O FILME COMO UMA VISÃO DO ESPAÇO E DO LUGAR: A CIDADE DE QUEIMADOS NA VISÃO DOS EDUCANDOS



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Transcrição:

O FILME COMO UMA VISÃO DO ESPAÇO E DO LUGAR: A CIDADE DE QUEIMADOS NA VISÃO DOS EDUCANDOS Luciana Cristina Araújo da Silva/Universidade Federal Fluminense alteridadeounao@yahoo.com.br Walison Boy dos Santos/Universidade Federal Fluminense sou_ddd@yahoo.com.br Conhecer sua origem e o lugar no qual se vive é o primeiro passo para consolidar o sentimento de pertinência do ser humano dentro de uma sociedade. Através da geografia o homem consegue não somente olhar as paisagens do seu cotidiano, mas também, observar, questionar e concluir sobre as relações entre as paisagens e ele mesmo. No âmbito da sala de aula a geografia como qualquer outra disciplina é vitimada pela necessidade do uso dos livros didáticos. No entanto, o educador não necessariamente é obrigado a fazer somente o uso desses meios para ministrar as aulas. Como já vem acontecendo desde o advento do vídeo cassete e, mais recentemente, do DVD, os professores podem optar por educar através de imagens reais além dos textos. Para não restringir os alunos somente às salas de aula, muitos professores realizam visitas guiadas a centros universitários, museus, jardins botânicos, entre outros. Porém nem sempre há viabilidade financeira e local para esse tipo de atividade o que nos faz ressaltar novamente a importância da tecnologia audiovisual na educação de crianças e adolescentes. Com o objetivo de melhorar a visão dos alunos sobre suas paisagens e dar a eles a possibilidade de análise a partir das suas próprias conclusões foi desenvolvido no CIEP 346 Belarmino Alfredo dos Santos, no município de Queimados, no Rio de Janeiro, um

trabalho voltado para uma compreensão do espaço geográfico a partir da elaboração de filmes documentários. Esses documentários seriam realizados pelos alunos com a orientação de seus professores. A ideia é futuramente criar um acervo multimídia para ser usado por professores, em aula; ou pelos próprios alunos para pesquisas. Ainda também aumentar a auto estima dos alunos que se sentem parte da realidade que se ensina. A Geografia é a ciência que estuda o espaço e através desse estudo busca traçar os padrões de como o homem está constantemente atuando sobre essa primeira natureza, modificando-a e aperfeiçoando-a para melhorar sua ação sobre ela, criando cada vez mais um espaço humanizado e tecnificado. Com o objetivo de criar nos educandos diferentes formas de se analisar as formas de construção desse espaço, foi desenvolvido no CIEP 346 Belarmino Alfredo dos Santos, no município de Queimados Rio de Janeiro, um trabalho voltado para uma compreensão do espaço geográfico a partir da elaboração de filmes. O filme é uma produção visual que busca privilegiar uma determinada visão do espaço geográfico, seja para enaltecer uma característica positiva ou para frisar uma característica negativa. Mas de qualquer forma, a construção de um filme perpassa sempre por uma visão especial de quem o produz. Ao desenvolver esse projeto, a visão desse espaço é feita pelos próprios alunos, moradores de Queimados e trabalha com as diferentes visões que os educandos realizam sobre o seu lugar (a sua cidade). O roteiro, criado pelos próprios alunos do 1º ano do Ensino Médio do CIEP supracitado, traz em si as histórias de Queimados, e a partir desse roteiro introduzimos discussões sobre o conceito de lugar, questionando dos alunos se eles realmente possuem uma identidade com Queimados, se eles se sentem moradores de sua própria cidade.

Uma característica que deve ser destacada nessa prática pedagógica se constitui no fato de que cada filme acaba por enfocar de forma mais acentuada uma determinada característica de Queimados, ou seja, são diferenciadas as formas como os alunos observam seu espaço/seu lugar. A grande contribuição para a Geografia se constitui em trabalhar com os alunos as diferentes visões que eles tem sobre o seu lugar, traçando comparações entre os elementos que causam a identificação dos educandos com a cidade de Queimados. O ensino da Geografia, quando feito de forma prática e considerando os espaços vividos pelos próprios alunos tende a se desenvolver de forma mais espontânea e criativa, tornando esses educandos atores ativos no processo de construção do conhecimento, e dando aos alunos plenas condições de ler de forma crítica o espaço em que vivem. Desenvolvimento Existem poucas experiências bem sucedidas do fazer cinema na escola, especialmente quando se pretende trabalhar o cinema como arte e como criação, quando se

