ESTÁGIO SUPERVISIONADO: DESAFIOS E CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE

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Transcrição:

ESTÁGIO SUPERVISIONADO: DESAFIOS E CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE Chryslane dos Santos Souza Universidade Federal do Maranhão UFMA/ E-mail: chrys_flor@outlook.com Resumo: O presente trabalho versa sobre as experiências vivenciadas durante a realização do Estágio Supervisionado em Docência na Educação Infantil, oferecido pelo Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão - UFMA. O estágio foi realizado em uma escola da rede municipal da cidade de São Luís - MA, com crianças do Maternal I, cujo objetivo foi apontar a importância do estágio na formação docente, tendo como principal questão quais as contribuições que o estágio supervisionado proporciona para a formação do pedagogo, considerando os desafios encontrados no campo do estágio que possivelmente influenciam na sua práxis. Na tessitura do texto são relatadas três etapas vivenciadas durante o Estágio que contribuíram para uma análise acerca do processo de formação docente. A primeira etapa caracterizou-se pelas reflexões introdutórias ao Estágio, através da leitura e discussão de textos. A segunda, realizada na escola-campo, teve por objetivo a Investigação da Docência no contexto escolar. E a terceira, foi o momento de Construção da Docência no cotidiano escolar, através do Projeto de Trabalho sobre "O maravilhoso mundo das Festas Juninas". O desenvolvimento deste projeto possibilitou trabalhar as principais necessidades das crianças, observadas no momento de investigação em sala de aula, a partir da realização de diferentes atividades. Diante dos resultados apresentados, percebeu-se a relevância do estágio na formação docente, e que, vivenciar os desafios faz parte de todo o processo de aperfeiçoamento. Sendo assim, o estágio foi fundamental para a construção do nosso perfil enquanto futuros profissionais. Palavras-chave: Estágio Supervisionado, Formação docente, Experiências, Reflexões. Introdução O estágio supervisionado é o primeiro contato em que o aluno-professor tem com o seu futuro campo de atuação. Este momento é essencial para que o universitário possa fazer a conexão entre teoria e prática, tornando-se atividade relevante no que diz respeito ao desenvolvimento de competências indispensáveis à atuação pedagógica responsável. Assim, sua formação tornar-se-á mais significativa quando essas experiências forem socializadas em sua sala de aula com seus colegas, produzindo discussão, possibilitando uma reflexão crítica, construindo a sua identidade e lançando, dessa forma, um novo olhar sobre o ensino, a aprendizagem e a função do educador (PASSERINI, 2007). Segundo Tardif (2002), o estágio supervisionado constitui-se uma das etapas mais importantes na vida acadêmica dos alunos de licenciatura e, cumprindo as exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a partir do ano de 2006 se constitui numa

proposta de estágio supervisionado com o objetivo de oportunizar ao aluno a observação, a pesquisa, o planejamento, a execução e a avaliação de diferentes atividades pedagógicas, proporcionando assim, uma aproximação da teoria acadêmica com a prática em sala de aula. Caracterizando-se como objeto de estudo e reflexão, o Estágio Supervisionado poderá ser um agente contribuidor na formação do professor. Ao estagiar, o futuro professor passa a enxergar a educação com outro olhar, procurando entender a realidade da escola e o comportamento dos alunos, dos professores e dos profissionais que a compõem. Com isso faz uma nova leitura do ambiente (escola, sala de aula, comunidade), procurando meios para intervir positivamente (JANUARIO, 2008). Sendo assim, o estágio é um meio que pode levar o acadêmico a identificar novas e variadas estratégias para solucionar problemas que muitas vezes ele nem imaginava encontrar na sua área profissional. Ele passa a desenvolver mais o raciocínio, a capacidade e o espírito crítico, além da liberdade do uso da criatividade (ROSSI, 2012). Indivíduos que não atuam no interior da escola possuem conhecimentos superficiais da realidade escolar. Sendo que, o estágio amparado a uma fundamentação teórica, propiciará aos futuros professores um entendimento mais claro das situações ocorridas no interior das escolas e, consequentemente, possibilitará uma adequada intervenção da realidade (PELOZO, 2007). O estágio é dessa forma (...) o lócus onde a identidade profissional do aluno é gerada, construída e refletida; volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica e, por isso deve ser planejado gradativa e sistematicamente com essa finalidade (...) (BURIOLLA, 2009, p. 13). Nesse enfoque, este trabalho busca relatar os desafios e as contribuições vivenciadas durante a realização do Estágio em Docência na Educação Infantil, realizado em uma escola da rede municipal da cidade de São Luís MA, com crianças do maternal I. Sendo este nosso primeiro contato com o ambiente escolar, consideramos o Estágio Supervisionado um elemento singular no processo de formação docente e um momento propiciador para novas aprendizagens. Desta forma, serão apresentadas as etapas que subsidiaram a realização do Estágio em Docência na Educação Infantil. A primeira etapa do Estágio Supervisionado: primeiras reflexões As aulas vivenciadas na Universidade Federal do Maranhão UFMA fizeram parte do primeiro momento do Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia e teve como

