos (Roland, 1977) e Canadá (Wasylishen, 1976) devidas à qualidade da casca se assemelham àquelas verificadas no Brasil (Campos et al., 1981). Atualmente a muda forçada tem sido utilizada como uma prática comum no País pois leva a uma economia para o produtor, que evita gastos iniciais na criação. No entanto, nessa fase, as aves produzem ovos maiores e com cascas mais frágeis. Embora a literatura apresente uma diversidade de estudos relacionados à qualidade do ovo para o primeiro ciclo de postura, são escassas as informações para o segundo ciclo de produção. Uma outra séria dificuldade é a grande gama de medidas normalmente usadas para avaliar a qualidade da casca, levando, em todos os trabalhos, os pesquisadores a avaliarem todas elas, com demanda de tempo e dinheiro. Com isso, fica claro que a porcentagem de perda de ovos é a característica que melhor define o prejuízo do produtor em função da qualidade da casca. Os métodos utilizados para avaliar a qualidade da casca podem ser divididos um duas categorias: diretos e indiretos. Dentre os métodos mais comumente empregados, Baião e Cançado (1997) citam a espessura da casca (ESPC), a porcentagem da casca em relação ao peso do ovo (PERCC), e o peso da casca por unidade de superfície de área (PCSA), como métodos diretos, ao passo que o peso específico do ovo (PE) (Mountney e Vanderzant, 1957) é definido como método indireto. Há um decréscimo na qualidade da casca do ovo com o aumento da idade da ave. Observações feitas por Roland (1976) e Hamilton (1978) constatam que o tamanho do ovo aumenta mais rapidamente com a idade do que com o peso da casca e, em conseqüência, diminuem a espessura da casca e sua porcentagem em relação ao peso do ovo. Em outro trabalho, Roland (1982) relata ser o tamanho do ovo o responsável pela pior qualidade da casca em galinhas velhas. A muda forçada é uma prática que permite que as aves em idade avançada descansem por um período, o que lhes proporciona uma recuperação orgânica, restabelecendo uma boa produção e qualidade dos ovos, qualidade essa que persiste por 12 a 16 semanas (Oliveira, 1992). Levando em consideração esses aspectos, objetivou-se estabelecer as medidas de qualidade de casca que melhor correlacionam com a porcentagem de perda de ovos. MATERIAL E MÉTODOS Os dados para realização deste trabalho foram oriundos de dois experimentos realizados no Setor de Avicultura do DZO da UFLA. Os períodos experimentais foram de 14/11/93 a 9/1/94 e de 22/5 a 9/7/94, (experimentos 1 e 2, respectivamente). Conforme Rodrigues (1995) e Oliveira (1995), foram utilizadas 1.152 (experimento I) e 720 (experimento II) poedeiras comerciais da Linhagem Hy-line W-36, submetidas à muda forçada na 72 a semana de idade, segundo Oliveira (1981). Em ambos os experimentos, a unidade experimental constituiu-se de 4 gaiolas com 3 aves cada uma totalizando 12 aves. Para as análises foram utilizados apenas os dados de 156 unidades experimentais, referentes ao tratamento-testemunha, no qual as aves receberam uma ração prática normal. As dietas dos experimentos I e II foram à base de milho e farelo de soja, sendo fornecidas à vontade, duas vezes ao dia. A água era corrente e constante, recebendo as aves iluminação artificial durante a fase de postura, num total de 17 horas de luminosidade por dia. Foram feitas anotações diárias de consumo de ração e produções de ovos íntegros, quebrados, sem casca e com casca mole, por parcela. Avaliou-se a qualidade externa do ovo, medindo-se Peso Específico (PE), Espessura da Casca (ESPC), Peso da Casca por Unidade Ciênc. agrotec., Lavras, v.25, n.3, p.654-660, maio/jun., 2001