busca transformar os alunos em diretores e fazedores de arte. O fazer cinematográfico em contexto escolar aponta para o cinema entendido como arte e como criação, aproximando a vivência de um outro, estranho e estrangeiro na escola: o cinema. Os instrumentos e elementos do cinema direcionam o olhar de alunos e professores para visualizar e fazer filmes aprendendo sobre a história do cinema, sobre criação e, sobretudo, para olhar para o mundo, as pessoas e as coisas com outro foco, sob outra ótica. Através e com o cinema, quebra-se a assimetria do ato de aprender. Todos aprendem: professores, artistas e alunos. A introdução do cinema na escola constitui um desafio à criatividade e ao fazer político nela. Crianças e adolescentes fazendo cinema pode ser uma forma de legitimar o direito delas de pensar, decidir e expressar por si suas idéias do mundo e seus sentimentos. O filme é uma produção visual que busca privilegiar uma determinada visão do espaço geográfico, seja para enaltecer uma característica positiva ou para frisar uma característica negativa. Mas de qualquer forma, a construção de um filme perpassa sempre por uma visão especial de quem o produz. Ao desenvolver esse projeto, a visão desse espaço é feita pelos próprios alunos, moradores de Queimados e trabalha com as diferentes visões que os educandos realizam sobre o seu lugar (a sua cidade). O roteiro, criado pelos próprios alunos do 1º ano do Ensino Médio do CIEP supracitado, traz em si as histórias de Queimados, e a partir desse roteiro introduzimos discussões sobre o conceito de lugar, questionando dos alunos se eles realmente possuem uma identidade com Queimados, se eles se sentem moradores de sua própria cidade. Município de Queimados, no Rio de Janeiro

História do município

Queimados é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. Ocupa uma área de 76,921 km² integrando a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A população aferida na contagem do IBGE em 2008 foi de 137.870 habitantes. Passou a categoria de município em 1991, quando se emancipou de Nova Iguaçu. Há três versões mais prováveis para seu nome. A primeira diz que, quando o imperador Dom Pedro I passou por aquela região, por ocasião da inauguração da estação de trem, viu uma grande queimada que estava sendo feita dos laranjais nos morros, e chamou o lugar de "Morro dos Queimados". A segunda diz que o nome é referente aos corpos de leprosos queimados, aos montes, que morriam num leprosário que ali existia, onde hoje se situa a Estrada do Lazareto, uma das principais vias do município. Há ainda uma terceira versão, que afirma que o nome da cidade provém dos escravos fugidos das fazendas, que eram mortos e tinham seus corpos queimados pelos seus senhores. PRODUÇÃO DO VÍDEO: Passo a passo de um filme documentário

O projeto piloto de cinema documental do CIEP 346 nasce da vontade e necessidade de inovar as práticas pedagógicas. Num primeiro momento, a discussão de cidadania e pertencimento ao lugar onde você mora vem à tona por parte dos professores para com os alunos, mas como tornar diferente e atrativa uma pesquisa sobre o município no qual se vive? O segundo momento aparece como resposta a tal inquietação e nos chama atenção para a importância dos alunos em todo esse processo, além de reconhecermos que toda demanda da pesquisa seria dos alunos. Afinal, nós, professores, somente trabalhamos no município e nada vivenciamos sobre suas permanências e modificações na paisagem. Dessa forma, buscamos criar uma didática que fizesse o aluno levar o professor para o cenário de estudo e, não o comum de uma sala de aula, o professor detentor e transmissor do conhecimento. Procurou-se organizar os alunos em equipes para efetuarmos as visitas ou trabalhos de campo e de preferência uma equipe de número pequeno, pois era um trabalho árduo que necessitava de um grupo bastante atencioso e que não dispersa-se durante a criação do vídeo. A equipe foi composta por dois professores da disciplina Geografia e um grupo de 8 alunos do ensino médio. Criamos um roteiro a partir de uma semana de discussões com os alunos participantes e concluímos a lacuna existente no dia a dia dos jovens com o seu recinto de ensino, realidade da direção e planos para efetuar uma didática convidativa, os anseios e também, falta de perspectiva dos colegas de classe e o contraste do ânimo e desânimo por parte dos professores. Etapas de criação do roteiro: - Uma semana de discussões entre alunos e professores; - Elaboração de um filme-documentário com base em entrevistas feitas pelos próprios alunos; - Escolha das questões chaves;

- Locais de filmagem: Ciep 346 e os dois centros do município de Queimados. Fotos Biblioteca do CIEP 346

Centro 1 de Queimados. Local de comércio e vida econômica do Município. Abaixo, Centro 2, local de lazer dos moradores.

Referências Bibliográficas DA-RIN, Sílvio. Espelho Partido. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2004. CAVALCANTI, Alberto. Filme e Realidade. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1957. FARIA FILHO. Escolarização, culturas e práticas escolares no Brasil: elementos teórico-metodológicos de um programa de pesquisa. In: LOPES, A. C. & MACEDO, E. Disciplinas e integração curricular: história e políticas. Rio de Janeiro, DP&A, 2002. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. JAMESON, Frederic. Espaço e Imagem. Rio de Janeiro: UFRJ, 1994. TUAN, Yi-Fu. Place: experential perspective. Geographical Review. 1975. VESENTINE, José Willian. O ensino de geografia no século XXI. Presidente Prudente/SP: Caderno Prudentino de Geografia, n. 17. Julho de 1995.