Uma proposta para nomenclatura dos defeitos congênitos do sistema cardiovascular



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Transcrição:

Rev Bras Cir Cardiovasc 2002; 17(1): 1-5. Abreu Filho C A C, Dallan L A O, Lisboa L A F, Platania F, Iglézias J C R, Cabral R H, Bordallo R, Dallan L A P, Oliveira S Artigo Especial Uma proposta para nomenclatura dos defeitos congênitos do sistema cardiovascular Vera D. AIELLO*, Luiz Fernando CANÊO*, Marcelo B. JATENE*, Arlindo A. RISO*, Edmar ATIK*, Jorge Y. AFIUNE*, Samira M. B. LEAL*, Antônio Augusto B. LOPES*, Sérgio Almeida de OLIVEIRA*, José A. F. RAMIRES*, Miguel BARBERO-MARCIAL* RBCCV 44205-565 Aiello V D, Canêo L F, Jatene M B, Riso A A, Atik E, Afiune J Y, Leal S M B, Lopes A A B, Oliveira S A, Ramires J A F, Barbero-Marcial M Uma proposta para nomenclatura dos defeitos congênitos do sistema cardiovascular. Rev Bras Cir Resumo: Os autores propõem um sistema de nomenclatura para cardiopatias congênitas baseado no princípio da análise segmentar seqüencial. Apresentam a lista curta de diagnósticos e discutem a importância da uniformização dos nomes para facilitar a troca de informações entre instituições. DESCRITORES: Cardiopatias congênitas, classificação. Cardiopatias congênitas, nomenclatura. Terminologia médica. Sistema unificado de linguagem médica. INTRODUÇÃO A partir da necessidade institucional de unificação do Banco de Dados de pacientes portadores de cardiopatias congênitas em tratamento no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP, verificamos, em primeiro lugar, que a condição básica seria a utilização de um sistema único de nomenclatura, que pudesse ser adotado pelos diferentes serviços de diagnóstico e tratamento. Além disso, a adoção de uma nomenclatura universalmente aceita facilita a troca de informações entre serviços locais e internacionais, relativas a prognóstico e risco operatório (1, 2). Uma consulta à literatura revelou que dois importantes grupos estrangeiros devotados ao tratamento desses doentes já haviam proposto e publicado suas listas de diagnósticos: 1) STS-National Congenital Heart Surgery Database Committee (3, 4) 2) Association Européenne pour la Cardiologie Pédiatrique (AECP) (5) Esses esforços foram praticamente concomitantes, embora não conjuntos, e os resultados mostraram diferenças de abordagem, o que motivou a criação de um código de mapeamento entre eles, ainda hoje em fase de discussão. A primeira proposta foi, então, adotar um desses sistemas, o que seria interessante em termos de facilidade e disponibilidade, visto que um deles (AEPC) foi, inclusive, publicado com os códigos numéricos correspondentes do Código Internacional de Doenças (CID). A análise dos dois sistemas, entretanto, mostrou que a forma de organização dos diagnósticos não atendia a algumas preferências locais expressas pelo grupo multidisciplinar de trabalho. Decidiu-se, então, pela elaboração de uma lista própria institucional. Trabalho realizado no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil. Recebido para publicação em fevereiro de 2002. *Do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Endereço para correspondência: Vera D. Aiello. Laboratório de Anatomia Patológica. Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Av. Dr. Enéas Carvalho Aguiar, 44. São Paulo- SP, Brasil. CEP: 05403-000. Tel: (11) 3069-5251. e-mail: anpvera@incor.usp.br 1

LISTA CURTA DE DIAGNÓSTICOS 2 1 Anomalias de situs situs inverso situs ambíguo isomerismo atrial direito isomerismo atrial esquerdo 2 Anomalias de retorno veias sistêmica território da veia cava superior venoso território da veia cava inferior anomalia de seio coronário veias pulmonares conexão anômala total conexão anômala parcial Cor Triatriatum estenose de veias pulmonares 3 Anomalias da conexão AV discordante com conexão VA discordante conexão AV (transposição corrigida das grandes artérias) com conexão VA concordante com conexão VA tipo DVSV morfologicamente D com via de saída única aórtica (atresia pulmonar) conexão AV univentricular (VU) dupla via de entrada ausência de conexão AV 4 Anomalias da conexão VA discordante com septo ventricular íntegro conexão VA (transposição das grandes artérias) com septo ventricular íntegro e obstrução da VSVE com comunicação interventricular com comunicação interventricular e obstrução da VSVE sem outra especificação () via de saída única tronco arterial comum tronco arterial solitário dupla via de saída ventricular ventrículo direito ventrículo esquerdo 5 Defeitos septais comunicação interatrial forame oval persistente defeito na fossa oval ( Ostium Secundum ) seio venoso seio coronário átrio único sem outra especificação () comunicação interventricular única múltipla defeito do septo atrioventricular total parcial intermediário