ponto de partida as reflexões introdutórias acerca da escola-campo. Para isso, nos respaldamos nos textos estudados e nos questionamentos ocorridos em sala de aula para melhor compreendermos as complexidades que permeiam o ambiente escolar. Os textos que nortearam nossas fundamentações foram: Estágio: oportunidade de educar o olhar, de Lilian Lopes Martin da SILVA (Prefácio), Estágio: diferentes concepções, de Selma Garrido PIMENTA e Maria do Socorro Lucena LIMA e Infância e humanização: algumas considerações na perspectiva histórico cultural, de Suely Amaral MELLO que resultaram em consideráveis reflexões acerca do ambiente escolar. Dentre elas, a de que o estágio é o momento "teórico" e não prático da atividade docente. Pois, segundo Pimenta e Lima (2004) (...) o estágio curricular é atividade teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e intervenção na realidade (...). Compreender que o estágio curricular é atividade teórica de conhecimento e não uma atividade prática nos proporcionou uma nova forma de pensar o estágio, de compreendêlo em sua totalidade. Nesse viés, Pimenta e Lima (2004, p.56) afirmam que o estágio não se faz por si, envolve todas as disciplinas do curso de formação, então devemos atribuir o desenvolvimento do estágio como um estatuto de conhecimentos teóricos e práticos que visam superar a dicotomia existente entre a práxis. Sendo assim, os primeiros momentos em que nos reuníamos para ler, dialogar, refletir e questionar sobre os aspectos que envolvem o estágio foram fundamentais para que percebêssemos o ambiente escolar com mais maturidade. Esse foi um desafio a ser superado, pois compreender as relações existentes no ambiente escolar é complexo e exige estudos, reflexões e dedicação. Conforme Pimenta e Lima (2004), o estágio, por meio da pesquisa e investigação abrem possibilidades para o futuro professor compreender as situações vivenciadas e observadas nas escolas e seus respectivos sistemas de ensino, formando assim professores críticos-reflexivos e pesquisadores. Dessa forma, passamos a perceber a necessidade de uma prática reflexiva no cotidiano escolar, pois à medida que nos reuníamos em sala de aula e fazíamos a leitura dos textos, percebíamos a importância de desenvolvermos uma postura de pesquisadores a partir das situações de estágio. Encontramos em Schon (2000) uma forte valorização da prática na formação dos profissionais, uma prática refletida, que possibilita responder com situações novas às situações de incerteza e indefinição. Nesse sentido, o Estágio Supervisionado caracteriza-se por ser um momento desafiador e estimulador na busca de solução de problemas. Sendo o mesmo, uma oportunidade que possibilita descobertas e questionamentos acerca do nosso futuro

