Nutraceuticos para nutrição de pets MárciMárcio Antonio Brunetto Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Universidade de São Paulo mabrunetto@usp.br
Você é o que você come...
v H u m a n i z a ç ã o 3
PREFERÊNCIA DOS TUTORES DE CÃES E GATOS DE ACORDO COM ALEGAÇÕES NUTRICIONAIS EM PET FOOD CÃES GATOS Alto teor de proteína 28% 21% Carne vermelha como ingrediente principal Frango como ingrediente principal 20% 14% 19% 24% Alto teor de ômega 14% 10% Alto teor de antioxidantes 11% 8% Probiótico/Prebiótico 7% 6% Baixo teor de proteína 6% 4% Nenhuma das anteriores 44% 54% Para os TUTORES de cães e gatos, a presença de probióticos e prebióticos pode ser um fator nas decisões de compra de alimentos para animais, particularmente quando a saúde digestiva está em questão. Fonte: Packaged Facts, National Pet Owner Survey - November/December 2015 Fonte: Pet Food Industry 4
Nutracêuticos Nutracêuticos são produtos que contêm um ou mais ingredientes biologicamente ativos que foram isolados ou purificados de alimentos e utilizados para suplementar a dieta.
Nutracêuticos L-carnitina Beta-glucanos Triglicérides de cadeia média Prebióticos e ou probióticos Ácidos graxos ômega-3 Polifenóis/antioxidantes
Mercado global de suplementos 5% Pre e Probióticos (Technavio) International Food Information Council Foundation (2016) 7
Resistência à acidez gástrica, à hidrólise por enzimas e absorção gastrintestinal Estimulação de crescimento e/ou atividade metabólica seletiva de bactérias benéficas Inibem bactérias patogênicas Ac. Lático ph Lactobacillus Bifidobacterium Eubacterium Clostridium Salmonella Staphylococcus 8 (Gibson & Roberfroid, 1995)
Ácidos graxos de cadeia curta Fermentação pela microbiota intestinal (NRC, 2006) Citocinas Cels. Mononucleares Fagocitose Macrofágica Imunoglobulinas Ac. Acético Ac. Propiônico Animal Ac. Butírico Colonócitos Atuação indireta de forma benéfica sobre o sistema imune do hospedeiro (Macfarlane & Cummings, 1999)
MICROBIOTA MICROBIOMA MICROFLORA
DEFINIÇÕES WHITESIDE et al. (2015) MICROBIOTA Microrganismos no ambiente, definidos pela identificação do 16S RNAr METAGENOMA Conjunto de genes, genomas da microbiota, e potencial genético da população MICROBIOMA Microrganismos, seu material genético, seus produtos, associados ao ambiente do hospedeiro
FUNÇÕES Auxílio na digestão e detoxificação: Carboidratos complexos Fermentação de produtos endógenos: muco e células descamadas Proteção contra agentes invasores: Competição por nutrientes e sítios de adesão à mucosa Modulação de ph do cólon e intracelular Benefícios nutricionais: Ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) Vitamina B12 Metabolismo de carboidratos (13% 15%) e proteínas (6 8% ) Metabolismo de aminoácidos (6% 8%), capsula e parede celular (7%) e cofatores, vitaminas e pigmentos (6%) (HOODA et al., 2012; GARCIA-MAZCORRO; MINAMOTO, 2013)
FUNÇÕES AGCC: acetato, propionato e butirato Energia para o crescimento e metabolismo das células epiteliais intestinais Imunomodulação Absorção aumentada de minerais e reduzida de amônia (efeitos nutricionais no hospedeiro) Modulação do ph do cólon e intracelular (reduz crescimento e atividade de bactérias potencialmente nocivas (HOODA et al., 2012; GARCIA-MAZCORRO; MINAMOTO, 2013)
FUNÇÕES (SUCHODOLSKI; SIMPSON, 2013)
DOENÇAS ASSOCIADAS À ALTERAÇÕES DO MICROBIOMA (SUCHODOLSKI; SIMPSON, 2013)
Amostras fecais de gatos saudáveis (21), com diarreia aguda (19), e crônica (29) 16S RNAr e PICRUSt (conteúdo genes funcionais) Sem diferenças na microbiota entre gatos com diarreia aguda e diarreia crônica (p=0,25), mas quando comparadas as bactérias individualmente houve diferença
Alterações funcionais associadas a IPE levam a disbiose intestinal Suplementação de enzimas pancreáticas melhora a disbiose Resultados: Diversidade de espécies foi menor na IPE Famílias: Ruminococcaceae, Lachnospiraceae > Saudáveis (anaeróbias) Lactobacillaceae e Streptococcaceae > IPE Gêneros: Faecalibacterium, Blautia, Coprococcus, [Ruminococcus], [Eubacterium], Bacteroides, Slackia e Fusobacterium < IPE Lactobacillus, Enterococcus e Bifidobacterium > IPE (aeróbias ou aerotolerantes)
Lactobacillus > IPE D-lactato D-acidose lática (já observada na IPE) Acidose lática associada a distúrbios cognitivos e neurológicos Comportamento agressivo e nervosismo já relatado em cães com IPE
