Regulamentos, Normas Técnicas e Certificações Aplicáveis

Documentos relacionados
Qualificação e Certificação de Inspetor de Galvanização por Imersão a Quente

SEGURANÇA NO TRABALHO E A NR-10 PALESTRA PARA OS COLABORADORES DA RHMED RJ 13/03/2009

PORTARIA Nº 16, DE 29 DE JANEIRO DE 2001 DOU DE 02/02/2001

CERTIFICAÇÃO DE VASOS SERIADOS O QUE É PRECISO SABER?

INFORMATIVO Sistemas de Proteção contra Quedas O QUE HÁ DE NOVO?

Secretaria de Inspeção do Trabalho Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho Carla Martins Paes AFT da SRTE/RJ

Orientações Consultoria de Segmentos Obrigatoriedade de capacitação e autorização para trabalhos em altura e com eletricidade

APRESENTAÇÃO DA EMPRESA A Perfil Derrick Services é uma empresa especializada em montagem de torres e estruturas metálicas para a indústria de petróle

Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem

AS MAIS FREQUENTES NÃO CONFORMIDADES DETECTADAS NA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DOS INSPETORES DE SOLDAGEM ETM-CORP/ST/SEQUI-ETCM/CEND

Manutenção Revisão: 02 Página 1 de 6

Workshop Capacitação e Certificação de Inspetores 30/03/2005

REQUISITOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE PARA CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO DE PRODUÇÃO SERIADA

Curso Especialista em Inspeções Projetos e Obras de Infraestrutura

IMPLANTAÇÃO DA NR-10 NAS OPERADORAS METROFERROVIÁRIAS IMPACTOS E OPORTUNIDADES

Site: Contato: (21) /

Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO. Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS:

PETROBRAS N-2033 Inspeção de Fabricação Qualificação de Pessoal

REQUISITOS PARA HABILITAÇÃO DE INSTRUTORES DE TREINAMENTO PR-127

Válvulas de Segurança e Alívio para NR13. Componente de Grande Impacto!

RESOLUÇÃO - RDC N 22, DE 23 DE ABRIL DE

ANÁLISE GLOBAL DO PPRA

LIVRO DE REGISTRO DATA BOOK

Nossa experiência ao seu serviço.

O que contempla a NR 13? Edição Segurança PH (Profissional Habilitado) Suportada por uma ou mais normas de fabricação Histórico das inspeções Como era

ANEXO B CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE LABORATÓRIOS NÃO ACREDITADOS

ANÁLISE GLOBAL DO PPRA

INSPEÇÃO DE FABRICAÇÃO AT

P- 06 TRATAMENTO DE APELAÇÃO E RECLAMAÇÃO

LUIS CARLOS GREGGIANIN RIO 14/09/2017

ANÁLISE GLOBAL DO PPRA

ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA ET-761/2006 R-01 ABRAÇADEIRAS DE NYLON

OPTE POR UMA EMPRESA SÉRIA COM + DE 20 ANOS DE EXPERIÊNCIA EM SEGURANÇA DO TRABALHO.

Ministério da Saúde - MS Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA

ANEXO 07 RELAÇÃO DE PESSOAL TÉCNICO ESPECIALIZADO CERÂMICA ELIZABETH DECLARAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE PESSOAL TÉCNICO ESPECIALIZADO

Considerando que o disposto no artigo 5º da Lei nº 5.966/73, bem como o estabelecido nas Resoluções nº 05/78 e nº 06/78 do CONMETRO;

OUTRAS ANOTAÇÕES - REGISTRO OBRIGATÓRIO. Evento. Evento Descrição / Infração Operação e realização de intervenções em máquinas

A Empresa. Soluções Integradas. Qualidade de Gestão

INSTRUÇÃO DE TRABALHO

INFORMATIVO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO

REGULAMENTO TÉCNICO DA QUALIDADE PARA CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO DE PRODUÇÃO SERIADA

ANEXO AO PARECER N.º 06/2013 DA EASA REGULAMENTO (UE) N.º / DA COMISSÃO. de XXX

1. HISTÓRICO DE MUDANÇAS ESCOPO MANUTENÇÃO REFERÊNCIAS OBJETIVO DEFINIÇÕES...3

APRESENTAÇÃO MECATRON STI, fundada em 29 de Janeiro de 2013, com sede na Rua Tucumã