profissional. Neste aspecto, ao iniciar uma licenciatura, muitas vezes vem a insegurança e o receio de não desenvolver um bom trabalho em sala de aula. Alguns temem não conseguir dominar a classe, outros se preocupam em não saber todo o conteúdo que julgam necessário, uns questionam-se quanto ao método que adotarão e outros, ainda, anseiam por ministrar aulas. Há ainda uns que se quer pensam em lecionar (JANUARIO, 2008). Estas foram algumas inquietações e dificuldades que surgiram durante a realização do Estágio Supervisionado, e essa experiência possibilitou cada estagiário/a perceber o ambiente escolar com um olhar, com uma singularidade. Neste sentido, as reuniões vivenciadas em sala de aula nos proporcionaram compreender que, o fato de estarmos nos preparando para adentrarmos na escola-campo, não significa que chegaríamos sabendo de tudo, visto que o estágio é um processo, ainda inacabado e que continua a ser renovado à medida que as situações ocorrem em sala de aula. Essas experiências nos fizeram compreender que é imprescindível o aluno-professor desenvolver uma postura crítica, investigativa e reflexiva durante o seu percurso de formação inicial, para que ele possa responder às cenas de incertezas que ocorrerem em sala de aula. Desta forma, é necessário na formação do professor uma busca constante, não apenas do saber, mas também do fazer, estando cada vez mais presente a ação-reflexão-ação no dia-a-dia do professor, para que ele não se acomode e avalie sua prática em busca de um melhor saber e de um melhor fazer. Segundo Pimenta e Lima (2004), compete aos cursos de formação possibilitar aos futuros professores a compreensão da complexidade das práticas e ações praticadas pelos profissionais, como alternativa no preparo para a inserção profissional. Isso pode ser conquistado se o estágio for articulado a todas as disciplinas, a fim de formar professores críticos e analíticos. Para tanto, a ação-reflexão-ação na formação docente auxilia a compreensão entre teoria e prática, pois tendo reflexão na prática haverá a busca de conhecimentos teóricos, os quais contribuirão para a prática. Barreiro e Gebran abordam ainda, A articulação da relação teoria e prática é um processo definidor da qualidade da formação inicial e continuada do professor, como sujeito autônomo na construção de sua profissionalização docente, porque lhe permite uma permanente investigação e a busca de respostas aos fenômenos e às contradições vivenciadas (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p. 22). Nesse sentido, a partir das reflexões introdutórias concernentes ao campo de estágio, foi possível perceber uma maior aproximação com o ambiente escolar. Por

conseguinte, acompanharemos como ocorreu o processo de investigação e construção da docência, elementos fundamentais que proporcionaram um novo olhar acerca do Estágio em Docência na Educação Infantil. Aspectos metodológicos do Estágio Supervisionado: a escola-campo O período em que vivenciamos na escola-campo foi marcado por dois momentos fundamentais: o primeiro, intitulado Investigação da Docência no Contexto Escolar, onde exercitamos o nosso olhar para compreendermos as situações vivenciadas e observadas na escola, e, de forma particular, a sala de aula, bem como as relações que se estabelecem entre os sujeitos que dela fazem parte, especialmente criança-criança/criança-adulto, para que, a partir dessa experiência, pudéssemos elaborar o Projeto de Trabalho para desenvolvermos junto às crianças; o segundo, denominado, Construção da Docência no Cotidiano Escolar, foi o período em que assumimos os quatro horários com as crianças, ficando responsável por toda rotina, através do desenvolvimento do Projeto de Trabalho sobre "Festas Juninas", produzido a partir das necessidades das crianças observadas no primeiro momento. No decorrer da Investigação da Docência no Cotidiano Escolar, tivemos a oportunidade de observar toda a rotina da escola, desenvolver o nosso olhar para compreendermos as interações entre as crianças e refletir sobre alguns momentos vivenciados em sala de aula. A partir de algumas observações, percebemos como o brincar é importante nesta fase do desenvolvimento e como, a partir das brincadeiras, elas encontram diferentes formas de se expressar. Para Moretti e Silva (2011) a brincadeira é algo sério para as crianças, impossível de ser encaixotada em definições objetivas e estáticas. O brincar pertence à criança, é a sua dinâmica de vida, a sua forma de participar, interferir e se relacionar com a cultura. De acordo com essa observação, passamos a ficar mais atentas a cada brincadeira, a cada olhar e a cada gesto, pois percebemos que observá-las é o primeiro passo para que possamos compreendê-las. Segundo Gandini e Goldhaber (2002, p. 152): Através da observação e da escuta atenta e cuidadosa às crianças, podemos encontrar uma forma de realmente enxergá-las e conhecê-las. Ao fazê-lo, tornamonos capazes de registrá-las pelo que elas são e pelo que elas querem dizer. (...) para um observador atento, as crianças dizem muito, antes mesmo de desenvolverem a fala.

