USO DE EMBALAGENS NO ENSINO DE GEOMETRIA 1



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Transcrição:

USO DE EMBALAGENS NO ENSINO DE GEOMETRIA 1 Indianara Fonseca; Luciano Américo Machado; Milena Pereira; Simone Rosa da Silva Franco 2 ; Lindamar Maria de Souza 3 ; Vágner Ricardo A. Pereira 4 Maria Cristina Segnorini 5 ; RESUMO A geometria originou-se e desenvolveu-se a partir da necessidade do homem de medir terras, construir casas, templos, monumentos, navegar e calcular distâncias. A geometria é uma ferramenta de grande importância para compreensão do mundo. Seu uso está em diversos equipamentos eletrônicos, como em equipamentos de GPS, aplicativos de smartphones e rastreadores veiculares. Como também para compreensão de outras áreas das ciências, como a química, na geometria molecular, nas engenharias no estudo das propriedades dos materiais e cálculos de vetores em física. O projeto teve como objetivo elaborar um conjunto de atividades com potencial significativo, para o ensino de geometria do 9º ano, da Escola Estadual Professora Paulina Nunes de Moraes, com o intuito de melhorar os índices da avaliação SARESP. Fez-se uso de embalagens do quotidiano dos alunos e confecção dos sólidos geométricos. As embalagens foram fornecidas pelos alunos alvo do projeto. Questões sócio ambientais envolvendo as embalagens, quanto a sua degradação e utilização na conservação de alimentos foram discutidas com participação dos alunos em grupo. Durante todas as atividades propostas, os alunos mostraram interesse e intensa participação. O projeto obteve êxito pois os poliedros construídos pelos alunos foram utilizados na construção de animais e expostos no projeto Paulina in Foco. Em atividades de avaliação escrita pode-se notar que os alunos adquiriram uma compreensão mais apurada da geometria. Palavras-chave: Ensino-aprendizagem; Recicláveis; Poliedros; Educação. 1 Trabalho realizado com o apoio material e financeiro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES. 2 Estudantes dos Cursos de Licenciaturas em Matemática e Química do Instituto Superior de Educação ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos UNIFEB. 3 Professor Doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Professor do Curso de Licenciatura em Biologia do Instituto Superior de Educação ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos UNIFEB. 4 Professor Mestre pela Universidade Federal de São Carlos e Professor do Curso de Licenciatura em Física do Instituto Superior de Educação ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos UNIFEB 5 Professor de classe da Escola Estadual Professora Paulina Nunes de Moraes da Educação Básica do Município de Barretos ou da Diretoria de Ensino de Barretos

1 I INTRODUÇÃO O ensino de matemática é um desafio tanto para quem aprende quanto para quem ensina, de um lado, a constatação de que se trata de uma área de conhecimento importante; de outro, a insatisfação diante dos resultados negativos obtidos em relação à sua aprendizagem pouco significativa, que não relaciona a prática com a teoria, ou seja, o aluno não consegue perceber significado para compreender o saber de modo potencialmente significativo (BRASIL, 1997). Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são claros na recomendação da necessidade de vinculação entre ensino teórico e a prática. No ensino da Matemática, destacam-se dois aspectos básicos: um consiste em relacionar observações do mundo real com representações (esquemas, tabelas, figuras); outro consiste em relacionar essas representações com princípios e conceitos matemáticos. Nesse processo, a comunicação tem grande importância e deve ser estimulada, levando-se o aluno a falar e a escrever sobre Matemática, a trabalhar com representações gráficas, desenhos, construções, a aprender como organizar e tratar dados (BRASIL, 1997, p. 19). Quando em sala de aula, na Escola Estadual Professora Paulina Nunes de Moraes com o 9º Ano D na disciplina de Matemática, sob supervisão da Professora de classe, Maria Cristina Segnorini. Em primeiro momento observou-se os alunos em sala de aula, quanto a comportamento e engajamento nas aulas. Em sua grande maioria (veja dados da escola na figura 1), quando realizavam as atividades que a professora da sala lhes atribuía, aula expositiva de geometria, mostravam não compreender os conceitos matemáticos expostos. Confundindo por exemplo, cálculos de área e perímetro das figuras geométricas. Viu-se neste momento uma oportunidade para o desenvolvimento do projeto, tendo visto a importância que a geometria tem em nosso quotidiano. A geometria originou-se e desenvolveu-se a partir da necessidade do homem de medir terras, construir casas, templos, monumentos, navegar e calcular distâncias. Esses registros estão presentes em muitas civilizações que usavam as formas geométricas em seu dia-a-dia: Babilônios, egípcios, gregos, chineses, romanos, hindus e árabes. (BORLEZZI, 2008). Assim como para os povos antigos que desenvolveram a geometria como uma ferramenta para suas necessidades, atualmente dependemos dessa ferramenta para entender o mundo. Para uma visão na disciplina de matemática, na classe em que o possivelmente o projeto seria desenvolvido, considerou-se a prova diagnóstica, Avaliação da Aprendizagem em Processo (AAP) do ano de 2014.