656 de Superfície de Área (PCSA) e Porcentagem de Casca (PERCC). Para estudar as medidas que representam a qualidade da casca dos ovos e sua correlação com as perdas de ovos de aves no segundo ciclo de postura, inicialmente adotou-se o seguinte modelo de regressão linear múltipla: Y i = b0 + b1 X 1i + b2x 2i + b3 X 3i + b4 X 4i + ε em que, Y i representa a porcentagem de perda (PERDA) na i-ésima parcela; X 1i, X 2i, X 3i, X 4i representam a PERCC, PCSA, ESPC e PE da i-ésima parcela, respectivamente, que foram descritos anteriormente; ε i representa o desvio de regressão da i-ésima observação assumido NID(0, σ 2 e ). Para elucidar a estrutura de relações entre as medidas independentes do referido modelo, inicialmente estimularam-se as correlações de Pearson entre todos os pares possíveis e, posteriormente, utilizou-se a análise multivariada (cluster analysis), conforme Johnson e Wichern (1988). Adotou-se o método do vizinho mais distante (complete linkage) e obteve-se o dendograma utilizando o programa Statistica. Finalmente, ajustou-se o modelo de regressão apresentado anteriormente. Numa primeira fase, estimouse o coeficiente de determinação parcial de cada medida (Tipo II), e numa segunda fase, adotou-se o procedimento de seleção de equações ajustadas denominado Backward (Draper e Smith, 1966). O procedimento, realizado passo a passo, eliminou as medidas de menor importância em cada etapa. A medida com menor valor de F parcial, cujo teste de hipótese H 0 : b i =0 (i=1, 2,..., 4) não foi rejeitado (F não-significativo), foi eliminada naquele passo, repetindo-se até que houvessem apenas medidas com F parcial significativo no modelo. As medidas remanescentes no modelo foram classificadas quanto à importância, de acordo com os maiores valores de F parcial (ou dos valores em módulo do t de Student) i e as eliminadas foram classificadas pela sua importância, de acordo com a ordem de eliminação no processo de Backward. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 estão apresentadas as estatísticas descritivas (média, desvio padrão, erro padrão, mínimo e máximo) obtidas para as medidas estudadas nas 156 unidades experimentais do experimento. A porcentagem de perda de ovos média foi de 5,6 (0,32)%. Roland (1977) obteve valores de perdas entre 4 a 12,15%, com média de 6,37% dos ovos produzidos nos Estados Unidos, e Campos et al. (1981) obtiveram, no Brasil, valor médio de 7,4% de perdas. As demais medidas de qualidade de casca (PERCC, PCSA, ESPC e PE) apresentaram médias iguais a 8,5%, 73,6 mg/cm 2, 0,384 mm e 1,085g/cm 3, respectivamente. Os erros-padrão dessas medidas variaram entre 0,02 a 0,7 % do valor da média de cada uma, o que indica que essas características apresentaram pouca variabilidade ao longo das unidades amostrais. Os valores obtidos são similares aos encontrados por Hamilton (1982), Romanoff e Romanoff (1949) e Oliveira (1998). Na Tabela 2 são apresentados os coeficientes de correlação entre a variável PERDA e as medidas de qualidade de casca estudadas, com suas significâncias. Todas as medidas tiveram correlações negativas com a PERDA, quando essas foram avaliadas individualmente, as quais, apesar de baixas, foram altamente significativas (P<0,01). Verificou-se que a maior correlação estimada foi entre PERDA e PE (-0,542). Esse resultado de PE é semelhante aos obtidos por Wells (1967), citado por Hamilton (1982) e por Holder e Bradford (1979). As demais medidas (PERCC, PCSA e ESPC) apresentaram correlações semelhantes com PERDA (-0,236, -0,249 e -0,225). TABELA 1 - Média, desvio padrão, erro-padrão mínimo, máximo e coeficiente de variação da porcentagem de perda de ovos (PERDA) e das medidas de qualidade de casca, referente às 156 unidades experimentais estudadas. Variável 1 Média Desvio padrão Erro Padrão Mínimo Máximo C.V.