Professor Rodrigo de Aquino Gomes

Documentos relacionados
Design. O estudante deve redigir texto dissertativo, abordando os seguintes tópicos:

DEFINIÇÃO DE ERGONOMIA

A Importância da Ergonomia nas Relações de Trabalho

ERGONOMIA e Saúde do Trabalhador nos Ambientes de Atenção à Saúde

ERGONOMIA ERGONOMIA 1

Ergonomia aplicada ao trabalho

Competência: Avaliar o comportamento postural dos indivíduos na execução de suas atividades e redimensionar a atuação profissional quando necessário,

Riscos ambientais empresariais. 4.1 Programa de prevenção de acidentes (PPRA)

DISCIPLINA: ERGONOMIA

ERGONOMIA Aula 1 DISCIPLINA: ERGONOMIA

ERGONOMIA O ERRO HUMANO. É qualquer variação do comportamento humano que ultrapassa uma faixa considerada normal ou aceitável de operação.

ERGONOMIA APLICADA AO TRABALHO

Organização Ergonômica do Layout

E r g o n o m i a. m e r i n c c e. u f s c. b r ERGONOMIA. Ergonomia

Ergonomia no Trabalho: Produzindo com Conforto

CONHEÇA OS SERVIÇOS DO LABORATÓRIO DE ERGONOMIA E ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - LEEST Campus Aparecida de Goiânia

Ergonomia. Giselle Sousa. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina (Cora Coralina)

1 Introdução 1.1. Motivação

1. estrutura porta palete: gem zena ma ar 2. mini porta palete 3. mezaninos

A NOVA NR 12 E OS PRINCIPIOS DE PROTEÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Aula 04. Fundamentos de Ergonomia. Prof. Daniel Braatz. Introdução à Engenharia de Segurança. Introdução à Engenharia de Segurança DEP UFSCar 02sem09

Tecnologia e Inovação em Acessórios Elétricos e o Conceito FIDES. Everton J. De Ros Engenheiro Eletricista

Índice. APRESENTAÇÃO A Empresa 3. SERVIÇOS Tecnologia da Automação (AT) 4 Tecnologia em Robótica (RT) 5 Tecnologia em Segurança (ST) 6 CONTATO 7

Manutenção Industrial

Tópicos de Manutenção

Programa Analítico de Disciplina ENF412 Ergonomia

MOVIMENTO E DINAMISMO

Curso TECNOLOGIA EM GESTÃO EMPRESARIAL

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Abordagem Humanística. Prof. Fábio Arruda

ECO CONTROL SYSTEM Save water

Qualidade de vida percebida no trabalho e os serviços de manutenção: estudo de caso em uma indústria no Estado do Ceará.

BAIXA ELEVAÇÃO FÁCIL DE LIMPAR FÁCIL DE USAR RICA EM FUNCIONALIDADES

Plano de curso Inspeção de Feller Buncher

Quebra de Máquinas. 3ª Edição Março/2016

1. estrutura porta palete: gem zena ma ar 2. mini porta palete 3. mezaninos

Mapa de Riscos Ambientais

Prensa Hidráulica Modelo SL-10

ENGENHARIA DE USABILIDADE Unidade I Conceituação. Luiz Leão

Aumentando a Produtividade e Reduzindo os Custos da Fábrica. Antonio Cabral

FICHA 5 - GERENCIAMENTO DE FACILIDADES PRATICADO. I. OPERAÇÃO DAS INSTALAÇÕES FÍSICAS DO EDIFÍCIO - technical FM

NR 36 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS

24ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA 5º PRÊMIO TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO METROFERROVIÁRIOS CATEGORIA (3)

Introdução ao Projeto

Treinamento e-learning. Interpretação e implantação da ISO 9001:2015

1. estrutura porta palete: gem zena ma ar 2. mini porta palete 3. mezaninos

1 BOLETIM TÉCNICO N.01 ERGONOMIA NO ESCRITÓRIO

Cuidados na Compra de Enchimento Grade em Polipropileno (PP)

Canteadeira Blocadeira Vincadeira

DISPOSITIVO PARA REALIZAR A RETIRADA E INSTALAÇÃO DOS PRATOS CENTRO PIÃO DOS VAGÕES

PROPOSTA DE SIMULADOR VEICULAR DE TEMPO DE REAÇÃO 1

22/08/2014. Planejamento e Controle da Produção: Conceito, Finalidades, Funções e Princípios. Conceito de Planejamento. Conceito de Controle

TERMOGRAFIA. Importância da. para a manutenção preditiva

ELETRICIDADE INDUSTRIAL. Introdução aos Acionamentos Elétricos

POSTO DE SERVIÇO MÓVEL ABASTECIDO A ENERGIA SOLAR PARA A COMERCIALIZAÇÃO DE SORVETES

FASCÍCULO NBR 5410 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO FASCÍCULO 54:

ANÁLISE ERGONÔMICA DE POSTOS DE TRABALHO EM UMA EMPRESA DE ESQUADRIAS

Infra-estrutura de Informática e formas de acesso às redes de informação

Seminário Sudeste da ANAMT 23 a 25 de Abril de 2015 Vitória ES.