2 Como um panorama da escola na disciplina de matemática, no período de 2011 a 2013, usou-se os dados do SARESP (figura 1). Os parâmetros estão explicados na Figura 2. Figura 1 - Resultado SARESP. Comparação do percentual de alunos da Escala de proficiência no SARESP 2011 a 2013. Nota-se que nos três últimos anos de avaliação do SARESP (2011, 2012 e 2013), o 9º Ano, ficou com mais de 90% da turma entre abaixo do básico e básico, ou seja, não tem o domínio considerado adequado para a série. Apenas no ano de 2012 que houve uma ligeira melhora nos índices, com o percentual igual a adequado ou superior com 8%, enquanto que no ano de 2011 era de 4,8% e em 2012 com 4,1%. Houve aumento no índice de resultados abaixo do básico de 2011 para 2012 (de 34,2% para 48,3%) e uma pequena melhora de 2012 para 2013 (48,3% para 42,7%), mostrando-nos que ainda há quase metade dos alunos com resultados insuficientes, ou seja, os alunos neste nível demonstram domínio insuficiente dos conteúdos, competências e habilidades desejáveis para o ano/série escolar em que se encontram. Os alunos que enquadram-se no básico caíram de 61,0% para 47,6% de 2011 para de 2012 e em 2013 houve aumento para 49,3%, mostrando que quase metade dos alunos neste nível demonstram domínio mínimo dos conteúdos, competências e habilidades, mas possuem as estruturas necessárias para interagir com a proposta curricular no ano/série subsequente.

3 Figura 2 - Classificação e descrição dos níveis de proficiência do SARESP. Estes parâmetros ajudam a compreender a situação da educação na disciplina de matemática. II OBJETIVO Trabalhar com a turma do 9º ano D, pois a mesma será avaliada pelo SARESP, podendo desta forma, apresentar se houve progresso com a implantação do projeto em questão. Melhorar os índices já mencionados, pois no ano de 2013, 92,0% dos alunos do 9º ano estavam abaixo do adequado, de acordo com a análise SARESP. A turma em questão pode também melhorar os índices dos anos seguintes, pois como podemos ver o 3º ano apresenta índices assustadores de conceitos abaixo do básico. Mesmo que venham caindo e o conceito básico subindo, ainda há muito que se fazer para atingir o considerado suficiente-adequado. III RESULTADOS E DISCUSSÃO A metodologia de ensino empregada no projeto baseou-se nos ensinamentos de Moreira (2010), onde nos mostra que o ensino mecânico é fator prejudicial no processo de ensino e aprendizagem. Na escola, seja ela fundamental, média ou superior, os professores, apresentam aos alunos conhecimentos que eles supostamente devem saber. Os alunos copiam tais conhecimentos como se fossem informações a serem memorizadas, reproduzidas nas avaliações e esquecidas logo após. Esta é a forma clássica de ensinar e aprender, baseada na narrativa do professor e na aprendizagem mecânica do aluno. (MOREIRA, 2010). Baseando-se no que diz Vidaletti (2009), a geometria da maneira que é aplicada nas escolas, está distante de atingir seus objetivos. Que é possibilitar a posse do saber de forma