(%) PERDA (%) 5,567 3,955 0,3167 0,000 15,870 71,04 PERCC (%) 8,497 0,718 0,0575 6,530 11,445 8,45 PCSA (mg/cm 2 ) 73,648 5,846 0,4681 57,329 93,053 7,94 ESPC (mm) 0,384 0,029 0,0023 0,310 0,450 7,55 Ciênc. agrotec., Lavras, v.25, n.3, p.645-649, maio/jun., 2001
657 PE (g/cm 3 ) 1,085 0,003 0,0002 1,078 1,093 0,28 1 PERCC = % de casca, PCSA = peso da casca por unidade de superfície de área, ESPC: espessura da casca e PE = peso específico O dendograma da Figura 1 busca elucidar a estrutura de relação existente entre as variáveis. Adotando-se o ponto de corte em torno de 0,5 na distância de ligação, de forma arbitrária como é realizado pela maioria da literatura especializada (Johnson e Wichern, 1988), verificouse que sse formaram 2 grupos distintos de variáveis: (PE e PERDA) e (ESPC, PCSA e PERCC). Verificou-se também que as variáveis PCSA e PERCC são as mais similares por possuírem o menor ponto de fusão (menor distância de ligação). Deve ser enfatizado que PE e PERDA formaram um único grupo, ressaltando a importância da variável PE para a PERDA. TABELA 2 - Coeficientes de correlação entre porcentagem de perda de ovos (PERDA) e as medidas de qualidade de casca e a significância do teste de hipótese H 0 1 1 Variáveis 2 Variáveis Perda PERCC(NS) 3 PCSA (NS) ESPC (NS) PE (NS) PERDA 1,000-0,236 (0,003) -0,249 (0,002) -0,225 (0,005) -0,542 (0,000) PERCC 1,000 0,965 (0,000) 0,714 (0,000) 0,544 (0,000) PCSA 1,000 0,794 (0,000) 0,526 (0,000) ESPC 1,000 0,406 (0,000) PE 1,000 H : ρ 0 para as medidas i e j (i j = 1, 2,..., 5). 0 ij = 2 PERCC : % de casca, PCSA = peso da casca por unidade de superfície de área, ESPC : espessura da casca e PE: peso específico 3 NS Nível de significância 0.8 Dendograma Ligação completa 1 - r 0.7 Distância de ligação 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0 ESPC PCSA PERCC PE PERDA Ciênc. agrotec., Lavras, v.25, n.3, p.654-660, maio/jun., 2001
658 FIGURA 1 - Dendograma resultante da análise de agrupamento (cluster analysis), utilizando como medida de dissimilaridade 1- r (r: correlação de Pearson) e o método do vizinho mais distante, para a variável percentagem de perda de ovos (PERDA) e as medidas de qualidade de casca. De uma maneira geral, algumas das demais medidas apresentaram, semelhantemente ao trabalho de Narushin (1997), coeficientes de correlação altos e significativos entre si, o que concorda com os resultados citados por Hamilton (1982), principalmente entre PERCC, PCSA e ESPC. Essa correlação indica haver uma redundância quanto à informação que elas explicam na variação que ocorre na variável PERDA. Para identificar possíveis redundâncias entre as medidas estudadas para a explicação da porcentagem de perda (PERDA), estimularam-se os coeficientes de determinação parcial, cujos valores (Tabela 3) vêm junto com a respectiva significância do teste da hipótese H 0 : ρ ij (parcial) = 0, com i = 1 (PERDA) e j = 2, 3,..., 4 (para as demais medidas). As medidas PERCC,PCSA e ESPC apresentaram os menores coeficientes de determinação parcial, sendo todos eles não-significativos (P>0,05). PE, mesmo tendo explicação