WORKSHOP PARA USUÁRIOS Convênio FNS/USP 2209/2008

BRAGA & BOUWMAN ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA

1º Workshop. Área de Produtos Perigosos. - Inmetro -

PERGUNTAS E RESPOSTAS COMENTADAS SOBRE NR 13

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de São Paulo

INSTRUÇÃO TÉCNICA PARA AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE PARA AS EMPRESAS REQUALIFICADORAS DE RECIPIENTES TRANSPORTÁVEIS DE AÇO PARA GLP

NORMA REGULAMENTADORA 13 CALDEIRAS

CURSO TÉCNICO EM SOLDAGEM

Caldeiras e Vasos de Pressão

ANEXO 07 RELAÇÃO DE PESSOAL TÉCNICO ESPECIALIZADO CONCORRÊNCIA DECLARAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE PESSOAL TÉCNICO ESPECIALIZADO

USO DE LABORATÓRIOS PELO OCP

ÍNDICE DO MÓDULO Atendimento ao cliente Reclamações dos clientes Controle de ensaios e calibrações não conformes

1. OBJETIVOS AMBITO CONCEITOS NORMAS APLICÁVEIS E DOCUMENTOS COMPLEMENTARES INSTRUÇÕES GERAIS / PROCEDIMENTOS...

Política de Conformidade (Compliance)

Bom dia! Seleção, inspeção emanutenção dos EPIs

PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DA NR-18 Estruturas Pré-moldadas e Pré-Fabricadas de Concreto Versão_CPN ITEM / TEXTO ATUAL TEXTO PROPOSTO OBSERVAÇÕES

Boas Práticas de Fabricação de Produtos para a Saúde. Coordenação de Inspeção de Produtos CPROD Alba Pismel

NOTA TÉCNICA SIT-DSST Nº 96, DE

Resolução CFF nº 406, de : Regula as atividades do farmacêutico na Indústria Cosmética, respeitadas as atividades afins com outras profissões.

CHECK-LIST TRABALHO EM ALTURA - NR 35

Procedimento. Qualificação de Empresa Instaladora - ABPE P011 JANEIRO 2016 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TUBOS POLIOLEFÍNICOS E SISTEMAS

PP-5EN rev.0 Procedimento Qualificação de Inspetor de Fabricação Modalidade Acessórios de Tubulação - AT- Nível 1 Instruções ao Candidato Geral

Suplente Luis Sérgio Soares Mamari. Ações Reunião Ordinária realizada nos dias 21 e 22 de novembro de Ata

1. OBJETIVOS ÂMBITO CONCEITOS NORMAS APLICÁVEIS E DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA INSTRUÇÕES GERAIS / PROCEDIMENTOS...

ggg A Dois Dez conta com anos de experiência na fabricação, fornecimento e instalação de diversos sistemas para trabalho em altura.

Sistema Normativo Corporativo

NR - 10 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS - NOÇÕES BÁSICAS - Jeferson Seidler

Regras Específicas para a Certificação de Equipamentos Eletromédicos

Modelo Aluno Empresa de Qualificação Profissional 20 de julho de 2012

Gestão de Pessoas Revisão: 02 Página 1 de 6

SEGURANÇA NO TRABALHO E A NOVA NR-10 III ENCONTRO DE ESTUDANTES DE ENGENHARIA ELÉTRICA UFRJ

Especificação Técnica no Versão no.01 data: 02/03/2018. Assunto: Abraçadeiras de Nylon

INSPEÇÃO NÃO INTRUSIVA - INI PRÓS E CONTRAS À SUA APLICAÇÃO CNTT - NR-13 FRANCISCO MARQUES JUNHO/2016

DIRETRIZES DO SISTEMA BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO

Que esta sistemática se aplicará para a capacitação de inspetores Intra MERCOSUL. O GRUPO MERCADO COMUM RESOLVE:

PROCEDIMENTO QUALIFICAÇÃO DE INSPETOR DE FABRICAÇÃO MODALIDADE - MECÂNICA - MC - NÍVEL 1- INSTRUÇÕES AO CANDIDATO -- GERAL.