Espécies de bactérias metabolizadoras de oxalato: Oxalobacter formigenes, Bifidobacterium spp e Lactobacillus spp Indiretamente proporcional a formação de cálculo de oxalato de cálcio Cães com urólitos de oxalato de cálcio apresentaram maiores populações de Bacteroidetes e menores populações de Actinobacteria quando comparados com cães adultos saudáveis
MICROBIOTA: ALVO TERAPEUTICO PROBIÓTICO Microrganismos, que em quantidades adequadas, promovem benefícios ao hospedeiro PREBIÓTICO Ingredientes fermentados que geram mudanças na composição/atividade da microbiota GI SIMBIÓTICOS (GARCIA-MAZCORRO; MINAMOTO, 2013)
SUPLEMENTAÇÃO DE BETA-GLUCANOS E VARIÁVEIS METABÓLICAS DE CÃES OBESOS COM RESISTÊNCIA INSULÍNICA Estudo clínico Chayanne S. Ferreira ¹, Thiago H. A. Vendramini 2, Andressa R. Amaral², Claudio G. P. Silva², Mariana F. Rentas², Flavio L. da Silva³, Mariane C. Ernandes², Raquel S. Pedreira³, Márcio A. Brunetto ² 1 Professora Adjunta 1 da Faculdade de Medicina Veterinária UNIRV, Rio Verde-GO 2 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia FMVZ/USP, São Paulo/Pirassununga SP ³Premier Pet, São Paulo/SP 22
Concentração sérica (média ± erro padrão) de ALT, FA, creatinina, uréia, colesterol, triglicerídeos e glicose Variáveis Grupos experimentais Grupo Obeso Grupo Controle Grubo Obeso + ß-Gluc. ALT (UI/L) 121,43±35,67 A 46,00±7,70 A 81,14±11,13 A FA (UI/L) 221,14±76,71 A 65,00±11,82 A 110,71±32,72 A Creatinina (mg/dl) 1,00±0,04 A 0,90±0,06 A 0,91±0,05 A Ureia (mg/dl) 34,85±2,46 A 28,71±2,98 A 33,14±2,97 A Colesterol (mg/dl) 286,28±26,06 B 154,0±14,66 A 191,57±24,74 A Triglicerídeos (mg/dl) 151,00±12,28 B 86,28±8,70 A 108,85±9,32 A Glicose (mg/dl) 106,28±5,73 B 81,23±3,74 A 87,14±3,83 A A, B - Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem entre si pelo teste t-student (p<0,05) 23
Concentração sérica (média ± erro padrão) de Amilina, GLP-1, Glucagon e PYY Variáveis (pg/ml) Grupos experimentais Grupo Obeso Grupo Controle Grubo Obeso + ß-Gluc Amilina 3.05±1,18 A 3.98±1,80 A 5.63±3,52 A GLP-1 4.32±3,04 B 1.01±0,38 B 14.53±6,50 A Glucagon 116.75±50,55 A 154.54±37,44 A 105.21±51,78 A PYY 75.30±44,32 A 86.46±48,00 A 179.78±46,18 A A, B - Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem entre si (p<0,05) 24
Concentrações séricas [medianas (min-max)] de adipocitocinas inflamatórias Variáveis (pg/ml) Grupos experimentais Grupo Obeso Grupo Controle Grubo Obeso + ß-Gluc TNF-alfa 4.9 (1.1-38.7) A 0.7 (0.5-35.3) B 0.9 (1.2-62.3) B IL-6 31.9 (4.5-594) A 5.5 (8.8-37.2) B 11.3 (1.3-164) A PC reativa 8.8 (4.2-22.7) A 3.1 (1.2-8.5) B 6.1 (2.6-19.3) A A, B - Medianas seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem entre si (p<0,05) 25
Avaliar duas misturas de enzimas como aditivo alimentar em dietas com farelo de trigo para cães (processamento e digestibilidade) 30 animais 5 Tratamentos 6 Cães por tratamentos
5 Tratamentos 1. NC - Controle negativo (sem farelo de trigo e sem enzimas) 2. PC - Controle positivo (com 25% de farelo de trigo e sem enzimas) 3. ENZ1 - glucanase, 16 U xilanase, 1.5 U celulase, 198 U glicoamilase, 1.9 U fitase (antes da extrusão) 4. ENZ2 - ENZ1 + 9000 U alfa-amilase (antes da extrusão) 5. ENZ2ex - ENZ2 após extrusão
Ingredient and chemical composition of the experimental diets with or without wheat bran, with different enzyme addition
Nutrient intake and apparent total tract digestibility and metabolizable energy (ME) content of experimental diets with or without wheat bran, with different enzyme addition for dogs NC Controle Negativo (sem farelo de trigo) PC Controle Positivo (com 25% de farelo de trigo) ENZ1 - b-glucanase, xilanase, celulase, glicoamilase, fitase (antes da extrusão); ENZ2 - ENZ1 + a-amilase (antes da extrusão); ENZ2ex - após extrusão
Faecal production, characteristics and concentration of fermentation products of dogs fed experimental diets with or without wheat bran, with different enzyme addition NC Controle Negativo (sem farelo de trigo) PC Controle Positivo (com 25% de farelo de trigo) ENZ1 - b-glucanase, xilanase, celulase, glicoamilase, fitase (antes da extrusão); ENZ2 - ENZ1 + a-amilase (antes da extrusão); ENZ2ex - Após extrusão
Conclusão A adição de farelo de trigo, promoveu redução na digestibilidade de nutrientes e de energia e aumentou a produção e concentração dos AGCC nas fezes. A adição de enzimas não resultou numa melhoria na digestibilidade de dietas com altos polissacarídeos não amiláceos. A suplementação enzimática na dosagem utilizada, durante o processamento de alimentos ou como suplementação exógena não reduziu os efeitos negativos do farelo de trigo sobre a digestibilidade.
Obrigado!!! mabrunetto@usp.br