- NOVO DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA- 2ª edição, revisada e aumentada (10ª Impressão)-1986.

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Introdução OS DIFERENTES SIGNIFICADOS DAS PALAVRAS GRAMÁTICA, LÍNGUA E LINGUAGEM 1 Alfrânio Pedroso Soares Gustavo Gracioli Natália Felix Amaral Rafaela Lelis Wanderson Fernandez Marlon Leal Rodrigues NEAD/UEMS O presente trabalho se propõe a analisar os diversos significados, encontrados em diferentes dicionários ou materiais de pesquisa, das palavras gramática, língua e linguagem ; com o objetivo de fazer uma breve comparação histórica, cultural e lexical das já citadas palavras. Para tal feito os principais materiais de trabalho utilizados foram Caldas Aulete, Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa Enciclopédia Edalto de Pesquisas e Consultas * Ilustrada, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Dicionário Escolar da Língua Portuguesa ; respectivamente dos anos de 1970, 1982, 1986 e 1995. Definições - NOVO DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA- 2ª edição, revisada e aumentada (10ª Impressão)-1986. Gramática. [Do gr. Grammatiké (subtende-se techne), arte da gramática, pelo lat. grammatica.] S. f. 1. Estudo ou tratado dos fatos da linguagem, falada ou escrita, e das leis naturais que a regulam. 2. Livro onde se expõem as regras da linguagem. 3. Exemplar de um desses livros. 4. Bras., PE. Pop. V. cachaça (1). 5. Bras., PE. Pop. Qualquer bebida alcoólica. [Cf. gramatica, do v.gramaticar.]. Língua. [Do lat. lingua.] S. f. 1. Anat. Órgão muscular alongado, móvel, situado na cavidade bucal, cuja parede inferior está preso pela base, e que serve para a degustação, para a deglutição e para a articulação dos sons da voz. 2. Designação comum a diversos objetos que têm semelhança com esse órgão. 3. O conjunto 1 Este texto é trabalho de História das Ideias Linguíticas, ministrado pelo Prof. Dr. Marlon Leal Rodrigues, no Curso de Letras da UEMS-Campo Grande-MS.

das palavras e expressões usadas por um povo, por uma nação, e o conjunto de regras da sua gramática; idioma. 4. A língua vernácula. 5. Modo de expressão escrita ou verbal de um autor, de uma escola, de uma época; estilo; linguagem: a língua de Graciliano Ramos. 6. Fig. A linguagem (5) própria de uma pessoa ou de m grupo: Naquela família não há conflito de gerações: pai e filho usam a mesma língua. 7.Ling. de sistema de signos que permite a comunicação entre os membros de uma comunidade. [Em fr., langue] 8. Qualquer dos sons emitidos por um animal e que imitam a voz humana; fala: Sempre acha graça na língua do seu papagaio. S. m. 9. Bras. Linguará. 10. P. ext. intérprete. - ENCICLOPÉDIA EDALTO DE PESQUISA E CONSULTAS * ilustrada (1982) Gramática, s.f. Arte que ensina a falar e a escrever corretamente uma língua; ciência da linguagem; livro que contém as regras peculiares a um idioma; aguardente, qualquer bebida alcoólica. - DICIONÁRIO ESCOLAR DA LÍNGUA PORTUGUESA (1995) Gramática, s.f. Exposição metódica e documentada das regras da língua. Gramática Normativa ou Expositiva: a que dá as regras práticas para falar e escrever. Gramática Histórica: a que estuda a formação e a evolução, de um idioma no tempo e no espaço. Gramática Comparada: a que estuda, comparando uma as outras, duas ou mais línguas do mesmo grupo. - CALDAS AULETE, DICIONÁRIO COMTEPORÂNEO DA LÍNGUA PORTUGUESA (1970) Gramática, s.f. ciência da linguagem, isto é, a ciência das leis que regem a formação e estrutura das línguas. Arte de exprimir corretamente os pensamentos, quer falando quer escrevendo. Livro que explica as regras peculiares a qualquer idioma. - ENCICLOPÉDIA EDALTO DE PESQUISAS E CONSULTAS * ilustrada (1982) Língua, s.f. Músculo móvel situado na cavidade bucal e que é o órgão principal da gustação, da deglutição e da fala; linguagem; voz; idioma; nome de vários objetos que têm semelhança com esse órgão bucal; tromba dos insetos lepidópteros. Linguagem, s.f. Sistema de sinais susceptíveis de servirem de comunicação entre indivíduos; idioma, língua, voz, grito; estilo; fraseologia particular de uma classe de pessoas, profissão, arte, ciência, etc., fala ou expressão de caráter particular; palavreado, lamúria. - DICIONÁRIO ESCOLAR DA LÍNGUA PORTUGUESA (1995) Linguagem, s.f. Utilização dos elementos de uma língua como meio de comunicação entre os homens, de acordo com as preferências de cada um sem preocupação estética; qualquer meio de exprimir o que se sente ou pensa; estilo; (fig.) a voz dos animais.