6 Anomalias do tetralogia de Fallot apenas estenose infundibular coração D com estenose valvar pulmonar com estenose supravalvar pulmonar com estenose valvar e supravalvar com agenesia de valva pulmonar atresia pulmonar atresia pulmonar com septo ventricular íntegro atresia pulmonar com CIV lesões da via de saída estenose subvalvar doenças da valva pulmonar estenose supravalvar anomalias da valva tricúspide anomalia de Ebstein displasia 7 Anomalias do lesões da via de saída estenose subvalvar coração E doença da valva aórtica estenose supravalvar túnel VE-Ao aneurisma do seio de Valsalva síndrome da hipoplasia do atresia aórtica e atresia mitral coração E atresia aórtica e estenose mitral atresia aórtica e CIV (valva mitral e VE desenvolvidos) estenose aórtica e atresia mitral estenose aórtica e estenose mitral anomalias da valva mitral estenose Insuficiência dupla lesão sem lesão funcional 8 Anomalias das anomalias da aorta coarctação da aorta artérias torácicas interrupção do arco aórtico aneurisma outras anomalias do arco aórtico persistência do canal arterial origem aórtica habitual (arco aórtico) origem aórtica não habitual janela aorto-pulmonar anomalias das artérias anomalia de origem pulmonares estenose hipoplasia aneurisma anomalias das artérias origem coronárias atresia estenose aneurismas fístulas 9 Miscelânea 3

O Projeto InCor de Nomenclatura Para Cardiopatias Congênitas teve como base as publicações da STS a AECP e também, em parte, os sistemas vigentes nos diversos Serviços do nosso hospital. Foi obedecido o esquema hierárquico também usado naquelas publicações, porém tomamos como base a análise segmentar seqüencial para a organização dos diagnósticos. Esses estão distribuídos em planilhas, cada uma abrangendo um segmento cardíaco a ser analisado. A lista curta foi dividida em 3 níveis hierárquicos principais. O primeiro nível representa os passos da análise seqüencial segmentar (itens 1 a 4), acrescidos por outros grupos de anomalias septais, do coração direito, do coração esquerdo e das artérias torácicas (itens 5 a 8), não contemplados pela análise segmentar; outras anomalias sem possibilidade de serem agrupadas nos itens anteriores, foram incluídas no item miscelânea (item 9), como, por exemplo, tumor cardíaco ou divertículos ventriculares. O segundo e terceiro níveis hierárquicos são subdivisões do nível hierárquico imediatamente anterior. O acesso a uma anomalia do terceiro nível hierárquico deve, necessariamente, passar pelos níveis anteriores; por exemplo: o diagnóstico de coarctação de aorta será localizado acessando-se o primeiro nível hierárquico anomalias das artérias torácicas (item 8) e, a seguir, o segundo nível hierárquico anomalias da aorta, para, em seguida, chegar ao terceiro nível de hierarquia almejado. Essa lista curta tem como objetivo inicial atingir o diagnóstico principal de todas as anomalias. Para um maior detalhamento diagnóstico da anomalia em questão, há necessidade de mais subdivisões, no sentido de contemplar eventuais aspectos anatômicos peculiares (lista longa, em fase final de elaboração, ainda não publicada). Nos casos onde existem associações de anomalias em 2 ou mais itens da primeira hierarquia, cabe ao analisador a decisão de definir qual o diagnóstico principal, incluindo os outros como secundários, ou de menor importância. Por exemplo: um caso de transposição das grandes artérias (item 4 anomalias da conexão VA ) associado a coarctação de aorta (item 8 anomalias das artérias torácicas ), o diagnóstico principal costuma ser orientado para a TGA. Esse conceito de análise vem sendo associado ao princípio de um tronco principal e suas subseqüentes ramificações, em analogia a uma árvore e seus ramos. COMENTÁRIOS FINAIS A lista curta aqui apresentada constitui um resumo dos principais tópicos do diagnóstico morfológico, não contemplando os procedimentos cirúrgicos ou terapêuticos e nem as condições clínicas que determinam risco e prognóstico. Sua apresentação sob forma de planilha facilita a visibilização do esquema geral de diagnósticos, além priorizar a utilização da análise segmentar seqüencial. A codificação numérica dos diagnósticos da planilha para fins de arquivamento e recuperação de dados é tarefa de informática, que se encontra em andamento e deverá ser mapeada com os códigos do CID. O objetivo desta publicação é expor à comunidade médica nacional um sistema de nomenclatura contemplando preferências locais. Esperamos que a análise e utilização desse sistema promova futuras discussões no sentido de se atingir um consenso nacional. 4