Requisitos das auditorias de cumprimento da NR-13/ Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações

PORTARIA Nº - 74, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2012

VIABILIDADE NA IMPLANTAÇÃO DO SPIE EM UM FPSO

5º - Workshop Técnico Qualinstal

Dispõe sobre a política de conformidade (compliance) das administradoras de consórcio e das instituições de pagamento.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de São Paulo PLANO DE CURSO. Área Profissional: Saúde

PROCESSO DE COMPRAS Revisão: 01 Página 1 de 8

SUMÁRIO. 1.Objetivo 2. 2.Referências 2. 3.Condições Gerais 2. 4.Características dos Transformadores 4. 5.Documentos a serem fornecidos à Cemig 5

Apresentação ao Comitê Diretivo

FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS. Manuel Joaquim de Castro Lourenço Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca CEFET/RJ

MANUAL TÉCNICO DO PROCESSO DE MIGRAÇÃO DE CLIENTES AO AMBIENTE DE CONTRATAÇÃO LIVRE - ACL

RDC de outubro de Produção Controle de Qualidade Amostragem

Processo de Normatização de SST no Brasil e Acordo de Cooperação Brasil x União Europeia

ALEX SANDRO DOS SANTOS COSTA

V German-Brazilian RenewableEnergy Business Conference. Natal, 30/05/2017

Transcrição:

Regulamentos, Normas Técnicas e Certificações Aplicáveis Roberto Odilon Horta Gerente de Certificação IBP 14.09.2017

A formação de Inspetores de Equipamentos, no Brasil, não têm sido objeto de ações sistemáticas por parte das instituições de capacitação e formação profissional. Esta tarefa têm sido, em grande parte, realizada pelas empresas que possuem, em seus ativos, equipamentos industriais de grande porte, visando obter uma qualificação adequada de seus Inspetores de Equipamentos.

A insuficiência de regulamentação da atividade do Inspetor de Equipamentos no Brasiléumfatohámuitodebatido. Quando da 2ª revisão da NR-13, em 1994, o Grupo Técnico Tripartite (GTT) responsável pelos trabalhos, chegou a discutir alguns critérios mínimos de capacitação dos Inspetores, sem sucesso. Nesta época, a Comissão de Inspeção de Equipamentos do IBP e alguns GRINSP chegaram a elaborar diversas minutas sobre a formação e capacitação dos Inspetores.

Apesar dos esforços junto ao Ministério do Trabalho e ao Ministério da Educação, não se conseguiu garantir algum tipo de regulamentação para a atividade. O próprio texto da NR-13 não conseguiu estabelecer critérios mínimos para a formação e as atribuições desses profissionais. Entretanto, um avanço significativo foi a inclusão do Anexo II na NR-13, criando o SPIE e a sua certificação.

O Anexo II da NR-13 definiu, para que um SPIE fosse certificado, a existência de pessoal próprio da empresa onde estão instalados caldeiras ou vasos de pressão, com dedicação exclusiva a atividades de inspeção, avaliação de integridade e vida residual, com formação, qualificação e treinamento compatíveis com a atividade proposta de preservação da segurança.

=> OPERAÇÃO -69 => OPERADOR -13

=> INSPEÇÃO - 104 => INSPETOR -0

Apartirdaí,porsolicitaçãodoINMETRO,oGTT NR-13, formado por representantes de entidades governamentais, da indústria e de trabalhadores, com a coordenação do Ministério do Trabalho, elaborou uma série de Projetos de Normas, que viriam a ser o arcabouço para a regulamentação de Certificação de SPIE. Dentre as normas elaboradas, havia a PN- GTT-01/97, que estabelecia os requisitos mnimos para a qualificação e certificação de pessoal para as atividades de Inspetor de Equipamentos.