CUNHA PARA OSTEOPATIA E QUIROPRAXIA DEJARNETTE

Abordagem Ergonómica. dos Sistemas

PRÁTICA EDUCATIVA DE APRENDIZADO VIRTUAL COMO FERRAMENTA DE APOIO AO ENSINO DE TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO PREDITIVA 1 RESUMO

Aspectos a serem considerados na modernização de salas de controle de centros de operação

DE AVANÇADA TECNOLOGIA SEM ESCOVAS

Princípios Básicos de Manutenção de Veículos Leves

Atendimento às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.

EPI Equipamento de Proteça o Individual. Manual de Utilização

PERIGO E RISCO 29/10/2012

APOSTILAS: NORMAS; ABNT NBR ISO; MPS BR

Título do Slide Máximo de 2 linhas

Técnicas de Manutenção Eletrônica

Plano de Trabalho Docente 2017 Ensino Técnico

Nível de conhecimento dos operadores em relação aos indicadores de painel de máquinas florestais

CE219 - Controle Estatístico de Qualidade

Manutenção de Software. Engenharia de Software Profa. Dra. Elisa Yumi Nakagawa 1º semestre de 2015

FSA 450 Equipamento móvel e universal para Teste de Sistemas

Máquinas e Equipamentos NR - 12

FMEA. Failure Mode and Effects Analysis FMEA FAILURE MODE AND EFFECTS ANALYSIS

Relação com Fatores Ergonômicos Calçadas... manutenção

Leica Geosystems Active Customer Care O Nosso Compromisso. O Seu Sucesso.

Manual de Instruções

INSTRUÇÕES PARA O USUÁRIO

SEGURANÇA NO TRABALHO

2 DOS CARGOS 2.1 NÍVEL SUPERIOR CARGO 1: ADMINISTRADOR REQUISITO: diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de nível superior em

ENGENHARIA DE SEGURANÇA

Prof. Fabrício Maciel Gomes Departamento de Engenharia Química Escola de Engenharia de Lorena EEL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA MAPA DE RISCOS

Disciplina de Segurança do Trabalho e Ergonomia. Aula 204 EPIs e Mapas de Risco

Bem estar da sociedade

ESPECIFICAÇÕES DO SERVIÇO

PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT

Realização. Patrocínio

Manutenção de Software. Engenharia de Software Profa. Dra. Elisa Yumi Nakagawa 1º semestre de 2016

Ergonomia. Introdução à Engenharia de Produção

INTERFACE DE USUÁRIO DE ÚLTIMA GERAÇÃO, COM FLUXO DE ALINHAMENTO PREDITIVO INTELIGENTE PARA OFICINAS DE ALTO VOLUME.

Manual do Proprietário CILINDRO CS-60

Tema PANORAMA DE MANUTENÇÃO FROTA

Comitês, Reuniões, Inspeções e Auditorias de SSMA

ABNT NBR 5674:2012. Prevenir a perda de desempenho decorrente da degradação dos seus sistemas, elementos ou componentes;

Centro Especializado em Ergonomia do Trabalho

6) Desenvolvimento das etapas para elaboração e implantação do plano de APPCC

Transcrição:

Professor Rodrigo de Aquino Gomes

Os homens sempre procuraram adaptar a natureza às suas necessidades, modificando-a e criando meios artificiais, quando ela não fosse conveniente Exemplo: O homem pré histórico, fabricava armas de pedra lascada, há dois milhões de anos, adaptando-se à anatomia de suas mãos. Que aperfeiçoado 500 mil anos após transformando-se em machadinha

A ergonomia evoluiu durante a segunda metade do século XX, passando a abordar problemas cada vez mais amplos, de forma integrada e interdisciplinar. A priori estudava apenas parte do produto, depois passando a estudar os produtos inteiros Essa evolução pode ser dividida em 3 partes: Ergonomia dos knobs e mostradores Ergonomia dos sistemas Integração ao sistema produtivo

Até a década de 50, os precursores da ergonomia estavam preocupados em melhorar o relacionamentos entre o homem e a máquina, tornando os mostradores mais visíveis e os knobs mais fáceis de operar

Preocupavam-se, também, em reduzir a carga física do trabalho e os fatores de sobrecarga fisiológica, como temperatura ambiental e ruídos Contextualização: Eram especialistas que não faziam parte da equipe de projeto do produto Solucionavam problemas específicos, quando chamados, no momento que surgiam dificuldades de operação de alguma máquina ou quando os níveis de erros e acidentes aumentavam Ridicularizados como sendo os especialistas de knobs e mostradores