Nesse sentido, cabe a nós reconhecer a importância que existe na forma de expressão das crianças, valorizando cada sorriso e cada choro, bem como ouvir suas falas, suas perguntas e suas descobertas. Essas primeiras observações contribuíram para que pudéssemos desenvolver as atividades do Projeto de Trabalho, traçando propostas que lhes fossem ainda mais interessantes e significativas. Na segunda etapa, denominada a Construção da Docência no Cotidiano Escolar, desenvolvemos quatro atividades, a primeira delas referente ao "Meio Ambiente", onde aproveitamos a oportunidade para desenvolver o senso crítico das crianças com relação à preservação do ambiente. Para isso, fizemos uma breve representação de um mar poluído, colocando peixes mortos e resíduos de lixos para melhor representar a realidade e, à beira da praia, colocamos areia e ostras. A realização desta atividade apresentou seus pontos positivos e negativos. O aspecto negativo é que foi um pouco difícil chamar a atenção das crianças para que ficassem quietas e ouvirem qual o objetivo da atividade. Tais comportamentos nos fizeram refletir e repensar em que ponto nós erramos e se realmente essa atividade tinha que ser trabalhada a partir dessa metodologia escolhida. O aspecto positivo é que as crianças deixaram suas contribuições alertando sobre suas reais necessidades e como determinada atividade deveria ser realizada, a partir das suas especificidades. As demais atividades foram desenvolvidas correspondendo ao tema do Projeto de Trabalho: O Maravilhoso Mundo das Festas Juninas". Partindo do tema do Projeto de Trabalho e levando em consideração o desenvolvimento da segunda atividade pensamos em levar músicas referentes à cultura popular do Maranhão para que as crianças pudessem conhecer e dançar. Para isso, enfeitamos a sala de aula para as mesmas sentirem o clima das "Festas Juninas". Nesta atividade, percebemos como as crianças gostam de dançar e ouvir músicas, sendo a mesma fundamental para estimular a imaginação das crianças, pois mesmo em meio à dança as crianças utilizavam os brinquedos para dançar e inventavam seus próprios passos. Na terceira atividade, realizamos a confecção de fantoches juntamente com as crianças, cuja finalidade foi de propiciar um entendimento nas crianças sobre os personagens do período junino. Para a produção dos fantoches, utilizamos caixas de produtos de cabelos, onde cortamos ao meio para que as crianças pudessem colocar as suas mãos. Os olhos, a boca, a língua e os cabelos (feitos de lã) nós levamos prontos para que, em sala de aula, as crianças pudessem dar vida aos bonecos e colocar cada detalhe em seu devido lugar. Esta atividade foi muito proveitosa, pois ao criarem seus próprios fantoches as crianças começavam a imaginar