redundante com as demais, mostrou maiores coeficientes de determinação parcial (P<0,01), sendo a medida que apresentou a maior estimativa (0,2572), mostrando ser a que mais influencia a porcentagem de perda (PERDA). Ao eliminar-se ESPC, verifica-se, pelo resultado dos coeficientes de determinação parcial de PERCC, PCSA e PE com PERDA (Tabela 4), a mesma tendência destacada no modelo anterior. PERCC e PCSA continuaram apresentando-se não-significativas. Comparando-se as estimativas do modelo completo (Tabela 3) com as do modelo sem ESPC (Tabela 4), verificaram-se para PERCC e PCSA um pequeno incremento do R 2 parcial para a primeira (35%) e um grande valor para a segunda (154%). TABELA 3 - Coeficiente de determinação parcial (tipo II) e significância do teste da hipótese H : ρ (parcial) 0 = 0 ij entre as medidas consideradas no modelo: PERCC, PCSA, ESPC e PE com a variável que avalia a qualidade da casca (PERDA). Coeficiente de determinação parcial Significância H0 : ρij( parcial) = 0 PERCC 0,0093 0,2362 PCSA 0,0033 0,4816 ESPC 0,0010 0,7002 PE 0,2572 0,0001 TABELA 4 - Coeficiente de determinação parcial (tipo II) e significância do teste da hipótese H : ρ (parcial) 0 = 0 ij entre as medidas consideradas no modelo: PERCC, PCSA e PE com a variável que avalia a qualidade da casca (PERDA). Coeficiente de determinação parcial Significância H0 : ρij( parcial) = 0 Ciênc. agrotec., Lavras, v.25, n.3, p.645-649, maio/jun., 2001
659 PERCC 0,0126 0,1650 PCSA 0,0084 0,2593 PE 0,2579 0,0001 Pode-se explicar facilmente esse resultado se for observada a correlação entre ESPC e PCSA e entre ESPC e PERCC (Tabela 2). Verifica-se que a maior correlação de redundância, ocorre com o par ESPC e PCSA, ou seja, PCSA é mais influenciada pela medida eliminada (ESPC). Apesar do aumento, PCSA apresentou menor estimativa do coeficiente de determinação parcial com PERDA. A medida PE teve a estimativa do R 2 parcial pouco alterada (+2,72%) no modelo sem ESPC e continuou significativamente (P<0,01) diferente de zero. Assim, PCSA foi a de maior redundância no modelo, sendo essa eliminada nesse estágio. Os coeficientes de determinação parcial de PERCC e PE (Tabela 5) mostram não-significância para PERCC, sendo eliminada do modelo como nos casos anteriores. A única medida remanescente (Tabela 6) foi PE, que foi identificada como a medida que avalia o prejuízo em função da baixa da qualidade da casca (PERDA). O coeficiente de determinação conjunto ajustado foi de 0,2862, ou seja, 28,62% da variação da porcentagem de perda foi explicada conjuntamente por todas as medidas. O R 2 parcial da medida PE, individualmente (Tabela 7), com PERDA (29,32%), mostra que essa medida sozinha é responsável por praticamente toda a variação na variável PERDA, mostrando que essa medida foi significativamente importante na determinação da perda. TABELA 5 - Coeficiente de determinação parcial (tipo II) e significância do teste da hipótese H : ρ (parcial) 0 = 0 ij entre as medidas consideradas no modelo: PERCC e PE com a variável que avalia a qualidade da casca (PERDA). Coeficiente de determinação parcial Significância H0 : ρij( parcial) = 0 PERCC 0,0068 0,3063 PE 0,2566 0,0001 TABELA 6 - Coeficiente de determinação parcial (tipo II) entre a medida peso específico (PE), considerada no modelo, com a variável que avalia a qualidade da casca (PERDA) e significância do teste da hipótese H : ρ (parcial) 0. = 0 ij par- Coeficiente de determinação cial Significância H0 : ρij( parcial) = 0 PE 0,2932 0,0001 TABELA 7 - Coeficiente de determinação entre a variável que avalia a qualidade da casca (PERDA) e as medidas: PERCC, PCSA, ESPC e PE, consideradas individualmente. Coeficiente de determinação Ciênc. agrotec., Lavras, v.25, n.3, p.654-660, maio/jun., 2001
