Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos 14 de fevereiro de 2017 Varejo restrito acumulou queda de 6,2% em 2016 As vendas reais do restrito¹ recuaram 2,1% entre novembro e dezembro, descontados os efeitos sazonais, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada hoje pelo IBGE. O resultado ficou acima da nossa projeção (-2,6%) e em linha com a mediana das expectativas do mercado (-%), segundo coleta da Bloomberg. A queda mais que reverteu a alta observada em novembro (revisada de uma elevação de % para outra de 1,0%), cujo crescimento havia sido impulsionado pela Black Friday. Na comparação interanual, as vendas recuaram 4,9%, acumulando contração de 6,2% em 2016, mais intensa que a retração de 4,3% observada no ano anterior. A continuidade do ajuste do mercado de trabalho ao longo do ano passado e o aumento da poupança precaucional contribuíram para o resultado negativo, juntamente com o carrego estatístico de 2015. A queda na margem refletiu o declínio em quatro dos oito setores pesquisados, com destaque para o recuo de 3,0% de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, responsável por aproximadamente metade das vendas do comércio restrito. No mesmo sentido, as vendas de móveis e eletrodomésticos caíram 2,5%, revertendo a alta de % observada em novembro. Já combustíveis e lubrificantes subiram 2,1% no período, mas mantiveram o baixo patamar de seu total de vendas. Merece destaque o recuo de 2,1% da receita nominal ante novembro, também excetuada a sazonalidade, mesma variação das vendas reais, após alta de % no mês anterior. O movimento reflete a descompressão da inflação registrada nos últimos meses, indicando que o deflator da PMC ficou próximo à estabilidade em dezembro. Já o volume de vendas do ampliado, que também contempla os segmentos de veículos e materiais de construção, caiu 0,1% na margem na série dessazonalizada. Este indicador vem ensaiando uma recuperação, visto que está praticamente no mesmo patamar desde agosto. A queda menos intensa na comparação com o varejo restrito foi explicada pelas elevações de 1,8% e de 2,1% das vendas de veículos e motos, partes e peças e material de construção, respectivamente. Apesar do melhor desempenho, a atividade varejista ampliada recuou 6,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, acumulando contração de 8,7% em 2016 (ante -8,6% em 2015). Esperamos estabilidade das vendas do varejo restrito e ligeira alta de 1,5% do comércio ampliado em 2017. Acreditamos que o mercado de trabalho continuará enfraquecido até aproximadamente o terceiro trimestre deste ano e a desalavancagem das famílias, juntamente com o carrego estatístico das fortes retrações no ano passado, seguirão limitando o crescimento do consumo à frente. Apesar disso, a intensificação do ciclo de corte de juros e a elevação da confiança do consumidor e dos empresários deverão impulsionar o consumo das famílias na margem a partir do segundo trimestre. Diante da retração do varejo e da elevação da produção industrial em dezembro, projetamos estabilidade do IBC-Br para o período. Ressaltamos que o resultado do setor de serviços, a ser conhecido amanhã, ainda poderá mudar nossa projeção. Em relação ao PIB, alteramos nossa estimativa do quarto trimestre de -0,7% para -% ante os três meses anteriores. 1. Exclui os segmentos de Veículos e motos, partes e peças e de Material de construção O DEPEC BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO).