diferentes brincadeiras com os mesmos. Na quarta e última atividade, contamos a história do bumba-meu-boi, para que as crianças pudessem compreender como ocorreu a história do personagem mais importante das "Festas Juninas". Esse momento foi caracterizado por muita descontração e curiosidade acerca das figuras sobre o boi e os demais personagens da história, como Catirina e Chico. Essas atividades, realizadas durante o período de Construção da Docência no Cotidiano Escolar nos possibilitaram vivenciar diversas situações práticas relacionadas ao brincar na Educação Infantil, reconhecendo a ludicidade como uma forma de expressão da criança pequena. Dessa forma, experimentamos situações de ensino que contemplaram a metodologia de projeto de trabalho, articulando as diferentes linguagens da infância à construção de conhecimentos e saberes escolares, como também a reflexão sobre a prática pedagógica e a organização dos espaços e tempos escolares e da infância através do planejamento de rotinas educativas, acompanhamento e avaliação do processo de ensino e aprendizagem. Considerações finais Diante das experiências vivenciadas durante a realização do Estágio Supervisionado, percebemos sua importância e suas contribuições para a formação inicial do futuro profissional, pois é a partir do fazer pedagógico que o mesmo aperfeiçoa suas experiências e descobertas, levando em consideração a relação teoria-prática. As atividades desenvolvidas foram consideravelmente significativas, pois apesar dos contratempos e dificuldades que encontramos ao realizá-las, percebemos que o processo de ensino e aprendizagem exige envolvimento, discussão, reflexão, saber ouvir e respeitar a realidade de cada criança, além de ter possibilitado uma compreensão maior acerca da prática pedagógica. O ambiente escolar nos possibilitou conhecer como ocorre a interação entre criança/adulto e adulto/criança a partir das situações vivenciadas em diferentes espaços escolares. E isso nos fez compreender que tudo deve estar voltado para a criança, cada espaço, cada atividade pensada. Em sala de aula, as atividades realizadas foram pensadas exclusivamente nas crianças, a partir das suas necessidades. Nesse sentido, o Estágio em Docência na Educação Infantil apresentou-se como um momento fundamental à nossa formação docente, resultando em contribuições relevantes que servirão de base para análises e pesquisas, pois no decorrer do estágio, ao fazer o registro de todos os acontecimentos, como questionamentos, experiências, dúvidas, colocações, dentre outros, construíamos um processo de reflexão acerca da nossa prática e do nosso perfil

profissional. Desta forma, percebeu-se a necessidade de nos mantermos em um processo contínuo de formação, de reflexão, de observação e de pesquisa, pois somente a partir desta base sólida de conhecimentos será possível estabelecer um diálogo mais preciso com o ambiente escolar e com os sujeitos envolvidos. Referências BARREIRO, Iraíde Marques de Freitas; GEBRAN, Raimunda Abou. Prática de ensino: elemento articulador da formação do professor. IN: BARREIRO, Iraíde Marques de Freitas; GEBRAN, Raimunda Abou. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de professores. São Paulo: Avercamp, 2006. BURIOLLA M. A. F. O estágio supervisionado. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2009. GANDINI, Lella; GOLDHABER, Jeanne. Duas reflexões sobre a documentação. In: GANDINI, Lella e EDWARDS, Carolyn. Bambini: a abordagem italiana à educação infantil. Porto Alegre: Atmed, 2002, p.150-169. JANUÁRIO, G. O Estagio supervisionado e suas contribuições para a prática pedagógica do professor. In: SEMINÁRIO DE HISTORIA E INUESTIGAÇÕES DE/EM AULAS DE MATEMATICA, 2, 2008, Campinas. Anais: II SHIAM. Campinas: GPS/FE - Unicamp; 2008. V. Único. P.1-8. MELLO, Suely Amaral. Infância e humanização: algumas considerações na perspectiva histórico-cultural. Revista Eletrônica Perspectiva. Santa Catarina, v. 25, n. 01, 2007. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/1630/1371. Acesso dia 03 de abril de 2015. PASSERINI, G. A. O estágio supervisionado na formação inicial de professores de matemática na ótica de estudantes do curso de licenciatura em matemática da UEL. 121f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática) Universidade Estadual de Londrina. Londrina: UEL, 2007. PELOZO, R. C. B. Prática de Ensino e o Estágio Supervisionado enquanto mediação entre ensino, pesquisa e extensão. Revista Científica Eletrônica de Pedagogia. Ano V, n 10, 2007. PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Mara Socorro Lucena. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2004 (Coleção docência em formação). Série Saberes pedagógicos. ROSSI, D. F. A importância do estágio supervisionado. São Paulo: ETEC de Tiquatira, 2012. Disponível em: < http://www.etectiquatira.com.br/estagio.pdf> Acesso em: 26/07/2016. SCHON, D. A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2000. SILVA, Adriana et. al.; SILVA, L. L. Estágio: oportunidade de educar o olhar. In: Culturas Infantis em creches e pré-escolas: estágio e pesquisa. Campinas, SP: Autores Associados, 2011.

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