660 PERCC 0,0557 PCSA 0,0618 ESPC 0,0504 PE 0,2932 CONCLUSÕES Com base neste estudo, conclui-se que: a) Todas as medidas de qualidade de casca são negativamente correlacionadas com a variável perda de ovos; b) Para avaliar a qualidade da casca, a medição do peso específico é suficiente, podendo a mesma ser utilizada rotineiramente por parte de produtores e pesquis a- dores; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON, C.B.; CARTER, T.C. The hens eggs: shell crackage at impact on a heavy, stiff body and factors that affect it. British Poultry Science, Edinburg, v.17, n.6, p.613-626, Nov. 1976. AVES E OVOS. São Paulo: APA, v.15, n.7, 42 p., maio 1999. eggs observed and percent shell. Poultry Science, Champaign, v.58, n.1, p.250-251, Jan. 1979. JOHNSON, R.A.; WICHERN, D.W. Applied multivariate statistical analysis. 2.ed. Wisconsin: Prentice Hall, 1988. 607p. MOUNTNEY, G.J.; VANDERZANT, C. Relationship of selected egg quality measurements. Poultry Science, Champaign, v.36, n.4, p.908-913, 1957. NARUSHIN, V.G. Non-destructive measurements of egg parameters and quality characteristics. World Poultry Science Journal, Madison, v.53, n.2, p.141-153, June 1997. OLIVEIRA, A.M.G. Planos para alimentação de poedeiras leves no segundo ciclo de postura. Lavras: UFLA, 1998. 74 p. (Dissertação Mestrado em Zootecnia). BAIÃO, N.C., CANÇADO, S.V. Fatores que afetam a qualidade da casca do ovo. Caderno Técnico da Escola de Veterinária UFMG, Belo Horizonte, n.21, p.43-59, 1997. CAMPOS, E.J., SOARES, N.M.; GAMA, J.R.Q.; BAIÃO, N.C. Danos sofridos pela casca durante o manuseio dos ovos de consumo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AVICULTURA, 7., 1981, Recife. Anais... Recife: UBA, 1981. v.1, p.94-105. DRAPER, N.R.; SMITH, H. Applied regression analysis. New York: J. Wiley, 1966. 407p. HAMILTON, R.G..M. Methods and factors that affect the measurement of egg shell quality. Poultry Science, Champaign, v.61, n.10, p.2022-2039, 1982. HAMILTON, R.G.M. Observation on the changes in the physical characteristics the influence egg shell quality in the strains of. White leghorn. Poultry Science, Champaign, v.57, n.5, p.1192-1198, Sept. 1978. HOLDER, D.P.; BRADFORD, M.V. Relationship of specific gravity of chicken eggs to number of cracked Ciênc. agrotec., Lavras, v.25, n.3, p.645-649, maio/jun., 2001 OLIVEIRA, B.L. Muda forçada em poedeiras comerciais. Lavras: ESAL, 1981. 5p. (ESAL. Boletim Técnico, 1). OLIVEIRA, B.L. Pontos críticos do manejo de poedeiras. In: CONFERÊNCIA APINCO 1992 DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 1992, Campinas. Anais... Campinas: FACTA, 1992. p.137-144. OLIVEIRA, J.E.F. Níveis de cálcio, forma de fornecimento do calcário e qualidade de ovo de poedeiras leves no segundo ciclo de postura. Lavras: UFLA, 1995. 102p. (Dissertação Mestrado em Zootecnia). RODRIGUES, P.B. Fatores nutricionais que influenciam a qualidade do ovo no segundo ciclo de produção. Lavras: UFLA, 1995. 139p. (Dissertação Mestrado em Zootecnia). ROMANOFF, A.L; ROMANOFF, A.J. The avian egg. New York: J. Wiley, 1949. 918p. ROLAND Sr., D.A. The extent of uncollected eggs due to inadequate shell. Poultry Science, Champaign, v.56, n.5, p.1517-1521, Sept. 1977.
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