Neste ambiente e atendendo às demandas do que se apresentavam, a FBTS (Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem), o CEFET-RJ (Centro de Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro) e o SENAI-RJ /CETEC de Solda, tradicionais instituições de capacitação profissional, ofereceram, em 1999, o 1º Curso de Formação de Inspetores de Equipamentos. O conteúdo programático deste curso foi já estruturado de acordo com o programa mínimo de formação de Inspetores de Equipamentos, elaborado pelo GTT NR-13.

Em 29 de janeiro de 2001, o INMETRO aprova a Portaria nº 16, regulamentando a Certificação de SPIE, no âmbito do então Sistema Brasileiro de Certificação (SBC), hoje Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade(SBAC). No Anexo I da Portaria nº 16/2001 do INMETRO (REQUISITOS PARA SERVIÇO PRÓPRIO DE INSPEÇÃO DE - SPIE), o item 14 definia a Formação e Atribuições de Inspetores de Equipamentos.

14. FORMAÇÃO E ATRIBUIÇÕES DE INSPETORES DE - Ieq 14.1 Atribuições a) efetuar, testemunhar e fiscalizar a inspeção de equipamentos em qualquer uma das fases de fabricação, recebimento, construção, montagem ou operação, interpretando e registrando resultados; b) emitir parecer, realizar e acompanhar a implantação de planos de inspeção de equipamentos, contemplando: itens a serem inspecionados, procedimentos de inspeção, freqüência e amostragem para inspeção, pontos de retenção, critérios de aceitação e rejeição e taxas de desgaste;

c) criar e manter atualizados os registros de inspeção de equipamentos; d) elaborar relatórios de inspeção de equipamentos; e) realizar ou acompanhar a coleta de amostras e corpos de prova de materiais para análise; f) avaliar o grau de deterioração e avarias em equipamentos para posterior análise; g) certificar-se de que a aparelhagem de inspeção está calibrada;

h) realizar ou acompanhar ensaios testes, exames, controles, tratamentos e monitorações; realizar o controle da qualidade dos trabalhos de manutenção, fabricação construção e montagem, no caso de empresas que tenham esta atribuição sob a responsabilidade da inspeção de equipamentos; i) realizar o controle da qualidade dos trabalhos de manutenção, fabricação construção e montagem, no caso de empresas que tenham esta atribuição sob a responsabilidade da inspeção de equipamentos.

Nota: Qualquer atividade que exija a qualificação específica deve ser exercida por pessoal certificado segundo as normas aplicáveis(ex: END, Soldagem, etc).

A Portaria 16/2001 do INMETRO passou por diversas revisões e atualizações, ao longo do tempo. Hoje a regulamentação da Certificação de SPIE, prevista no Anexo II da NR-13, é feita por duas Portarias INMETRO: n.º537,de21deoutubrode2015; n.º582,de23denovembrode2015.

O Anexo da Portaria INMETRO 537/2015 (Instrução Normativa INMETRO INI para SPIE) tem, por objetivo, estabelecer os requisitos que são exigidos para que se obtenha a certificação de um SPIE) conforme estabelecido no Anexo II da NR-13, do Ministério do Trabalho, com foco em segurança, saúde e meio ambiente, visando à gestão da integridade estrutural de caldeiras, vasos de pressão e tubulações nos termos da NR-13, em aspectos relacionados à instalação, operação e manutenção.

O item 3.22 do Anexo da Portaria 537/2015 define que o Inspetor de Equipamentos é o profissional com competência para fazer avaliação das condições físicas de equipamentos e instalações industriais com formação e treinamento de acordo com o especificado nesta INI.

O Anexo B da INI (Formação de Inspetores de Equipamentos Ieq), especifica os conteúdos mínimos para os Cursos de Formação dos Inspetores de Equipamentos, com: 350 horas referente ao Módulo Básico; 164 horas referentes ao Módulo de Especialização.

Em resumo...

A atividade do Inspetor de Equipamentos só se encontra regulada, hoje, para SPIE Certificados

O desafio continua: a comunidade de Inspeção de Equipamentos precisa apontar qual o melhor modelo de regulamentação!

F Ó R U M T É C N I C O