4 mais significativa e prazerosa, relacionando o aprendizado da escola com as situações do dia a dia. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), as habilidades de visualização podem ser desenvolvidas por meio do estudo de geometria, para que assim os alunos possam usar as formas e propriedades geométricas na representação e visualização de partes do mundo que os cerca. A proposta foi a de realização de atividades potencialmente significativas, baseandonos nos conhecimentos prévios do aluno. Neste momento fez-se uma discussão já com as embalagens trazidas de casa pelos alunos 6. As embalagens apresentadas foram selecionadas e foi realizada pesquisa sobre os mesmos, destacando algumas características como biodegradabilidade e conservação do produto. Iniciou-se então o trabalho de identificação da forma geométrica das embalagens pelos alunos. Onde os mesmo tinham de relacionar o conteúdo teórico já ministrado em sala de aula com as embalagens por eles apresentadas. Estas atividades foram realizadas em grupos de aproximadamente cinco alunos. Notou-se grande dificuldade de relacionar as formas geométricas da geometria plana para a geometria espacial. Por exemplo, uma lata de refrigerante de forma cilíndrica, foi atribuída a forma de circulo pelos alunos. O cubo, no caso um dado, foi atribuída a forma de quadrado. Os alunos não conseguiram nesta primeira apresentação, diferenciar o bidimensional do tridimensional, as figuras geométricas planas das espaciais (figura 3). Figura 3 - As Embalagens Nesta etapa os alunos teriam de relacionar às embalagens à sua forma geométrica. Lata = cilindro. 6 Foi-lhes solicitado trazer embalagens de alimentos diversas, já inutilizadas, que iriam para o lixo.

5 Foram expostos por meio de recursos multimídia, sólidos geométricos com sua utilidade, identificação e planificações. Onde conseguiu ampliar o horizonte dos alunos de onde se encontra a geometria em nosso quotidiano. Fez-se uso da interdisciplinaridade com pinturas de artistas famosos, como Tarsila do Amaral em seu quadro Carnaval em Madureira (1924), monumentos famosos como a Torre Eiffel em Paris e o Atomium em Bruxelas. Pinturas estas que trazem como elementos, pirâmides de base quadrada e cubos. Ainda para facilitar a visualização e melhorar a compreensão do bidimensional para o tridimensional utilizou-se de um vídeo com a construção de modelos geométricos à partir de suas formas planificadas. Os alunos construíram sólidos geométricos com cartolina e em seguida os mesmos foram empregados na construção de animais (figura 4). Durante a confecção dos sólidos geométricos de Platão, os alunos puderam compreender de forma bastante participativa conteúdos e conceitos expostos pelos bolsistas que ajudaram na construção e montagem do projeto. Manipulando os sólidos geométricos, os alunos conseguiram identificar conceitos como: faces, arestas e vértices. A B C Figura 4 - Confecção dos sólidos geométricos A) Alunos recortando a cartolina para construção de cubos; B) Uso de escala para construção de cubos; C) Oficina para escolha das sólidos à construir.

6 Após a montagem dos objetos, foi-lhes aplicada uma lista de exercícios para resolução em grupo. Os objetos confeccionados foram expostos na feira anual da escola, Paulina In Foco (figura 5). Figura 5 - Feira Paulina In Foco espaço onde as figuras montadas foram expostas pelos alunos do projeto. A, B e C Exposição dos animais pelos alunos na feira. D). Sólidos geométricos construídos e em construção. IV CONCLUSÕES O projeto obteve grande êxito com relação aos seus objetivos como atividade alternativa e não mecânica, pois percebemos que no decorrer das atividades o ambiente estava favorável ao aprendizado potencialmente significativo, com intensa participação dos alunos em todas as etapas. Não foi possível mensurar os resultados quantitativamente, pois um dos parâmetros escolhidos é a avaliação SARESP que até o presente momento não foi divulgado. Qualitativamente, percebeu-se que houve incremento de conteúdos aos subsunçores. AGRADECIMENTOS Os autores deste trabalho agradecem o apoio recebido da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES. Aos coordenadores do projeto e a professora supervisora e a escola.

7 REFERÊNCIAS BORLEZZI, C. A.; SALLUM, E. M.; MONTEIRO, M. Matemática: Geometria Plana. Módulo 3. Governo do Estado de São Paulo, 2008. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: matemática / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília : MEC/SEF, 1997. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática /Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC /SEF, 1998. MOREIRA, M. A.. Aprendizagem significativa crítica. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/~moreira/apsigcritport.pdf>. Acesso em: 27/02/2015. SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Educação. SARESP. Boletim da Escola. Disponível em: <http://www.saresp.fde.sp.gov.br/2013/consultaredeestadual.aspx?opc=1>. Acesso em: 27/02/2015. VIDALETTI, V. B. Ensino e aprendizagem da geometria espacial a partir da manipulação de sólidos. Disponível em: < https://www.univates.br/bdu/handle/10737/82?mode=full>. Acesso em: 28/02/2015.