/ (*) / Acumulado em 12 meses PMC -2,1-4,9-6,2 Combustíveis e lubrificantes 2,1-5,5-9,2 Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo -3,0-2,9-3,1 Hiper e supermercados -3,3-3,2-3,1 Tecidos, vestuário e calçados 0,1-8,8-10,9 Móveis e eletrodomésticos -2,5-8,9-12,6 Artigos farmacêuticos, med., ortop. e perfumaria 0,1-5,6-2,1 Livros, jornais, revistas e papelaria -1,1-12,5-16,1 Equip. e mat. para escritório, informática e comunicação 1,9-1,2-12,3 Outros artigos de uso pessoal e doméstico (**) -3,9-4,8-9,5 PMC Ampliada -0,1-6,7-8,7 Veículos e motos, partes e peças 1,8-13,5-1 Material de construção 2,1-1,6-10,7 Volume de vendas no comércio varejista (*) Com ajuste sazonal. (**) Inclui lojas de departamentos ou magazines; duty free; ótica; caça, pesca e camping; relojoaria e joalheria; artes; artigos esportivos, entre outros. restrito (dados 12 115,0 11 105,0 10 99,9 109,6 107,0 111,9 115,4 117,6 115,5 114,3 108,2 108,5 105,0 102,5 104,6 100,4 95,0 9 92,2 85,0 8 82,1 80,4 88,1 75,0 abr/08 ago/08 abr/09 ago/09 abr/10 ago/10 abr/11 ago/11 abr/12 ago/12 abr/13 ago/13 155,0 145,0 135,0 125,0 115,0 105,0 99,1 107,5 130,2 123,8 14 134,9 143,4 143,1 139,3 147,7 144,6 Receita nominal no restrito (dados 95,0 85,0 86,8 75,0 65,0 abr/08 73,8 73,3 ago/08 abr/09 ago/09 82,3 abr/10 ago/10 abr/11 ago/11 abr/12 ago/12 abr/13 ago/13 2
Volume de vendas e receita nominal do restrito variação semestral anualizada 19,0 16,9 15,8 1 12,2 10,9 9,0 5,7 6,1 4,3 1,7 PMC nominal (6m SAAR) -6,0 PMC real (6m SAAR) -11,0 jun/06 dez/06 jun/07 dez/07 jun/08 jun/09 jun/10 12,7 8,7 9,5 5,3 jun/11 1 13,4 10,8 8,6 1,8 jun/12 jun/13 6,7 6,2 5,8 6,0 1,0 1,1 - - -6,8-6,9-8,8 2,4-4,6 jun/17 dez/17 3,0 1,0 - -3,0 0,4-0,1-0,1-0,1 - - 1,1 0,9-2,2 0,4-0,2 - - -1,1-0,9-1,3-0,8 - -1,3-2,1 1,1-0,9 0,1-0,7-0,7-0,9 1,0-2,1 - variação em relação ao mês anterior (dados restrito - variação interanual 1 8,7 6,4 3,9 - -1-1,1 6,7 4,6 0,9-0,9 2,2-3,3-3,3-2,7-3,9-4,5-6,9-6,3-7,8-7,2-1 -4,2-5,7-6,9-9,0-4,8-5,6-5,5-8,1-3,8-4,9 3
2,3 1,3-0,7-1,7-2,7 1,8-0,90,9 0,1 1,6 1,4-0,2-1,3-1,7-1,7 0,2-1,1 1,9-1,5-0,2 0,2-0,1-2,2 ampliado - variação em relação ao mês anterior (dados -3,9-4,7 ampliado - variação interanual 13,0 3,0 - -7,0-1 -17,0 4,7 2,9 8,3-5,6-0,1 0,7-6,0-4,9-6,7-1,2-2,3-2,4-4,9-0,8-8,3-3,6-9,6-11,5-11,0-13,2-5,6-7,9-9,2-8,1-7,7-8,5-5,3-6,7 1 1 6,0 9,2 4,8 6,2 9,7 9,1 5,9 10,9 6,7 8,4 4,3 2,2 2,5 restrito - -1,6-0,7-6,0 - -4,3-6,2 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 4
ampliado 1 11,0 6,4 13,6 9,9 6,8 12,2 6,6 5,0 3,1 3,6 1,5-1,7-7,0-1 -8,6-8,7 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Equipe Técnica Fernando Honorato Barbosa Economista Chefe Economistas: Ana Maria Bonomi Barufi / Andréa Bastos Damico / Ariana Stephanie Zerbinatti / Constantin Jancso / Daniela Cunha de Lima / Ellen Regina Steter / Estevão Augusto Oller Scripilliti / Fabiana D Atri / Igor Velecico / Leandro Câmara Negrão / Marcio Aldred Gregory / Myriã Tatiany Neves Bast / Priscila Pacheco Trigo / Regina Helena Couto Silva / Thomas Henrique Schreurs Pires Estagiários: Bruno Sanchez Honório / Christian Frederico M. Moraes / Fabio Rafael Otheguy Fernandes / Mariana Silva de Freitas / Rafael Martins Murrer 5