MISCELÂNEA (lista em ordem alfabética) Aneurisma de Átrio Direito Aneurisma de Átrio Esquerdo Aneurisma de Ventrículo Direito Aneurisma de Ventrículo Esquerdo Aneurisma do septo atrial (fossa oval) Aneurisma do septo membranoso CIA não restritiva CIA restritiva Cisto do pericárdio CIV não restritiva CIV restritiva Coração Normal Criss-Cross Doença de depósito com comprometimento miocárdico Doença Veno-oclusiva pulmonar Ectopia do Coração (fora da cavidade torácica) Estenose aórtica valvar Estenose pulmonar valvar Estenose sub-aórtica Estenose sub-pulmonar Estenose supra-valvar aórtica Estenose supra-valvar pulmonar Estenose valva AV Direita Estenose valva AV Esquerda Fístula arteriovenosa cerebral Fístula arteriovenosa hepática Fístula arteriovenosa pulmonar Fístula arteriovenosa Hipertensão Pulmonar Persistente do RN Hipoplasia de ventrículo direito Hipoplasia de ventrículo esquerdo Hipoplasia valva AV Direita Hipoplasia valva AV Esquerda Imperfuração valva aórtica Imperfuração valva AV Direita Imperfuração valva AV Esquerda Imperfuração valva pulmonar Insuficiência valva AV Direita Insuficiência valva AV Esquerda Justaposição de aurículas Miocardiopatia hipertrófica não obstrutiva Miocardiopatia hipertrófica obstrutiva Miocardiopatia restritiva Pseudoaneurisma de Ventrículo Direito Pseudoaneurisma de Ventrículo Esquerdo Síndromes genéticas Tumor cardíaco no Átrio Direito Tumor cardíaco no Átrio Esquerdo Tumor cardíaco no Ventrículo Direito Tumor cardíaco no Ventrículo Esquerdo Tumor do pericárdio Ventrículo Súpero-Inferior RBCCV 44205-565 Aiello V D, Canêo L F, Jatene M B, Riso A A, Atik E, Afiune J Y, Leal S M B, Lopes A A B, Oliveira S A, Ramires J A F, A new proposal of nomenclature system for congenital heart defects. Rev Bras Cir ABSTRACT: The authors propose a new nomenclature system for congenital heart defects, based on the principles of the sequential segmental analysis. The short list of diagnosis is presented, and the importance of terminology uniformity is discussed, in order to facilitate the exchange of information among institutions. DESCRIPTORS: Congenital heart defects, classification. Congenital heart defects, nomenclature. Terminology, medical. Unimity system, medical terms. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 Aiello V D - Porque sistematizar a nomenclatura dos defeitos congênitos do coração? Arq Bras Cardiol 2002. (No prelo). 2 Aiello V D - Sistematizando a nomenclatura das cardiopatias congênitas. Sessão Minha Opinião. Site www.pedheart.com.br 3 Mavroudis C & Jacobs J P - Congenital Heart Surgery Nomenclature and Database Project: overview and minimum dataset. Ann Thorac Surg 2000; 69(4 Suppl): S2-17. 4 Lacour-Gayet F, Maruszewski B, Mavroudis C, Jacobs J P, Elliott M J - Presentation of the International Nomenclature for Congenital Heart Surgery: the long way from nomenclature to collection of validated data at the EACTS. Eur J Cardiothorac Surg 2000; 18: 128-35. 5 Franklin R C - The European Paediatric Cardiac Code Long List: structure and function. Cardiol Young 2000; 10(Suppl 1): 27-146. 5