- DIFERENTES SIGNIFICADOS DA PALAVRA GRAMÁTICA Vejamos então o que o Caldas Aulete, Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa (1970) diz sobre a palavra gramática : Gramática, S. f. Ciência da linguagem, isto é, a ciência das leis que regem a formação e estrutura das línguas. Arte de exprimir corretamente os pensamentos, quer falando quer escrevendo. Livro que explica as regras peculiares a qualquer idioma. Nossa primeira descrição trás em cada significado expresso uma diferente constatação a ser feita, iniciando logo pelo primeiro termo utilizado: - ciência. Não sendo o único, este material traduz a palavra gramática como uma ciência; o que podemos notar também em Enciclopédia Edalto de Pesquisas e Consultas * ilustrada (1982), que diz: Gramática, s.f. Arte que ensina a falar e a escrever corretamente uma língua; ciência da linguagem; livro que contém as regras peculiares a um idioma; aguardente, qualquer bebida alcoólica. Em sua gênese, entre os gregos, a Gramática não tinha aspecto cientifico e sim filosófico, assim como entre os romanos. Tais civilizações não viram a necessidade de criar uma estrutura rígida de regras para classificar, organizar e nomear as partes, ou estruturas, da língua. Mas a Gramática também pode estar além de uma ciência, um ser abstrato que só existe na ideia. Os manuais de pesquisa também expressão, como é de conhecimento, que se entende também por Gramática o próprio manual onde esta ciência intrínseca a qualquer idioma está contida em uma exposição metódica e documentada das regras da língua. exposição metódica e documentada das regras da língua (Dicionário Escolar da Língua Portuguesa [1995]). E é com base nessas duas elucidações sobre o que é Gramática que notamos que se forma o mais perigoso entendimento, segundo grande parte dos Lingüistas, sobre o que é qual a utilidade da Gramática; encontrada, nas diversas formas, em todos os nossos materiais de análise. Como no material de 1970: (...) Arte de exprimir corretamente os pensamentos, quer falando quer escrevendo. Material de 1982: (...) Arte que ensina a falar e a escrever corretamente uma língua. Dicionário de 1986: Estudo ou tratado dos fatos da linguagem, falada ou escrita (...)

E por fim o material de 1995: (...) A que dá as regras práticas para falar e escrever. A ideia de que a Gramática enquanto ciência é o que respalda a língua, tanto falada quando grafada, é o que gera uma das principais, e mais polêmicas, discussões entre Lingüistas e Gramáticos. De fato a Gramática, como ciência, manifestada em sua forma material com os mais variados livros e matérias de estudos gramáticos que há, não abarcam as multiplicidades da língua, produzida tanto pelo cotidiano quanto pela pluralidade cultural. Aplicada a forma escrita, a Gramática é valida e necessária, para tergiversar uma língua, tornando-a una e clara, compreensível a todos o usuário desse sistema. No entanto, quanto a língua em sua forma oral é praticamente impossível, para não se atrever a dizer que é impossível por completo, que um cidadão de determinada língua aplique em seu cotidiano todos os conceitos passados pela gramática. A noção de que só a utilização do que se encontra na regra gramatical, que é primordial e indispensável para a linguagem escrita, é o correto, cria mitos que deturpam a compreensão de conhecimento da grande maioria dos indivíduos; criando assim preconceitos linguísticos, que perpetuam. Entre os vários mitos e preconceitos linguísticos criado por essa deturpação da ideia de que só o que consta na Gramática é aceitável é o de que não sabemos falar o Português, que é preciso saber Gramática para falar bem, Português é muito difícil entre outros. Feita esta breve reflexão sobre os conceitos e visões que nos são dados sobre o que é Gramática, a intenção é demonstrar e desmistificar essa ciência, muitas vezes posta como arte, é necessário para a preservação de uma língua em sua forma escrita, mas que não consegue abranger e dominar a língua oral, que possui mobilidade e vida; sendo assim, não suporta todos os desdobramentos que ela oferece, portando não podendo ser posta como parâmetro. Análise dos Dados: diferentes significados das palavras língua e linguagem Ao pensar em língua, os dicionários mostram que a primeira coisa a ser lembrada é o órgão do corpo; capaz de deglutir, de se mover e de propiciar o sentido do paladar. A língua enquanto idioma, aparece em colocação tímida, além de todas essas capacidades de língua pedaço de um corpo, existe um código de signos que dizem respeito a certa saciedade que também se chama língua. É o que se pode ver em Enciclopédia Edalto de Pesquisas e Consultas : Língua, s.f. Músculo móvel situado na cavidade bucal e que é o órgão principal da gustação, da deglutição e da fala; linguagem; voz; idioma; nome de vários objetos que têm semelhança com esse órgão bucal; tromba dos insetos lepidópteros. Nessa definição, língua parece uma infinidade de coisas, na qual, uma delas é a forma de expressão de um povo e de sua cultura. Mas não se encontra nenhum reforço à ideia de Idioma. É o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa que faz uma conexão entre língua e linguagem, quando coloca que a linguagem faz uso da língua para estabelecer a comunicação entre os homens:

Linguagem, s.f. Utilização dos elementos de uma língua como meio de comunicação entre os homens, de acordo com as preferências de cada um sem preocupação estética; qualquer meio de exprimir o que se sente ou pensa; estilo; (fig.) a voz dos animais. É interessante a abordagem acerca da preocupação estética, que acaba indo ao encontro com uma ideia acima citada, a de que não é preciso saber gramática para falar bem português ; já que mostra que a Comunicação, finalidade da linguagem e da língua, pode ocorrer através de uma enunciação variante. Considerações Finais As diferenças entre os significados, ainda que sutis, nos remetem ao valor ideológico que cada publicação tem a respeito dos termos apresentados. Nesse viés, é possível vera importância que se dá, ou não, àquilo que tais palavras simbolizam. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS NOVO DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA- 2ª edição, revisada e aumentada (10ª Impressão)-1986 (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira). ENCICLOPÉDIA EDALTO DE PESQUISAS E CONSULTAS * ilustrada (1982) Edições Ramos Ltda. não consta edição. DICIONÁRIO ESCOLAR DA LÍNGUA PORTUGUESA (1995) FAE 11ª Edição/14ª tiragem. CALDAS AULETE, DICIONÁRIO CONTEMPORÂNEO DA LÍNGUA PORTUGUESA (1970) Editora Delta, 2ª Edição.