Ocorre principalmente durante as décadas de 50 e 60 Diversos aspectos de projeto, que eram resolvidos apenas tecnicamente, foram identificados como fontes de problemas ergonômicos, e que portanto, deveriam merecer análise mais cuidadosas Não se tratava mais de melhorar apenas os controles e mostradores, mas saber qual era a função do homem nesse sistema

Contextualização: Sentiam deficiência de conhecimento sobre o desenvolvimento de sistemas mais complexos de trabalho Surgiram várias teorias e modelos sobre o conceito de sistemas e metodologias de desenvolvimento dos produtos Foi desenvolvida uma metodologia para atuar no desenvolvimento de sistemas, construindo o modelo do sistema homem-máquina Ainda era visto como uma unidade isolada de produção, como um posto de trabalho, nem sempre integrado ao sistema produtivo como um todo

A partir dos anos 70, a ergonomia passou a ser uma atividade permanente dentro das empresas Os especialistas em ergonomia passaram a trabalhar em equipe, integrando-se com os demais especialistas, participando da concepção de novos sistemas, desde a fase inicial desses trabalhos A contribuição da ergonomia deixou de ser superficial, passando a influir na própria especificação dos sistemas e na definição de sua configuração geral Esse novo tipo de abordagem é conhecido como macroergonomia

Do ponto de vista ergonômico, todos os produtos, sejam eles grandes e ou pequenos, simples ou complexos, destinam-se a satisfazer a certas necessidades humanas e, dessa forma, direta ou indiretamente, em contato com o homem. Então, para que esses produtos funcionem bem em suas interações com os seus usuários ou consumidores, devem ter as seguintes caracteristicas básicas:

Qualidade técnica: É a parte que faz funcionar o produto, do ponto de vista mecânico, elétrico, eletrônico ou químico, transformando uma forma de energia em outra, ou realizando operações como dobra, corte, solda e outras Deve-se considerar a eficiência com que o produto executa a função O rendimento de conservação de energia A ausência de ruídos e vibrações A facilidade de limpeza Manutenção Etc.

Qualidade ergonômica A qualidade ergonômica do produto é a que garante uma boa interação do produto com o usuário. Inclui a facilidade de manuseio Adaptação antropométrica Fornecimento claro de informações Facilidades de navegação Compatibilidade de movimentos E os demais itens de conforto e segurança

Qualidade estética A qualidade estética é a que proporciona prazer ao consumidor. Envolve a combinação de formas, cores, materiais, texturas, acabamentos e movimentos, para que os produtos sejam considerados atraentes e desejáveis, aos olhos do consumidor

As 3 grandes qualidades do produto são genéricas e estão presentes em praticamente todos eles. Em cada tipo de produto há, naturalmente, uma ou outra que pode predominar sobre as outras. Exemplo: Um motor elétrico, provavelmente a qualidade técnica seja a mais importante. Já um alicate ou qualquer outro tipo de ferramenta manual, os aspectos ergonômicos podem ser predominantes Objetos de decoração predomina a estética Às vezes, durante o desenvolvimento, pode ocorrer uma alternativa tecnicamente perfeita, mas do ponto de vista sob os ângulos da ergonomia e estética, pode ser problemática

Classificação do produto quanto ao usuário Bens de capital Os bens de capital são usados por empresas em alguma atividade produtiva Exemplo: Máquinas e equipamentos com prensas, tornos e fresas Geralmente são adquiridas por empresas, operadas por trabalhadores especializados e possuem vários outros trabalhadores que auxiliam seu funcionamento

Bens de consumo São usados por indivíduos, geralmente no âmbito doméstico. Exemplo: Eletrodomésticos, móveis e brinquedos Uso e manutenção não é tão regular quanto aos bens de capital. Podem ser usados de forma errada, por pessoas que não foram treinadas para a sua operação e manutenção Estão sujeitos a um uso irregular, menos sistemático e, inclusive, a usos não-previstos.

Fatores Bens de Capital Bens de Consumo Objetivo Comprador Usuário Acompanhamento do uso Manutenção Custo da falha Renovação Definido pelo fabricante e pela empresa Empresa, mediante critérios técnicos e econômicos Pessoas habilitadas, com treinamento Supervisionado por pessoas especializadas Sistemática, programada e preventiva Alto, podendo causar uma catástrofe Periódica, determinada por avanços tecnológicos Selecionado pelo usuário e pode variar Individual, podendo predominar critérios subjetivos Genérico, sem treinamento específicos Não existe, especificamente Corretiva, para corrigir as falhas Disperso, difícil de qualificar Frequentemente, sujeito à moda e mudanças formais